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4. COMO CONSTITUIR UMA EMPRESA / ABRIR A PRÓPRIA

4.1 DIFERENÇAS ENTRE NOME EMPRESARIAL E MARCA

Os atores que interagem com a constituição de uma empresa devem se ater a clausula contratual na qual venha bem explicado o que venha a ser nome empresarial – terá proteção na jurisdição de cada Junta comercial- e a marca a qual terá proteção nacional. Segue abaixo um quadro comparativo entre estes dois institutos.

Elementos de identificação do empresário/empresa

Nome empresarial Marca

Diferente objeto semântico – identifica o sujeito de direito (empresário, pessoa física, pessoa jurídica)

Identifica direta e ou indiretamente produtos ou serviços

Órgão registratário: Junta Comercial www.jucese.se.gov.br

Órgão registratário: INPI – www.inpi.gov.br Âmbito territorial da tutela: Limites do Estado

(estadual) (lei 8934/94, arts 33 e 34 ,art. 1166 do CC e IN - DNRC nº 104, art. 11 e parágrafos)

Âmbito territorial da tutela: Nacional

Âmbito material: protegido independente do ramo de atividade – impedir a confusão entre consumidores e preservar a reputação do empresário/sociedade empresária

Âmbito material: restrita em razão do princípio da especialidade no segmento dos produtos e serviços passíveis de confusão. Exceção: marca de alto renome ( abrange todas as classes)

Âmbito temporal: tempo indeterminado – embora em plena atividade

Âmbito temporal: 10 anos, renovável Art. 133-141 da LPI

Espécies: Firma ou razão social Denominação

Eireli

Diferenciam-se quanto á estrutura e função

Espécies: nominativa, figurativas, mistas e tridimensionais; (marcas não registráveis – marcas heterodoxas – olfativas, sonoras e degustativas) Arts. 122 – 126 da LPI

Quanto à estrutura da firma: base um nome civil; d denominação: qualquer expressão lingüística – exteriorização da atividade econômica;

Registro: condições: novidade relativa; não colidência com a notoriamente conhecida; desimpedimento (Art. 124 da LPI)

Princípios da veracidade e da novidade – art. 1163 do cc Lei 8934/94

Pode licenciar o seu uso – averbação no INPI para ter efeito erga hommes

Nome empresarial/título de estabelecimento/concorrência desleal

Direito de Precedência de registro ao usuário de boa fé – prazo anterior a 06 meses

Quadro Comparativo 02 (Fonte: Carla Eugênia Caldas Barros)

Concomitante a todas estas formalidades legais junto à Junta Comercial, deverá o empresário/empreendedor, praticar outras pesquisas, dentre elas, enumeramos algumas abaixo:

1. Pesquisar junto à Prefeitura Municipal e ou outros órgãos competentes, onde for instalar o empreendimento, sobre as exigências quanto à localização e sobre a regularização do imóvel para futuramente obter o alvará de funcionamento. Logo, já tendo definido o ramo de atividade e o município onde vai se localizar tal empresa, tem que se pesquisar o PDU (Plano Diretor Urbano) do município escolhido, para verificar quais são as regiões do município em que aquela atividade pode ou não ser exercida;

2. No caso de serem instaladas placas de identificação do estabelecimento, será necessário verificar o que determina a legislação local sobre o licenciamento das mesmas;

3. Também verificar as exigências da Vigilância Sanitária, e Ambiental, assim como o Tráfego de Veículos Pesados e de Conselho de Classe. Neste último caso, se a atividade principal exija habilitação profissional específica;

4. Se o imóvel for alugado, providenciar o contrato de locação devidamente registrado no Registro de Títulos e Documentos;

5. É extremamente importante que o empreendedor esteja a par do Código de Defesa do Consumidor para melhor adequar seus serviços às normas estabelecidas. Segue abaixo quadro tratando da responsabilidade civil do fornecedor perante o consumidor.

Responsabilidade civil por vício de produto e ou serviço

Responsabilidade civil Prazo de reclamação pelo consumidor: 30 dias e 90 dias Responsabilidade concorrente na cadeia do fornecimento A solidariedade na cadeia do fornecimento

Responsabilidade subsidiária do empresário direito de regresso

Direitos do Consumidor perante o fornecedor

Prazo para o exercício de reclamar por vícios Espécies de prazos

Opções do consumidor: - Saneamento do vício - Redução do prazo - Produto essencial

- Impossibilidade de substituição de bem - Produtos in natura Vício e defeito – distinção Responsabilidade objetiva Defeitos – art. 12 a 20 O defeito pressupõe o vício;

Há vício sem defeito, mas não há defeito sem vício;

É o vício acrescido de um problema extra; causa dano bem maior que o simples mau funcionamento;

O defeito causa além do dano do vício; outro ou outros danos ao patrimônio jurídico e ou moral e ou estético e ou à imagem do consumidor...

O defeito vai além do produto – pelo efeito e pelo resultado extrínseco causado pelo problema que se poderá detectar o defeito; o acidente de consumo está relacionado ao defeito;

Bastará o nexo causal entre o defeito do produto ou serviço e o acidente de consumo;

O Vício do produto e vício redibitório – distinção

- lembra vício redibitório mas não se confunde com o vício oculto - são as características de qualidade ou quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ao consumo a que se destinam e também que lhe diminuam o valor;

- os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária;

- o produto não funciona adequadamente;

- produto funcione mal, como televisão sem som, automóvel que morre toda hora;

- riscos na lataria, mancha no terno;

- que não estejam de acordo com as informações: saco de 5 kg e só tem 4,8 kg;

Serviço insuficiente e ou inadequado;

Vícios ocultos – são aqueles que só aparecem algum ou muito – tempo depois do uso;

Aparente prazo de validade é garantia de mão dupla:

a) garante ao consumidor que o produto até a data marcada encontra-se em condições adequadas ao consumo;

b) garante o fabricante, produtor, importador ou empresário que após a data marcada, o risco de consumo é do consumidor;

c) prazo para saneamento do vício – 30 dias – eventuais ônus surgirão após os 30 dias se o serviço de saneamento do produto não tiver sido feito;

d) se não for sanado nos 30 dias, tem o consumidor o direito a: Art. 18, I, II, II e parágrafo 1º

proibição de posição substituição do produto; efeitos ex tunc – retorna-se ao início da relação; abatimento proporcional do preço;

cumulação de alternativas; substituição do produto;

solicitar por escrito a substituição das peças, para obstar o prazo decadencial;

Quadro Comparativo 03 (Fonte: Carla Eugênia Caldas Barros)

Outras demais pesquisas devem ser realizadas, a depender do ramo de atividade a ser exercida pela empresa em constituição, segue exemplos:

1) Caso o empresário decida por constituir uma sociedade não empresária, os documentos a serem apresentados no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas são estes:

O pedido de arquivamento de contrato constitutivo será instruído com os seguintes documentos:

a) Quatro vias do contrato social, com todas as folhas autenticadas pelos sócios, devendo a última ser assinada por todos os sócios e por duas testemunhas, com todas as firmas reconhecidas.

b) Cópia do R.G. e Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) dos sócios. c) Pagar taxa de Constituição da sociedade.

d) Comprovante de Endereço e) Telefone

f) Certidão negativa na receita federal

Documentos a serem apresentados na Receita Federal para obter CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica):

a) Consulta Prévia, da situação dos sócios, em impresso próprio da Receita; b) Contrato Social Registrado tanto no original como em fotocópia;

c) CIC E RG dos sócios (cópia autenticada);

d) FCPJ – Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica em duas vias, Anexo II, e) Quadro Societário Anexo III;

f) Ficha Complementar, Anexo IV, Comprovante de residência dos sócios (1 cópia e o original) ou Declaração de Residência; Comprovante de entrega da Declaração do Imposto de Renda ou Declaração de Isenção dos últimos cinco anos ou declaração de isenção; Fotocópia autenticada do IPTU da sede.

O pedido de inscrição será deferido caso não exista nenhuma pendencia em relação aos sócios da pessoa jurídica. Caso não exista, poderá ser entregue, em caráter temporário, que não pode exceder a 60 dias, o comprovante provisório de Inscrição no CNPJ.

Documentos Exigidos pela Receita Federal, para a Inscrição no CNPJ:

IPI

Imposto sobre Produtos

Industrializados

Imposto pago pelas indústrias, importadores e equiparados.

IRPF Imposto de Renda Pessoa Física

Imposto incidente sobre os rendimentos auferidos pela pessoa física.

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

Imposto incidente sobre o lucro (Presumido ou Real) da pessoa jurídica.

ISS Imposto Sobre

Serviços

Imposto cobrado pelas prefeituras municipais, incidente sobre o valor do serviço prestado.

LOA Livro de Apuração do Lucro Real

Livro utilizado para conciliar a diferença entre o lucro contábil e o lucro utilizado para recolhimento do Imposto de Renda e Contribuição Social.

PIS Programa de

Integração Social

Contribuição calculada sobre receitas auferidas nas empresas(com fins lucrativas) ou sobre a folha de pagamento(nas em

TFA Taxa de Fiscalização de Anúncio

Taxa que deve ser recolhida por toda pessoa jurídica que mantém algum tipo de anúncio.

TFE Taxa de Fiscalização de Estabelecimento

Taxa anual arbitrada pela Prefeitura Municipal relativa ao estabelecimento da empresa de acordo coma atividade principal

Quadro Demonstrativo 01 (Fonte: Carla Eugênia Caldas Barros)

Documentos a serem apresentados na Prefeitura:

a) Guia de Cadastro GDC para obtenção da Inscrição Municipal (CCM); Contrato social registrado; CIC e RG dos sócios (cópia autenticada); IPTU da sede da empresa; Registro do sócio responsável no Conselho Regional, quando a atividade exigir; Livros fiscais; Requerimento para obtenção do Alvará de Funcionamento.

a) Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS – de acordo com a atividade exercida;

b) Taxa de Fiscalização e Localização, Instalação e Funcionamento (TLIF); Taxa de Fiscalização de Anúncios (TFA), caso exista anúncio ou placas; c) IRPF – Declaração anual

Previdência - Recolhimento mensal:

a) INPI– através de GRCI, recolhimento obrigatório, conforme a tabela publicada em jornais.

Registro de sociedade empresária perante o Registro Mercantil:

O registro da sociedade empresária é feito na Junta Comercial e deverá seguir os seguintes passos:

Uma vez escolhido o tipo de empresa, o próximo passo consiste em escolher o nome ou denominação social da empresa e fazer o pedido de busca prévia, junto a JUCESE. Esta busca prévia é realizada mediante o pagamento de uma taxa.

O Contrato Social em 3 (três) vias, todas as folhas deverão ser rubricadas e a última folha deverá ser assinada pelos sócios, testemunhas e dado o visto por um advogado caso a sociedade seja constituída em Limitada.

Este contrato deverá ser entregue na JUCESE juntamente com os documentos abaixo relacionados.

a) Ficha de Cadastro, em 2 (duas) vias – modelo 1;

b) Ficha de Cadastro, em 2 (duas) vias, para cada sócio – modelo 2; c) Requerimento Padrão (capa da JUCESE) e protocolo;

d) Declaração de Microempresa, em 3 (três) vias; e) Fotocópia autenticada do C.P.F. e R.G. dos sócios;

f) Fotocópia autenticada do comprovante de residência dos sócios (conta de luz, com no máximo 60 dias da data);

g) Fotocópia autenticada do IPTU, do imóvel sede da firma; h) Pagamento da taxa da JUCESE;

i) Pagamento da taxa de constituição da sociedade (DARF cod. 6621). j) Indicação do CNAE

k) Registrar no respectivo Conselho de Classe - procurar Conselho Regional caso a atividade Empresa principal exija habilitação profissional específica;

l) Inscrição na Secretaria Municipal de Fazenda; m) Obtenção do Alvará de Funcionamento. n) Aquisição e autenticação de livros fiscais;

o) Impressão de Notas Fiscais - a autorização para emitir notas fiscais é concedida pelo Posto Fiscal da Secretaria da Fazenda de sua jurisdição ou pela Prefeitura no caso de Empresas de Serviços;

A sociedade empresária só poderá dar entrada em seu registro na junta comercial, identificando o código de atividade econômica estabelecido pelo IBGE. Trata-se de pesquisa pelo sistema CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e este sistema de busca permite:

Pesquisar códigos ou atividades econômicas na CNAE. O usuário pode encontrar, a partir da digitação da descrição de uma dada atividade ou de uma palavra- chave, os códigos das classes CNAE ou subclasses CNAE, que contêm as palavras digitadas, ou a partir da especificação de um código, o conjunto de atividades a ele associadas;

Indicar a posição de cada código na estrutura da CNAE, incluindo o desdobramento de subclasses CNAE e as Notas Explicativas de seu conteúdo.19

Caso for realizar a Abertura de Empresas Virtuais, é preciso também registrar o domínio (.com.br) na Internet e como também é necessário ter uma empresa legalmente registrada na Receita Federal este registro de domínio dar-se-á na FAPESP, que informará se o domínio está disponível para o registro. Quanto às taxas de registro em relação aos domínios nacionais (.com.br) , estas serão cobrados pelo Registro.com através de boleto bancário On-Line enviados por e-mail a seus respectivos responsáveis.

As taxas referentes aos domínios internacionais (.com) devem ser pagas diretamente à Prohostque cuidará destes encargos. Deverá a empresa apresentar a cópia autenticada do CNPJ.

Passos para inscrição na Secretaria da Fazenda:

A inscrição na Secretaria da Fazenda Estadual é necessária ao contribuinte do ICMS e deve ser feita no Posto Fiscal da Jurisdição do estabelecimento. Serão solicitados os seguintes documentos:

a) Declaração Cadastral (DECA) em 5 vias;

b) Declaração para Codificação de Atividade Econômica (DECAE); c) Folha de codificação que acompanha a DECAE;

d) Livro Modelo 6;

e) Original e Fotocopia autenticada do Contrato Social registrado na JUCESP; f) Original e Fotocopia do CNPJ;

g) Fotocópia autenticada do R.G. e C.P.F. dos sócios;

h) Fotocópia autenticada do comprovante de residência dos sócios;

i) Fotocópia autenticada do IPTU da sede, ou contrato de locação do imóvel devidamente registrado em cartório;

j) Alvará de Funcionamento da Vigilância Sanitária de empresas de fabricação, distribuição e importação de produtos alimentícios e medicamentosos de uso humano, saneantes, imunobiológicos, cigarros etc.;

k) Licença da DESO, quando se tratar de indústria; l) Pagamento da taxa de inscrição.

Inscrição na Prefeitura Municipal de Aracaju:

a) Entregar em 2 (duas) vias a Guia de Dados Cadastrais (GDC), para obtenção do C.C.M;

c) Original e fotocópia do contrato social registrado em cartório; d) Fotocópia autenticada do C.P.F. e R.G. dos sócios;

e) Fotocópia autenticada do IPTU da sede;

f) Fotocópia autenticada do contrato de locação do imóvel sede, registrado em cartório;

g) Livros Fiscais modelos 51 e 57;

Observação: Junto com a liberação do C.C.M., será entregue a Guia para o pagamento da Taxa de Fiscalização de Localização, Instalação e Funcionamento (TLIF), de posse desta documentação deverá ser providenciado o Alvará de Funcionamento junto a Administração Regional.

h) Além de registro no Ministério da Saúde (para produtos industrializados com marca própria nas áreas alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos) ; Tratando-se de microempresa, há a redução de 95% do valor.

j) Programa de proteção de riscos ambientais (PPRA) – recolhida a entidades que fiscalizam riscos ao meio-ambiente nas instalações da empresa.

k) Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) – atestam o perigo à saúde dos funcionários da empresa.

l) Inscrição no SIMPLES - A condição básica é o limite do faturamento bruto no ano calendário, fixado pela Receita Federal através de instrução normativa (ver: 24/2001).

m) Inscrição no Ministério do Trabalho e nos órgãos de fiscalização tributária;

O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), por intermédio das juntas comerciais, bem como os cartórios de registro civil de pessoas jurídicas, prestarão obrigatoriamente á SRFB todas as informações referentes aos atos constitutivos e alterações posteriores, relativos a empresas neles registradas, sem ônus para a SRFB.20 .

Os atos arquivados na junta comercial são públicos, acessíveis a qualquer interessado, podendo ele obter certidões, consultar os documentos arquivados, mediante pagamento de taxas (art. 29, Lei de Registro de Empresas).

Últimas providências

Depois de finalizar o processo de registro, qualquer tipo de empresa precisa inda cuidar de sua inscrição no INSS e no sindicato patronal e obter a autorização para impressão de notas fiscais na secretaria estadual da Fazenda, no caso de empresas mercantis, e na prefeitura quando se tratar de prestadora de serviços, a fim de poder imprimir talões de notas fiscais. Normalmente, as gráficas cuidam dessa autorização, desde que o empresário apresente o Livro de Autorização para Impressão de Documentos Fiscais. Por último, será necessário comprar os livros fiscais. As microempresas estão dispensadas da escrituração de alguns livros úteis, mas não da escrituração comercial completa.

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