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Diabetes do tipo II

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2.5 Tipos de diabetes mellitus

2.5.2 Diabetes do tipo II

A diabetes do tipo II ´e uma doen¸ca heterog´enea resultante de defeitos gen´eticos, ambientais e metab´olicos, que contribuem para os defeitos chave: resistˆencia `a in- sulina e incapacidade de secre¸c˜ao compensat´oria de insulina pelas c´elulas beta (β) pancre´aticas. Este tipo de diabetes mellitus atinge principalmente pessoas que ul- trapassem a meia idade, por´em o aumento da taxa de obesidade que se vem vindo a constatar nos jovens adolescentes pode levar ao acr´escimo da probabilidade destes contra´ırem a doen¸ca.

Esta doen¸ca pode ser contra´ıda por raz˜oes gen´eticas, pessoas com antecedentes familiares da doen¸ca, ou por factores associados ao estilo de vida, como a dieta e o exerc´ıcio f´ısico (Kuzuya et al.,2002).

Por outro lado, a diabetes do tipo II ocorre quando o pˆancreas n˜ao produz insulina suficiente e o corpo humano apresenta resistˆencia `a ac¸c˜ao da insulina produzida. Em doentes diab´eticos do tipo II, os receptores celulares s˜ao menos sens´ıveis e mesmo que o pˆancreas continue a produzir uma pequena quantidade de insulina que ligar´a aos receptores, esta n˜ao ´e suficiente para habilitar a abertura dos canais de glicose. Como a resistˆencia `a insulina impede a entrada de glicose para as c´elulas musculares e a insulina n˜ao consegue evitar a produ¸c˜ao de mais glicose no f´ıgado existe uma grande probabilidade de ocorrerem epis´odios hiperglic´emicos, caracterizados pelo aumento excessivo da concentra¸c˜ao de glicose no sangue (Columbia Electronic Encyclopedia, 6th Edition, 2009).

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´e alterar o estilo de vida do doente em termos de actividade f´ısica e alimenta¸c˜ao saud´avel.

Caso no momento do diagn´ostico da doen¸ca os n´ıveis de glicose no sangue se verifica- rem demasiado elevados, o tratamento apropriado nesta situa¸c˜ao ´e a administra¸c˜ao de medica¸c˜ao oral (antidiab´eticos orais), para al´em da manuten¸c˜ao de uma dieta adequada e da pr´atica de exerc´ıcio f´ısico.

No entanto, nos casos em que a adop¸c˜ao dos tratamentos anteriores n˜ao melhora o estado cl´ınico do indiv´ıduo ser´a necess´ario o uso de insulina para permitir controlar os seus n´ıveis glic´emicos (Columbia Electronic Encyclopedia, 6th Edition,2009). As pessoas que podem correr risco de contrair a diabetes do tipo II s˜ao aquelas que padecem dos seguintes factores de risco: ´ındice de massa corporal excessivo, falta de exerc´ıcio f´ısico (sedentarismo), ´ındices de tens˜ao arterial e colesterol elevados, idade avan¸cada, hist´oria familiar de diabetes, hist´oria de diabetes gestacional ou pr´e- diabetes e pertencer a certas popula¸c˜oes ´etnicas de alto risco (como por exemplo africana, asi´atica ou hispˆanica) (Columbia Electronic Encyclopedia, 6th Edition,

2009).

Os sintomas da diabetes tipo I e II s˜ao semelhantes, sendo que a principal diferen¸ca entre eles se centra no facto dos sintomas da diabetes do tipo I surgirem de forma mais r´apida quando comparado com os da diabetes do tipo II. Deste modo, os sintomas da diabetes do tipo II consistem inicialmente na fadiga, mal-estar, infec¸c˜oes na pele ou na bexiga. Quando ocorrem epis´odios de hiperglicemia existe uma maior produ¸c˜ao de urina e perda de glicose atrav´es dela, levando `a origem de sintomas mais graves como ´e o caso da mic¸c˜ao excessiva, perda de peso, turva¸c˜ao visual, feridas de dif´ıcil cicatriza¸c˜ao, dormˆencia nos p´es e sede/fome extrema (Columbia Electronic Encyclopedia, 6th Edition, 2009).

2.5.3

Diabetes do tipo III ou diabetes gestacional

Uma das complica¸c˜oes mais comuns durante a gravidez consiste na diabetes mellitus gestacional (DMG). As estat´ısticas demonstram que cerca de 5% das mulheres de- senvolvem esta doen¸ca durante a sua gravidez. Nestes casos, a diabetes gestacional pode surgir em mulheres durante a 24◦ e a 28semana de gesta¸c˜ao, sendo na maior

parte dos casos tempor´aria e desaparecendo com a conclus˜ao do per´ıodo de gesta¸c˜ao. Estas poder˜ao nunca ter sofrido de diabetes, mas durante a gravidez apresentam concentra¸c˜oes de glicose no sangue superiores ao considerado normal. Mais tarde, as mulheres que sofreram de diabetes gestacional poder˜ao desenvolver diabetes do tipo II e at´e do tipo I, mesmo apresentando melhorias de intolerˆancia `a glicose depois do parto (Kuzuya et al., 2002).

Durante a gravidez, a placenta fornece ao feto nutrientes e ´agua oriundos da cir- cula¸c˜ao da m˜ae. Para al´em disso, esta ainda produz hormonas, vitais para a pre- serva¸c˜ao da gravidez, que s˜ao posteriormente transportados no fluxo sangu´ıneo e que interferem com a capacidade do corpo em utilizar a insulina, oferecendo resistˆencia `a insulina produzida de forma normal pelo pˆancreas. Deste modo, `a medida que a placenta cresce existe uma maior produ¸c˜ao dessas hormonas, aumenta a resistˆencia `a insulina produzida pelo pˆancreas.

A glicose que continua a circular no fluxo sangu´ıneo da m˜ae pode atravessar a placenta e originar complica¸c˜oes de sa´ude s´erias ao beb´e. Os rec´em-nascidos nestas circunstˆancias poder˜ao sofrer de macrossomia fetal, uma doen¸ca caracterizada pelo excesso de peso do rec´em-nascido, ou de hipoglicemia, rec´em-nascidos com n´ıveis de glicose demasiado baixos. Para al´em destes factores, estes rec´em-nascidos apre- sentam uma grande probabilidade de mais tarde desenvolver diabetes do tipo II (American Diabetes Association, 2004).

No entanto, as gr´avidas com diabetes gestacional poder˜ao dar `a luz beb´es saud´aveis caso satisfa¸cam parˆametros essenciais, como ´e o caso de controlar os n´ıveis de glicose no sangue, seguir uma dieta saud´avel, praticar exerc´ıcio f´ısico, manter um peso

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saud´avel e ir ao m´edico regularmente.

As mulheres que apresentam maiores probabilidades de desenvolvimento desta doen- ¸ca s˜ao aquelas que sofrem de obesidade, tˆem hist´oria familiar de diabetes, excesso de fluido amni´otico (fluido que envolve o embri˜ao e preenche a bolsa amni´otica) ou idades superiores a 25 anos. Tamb´em aquelas mulheres cujas gravidezes anteriores resultaram num aborto, morte intra-uterina, morte neonatal, nascimento de um beb´e com excesso de peso (mais de 4 kg) ou com deficiˆencias, tˆem maior probabilidade de contrair diabetes gestacional (American Diabetes Association, 2004).

Os sintomas da diabetes gestacional s˜ao muito semelhantes aos da diabetes do tipo II, sendo os mais comuns a fadiga, as mic¸c˜oes frequentes, aumento da sensa¸c˜ao de sede e fome, turva¸c˜ao visual, feridas de dif´ıcil cicatriza¸c˜ao, infec¸c˜oes na pele, sensa¸c˜ao de formigueiro nos p´es e perda de peso.

2.5.4

Diabetes do tipo IV ou diabetes secund´aria

Os casos de diabetes secund´aria s˜ao normalmente todos aqueles que n˜ao s˜ao classi- ficados como diabetes do tipo I, tipo II ou gestacional, geralmente provocados por factores n˜ao gen´eticos, ou ambientais. A diabetes secund´aria tamb´em pode ser ori- ginada pela ausˆencia do tecido pancre´atico, respons´avel pela produ¸c˜ao de insulina, quando destru´ıdo por uma outra doen¸ca. Enquanto alguns desses casos podem ser tempor´arios com o tratamento da sua condi¸c˜ao de origem, existem outros que se podem tornar cr´onicos dependendo da causa subjacente (Howard,2007).

A diabetes mellitus secund´aria refere-se essencialmente a concentra¸c˜oes elevadas de glicose no sangue provocada por outras condi¸c˜oes m´edicas, como ´e o caso de algumas doen¸cas: traumatismos, pancreatite cr´onica (reac¸c˜ao inflamat´oria cr´onica do pˆancreas causada por toxinas como o ´alcool em excesso), remo¸c˜ao cir´urgica do pˆancreas, medicamentos ou substˆancias qu´ımicas (Howard, 2007).

Por vezes, o diagn´ostico de diabetes secund´aria torna-se dif´ıcil, uma vez que os sintomas se revelam bastante semelhantes aos dos outros tipos de diabetes prim´arias.

Deste modo, os casos de diabetes secund´aria que se caracterizam pela resistˆencia `a insulina s˜ao inicialmente diagnosticados como diabetes do tipo II.

Os sinais e sintomas desta variante da doen¸ca s˜ao geralmente semelhantes aos das diabetes do tipo I e II, como ´e o caso da mic¸c˜ao excessiva, sede e fome extrema, perda anormal de peso, fadiga elevada, infec¸c˜oes frequentes, feridas de cura dif´ıcil e lenta, perda de vis˜ao e cansa¸co (Howard, 2007).

2.6

Pr´e-diabetes

A pr´e-diabetes consiste numa condi¸c˜ao assintom´atica, conhecida tamb´em por “dimi- nui¸c˜ao da tolerˆancia `a glicose” (IGT - Impaired Glucose Tolerance) ou “diminui¸c˜ao da tolerˆancia em jejum” (IFG - Impaired Fasting Glycaemia), originada quando o corpo humano n˜ao possui a capacidade de utilizar adequadamente a insulina pro- duzida pelo pˆancreas. Esta incapacidade dificulta a entrada da glicose nas c´elulas, provocando um aumento dos n´ıveis de glicose no sangue (Li et al., 2009).

Apesar da pr´e-diabetes se caracterizar pelo n´ıveis de glicemia superiores ao nor- mal, estes n˜ao s˜ao suficientemente elevados para poderem ser diagnosticados como diabetes do tipo II (Unwin et al., 2002).

Geralmente, este estado cl´ınico ´e originado pela obesidade e excesso de peso pro- vocado muitas vezes pela falta de actividade f´ısica e escolhas de alimenta¸c˜ao pouco saud´aveis, hist´oria familiar de diabetes ou m´ultiplos factores de risco cardiome- tab´olicos (Li et al., 2009).

Apesar de existirem pessoas pr´e-diab´eticas que ap´os a adop¸c˜ao das respectivas me- didas de preven¸c˜ao, associadas principalmente `a perda de peso, voltam a possui n´ıveis de glicose normais, tamb´em se verificam casos em que no futuro ocorre um desenvolvimento da doen¸ca para diabetes do tipo II. Deste modo, a pr´e-diabetes consiste na primeira etapa para o desenvolvimento da diabetes, funcionando como um estado intermedi´ario entre o estado cl´ınico normal e a diabetes do tipo II (Unwin

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