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Após todas as coletas e análises, os resultados foram impressos e entregues para cada participante do estudo, explicados apresentados os principais resultados encotrados no estudo e apontando os benefícios do exercício na lipemia pós-prandial.

As informações obtidas do presente estudo são responsabilidade do pesquisador, que assume o compromisso de tornar público todos os dados, que serão utilizados para fins de conclusão da dissertação de mestrado e para apresentação e publicação sob a forma de resumos, trabalhos científicos, mantido o anonimato dos avaliados.

5.0 RESULTADOS

As características antropométricas, função cardiorrespiratória máxima e bioquímica de repouso são apresentadas na tabela 5. Os parâmetros antropométricos IMC e %G com média de 22,4±2,77 kgm2(-1) e 14,7±6,8% foram classificados como bom e normal, respectivamente (NATIONAL HEART, LUNG & BLOOD INSTITUTE, 1998; JACKSON & POLLOCK, 1978), com uma freqüência cardíaca máxima de 185±9,8 (bpm) e VO2máxde 50,51±5,71 mL.kg-1.min-1, considerado elevado

para a idade de 22,4 anos, segundo o American Heart Association, (1972). As concentrações plasmáticas de colesterol total, triglicerídeos, HDL-C, LDL-C, VLDL-C, insulina e glicemia apresentaram-se dentro da normalidade, classificando os indivíduos como normolipêmicos e normoglicídicos de acordo com os valores de referência relacionados nas figuras 1 e 2. Os experimentos com exercícios foram realizados em duas intensidades diferentes, 115% LA e 85% LA, no qual apresentaram médias de 50,6±5,4 VO2pico(mL.kg-1.min-1) e 41,7±7,9 VO2pico(mL.kg-1.min-1)respectivamente.

O Test t pareado confirmou diferença significativa de (p=0,001). Os exercícios seguiram um protocolo isocalórico, com gasto calórico médio de 503±5,91Kcal para intensidade 85% LA e 500,1±5,3 Kcal, para 115% LA, que não diferiram (p=0,086). O tempo médio para os dois experimentos ficou em torno de 39±,2 min. contínuo 85% LA e 41±1 min.intermitente 115% LA no total, e tempo real de exercício em torno de 21,8±3 min.considerando em média 7 estágios de 3 min.

Tabela 5 Características antropométricas e fisiológicas dos indivíduos

Variáveis (n=20) Média±DP Idade (anos) 22,5±3,7 Peso (kg) 69,7±9,3 Estatura (cm) 165,6±3,9 IMC (kg.m2-1 ) 22,4±2,77 Gordura corporal (%) 14,7±6,8 VO2máx ml.kg.min-1 50,51±5,71 VO2 lan ml.kg.min-1 43,6±7,4 FCmáx(bpm) 185±9,8

Colesterol total (mg/dL) jejum 154,8±35,11

Triglicerídeos (mg/dL) jejum 105,13±3,43

LDL-C (mg/dL) jejum 88,18±29,76

VLDL-C (mg/dL) jejum 21,06±7,31

Insulina ( lU/ml) jejum 13,68±9,6

Glicemia (mg/dL) jejum 86±11,84

(DP); IMC= índice de massa corporal; VO2máx= consumo máximo de oxigênio por minuto; VO2 lan= consumo de

oxigênio por minuto no limiar anaeróbio; FCmáx(BPM)= frequência cardíaca máxima em 1 minuto; HDL-C= (high

density lipoprotein) (lipoproteína de alta densidade); LDL–C= (low density lipoprotein) (lipoproteína de baixa

densidade); VLDL-C=(very low density lipoprotein) (lipoproteína de muito baixa densidade).

Tabela 6: Valores de refêrencia de lipídeos séricos para adultos:

Valores de referência dos lipídeos para indivíduos > 20 anos de idade

Lipídeos Valores CT <200 Ótimo 200-239 Limítrofe ≥240 Alto LDL-C <100 Ótimo 100-129 Desejável 130-159 Limítrofe 160-189 Muito Alto HDL-C <40 Baixo >60 Alto TG <150 Ótimo 150-200 Limítrofe 201-499 Alto ≥500 Muito Alto

Tabela 7: Referência para glicemia e insulina:

Valores de Referência para o indice glicêmico

Variáveis Valores Glicemia (70 – 100 mg/dl)

Insulina (< 17 lU/ml) Fonte: American Diabetes Association, 2008.

As variáveis lipídicas (triglicerídeos, colesterol total, LDL-C, HDL-C, VLDL- C), glicemia e insulina, foram analisadas nas intensidades 85% LA, 115% LA e Fonte: IV Diretrizes Brasileiras sobre dislipidemias e diretriz de prevenção da aterosclerose do departamento da Sociedade Brasileira de cardiologia, 2001.

controle, e, entre essas intensidades e a situação controle. Para análise das alterações na curva pós – prandial utilizou-se uma ANOVA tree way, adotando um p <0,05, quando comparadas as intensidades e controle durante o período pós-prandial: basal, 1h, 2h, 3h, 4h.

A trigliceridemia pós – prandial apresentou seu pico na terceira hora após a ingestão lipídica, isto representado nas três situações experimentais. A situação controle revelou diferença significativa (*) entre as concentrações visualizadas em 1h, 2h, 3h, 4h e basal. O exercício 85% LA e 115% LA, também apresentaram diferenças significativas, entre as concentrações visualizadas em 1h, 2h, 3h, 4h e o basal, respectivamente representados por (†) e (‡). Quando comparadas as intensidades do exercício, não ocorreu diferença significativa na curva lipêmica entre a situação controle e o exercício 85% LA, nem entre 85% LA e 115% LA Ocorrendo diferença significativa somente na 3h entre 15% acima do (lan) e situação controle, sendo representado por (≠), na terceira hora de lipemia pós-prandial (p= 0,036).

Figura 2. Resposta dos triglicerídeos após dieta hiperlipídica. Os valores são

apresentados em média±DP.(*) Em relação ao basal da situação controle. (†) Em relação ao basal e exercício físico 85% LA.(‡) Em relação ao basal e exercício físico 115% 115% LA.(≠) Em relação a 3h situação controle e 3h 115% LA.

Os valores de colesterol total expressam aumento discreto a partir da primeira hora, permanecendo mais elevado durante toda lipemia pós – prandial. A situação controle apresentou diferença significativa em sua curva lipídica (*), entre as concentrações visualizadas na 3h e o basal. Não apresentando diferença significativa na curva lipêmica na intensidade 85% LA , mas diferindo na intensidade 115% LA1h, 2h,

3h, em relação ao basal desta intensidade, representado por (‡). As curvas das intensidades não diferiram significativamente.

.

Figura 3. Resposta do colesterol total após dieta hiperlipídica. Os valores são

apresentados em média±DP.(*). Em relação ao basal da situação controle (‡) Em relação ao basal e exercício físico 115% LA.

O LDL-C teve uma ligeira queda durante o período pós-pandial, para o qual, a curva controle diferiu significativamente na 1h e 3h em relação ao basal, representado por (*). A curva pós – prandial do experimento 85% LA apresentou diferença significativa para 2h em relação ao basal, representado por: (†). Não houve diferença significativa durante a curva lipêmica do experimento 115% LA, bem como nenhuma diferença entre as curvas das três situações experimentais.

Figura 4. Resposta do LDL – C após dieta hiperlipídica. Os valores são apresentados

em média±DP.(*). Em relação ao basal da situação controle. (†) Em relação ao basal e exercício físico 85% LA.

A curva lipídica do VLDL-C apresentou um aumento significativo a partir da primeira hora nas três situações experimentais, atingindo o pico durante a 3h. Na comparação entre os três momentos, não ocorreu diferença significativa, porém, quando observado à 3h do experimento controle e 115% LA, houve um (p=0,054), que representou uma tendência para diferenciação entre os experimentos.

Figura 5. Resposta do VLDL –C após dieta hiperlipídica. Os valores são apresentados

em média±DP. (*) Em relação ao basal da situação controle. (†) Em relação ao basal e exercício físico 85% LA.(‡) Em relação ao basal e exercício físico 115% LA.

As curvas lipêmicas do HDL-C, não apresentaram alteração significativa dentro das situações experimentais, comparando o momento basal e o pós – prandial, assim não houve diferença significativa entre as três condições pós – prandiais.

Figura 6. Resposta do HDL- C após dieta hiperlipídica. Os valores são apresentados em

A glicemia pouco variou ao longo do período pós-prandial, não apresentando nenhuma alteração significativa nas três situações experimentais. Já a insulina teve uma diminuição ao longo da lipemia em cada uma das situações experimental, foi possível observar diferenças significativas para 3h, 4h, comparadas ao basal do experimento controle (*). Alteração na 3h pós – prandial em relação ao basal do experimento 85% LA (†) e diferença significativa para 2h, 3h, 4h, em relação ao basal, do experimento 115% LA (‡). Não houve diferença significativa entre as três curvas lipemicas.

Figura 7. Resposta da glicemia após dieta hiperlipídica. Os valores são apresentados

em média±DP(*).

Figura 8. Resposta da insulina após dieta hiperlipídica. Os valores são apresentados em

média±DP. (*) Em relação ao basal da situação controle. (†) Em relação ao basal e exercício físico 85% LA.(‡) Em relação ao basal e exercício físico 115% LA

A taxa de troca gasosa (RER) diminuiu ao longo do período pós – prandial. Ele foi mensurado durante 30 min pós – exercício, e 30 minutos (10 min iniciais de cada hora), durante o período pós – prandial. Observou-se que ambos os exercícios se mostraram ser eficientes na redução do (RER) e que se deram alterações nas curvas individuais (*) diferença significativa para 1h, 2h, 3h, comparada aos 10 min iniciais da curva do experimento controle. O experimento 85% LA revelou diminuição do (RER), já a partir de 20min, até a 3h (†) e o experimento 115% LA, apresentou diminuição significativa na 1h, 2h e 3h em relação aos 10min iniciais. Ao comparar as três curvas lipêmicas percebeu-se diferença significativa entre as duas intensidades de exercício e o controle, ocorridas na 2h e 3h (≠), 115% LA (p=0,041) e 85% LA (p=0,036).

Figura 9. Resposta das taxas de trogas gasosas durante o COPE e após dieta

hiperlipídica. Os valores são apresentados em média±DP.(*) Em relação ao basal da situação controle. (†) Em relação ao basal e exercício físico 85% LA.(‡) Em relação ao basal e exercício físico 115% LA.(≠) Em relação a 3h e 4h situação controle e 3h e 4h 85% LA e 115% LA..

O consumo calórico pós-exercício foi maior nas duas intensidades de exercício, sendo inferior no experimento controle, não houve diferença significativa entre as duas intensidades de exercício. No consumo calórico (kcal) total, durante 30 min pós- exercício (COPE) e 30min (10min iniciais de cada hora) durante o período pós – prandial foi utilizada uma ANOVA (one way) p<0,05, comparando 85% LA e 115% LA e controle.

Figura 10. Consumo calórico por calorimetria indireta durante o COPE e após dieta

hiperlipídica durante 3h . Os valores são apresentados em média±DP.(*) Em exercício físico 85% LA, exercício físico 115% e controle.

6.0 DISCUSSÃO

Muitos estudos têm revelado que a prática de exercício físico antes de uma ingestão hipercalórica, proporciona reduções na TGPP (HELD et al. 2001;KATSANOS et al. 2004; MIYASHITA et al. 2006; BELLI et al. 2009), e fizeram essa por meio de diferentes protocolos. Os desenhos experimentais mais encontrados na literatura utilizaram o modelo de 2 dias, representado por um intervalo de tempo de 12 a 24 horas entre o exercício e o teste hiperlipêmico (HERD et al. 2001; ALTENA et al. 2004; SHANNON et al. 2005). E com análise imediata pós-exercício (~4h) (KATSANOS et al. (2004) e PFEIFFER et al. (2005).

Ao pesquisar estudos prévios, observou-se protocolos de diferente intensidade e duração (KATSANOS et al. 2004; HEARD et al. 2001), bem como, diferentes formas de execução (contínuo e intermitente) (ALTERA et al. 2004; MIYASHITA et al. 2006). No entanto, a maioria desses estudos não verificaram a resposta da TGPP em um protocolo isocalórico que utilizasse diferentes intensidades de exercício.

Como referência, foi apreciado o estudo de Michael et al. (2008), que avaliaram 14 homens adultos diagnosticados com síndrome metabólica, em três intensidades de exercício (leve: 35 a 45% do VO2 pico, até atingir 500 kcal; moderado 1: 60 a 70% do

VO2 pico Contínuo até atingir 500 kcal, moderado 2: duas sessões acumuladas, de 250

kcal, com intervalo de 3 a 5 horas. Tal estudo difere deste na intensidade, forma de execução e população investigada.

No que tange à amostra, as características observadas na pesquisa, classificou os indivíduos como normolipêmicos, normoglicídicos, com peso, IMC, G% classificados como bom e VO2 máx elevado, de acordo com os critérios da National Heart, Lung and

Blood Institute, (1998), Jacson e Pollock, (1978), sendo elas similares às encontradas nos estudos de (TOLFREY et al. 2008 e de BELLI et al. 2009).

Segundo Tsai et al. (2004) e Urgate et al. (2005), em indivíduos normolipêmicos a magnitude da lipemia em relação ao tempo, apresenta uma ascendência após 2 horas e, aproximadamente na quarta hora tem seu ápice, com retorno aos valores basais próximo à sexta hora. Na presente pesquisa, o pico da lipemia esteve em torno da terceira hora pós - ingestão, com tendência a redução dentro da quarta hora, demonstrando assim, uma boa remoção de TGPP.

Considerando modelos similares de desenho experimental Katsanos et al. (2004), observaram que, em adultos saudáveis os exercícios ergométricos a 25% do

VO2 máx, não foram suficientes para acarretar uma redução significativa na lipemia pós

– prandial, enquanto o exercício a 65% do VO2 máx proporcionou diminuição

significativa na TGPP. Os achados revelaram que o exercício moderadamente intenso 85% LA não foi suficiente para reduzir significativamente a trigliceridemia, enquanto que o exercício vigorosamente intenso 115% LA proporcionou melhoras significativas quando comparada ao controle, porém sem diferenças entre as duas intensidades de exercício.

A pesquisa realizada por Keith et al. (2008), estruturada no modelo de 2 dias em jovens, demonstrou que exercício contínuo a 65% do VO2 pico e intermitente a 75% do

VO2 pico, diminuíram significativamente a trigliceridemia pós – prandial, quando

comparado ao controle, porém sem modificações consideráveis entre as intensidades de exercício.

O consumo de energia induzido pelo exercício previamente à ingestão lipídica tem apresentado redução significativa na TGPP (GILL & FRAYN, 2001). Isto sustentado pela hipótese de que o exercício induz uma depleção dos estoques de energia intramusculares e sua subseqüente restauração (GILL & HARDMAN, 2003). Dessa forma, pode-se afirmar que quanto maior o consumo calórico proporcionado pela atividade, maiores as chances de alterações positivas na lipemia. Aliás, em estudo com padrão isocalórico, Tsetsonis & Hardman (1996), apontaram que a redução na (TGPP) após esse tipo de protocolo se deu independentemente da intensidade de 30% e 60% do VO2 máx, confirmado por et al. (2008), que avaliaram a resposta da TGPP em duas intensidades de exercícios (35 a 45% do VO2 máxe 60 a 70% do VO2máx) por meio de

um protocolo isocalórico, que demonstrou resultados similares na TGPP.

Apesar dessas evidências, ao comparar, no presente estudo as duas intensidades ao experimento controle, constatou-se que a intensidade 115% LA atenuou a TGPP de forma significativa, enquanto que a intensidade 85% LA não teve a mesma eficiência. Assim, alguns mecanismos podem ter influenciado nesta resposta diferenciada. Katsanos et al. (2004) encontraram uma maior taxa de oxidação lipídica durante exercício de baixa intensidade, porém observaram que a TGPP reduziu com maior eficácia após exercício de moderada intensidade. Essa diminuição pode não ser explicado de que isso ocorre somente pela captação de TG, pois Malkova et al. (1999) encontraram evidências diretas independentemente da contribuição relativa de gorduras e carboidratos requeridos durante a atividade. De acordo com Gill & Hardman (2003) e Kinber et al. (2003), o aumento da oxidação lipídica que persiste durante a recuperação

pode servir para restauração dos triglicerídeos musculares e/ou estoques de glicogênio utilizados durante o exercício, podendo aumentar a velocidade de remoção dos TG.

Ao analisar a figura 9, as duas intensidades de exercício se revelaram eficientes na redução da taxa respiratória (RER), quando comparadas ao experimento controle, que demonstra melhora na taxa de oxidação (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998). A intensidade 85% LA demonstrou uma maior tendência à oxidação lipídica com diminuição da taxa RER já aos 20 minutos de (COPE) mantida ao longo da TGPP, 1h, 2h e 3h, e a intensidade 115% LA que revelou a partir dos 10min da primeira hora da TGPP, resposta similar. Em termos estatísticos, não foram observadas diferenças entre as taxas RER nas diferentes intensidades de exercício, o que expressa similaridade na oxidação lipídica mensurada por troca gasosa.

O gasto calórico total consumido após as duas intensidades 115% LA e 85% LA foi superior ao do experimento controle (p=0,001) ,ver figura 10. No entanto, as intensidades não diferiram entre si, o que leva a crer que o consumo calórico não foi determinante na diferenciação da TGPP, entre o exercício de alta intensidade e controle, valendo ressaltar que o gasto calórico total e principalmente a oxidação lipídica tiveram uma representação generalista. Estam de acordo com acordo Romijn et al. (1993), não retrata fidedignamente as reações metabólicas entre tecido adiposo, plasma ou músculo, embora, mediadores metabólicos possam ajudar no esclarecimento dos resultados encontrados.

O tecido adiposo normalmente contribui para uma maior mobilização de TG que o músculo esquelético durante o período pós - prandial (HORTON et al. 2002), porém após a realização de exercício a remoção de TG proporcionada pelo músculo esquelético torna-se superior ao do adiposo (SEIP, ANGELOPOULOS, SEMENKOVICH, 1995). Essa teoria é sustentada pelo aumento da atividade da LLP no músculo, após a prática de exercício (SEIP et al. 1997), o que segundo Kiens & Richter (1998), coincide com a diminuição intramuscular de triglicerídeos. Para Katsanos et al. (2004), o aumento da atividade da LLP pós-exercício aumenta a hidrólise de quilomícrons e VLDL em ácidos graxos livres, que por sua vez irão tomar duas vias durante a lipemia pós – prandial: juntar-se ao tecido adiposo ou servir como fonte de energia para o tecido muscular.

A hiperisulinemia pós – prandial provocada pela refeição rica em gordura promove maior secreção hepática de VLDL colesterol (LEWIS, 1990), que por sua vez estimula a secreção de LLP pelo tecido adiposo pela hidrólise dessas partículas. No

entanto, após a prática de exercício, alguns estudos apontaram declínio das concentrações de insulina (KATSANOS. 2004; ZANG et al. 2006), o que acarreta uma ativação da LLP muscular, aumentando o clarance dos triglicerídeos (LAVILLE et al. 1996; DYCK, STEINBERG, BONEN, 2001).

A glicemia praticamente não se alterou durante todo período pós – prandial, enquanto a insulina baixou além dos níveis basais a partir da segunda hora no exercício intenso e da terceira hora no exercicio moderadamente intenso e controle, não sendo observadas diferenças entre as médias dos três momentos experimentais. Segundo Gill et al. (2002), em indivíduos saudáveis a redução da insulina e a atenuação dos TGPP parece coincidir, não sendo obrigatórias as diminuições significativas na insulinemia pós-exercício durante o período pós – prandial.

Os valores de VLDL, assim como os de TG, estiveram aumentados durante toda a lipemia, porém foi possível observar que, na terceira hora, a curva de VLDL 115% LA apresentou um (p=0,054), quando comparado ao controle, em similaridade com a curva de TG. Esse resultado pode ser explicado principalmente por uma maior secreção de LLP pelo músculo de indivíduos treinados, uma vez que o exercício promove expressão aumentada de LLP mRNA por até 20h (SEIP et al. 1997) e a exposição repetida a essa elevação, pode resultar em autorregulação da expressão da LLP, que se adapta a novas exigências orgânicas (KATOR et al. 1987).

Os resultados de LDL, HDL e Colesterol Total não diferiram significativamente entre os momentos experimentais, sendo observado aumento do colesterol total na 1h e 2h 115% LA 3h (controle) e não alterado no exercício 115% LA. O LDL pouco se alterou durante a lipemia, diminuindo durante 2h 85% LA e 1h e 3h (controle) e não demonstrando modificaçoes pelo exercício agudo. O LDL e o HDL pouco variaram durante toda curva pós – prandial , não sendo observada nenhuma diferença significativa durante TGPP.

Muitos estudos já demonstraram a eficácia do exercício físico sobre o aumento dos níveis plasmáticos de HDL e a diminuição dos níveis plasmáticos de LDL (FREY, BAUMSTARK, BERG, 1993; LEE et al. 1991; VICH et al. 1996). Essas pesquisas avaliaram os indivíduos após intervenção de exercícios aeróbio e resistido (ZAMUDA et al. 1998; VON DUVILLARD, 1997) e logo após uma sessão de exercício (LEE et al. 1991), Lee et al. (1991) observaram que após sessão de exercício a 70% do VO2 máx,

ocorreu benefício na concentração lipídica de indivíduos hiperlipêmicos e normolipêmicos, com diminuição do LDL e aumento do HDL.

No entanto, tais estudos não avaliaram essas lipoproteínas sob condições pós – prandiais, para a qual se observa uma situação metabólica alterada. Um dos poucos relatos que incluíram a resposta do HDL plasmático, de Katsanos et al. (2004), não encontrou diferenças significativas em relação ao HDL colesterol, assim como outros autores que não determinaram modificações de HDL e LDL após TGPP em indivíduos jovens e ativos ( BURNS et al. 2006; BARRETT, 2007).

Os participantes do presente estudo além de bem condicionados, mantinham um elevado nível de atividade física. De acordo com o postulado pelos estudos citados anteriormente, podem usufruir de uma excelente regulação pós – prandial, fato comprovado pela média de valores encontrados durante a TGPP, que não ultrapassaram 100 (mg/dL), mantendo-se abaixo dessa faixa e sendo classificados como ótimos, assim como as concentrações de colesterol total, que se preservaram em média, abaixo dos 200 (mg/dL), podem ser considerados como um valor ótimo (IV DIRETRIZES BRASILEIRAS SOBRE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE, 2001).

7.0 CONCLUSÃO

A principal contribuição desse estudo foi demonstrar que o exercício intermitente de alta intensidade aplicado previamente à ingestão calórica diminui significativamente os níveis do triglicerídeo pós – prandial de adultos jovens saudáveis. Assim, como pouca alteração nas concentrações de Colesterol Total, HDL, LDL,VLDL durante o período pós – prandial.

Com este achado, é possível predizer que indivíduos saudáveis e ativos possuem uma boa remoção de TGPP, pois foi possível observar que as lipoproteínas transportadoras de colesterol pouco se alteraram entre controle e exercício físico..

A maior remoção de triglicerídeos foi motivado possivelmente, por um maior estresse fisiológico, que exigiu dos indivíduos maior ativação dos mecanismos responsáveis pelo fornecimento de energia para músculos e outros tecidos.

Confirmando-se assim a eficiência do exercício intenso, mesmo quando utilizado um protocolo isocalórico. No entanto, cabem mais investigações sobre os parâmetros bioquímicos que proporcionaram essa resposta diferenciada, ficando como limitação do presente estudo a não investigação da quantidade e atividade da LLP e a eliminação de glicerol, o que acarretaria um maior controle sobre a variável de hidrólise de VLDL, Quilomicrons e (LLP) sobre a variável que prediz a taxa de lipólise.

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