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Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento Sanitário

No documento P4 DIAGNÓSTICO SETORIAL (páginas 35-45)

3.1. Situação dos Serviços de Esgotamento Sanitário

De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a situação dos serviços de esgotamento sanitário do Município de Carangola está descrita na Tabela 6 e no Gráfico 2, onde se observa que aproximadamente 70% dos domicílios são atendidos por rede geral de esgoto ou pluvial.

Tabela 6: Destino dos esgotos sanitários

Descrição Domicílios

Rede Geral de Esgoto ou Pluvial 7.615

Fossa Rudimentar 467

Fossa Séptica 191

Rio, lago ou mar 2.221

Vala 303

Não tinham banheiro nem sanitário 11

Outro 128

Fonte: IBGE 2010

Gráfico 2 Atendimento de esgotamento sanitário

3.2. Cobertura e Atendimento dos Serviços de Esgotamento Sanitário

Segundo o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2011, os serviços de esgotamento sanitário do Município de Carangola estão sob a responsabilidade do Serviço Municipal de Saneamento Básico e Infraestrutura (SEMASA) e o percentual da população total com coleta do esgotamento pela autarquia municipal é de 58%, enquanto que apenas 6,1% deste esgoto coletado recebe tratamento, porém de acordo com informações levantadas em visita técnica em 20 de fevereiro de 2014, 18% do esgoto produzido é tratado.

3.3. Estrutura Existente do Sistema de Esgotamento Sanitário

O sistema de tratamento dos esgotos sanitários de Carangola possui uma Elevatória de Esgoto Bruto (EEB) e uma ETE que faz o tratamento primário de esgoto. A coleta de esgotos na área urbana encontra-se parcialmente resolvida com o afastamento dos efluentes pelas redes de esgoto. Verifica-se em Carangola o direcionamento de parte do efluente a uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) como forma de evitar o lançamento nos rios, córregos e ribeirões da região. Outra parte é lançada sem tratamento em cursos d’água da região como o Rio Carangola, como no Distrito de Alvorada. Áreas mais afastadas utilizam as fossas como soluções individuais. Não foi constatada na visita de campo nenhuma vala negra. O esquema geral dos efluentes no Município de Carangola com os equipamentos responsáveis pode ser compreendido pela Figura 25.

Figura 25: Esquema do sistema de esgotamento sanitário de Carangola Fonte: Conen

3.3.1. Coleta e Transporte

No Município de Carangola foi verificada a existência de rede coletora do tipo separador absoluto, em concordância com as diretrizes de saneamento básico. O transporte se dá em sua maioria por gravidade, havendo uma estação elevatória de esgoto (Figura 26).

Figura 26: Estação elevatória de esgoto (EEE) Fonte: Conen

Foram relatadas dificuldades com a manutenção frequente das redes de esgotos, possivelmente devido à utilização inadequada dos sanitários com a disposição de lixo e outros materiais por parte da população.

3.3.2. Tratamento

O Município de Carangola possui em seu sistema de esgotamento sanitário uma ETE que faz o tratamento primário de 30 L/s de efluente com uma eficiência de 86%. A ETE possui 02 reatores e um queimador de gás desativado. As análises de DBO/DQO são feitas mensalmente no laboratório adjacente à ETE.

A estrutura da ETE conta com o tratamento preliminar pela grelha e desarenador. Nesta fase os sólidos em maior dimensão carregados pelo esgoto são retidos pela grade e os detritos minerais inertes ficam depositados na caixa de areia, chamada de desarenador.

bactérias contidas no tanque possam estabilizar a matéria orgânica. As reações químicas e biológicas no efluente possibilitam a separação de gases que são enviados ao queimador de gás e a sedimentação dos sólidos (biomassa). O processo no RAFA permite o descarte do lodo e a retirada da escuma.

O processo seguinte na ETE é a disposição do resíduo no leito de secagem. A exposição ao ambiente fara com o sólido se separe da parte líquida, fazendo diminuir o volume de sólidos. O lodo seco ao final do processo é enterrado em uma área adjacente à ETE. Sua localização se encontra apresentada no Mapa Identificação da ETE.

Figura 27: ETE Carangola Fonte: Conen

Figura 28: Tratamento preliminar – grelha e desarenador

Fonte: Conen

Figura 29: Tratamento preliminar - calha Parshall Fonte: Conen

Figura 30: ETA Carangola – RAFAs Fonte: Conen

Figura 31: Mapa das estruturas vinculadas ao esgoto de Carangola

3.3.3. Lançamento e Corpo Receptor

Embora Carangola possua a ETE como destinação do efluente da cidade, a equipe técnica de visita pode observar lançamentos de esgotos in natura que ocorrem de forma individual ou coletiva em praticamente todos os cursos d’água do município, conforme pode ser observado nos registros de campo (Figura 38 a Figura 41). No Distrito de Alvorada também há lançamento de esgoto in natura nos corpos hídricos da localidade (Figura 36).

Figura 32: Lançamentos de esgoto no Rio

Carangola Fonte: Conen

Figura 33: Lançamentos de esgoto no Rio

Carangola Fonte: Conen

Figura 34: Lançamentos de esgoto no Rio

Carangola Fonte: Conen

Figura 35: Lançamentos de esgoto no Rio

Carangola Fonte: Conen

Figura 36: Lançamento de esgoto in natura no Distrito de Alvorada Fonte: Conen

3.4. Levantamento de Estudos, Planos e Projetos

Foi relatado à equipe técnica durante a visita a campo que há um projeto aprovado pela FUNASA de expansão do sistema de esgotamento sanitário. Este projeto conta com a construção de mais dois RAFAs na área da ETE e 1,5 km de interceptores e o valor de projeto aprovado seria de R$2,884 milhões. O projeto não foi disponibilizado pela prefeitura. Além disso, planeja-se a construção de estação elevatória de esgoto bruto, com vazão de 65 L/s e construção do sistema de esgotamento sanitário para bairro Vitória.

De acordo com a FUNASA, há o projeto (MG1507112202) de melhorias sanitárias domiciliares em fase de licitação que foi aprovado com o valor de R$500.000,00.

3.5. Informações da Gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário

O órgão municipal responsável pela gestão dos serviços esgotamento sanitário é a própria prefeitura pela autarquia municipal SEMASA, representada durante o levantamento de informações pelo engenheiro responsável Eduardo Nunes da Rosa.

De acordo com informações do CISAB1 (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Zona da Mata de Minas Gerais), atualmente o município conta com um quadro de 68 funcionários para os serviços de água e esgoto.

3.6. Regulação e Gestão da Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário

Não foi indicado nenhum órgão ou agência reguladora dos serviços de esgotamento sanitário no nível de administração pública.

Por outro lado, a sociedade civil também tem seus próprios meios de contribuir na gestão da qualidade através do controle social por meio de conselhos e associações específicas no tema e correlatos.

3.7. Legislação Específica

Neste tópico são abordadas as principais legislações que tem influência direta sobre o esgotamento sanitário nas esferas federal, estadual e municipal.

3.7.1. Legislação Federal

• DECRETO FEDERAL Nº 7.217, DE JUNHO DE 2010 - Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5

• LEI FEDERAL Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007 - A Lei referida estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico bem como as diretrizes para a política federal de saneamento. Define a titularidade dos serviços de água e esgoto, o ente responsável pela regulação e fiscalização, fixa direitos e deveres dos usuários, incentiva a eficiência dos prestadores, possibilita e é clara quanto à obrigatoriedade de conexão às redes de abastecimento de água e de esgoto, de acordo com o artigo 45.

• LEI Nº 5.318, DE 26 DE SETEMBRO DE 1967 - Dispõe sobre a Política Nacional de Saneamento.

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 375, de 29 de agosto de 2006 - Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências.

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 377, DE 9 DE OUTUBRO DE 2006 - Dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário.

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 380, de 31 de outubro de 2006 - Retifica a Resolução CONAMA no 375/06 – Define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências. Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais - ARSAE-MG, e dá outras providências.

• DECRETO Nº 45.137, DE 16 DE JULHO DE 2009 - Cria o Sistema Estadual de Informações sobre Saneamento - SEIS, e dá outras providências.

• DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 128, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008 - Altera prazos estabelecidos pela Deliberação Normativa COPAM 96/2006 que convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos.

• DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 96, DE 12 DE ABRIL DE 2006 - Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos.

3.7.3. Legislação Municipal

Art. 225 - São vedados no território municipal:

I - o lançamento de esgotos sanitários, industriais ou domésticos "in natura", em qualquer corpo d'água, sem prévio controle e aprovação da entidade municipal responsável pelo saneamento básico; básico do município oriundos da esfera estadual e federal.

[...]

3.8. Estrutura Financeira e Tarifária

A tarifa cobrada pelo serviço de esgotamento sanitário é de 30% do valor cobrado pelo abastecimento de água em Carangola.

3.9. Estrutura Orçamentária e Capacidade de Investimento

3.10. Recomendações

Em função do diagnóstico da situação existente no esgotamento sanitário no município observa-se que na área de saneamento o tratamento dos efluentes é o maior desafio a ser trabalhado. Apesar do tratamento existente, grande parte dos efluentes domésticos ainda são lançados in natura nos córregos e rios do município, o que é um grande risco a saúde pública e que precisa ser erradicado.

Ainda, para o planejamento e gestão dos serviços da forma mais eficiente é necessária à elaboração e implementação do Plano Diretor, norteador das ações de ocupação e uso do solo, a fim de se garantir o crescimento saneado do município.

No documento P4 DIAGNÓSTICO SETORIAL (páginas 35-45)