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Para determinação físico-química foram escolhidas as farinhas retidas nas peneiras de 80, 150 e 325 Mesh, por apresentarem um maior rendimento de acordo com a tabela 5.5. A caracterização físico-química das frações granulométricas foi realizada de acordo com os métodos referenciados na Seção 4.3. A Tabela 5.6 ilustra os resultados obtidos:

Tabela 5.6 – Determinação físico química das frações granulométricas da farinha da palma forrageira e da palma in natura.

Determinação Valor médio + Dp (80 Mesh) Dp (150 Mesh) Valor médio + Dp (325 Mesh) Valor médio + Valor médio + Dp (in natura) Umidade (g 100g-1) 15,70 ± 0,25 a 14,36 ± 0,24b 13,44 ± 0,12c 95,40 ± 0,56 Cinzas (g 100g-1) 15,30 ± 0,05 a 16,66 ± 0,04b 13,00 ± 0,03c 1,25 ± 0,03 Lipídeos (g 100g-1) 4,78 ± 0,03 a 1,96 ± 0,03c 2,38 ± 0,05b 2,27 ± 0,02 Proteínas (g 100g-1) 10,52 ± 0,10 a 8,60 ± 0,02b 8,70 ± 0,02b 0,60 ± 0,05 Cálcio (mg 100g-1) 111,13 ± 0,02 c 337,67 ± 0,58a 332,33 ± 1,53b 316,50 ± 13,25 Ferro (mg 100g-1) 87,89 ± 0,55 a 4,68 ± 0,10c 59,67 ± 0,32b 0,26 ± 0,05 Fibra bruta (g 100g-1)* 15,50 ± 0,10 b 22,56 ± 0,06a 11,53 ± 0,03c 26,00 ± 0,04 Fósforo (mg 100g-1) 333,15 ± 3,05 b 394,50 ± 2,50a 289,50 ± 3,50c 20,17 ± 0,33 Atividade de 0,40 ± 0,00a 0,38 ± 0,00a 0,37 ± 0,00a 0,99 ± 0,01

água

Carotenóides

totais(μg g-1) 133,34 ± 0,06

c 140,35 ± 0,13b 145,45 ± 0,06a 28,55 ± 4,40

*Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si ao nível de 5% de significância pelo Teste Tukey;.

*massa seca;

*amostra 01 = granulometria 80 Mesh; *amostra 02 = granulometria 150 Mesh; *amostra 03 = granulometria 325 Mesh.

De acordo com a tabela 5.6, todas as determinações físico químicas da farinha da palma forrageira, com exceção da atividade de água, tiveram um diferença significativa a 5% de probabilidade, isso indica que houve separação de macronutrientes após a análise granulométrica.

Como não foram obtidos dados na literatura sobre a composição físico- química da farinha da palma forrageira, os dados da tabela 5.6 foram comparados com os dados da farinha de trigo, farinha de arroz e farinha de milho.

A Tabela 5.7 ilustra os resultados obtidos pela (TACO, 2006) de outras farinhas comerciais mais utilizadas, para efeitos comparativos com os dados referentes aos da farinha de palma forrageira:

Tabela 5.7 – Determinação físico-química de outros tipos de farinha.

Determinação (farinha de arroz) Valor médio (farinha de trigo) Valor médio (farinha de milho) Valor médio

Umidade (g 100g-1) 12,7 13,0 11,8 Cinzas (g) 0,2 0,8 0,5 Lipídeos(g) 0,3 1,4 1,5 Proteínas (g) 1,3 9,8 7,2 Cálcio (mg 100g-1) 1,0 18,0 1,0 Ferro (mg 100g-1) 31,4 1,0 2,3

Fósforo (mg.100g-1) 36,0 115,0 84,0

Fonte: TACO (2006).

A amostra 01 tem um maior conteúdo de umidade devido a possuir uma maior granulometria e abranger partículas da casca da palma forrageira, em virtude de ter uma área superficial maior quando comparada com a amostra 03 que tem a menor granulometria e uma área superficial menor e o seu conteúdo de umidade é referente a partículas da polpa da palma forrageira. As umidades das 3 amostras foram ligeiramente maior do que as encontradas por Taco, 2006.

Com relação ao conteúdo de cinzas, a amostra 02 possui o maior conteúdo e apresenta o menor conteúdo de lipídeos, esse conteúdo de cinzas corresponde a uma grande parte a fração orgânica devido a mesma farinha possuir teores elevados de cálcio e fósforo. Comparando os resultados da Tabela 5.6 aos obtidos pela Taco (2006), com relação a farinha de trigo, milho e arroz e por Pessoa (2009) em experimentos com farinha da casca de banana observa-se que o conteúdo de cinzas são muito superiores aos encontrados.

A amostra que contém o maior conteúdo de lipídeos é a amostra 01 pelo fato de possuir mais partículas da casca da palma forrageira. Os valores de lipídeos encontrados neste trabalho foram: 4,78%, 1,96% e 2,38% diferem dos valores encontrados por TACO (2006) e inferiores aos encontrados por Pessoa (2009).

De acordo com a Portaria n0 27 de 13 de janeiro de 1998 (BRASIL, 1998) um alimento sólido é considerado fonte de proteínas quando contém, no mínimo, 10% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) indicada na Resolução n0 263 de 22 de setembro de 2005 (BRASIL, 2005c), para diferentes grupos de indivíduos. Com base nessas legislações a amostra 01 da farinha da palma forrageira pode ser considerada fonte de proteínas para todos os grupos de indivíduos, incluindo gestantes e lactantes, grupo com maior necessidade deste nutriente. Quanto aos teores de proteínas encontrados nesse trabalho, foram: 10,52%, 8,60% e 8,70% para as amostras 01, 02 e 03 respectivamente. Neste sentido, Oliveira (2009)

trabalhando com farinha da casca de uva constatou 6,79%, valor inferior ao encontrado na pesquisa.

A fração granulométrica de 150 Mesh é indicada para o consumo por pessoas com problema de desmineralização dos ossos, adultos, crianças, gestantes, lactantes, e favorece o desenvolvimento e a manutenção da massa óssea, pois essa farinha possui um alto teor de cálcio, que é 337,67 mg 100g-1, valor bem superior ao encontrado por Taco (2006) para os experimentos com os outros 3 tipos de farinha.

Todas as frações granulométricas são indicadas para enriquecimento de produtos com carência de fósforo já que a dose diária recomendada para adultos é de 700 mg 100g-1, esse mineral atua em conjunto com outros minerais e é recomendado para crianças com problemas de formação de esmalte nos dentes, adultos problemas de desempenho físico e fadiga. A amostra 02 apresentou o maior conteúdo de fósforo que foi de 394,50 mg 100g-1.

A amostra 1 é indicada para enriquecimento de produtos com deficiência de ferro, já que a mesma possui um alto conteúdo do mineral 87,89 mg 100g-1, esses produtos enriquecidos são indicados para gestantes, crianças e pessoas com problema de anemia, esses valores são bem superiores aos encontrados por Taco (2006).

Não houve diferença significativa entre o conteúdo de atividade de água de todas as amostras analisadas, com um nível de significância de 5%.

Vale destacar os baixos níveis de umidade e atividade de água encontrados para a farinha desenvolvida. Estes teores são característicos de produtos altamente higroscópicos, ou seja, com alta capacidade de reidratação.

A amostra 3 possui o maior conteúdo de carotenoides totais, que foi de 145,45 µg g-1 . Esses valores obtidos para o teor de carotenóides totais foram superiores aos encontrados por Portela (2009) para experimentos com melancia e Costa (2010) trabalhando com ciriguelas. O consumo dessa farinha é indicada para

pessoas que queiram regular a resposta do sistema imunológico e evitar os processos oxidativos.

As diferenças apresentadas entre os valores obtidos neste estudo e os da literatura são perfeitamente compreensíveis quando se sabe que esses parâmetros são variáveis de acordo com composição físico química das matérias-primas.

6. CONCLUSÕES

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