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CAPÍTULO III. A FORMA CONFESSIONAL NOS DIÁRIOS

3.2. Diário literário

Alguns meses antes da publicação do Diário I, de Miguel Torga, o narrador registra, com entusiasmo inusitado, a possibilidade de um dia o texto vir a público. A passagem em questão é a seguinte:

Nazaré, 4 de Julho de 1940 – Continua o nirvana. Nem romance, nem contos, nem poemas. Apenas este monólogo. Se isto pudesse continuar, não era de todo desengraçado publicar mais tarde, na íntegra, os frutos insossos de alguns dias de repouso. Um voluminho doméstico, espontâneo, descuidado, para o qual eu fosse, como leitor, sem a relutância com que vou sempre para os outros que escrevi. Sendo um livro para o público – tudo o que escrevo, infelizmente, é para o público –, seria também um livro meu, o que poucas vezes acontece a um autor. Precisamente porque seria íntimo – mas de uma intimidade arejada, de férias –, feito sem pretensões, apenas com a manha necessária para interessar também a curiosidade alheia, poderia guardar em si o calor que tem, por exemplo, um casaco modesto e familiar, que se veste no inverno por debaixo do sobretudo9.

7 PROUST, Marcel. No caminho de Swann. Rio de Janeiro: Ediouro, 1992, p. 40. 8 GIDE, André. Diário dos falsos moedeiros. São Paulo: Estação Liberdade, 2009, p. 55. 9 DI, p. 119.

Nessa nota o diarista descortina ao leitor pela primeira vez sua intenção ao escrever um diário. Em que pese o tom jocoso, há indícios interessantes ali para compreendermos melhor a concepção inicial do texto, sobretudo pela forma como o narrador expõe seus argumentos. O diário aparece inicialmente em oposição a outras formas mais “sérias” de escrita, romances, contos, poemas etc. Por isso, considera-o uma modalidade “de férias”, propícia àqueles momentos “de repouso”, ao contrário das outras formas mencionadas que são trabalho “de escritório”. Nesse sentido, o autor poderia olhar, futuramente, para seu livro íntimo sem autocrítica, ou até mesmo, com alguma indulgência, pois o escreveu de forma despretensiosa e sem a aplicação férrea que acompanhava a elaboração de sua poesia, por exemplo. A publicação posterior desse texto não é assunto a ser descartado, pois seria possível tornar aquela forma íntima digna de algum interesse se o autor utilizasse algumas “manhas” de escritor, porque, afinal, tudo o que escrevia era para o público, embora, nem sempre o fato estivesse tão à vista, como na metáfora do casaco familiar usado por baixo do principal.

Na exposição da ideia, no entanto, vemos que se embaralham algumas concepções acerca do que seria o propósito do diário. Na primeira parte da reflexão, o diário é apenas uma espécie de monólogo, um volume insosso e de interesse privado que serve para registrar, de maneira arejada, as emoções do autor. Na sequência, vimos que o texto passa a ser considerado objeto de um possível interesse público imediato, não apenas póstumo, como acontecia até bem pouco tempo atrás. Evidencia-se, na passagem, a leitura contraditória que o autor faz do diário, uma vez que lança mão de clichês bem conhecidos, tais como, literatura “doméstica”, “descuidada” etc., ao mesmo tempo em que começa a meditar seriamente sobre que tratamento dar àquelas notas.

O processo de reflexão sobre o destino de seu diário se deve, possivelmente, às leituras “maciças” que vinha fazendo, no período, de diários íntimos e à própria experiência com a escrita do seu volume, que, ao contrário do que faz supor a nota acima, exigia-lhe um sério empenho intelectual. Em uma entrada escrita em 1936, quatro anos antes de registrar a ideia da publicação, escrevera:

Vila Nova, 7 de Outubro de 1936 – Aqui na minha frente a folha branca do papel, à espera; dentro de mim esta angústia, à espera: e nada escrevo. A vida não é para se escrever (...) é para se viver, não é para se fazer dela literatura10.

A menção à dificuldade em escrever, metonimicamente representada pela angústia diante da folha em branco, reitera a vontade de escrever algo significativo. O narrador autobiográfico titubeia diante do papel: o que narrar e de que maneira narrar? Para concluir, com a negação paradoxal de que: “a vida não é para se escrever”, “a vida não é para se fazer literatura”. É curioso notar que, em torno de 1936, momento em que escreve estas linhas, as especulações sobre a possível publicação de um texto íntimo movimentam polêmicas em rodas literárias. Afirmando ou refutando a escrita de si, o narrador consegue chamar a atenção para a intencionalidade de seus escritos autobiográficos, revelando que desde o início considera essas notas ocasionais textos destinados a um leitor, consciência que direciona o processo de escritura e filtra permanentemente a matéria exposta.

Torga não pensava em resguardar seus diários do olhar público, muito menos em destruí-los como fizeram vários diaristas. Na tentativa de construir um diário estilisticamente impecável retornou, sistematicamente, a esses escritos, consertando ocasionais falhas, podando os excessos confessionais e lapidando a linguagem do texto. Na busca por certo ideal de perfeição, o autor preservou somente as notas que considerou merecedoras de publicação e destruiu todas as “aparas” de texto que um dia pudessem vir a “depor” contra sua condição de escritor. Exatamente o contrário do que sucedeu a autores portugueses importantes, como Fernando Pessoa e Maria Gabriela Llansol, que deixaram um vasto espólio, incluindo as “aparas”, para futuras pesquisas.

Não por acaso, são inúmeras as notas no Diário em que o autor manifesta preocupação com o destino dos textos autobiográficos em caso de morte do autor. Do conjunto desses comentários, pode-se entender que Torga só considera válida a vontade, manifestada pelo autor em vida, de preservar ou destruir os escritos, em detrimento do possível valor literário ou histórico que um dia pudessem vir a alcançar. Segundo seu ponto de vista, a avaliação pessoal do autor tem nítida superioridade sobre a do leitor e a da crítica na tríade que organiza o sistema literário.

Nesse sentido, a decisão de editar, durante toda sua carreira, as obras que escrevia revela a faceta conscienciosa do escritor que queria ter acesso aos escritos a qualquer momento11. Como editor, podia acompanhar as edições e reedições de sua obra, realizando

11 Um exemplo desse traço autocrítico no autor é o fato de ter “renegado” seu primeiro livro de versos, Ansiedade, de 1928. Também não permitiu que seus livros de poemas Rampa, Tributo e Abismo, publicados no

revisões, correções, enxertos, supressões, e acrescentando, em alguns casos, novos prefácios dirigidos ao leitor. É interessante observar, ainda que brevemente, de que maneira as interferências se processam no texto. As entradas a seguir, do Diário II, pertencem à 1ª edição (1943), e à 2ª edição completa (1999), respectivamente:

Pedras Salgadas, 12 de Setembro – Um encontro inesperado, e umas velhas questões literárias postas em pratos limpos.

A que distância e em que fontes os homens lavam às vezes a sua roupa suja! Cá por mim não sou capaz de guardar rancores. Mas, depois de certos imprevistos com

que de vez em quando a vida me presenteia, fico sempre a pensar se, mesmo para os pequenos lenços que uma pobre fraqueza humana sempre traz no bôlso, um dia Deus não dará – se fôsse na eternidade, isso então era oiro sôbre o azul! – um pequenino fio de água bem pura, onde eu possa clarear meia dúzia de mágoas encardidas...12.

Pedras Salgadas, 12 de Setembro de 1941 – Um encontro inesperado, e umas velhas questões literárias postas em pratos limpos.

A que distância e em que fontes os homens lavam às vezes a sua roupa suja! Cá por mim sou incapaz de guardar rancores. Mas, como não há fraqueza humana sem

um pequeno lenço enodoado no bolso, depois de certas barrelas imprevistas com que a vida me presenteia, fico a pensar se terei um dia – se fosse na eternidade, isso então era oiro sobre o azul! – um fio de água bem pura onde possa clarear meia dúzia de secretas mágoas encardidas...13.

Nota-se que da primeira para a segunda versão não ocorre alteração semântica significativa. No retorno ao texto, o escritor buscou apenas aprimorar o estilo, dando mais plasticidade à metáfora empregada (lenço encardido / mágoas passadas). Interferências desse tipo comparecem com mais frequência no cotejo entre as primeiras e as últimas edições do Diário, indicando que o processo de reescritura torguiano não procura intencionalmente reconfigurar o sentido da experiência original registrada na nota. Embora existam passagens em que frases inteiras são alteradas, metáforas modificadas, a preocupação parece, sobretudo, de ordem linguística e estilística.

O texto original, da década de 1940, guarda maior proximidade com a fala coloquial e a linguagem popular, sobretudo, pelo uso frequente de palavras e provérbios de teor regionalista, influência, talvez, dos novos ares neorrealistas. Em edições posteriores, esse traço é amenizado pela seleção de palavras de feição mais clássica. Conforme transparece nas entradas, parcialmente transcritas, abaixo:

Coimbra, 20 de Outubro – Outra morte no pequeno mundo das nossas letras. Também não era um génio, Carlos Malheiro Dias. Quem herda o bragal de um

12 TORGA, Miguel. Diário II. 1ª ed. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1943, pp. 10-11. 13 DII, p. 148.

Eça, de duas uma: ou supera aquilo e faz dali apenas base para subir, e sobe, ou se detém a remoer o já moído, a nacionalizar a roca, o fuso e o linho com que o Outro fiou o seu lençol, - e não passa do chão. Aquela Paixão de Maria do Céu, sem os limites do Vieira e das rabanadas, é impossível que não desse um grande romance. Mas, quê!14

Coimbra, 20 de Outubro de 1941 – Outra morte no pequeno mundo das nossas letras. Também não era um génio, Carlos Malheiro Dias. A lição que o Eça

lhe deixou merecia outro entendimento. Se a aprendesse, aquela Paixão de

Maria do Céu nem teria os limites do Vieira, nem o melaço das rabanadas. Seria

um grande romance. Mas, quê!15

Se nos exemplos citados existe um esforço em aperfeiçoar o estilo sem que a memória cotidiana seja propriamente transformada, veremos que nem sempre esse resultado é alcançado no complexo processo genético dos Diários torguianos. A poesia é um exemplo de forma trabalhada pelo autor nas sucessivas reedições, revelando que a experiência de escritura não está circunscrita à data de registro original. Do poema “Súplica”, por exemplo, publicado no Diário II, com data de 5 de janeiro de 1942, em edições posteriores, o autor só preservaria os dois primeiros versos, suprimindo os demais e expandindo o poema. A dissonância entre a primeira e a última versão do poema pode ser verificada a seguir:

Régua, 5 de Janeiro de 1942.

Súplica

Rio, que levas o meu sangue ao mar E no mar o sepultas,

Vê se podes parar, enquanto eu vou, Desterrado,

Redimir êste barro gangrenado

Que em Saúde e em Sonho te doirou...16.

Régua, 6 de Janeiro de 1942.

Súplica

Rio que levas o meu sangue ao mar E no mar o sepultas,

Doira a minha memória. Conta às ondas e ao vento A desumana história Da minha dor.

Que não julguem que tudo se resume A uma gota de sol e de perfume

14 TORGA, Miguel. Diário II. 1ª ed. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1943, p. 18. 15 DII, p. 152.

Diluída no pó da tua cor17.

Além da datação diferente, na primeira versão ocorre uma espécie de interrupção na construção do poema que parece derivada da dificuldade do poeta em encontrar o tom apropriado. Os dois versos iniciais sugerem uma voz épica, que, no entanto, não consegue se realizar plenamente porque o poeta não consegue distanciar-se suficientemente da experiência representada. A passagem do tempo parece ter operado beneficamente sobre a voz poética, pois na segunda versão do poema, parece ter encontrado certo distanciamento épico. Nela transparece apenas uma melancolia serena ao contrário do tom de desespero que prevalecia na versão original. Chama a atenção no processo de depuração do poema, justamente o desejo de tentar amenizar o tom de “grelha em fogo” que comprometeria também suas composições poéticas iniciais.

No entanto, se considerarmos, como nos parece, que os poemas do Diário são parte essencial no conjunto da obra18, revelando processos psíquicos e reflexivos do narrador, não ocorreria a partir deste processo de reescritura do poema uma reelaboração da experiência subjetiva próxima a que ocorre nas memórias? Nesse sentido, vem à mente a clara distinção, fornecida por Georges Gusdorf, entre diário e memórias, que considera que no primeiro há a configuração de um eu em estado de conflito, atravessado por questionamentos e dúvidas, padecendo de suas dores ao mesmo tempo em que as registra; ao passo que nas memórias, este indivíduo já superou as adversidades que enfrentou, apresentando-se, portanto, de maneira serena e gloriosa19. Assim como se deu na poesia citada, na qual o autor só encontrou a posteriori o tom e o fecho adequados para a composição, em determinadas passagens do Diário temos a impressão de que o narrador buscou se distanciar adequadamente da matéria narrada, para poder, por fim, por meio da reescrita, imprimir a serenidade e harmonia que deixariam o texto mais próximo da forma cuidada das memórias do que propriamente do diário íntimo.

Igualmente curioso, nessas idas e vindas ao texto, é o processo de embaralhamento do tempo. Nas primeiras edições do Diário, o autor datava as notas somente com o dia e o mês

17 DII, p. 155.

18 Nesse sentido, parece-nos bastante inusitada a opção dos editores franceses do Diário, que publicaram apenas

as notas em prosa da obra, excluindo todos os poemas. Cf. En franchise intérieure. Pages du Journal 1933-1977. Tradução Claire Cayron. Paris: Aubier Montaigne; En chair vive. Pages de Journal 1977-1993. Tradução, apresentação, notas e index: Claire Cayron. Paris: Ibériques José Corti, 1997.

de registro. Ocasionalmente, registrava também o ano e a cidade de onde escrevia. Com o passar do tempo, e com a inusitada extensão dos anos de registros, surgem as primeiras confusões de datas. A nota de 1° de novembro de 1935, já citada anteriormente e repetida aqui, foi extraída da edição completa de 1999; no entanto, até a terceira edição do Diário I, ela aparecia com datação de 1° de novembro de 1933:

Vila Nova, 1 de Novembro de 1935 – Depois de dias como o de hoje tenho a sensação do vazio absoluto. Os amigos têm que fazer, os doentes têm que morrer, os livros parecem múmias, e a noite nem sequer traz sono. Louvados sejam os barulhos e as facadas da Central!20

A confusão de datas não compromete a interpretação do texto, pois a passagem, em suma, trata do sentimento de isolamento que persegue o narrador nos anos que permaneceu, como médico recém-formado, em Vila Nova. No entanto, a troca de datas, por distração ou retificação (?), revela uma faceta até então insuspeitada do Diário, principalmente para quem leu as últimas e bem cuidadas edições da Dom Quixote, a possível mobilidade que certas passagens podem ter ganhado dentro do texto, indicando que nem sempre a estrita observância ao calendário foi seguida no momento de organização para publicação.

Uma hipótese a ser considerada é a de que a maneira despreocupada de registrar as primeiras notas, posteriormente, tenha gerado confusão e insatisfação. Com intenção de dar certa ordenação linear, o autor corrigiu e estruturou o texto, eliminando as possíveis falhas deixadas pelo caminho. Semelhante procedimento parece estranho à concepção tradicional de diário íntimo, segundo os postulados de Didier, Gusdorf, Lejeune etc., mas estão perfeitamente em sintonia com o redirecionamento literário da forma a partir do final da década de 1930.

Diante da expectativa de um futuro leitor, os diários de Miguel Torga recebem um cuidadoso tratamento estético que parece desmentir o conceito de “escrita despreocupada” associado ao diário íntimo. Nesse sentido, a obra passaria a um novo patamar que Gusdorf chamaria de diário literário. Para o teórico, o diário íntimo torna-se literário no momento em que ele renuncia à regra da espontaneidade:

(...) revu, corrigé, amendé et expurgé, il a cessé d'être em toute liberté le journal proprement “intime” de son auteur au moment même où il est destiné à être mis sur le marché comme un produit de consommation courante, du vivant de celui qui l'a redigé, avec toutes les précautions indispensables en pareil cas. Ainsi appreté pour

être mis en circulation, le journal intime a chagé de sens, ou plutôt de emploi, en cessant d'être prevu pour une usage intime21.

Antes de ser posto em circulação, portanto, o diário precisa passar, necessariamente, por processos de revisão, correção, emendas, expurgos etc., que tentarão imprimir ao texto a feição de obra completa. No Diário torguiano, tais procedimentos de sutura podem ser perfeitamente verificados quando comparamos as primeiras edições da obra com a última edição22. Por certo, descobriríamos aspectos ainda mais reveladores acerca de seu processo de composição se ainda fosse possível consultar os manuscritos que o autor diligentemente destruiu.

Miguel Torga lamenta, ao publicar mais um livro de poemas, em 1942, o fato de poder enviá-lo apenas para as quatro ou cinco pessoas a quem oferecia, por amizade melancólica, seus escritos23. Em se tratando dos Diários, no entanto, parece não ter havido falta de leitores, como atestam as sucessivas edições dos volumes24. A boa recepção da obra, influenciada também pela voga da literatura intimista à época, intensifica a preocupação com o tratamento dado ao texto, que não poderia mais ser considerado simples fruto das tardes de ócio e noites de insônia. De certa forma, a recuperação literária que Miguel Torga realiza da tradição diarística parece indicar o processo dialético da literatura, mencionado por Compagnon, no qual “Cada obra nova provoca um rearranjo da tradição como totalidade (e modifica, ao mesmo tempo, o sentido e o valor de cada obra pertencente à tradição)”25.

21 GUSDORF, Georges. “Le journal: dire ma vérité”. In: Les écritures du moi (Lignes de vie I), cit., p. 326. Em

tradução livre: (...) revisto, corrigido, emendado e expurgado, ele abandona a liberdade do diário propriamente íntimo de seu autor no momento em que se destina a ser posto no mercado como um produto de consumo, ainda em vida daquele que o redige, com todas as preocupações indispensáveis neste caso. Assim, preparado para ser publicado, o diário íntimo muda de sentido, ou melhor, de emprego, deixando de ser concebido para uma utilização particular.

22 O depoimento do escritor e amigo Cristovão de Aguiar reforça essa impressão: “[Miguel Torga] Revia até a

exaustão. Nas tipografias onde imprimia a sua obra, sempre em edição de autor, os gerentes recusavam-se a fazer-lhe um orçamento prévio, porque, não raro, revia cinquenta vezes o mesmo exemplar”. In: Miguel Torga.

O lavrador das letras. Um percurso partilhado. Coimbra: Almedina, 2007, pp. 79-80. 23 DII, p. 163.

24 Conforme Isabel Ponce de Leão, em edição e expensas do autor, foram publicados os seguintes números de

edições da tríade inicial: vol. I, 5; vol. II, 4, vol. III, 3. Algumas tiragens chegaram a 15.000 exemplares. Três edições integrais dos diários foram publicadas pela Dom Quixote após a morte do autor (1995, 1999 e 2010) e uma pelo Círculo de Leitores (2001). In: A obrigação, a devoção e a maceração (o Diário de Miguel Torga), cit., p. 36.

25 COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: Editora UFMG,

2003, p. 34. Essa mesma ideia já havia sido formulada por T. S. Eliot em “Tradição e talento individual”. In: