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Existem muitos modelos de implantes disponíveis no mercado para aplicações clínicas específicas, com diâmetros e comprimentos variados. Estes desenhos podem ser, principalmente, implantes: standard, longos, curtos, largos ou estreitos (HASAN et al., 2010). Dependendo do fabricante, estes implantes estão disponíveis em diferentes geometrias, configurações de rosca e profundidade (BOURAUEL et al., 2012).

Um dos fatores relacionado à falha dos implantes é o comprimento, quanto menor, maior será o risco de falha (SENNERBY;ROOS, 1998; GOODACRE et al., 1999). A maxila pode ter uma quantidade insuficiente de osso para inserção de implantes longos, sendo um grande desafio cirúrgico-protético devido à qualidade óssea reduzida, pois geralmente apresenta osso tipos III e IV (CAPELLI et al., 2007). Muitas vezes, em áreas desdentadas da região anterior, os clínicos podem encontrar problemas como fossas nasais e baixa densidade do osso trabecular, restringindo severamente o número, posição, comprimento e largura dos implantes a serem utilizados (SAGAT et al., 2010). Nestas condições, são utilizados implantes curtos ou mais estreitos como estratégia alternativa de tratamento, evitando técnicas cirúrgicas avançadas (RENOUARD; NISAND, 2006).

Sob estas condições, o posicionamento de implantes curtos também tem sido sugerido como alternativa para as regiões com altura óssea limitada (TAWIL; YOUMNAN, 2003; RENOUARD; NISAND, 2006), embora haja aumento do risco se a relação coroa-implante exceder as orientações estabelecidas para os dentes naturais de 1:1 (SCHULTE et al., 2007). Herrmann et al. (2005) relataram uma taxa de sobrevida de 78,2% para implantes de 7mm, identificando diferenças significativas entre implantes de 7 e 10 mm, não sendo discriminada a arcada. Olate et al., (2010) relataram que implantes curtos apresentaram diferenças

estatisticamente significantes na perda precoce do implante quando comparado com implante longo, sendo o comprimento do implante mais importante que a largura.

Rubo et al. (2010) mostraram que a tensão diminuiu 14% com o aumento do comprimento do implante de 10mm para 13 mm, pois segundo Tada et al. (2003) os implantes curtos geram maior tensão e deformação no osso devido à menor área de contato na interface. Contudo, Petrie e Williams (2005) afirmaram que o aumento do comprimento do implante pode ajudar a diminuir a deformação do osso e a tensão máxima quando comparados com implantes curtos (DE CARVALHO et al., 2012). Segundo, Petrie e Williams (2005) o aumento do comprimento reduz 1,65 vezes a tensão na crista óssea, contudo, se o aumento do comprimento superar 60% da altura do osso esponjoso disponível, a redução não é significativa. No entanto, muitos autores afirmam que sob carga axial a variação de tensão não é significativa entre os diferentes comprimentos (IPLIKÇIOĞLU; AKÇA, 2002; PIERRISNARD et al., 2003; LIN et al., 2005).

Na literatura, do ponto de vista biomecânico, há um consenso de que o maior comprimento não é sinônimo de melhor desempenho clínico (ORTEGA-LOPES et al., 2012). Pierrisnard et al. (2003) em análise por elementos finitos observaram que as tensões por cisalhamento, durante forças oblíquas, concentraram-se nos 7mm iniciais do implante, sem apresentar diferenças associadas ao comprimento do implante. Segundo, Renouard e Nisand (2006), as falhas não podem ser atribuídas somente ao comprimento do implante (RENOUARD; NISAND, 2006).

Outra tendência, utilizada por alguns clínicos, é o emprego de implantes de diâmetro estreito, apesar de apresentarem taxa de sobrevida semelhante aos implantes regulares, as semelhanças não se estendem ao comportamento mecânico (ANDERSEN et al., 2001; ROMEO et al., 2006). Degidi et al. (2008) relataram taxa de sucesso de 99,4% para este tipo de implante, ao observarem implantes estreitos, menores que 3,75mm, durante 8 anos. Ocorreu maior sucesso com implantes de diâmetros maiores que 3,4mm. Andersen et al. (2001) reportaram taxa de sobrevida de 100% para implantes com diâmetro de 3,75mm durante um período de observação de 3 anos. No entanto, Renouard e Nisand (2006) consideraram implantes estreitos aqueles com diâmetro menor que 3,5mm.

Implantes estreitos, menores ou igual a 3,75 mm, possuem a vantagem de auxiliar o cirurgião no tratamento de defeitos ósseos, permitindo o posicionamento

ligeiramente para a lingual, prevenindo assim, a perfuração da delgada tabua óssea vestibular. A colocação ligeiramente para lingual também permite manter os contornos linguais praticamente sem alterações na reabilitação final (RODRÍGUEZ; ROSENSTIEL, 2012). No entanto, quando dois implantes de diâmetro estreito são utilizados para suportar uma prótese de três ou mais elementos, o resultado é o aumento da tensão e deformação do tecido circundante (CEHRELI; AKÇA, 2004).

A tendência dos clínicos de usar em implantes de maior diámetro, 4 mm ou mais, tem contribuído para espessura inadequada de tábua óssea vestibular ou recessão gengival (EVANS; CHEN, 2008). Contudo, quando a altura é limitada, o uso de implantes largos é recomendado para aumentar a área de contato na interface do osso com o implante (OKUMURA et al., 2010). Apesar que os implantes estreitos tem pouco reporte de falha na literatura, a indicação destes é apenas quando o local tiver pequena disponibilidade óssea para o posicionamento de um implante de diâmetro “standard” (OLATE et al., 2010). Degidi et al. (2007) não observaram diferenças significantes associadas à qualidade dos ossos maxilar e mandibular quando compararam a sobrevida de implantes estreitos e largos.

Com relação à tensão sobre o osso, implantes com geometrias diferentes, mas diâmetros semelhantes, aparentemente, não apresentaram nenhuma diferença nos níveis de deformação sobre o osso circundante, pois à medida que aumentou o diâmetro do implante a magnitude da tensão diminuiu (DEL VALLE et al., 1997).

O diâmetro do implante influencia a concentração de tensões no implante e osso circundante (AKÇA; IPLIKÇIOGLU, 2001). O aumento do diâmetro do implante, frente a uma mesma carga, diminui a tensão, tanto no implante como no osso perimplantar (HUANG et al., 2008; DING et al., 2009; OKUMURA et al., 2010; PELLIZZER et al., 2012). Implantes de maior diâmetro apresentam taxas de sucesso maiores porque dissipam as forças oclusais para o osso de forma mais eficaz , quando utilizados em arcos parcialmente desdentados (LEKHOLM et al., 1994; BAHAT; HANDELSMAN, 1996; AKÇA; IPLIKÇIOĞLU, 2001). Menores valores de tensão no osso e no implante são observados em implantes com maior diâmetro, sendo justificado pela melhor distribuição e maior área de contato entre o implante e osso perimplantar (QIAN et al., 2009; OKUMURA et al., 2010; CHU et al., 2012). Petrie e Williams (2005) concluíram que o aumento de diâmetro dos implantes diminui até 3,5 vezes a tensão na crista óssea, com melhor efeito para os implantes

curtos e cônicos, pois o diâmetro do implante predomina sobre o comprimento e conicidade. Kong et al. (2008) salientaram que o estreitamento do pescoço do implante induz distribuição mais favorável das tensões no osso.

No entanto, para um tratamento de reabilitação com sucesso, deve ser considerado também o volume ósseo e a forma do alvéolo no local de posição do implante (WAKIMOTO et al., 2012).

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