• Nenhum resultado encontrado

2 METODOLOGIA

4.2 Gestão das ações de extensão

4.2.1 Dificuldades na execução das ações de extensão

Os alunos respondentes da pesquisa, ao serem questionados sobre se houve alguma dificuldade durante a execução das ações de extensão, 33,3% mencionaram que tiveram sim, conforme pode-se verificar no gráfico abaixo.

Gráfico 14: Dificuldades enfrentadas nas ações de extensão

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

As principais dificuldades elencadas pelos alunos foram as seguintes:

Há uma carência na infraestrutura do local onde ocorre os encontros do projeto de extensão bem como os materiais que são ocupados há ausência ou os que são disponibilizados possuem problemas. Também para mim foi difícil o deslocamento até a comunidade (Aluno SUP06).

Dificuldade de deslocamento muitas vezes se fez pertinente, pois a escola em que íamos era muito longe da minha casa (Aluno SUP08).

No geral, conseguimos executar o projeto. Porém, se tivéssemos uma infraestrutura melhor nas escolas aplicadas (como sala de informática com computadores em condições de uso) e disponibilidade de alguns materiais no IFFar seria melhor (Aluno SUP11).

As dificuldades mencionadas pelos alunos referem-se à falta de infraestrutura adequada para a realização das atividades planejadas nas Instituições e/ou comunidades, em que realizaram as ações de extensão. Outro ponto mencionado, foi a dificuldade de deslocamento até as comunidades.

Diante destas questões, muitas vezes é necessário que os coordenadores e alunos realizem adaptações nas ações de extensão que foram planejadas para que as mesmas possam ser desenvolvidas, substituindo ou alterando o seu planejamento por outras atividades que se adaptem ao contexto do público-alvo e das instituições, utilizando materiais e infraestruturas disponíveis nos respectivos locais. Outra possibilidade é realizar a ação de extensão no IFFar, utilizando toda a infraestrutura e laboratórios disponíveis.

A seguir, temos relato do coordenador 05, referente às principais dificuldades encontradas, de acordo com sua percepção:

Não sei se classifico como uma dificuldade, mas para mim foi muito trabalhoso a questão da compra do material de consumo. Tipo, achei muito burocrático sabe. Tive que buscar nas empresas locais 03 orçamentos de cada item que eu tinha solicitado pro projeto. Como eu precisava de várias coisas, as vezes ia numa empresa e não tinha todo o material que eu precisava pro projeto, ou então a empresa tinha que encomendar de outros lugares, e daí eu tinha que ir em outras empresas para conseguir mais orçamentos, então foi bem difícil. Foi uma coisa que quase me fez desistir de colocar o projeto em execução, não é falta de vontade sabe, mas temos muitas outras coisas pra fazer sabe: orientação de alunos em TCC, planejamento de aulas, monitorias e muitas outras coisas que surgem no dia a dia, enfim, foi algo que me fez repensar escrever novos projetos (Coordenador 05).

A questão da liberação dos recursos, no caso do fomento para custeio o processo poderia ser menos burocrático com o acesso ao cartão e posterior prestação de contas, o que agilizaria a execução dos projetos (Coordenador 02).

A Resolução CONSUP nº 047/2016, definiu normas para fomento de projetos/ações de pesquisa, ensino, extensão, desenvolvimento institucional e inovação do IFFar. O artigo nº 19 normatiza a execução financeira dos projetos e indica como ‘preferencial’ a utilização do cartão BB pesquisa. Devido a problemas operacionais por parte do Banco do Brasil na emissão do produto cartão BB pesquisa em 2017 e 2018, o mesmo não pode ser utilizado.

Neste sentido, com a intenção de flexibilizar e facilitar a manutenção dos projetos/ações a metodologia para aquisição de itens de materiais de consumo, conforme memorando circular emitido pelo gabinete da reitoria passou a ocorrer da seguinte forma:

• O coordenador do projeto/ação deve verificar se os materiais necessários ao projeto/ações são disponibilizados no Setor de Almoxarifado do campus. Em caso afirmativo, o diretor de vinculação do projeto deve autorizar a retirada do material ao coordenador;

• No caso de não existência de bens materiais ou serviços necessários ao projeto/ação, o coordenador desse deve verificar junto ao setor de Licitações sobre tal disponibilidade em atas válidas e requerer o empenho;

• Quando o Setor de Almoxarifado não tem disponibilidade do material necessário e também não existir ata válida para licitação do bem ou serviço, excepcionalmente, para projetos/ações homologados, o coordenador do projeto/ação deve providenciar três orçamentos e, com base no menor preço, solicitar à respectiva diretoria a creditação do recurso para aquisição direta do material, bens ou prestação de serviço, na natureza de despesa 339020 – auxílio financeiro a pesquisador.

Os servidores docentes possuem um quantitativo muito maior de ações de extensão cadastradas no sistema SIGAA, se comparados com os técnicos administrativos em educação. Em muitos casos, os docentes não possuem muita experiência com compras públicas e/ou licitações, por atuarem em diferentes áreas, tornando-se complexo a realização deste processo de aquisição de materiais de consumo.

O Coordenador 04, também reforça o entendimento de que considera complicado a aquisição do material de consumo e que deveria ter um apoio maior do setor de licitação e contratos:

Algumas dificuldades existem sim, principalmente porque nós precisamos participar de uma licitação para conseguir comprar então nós temos que ter um valor empenhado. Sim, eu vejo que precisa das três pesquisas de preço, né, pra ser algo aberto e lícito. Mas o que eu penso que nós deveríamos ter mais apoio, em saber quais são os itens de empenho que nós temos, quais contratos e como nós poderíamos planejar um projeto de extensão porque parece que é só quando a gente precisa, que têm necessidade, que a gente corre saber quais são as empresas que estão com licitação, se é uma empresa local, se é uma empresa que tem que mandar com 40, 50 dias de antecedência, eu acho que é a falta de informação. E tipo assim o resultado dos projetos, sai lá por junho, aí se for comprar por licitação tem que esperar três meses, né. Então, junho, julho, agosto, aí tu tem setembro, outubro, novembro e dezembro no máximo para desenvolver o projeto. Se é um projeto de 06 meses, você se planejou. Eu acho um fator dificultador também que os editais ficam prorrogando prazos, eu acho que nós teríamos que aprender a realmente respeitar o prazo, se não deu esse ano, ano que vem eu vou aprender que não foi prorrogado e aquelas pessoas que estavam lá primeiro e que escreveram suas propostas, elas vão poder executar seu projeto no prazo previsto. (Coordenadora 04).

A sugestão mencionada acima é que no início de cada ano, já se tenha a classificação final das ações de extensão para fins de facilitar e ampliar o período para desenvolvimento dos mesmos. Para que isso ocorra, a inscrição e avaliação das ações de extensão deverá ser feita

sempre no 2º semestre do ano anterior, de forma que no início do próximo ano só se aguarde a liberação do repasse pelo MEC/SETEC do orçamento Institucional para fins de distribuir os recursos financeiros aos projetos/ações contemplados.

Salienta-se, no entanto, que esta sugestão já foi implementada pela PROEX, onde as ações de extensão serão selecionadas até o final de 2019, para fins de atender a normativa do Plano de Atividades Individual dos docentes.

O Coordenador 02, também aponta para a seguinte dificuldade:

Os alunos têm dificuldades de manifestar interesse nas bolsas, nós temos dificuldade, né para fazer as inscrições. Acho que o sigaa é muito bom quando tu vai fazer os relatórios, quando tu vai escrever o teu projeto, mas para fazer inscrição de participantes externos, das pessoas da comunidade ele é inviável. Para fazer algumas outras coisas que são de grande demanda o sigaa acaba falhando e daí deixa todo mundo que está trabalhando no projeto também dependurado no papel. Porque tu tem que resolver uma coisa que o sigaa já teria que ter feito a princípio, né e não fez, daí quando chega lá, o aluno disse que se inscreveu, mas a inscrição não sai na lista de relatório ou tentou se inscrever e não conseguiu e perdeu o prazo (Coordenador 2).

O Coordenador enfatiza a necessidade de melhorias no sistema SIGAA – módulo extensão, pois muitas vezes apresenta erros inesperados, não executando as ações e atividades a que se propõe. Uma das dificuldades apresentadas é a do aluno conseguir se candidatar às bolsas via sistema, sendo necessário outra forma de publicização das oportunidades de bolsas, pois nem todos conseguem realizar o trâmite somente via sistema.

Outra questão que precisa ser repensada é a inscrição do público externo em cursos e projetos de extensão via sistema, pois muitos não possuem acesso à internet ou não possuem conhecimentos básicos em informática para efetuarem suas inscrições. Nestes casos, como forma alternativa, os coordenadores estão efetuando as inscrições via formulário impresso, uma vez que essa realidade se apresenta em muitos casos.