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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.4. Experimento II : Ensaio de digestibilidade das rações experimentais:

4.4.2. Digestibilidade da matéria orgânica l

A Tabela 24 apresenta as médias dos coeficientes de digestibilidade aparente da matéria orgânica (CDMO). Rações com menor nível protéico apresentaram maior CDMO. Rações com menor quantidade de energia tenderam a apresentar maiores valores de CDMO.

Tabela 24 : Efeito de níveis de PB e EB sobre os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria orgânica em rações para capivaras em crescimento (% ).

Níveis de PB 13, 5 %41

20, O% Médias dos Níveis de Energia Bruta2

CV= 1,99%

Níveis de Energia Bruta 4.000 kcal/kg11 94,30 91,82 93,06 4.500 kcal/kg 95,22 91,72 93,47

Médias dos Níveis de Proteína BrutJ

1- As médias dos níveis de PB • na coluna, seguidas de mesma letra não diferem, estatisticamente , pelo teste F (Prob>F= 0,01) ;2- As médias dos níveis de EB não diferem, estatisticamente, pelo teste F

(Prob>F=0,66);3/ e 4/ - As interações entre PB X EB para a variável digestibilidade aparente da matéria

Ojasti (1973) determinou um coeficiente de digestibilidade aparente da MO (CDMO) de 53,5% para capivaras alimentadas com Paspalum fasciculatum. González-Jiménez & Parra (1972) obtiveram um CDMO médio de 61, 7% para animais que receberam Brachiaria mutica. Para o coeficiente de digestibilidade aparente da matéria orgânica, Bemardi (1993) observou uma média de 71,08±4,40 % em capivaras de 35,92 kg de PV submetidas a rações com diferentes níveis de volumoso (15 a 43%)

4.4.3. Digestibilidade da proteína bruta

Os coeficientes médios de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDPB) são apresentados na Tabela 25. As diferenças entre os tratamentos não foram significativas (p>0,05).

Tabela 25 : Efeito de níveis de PB e EB sobre os coeficientes de digestibilidade aparente de proteína bruta (PB) em rações para capivaras em crescimento (% ).

Níveis de PB 13,5 %41

20,0 %

Médias dos Níveis de Energia Bruti

CV=4,22 %

Níveis de Energia Bruta 4.000 kcal/k(1 91,95 89,43 90,69 4.500 kcal/kg 91,00 86,19 88,59

Médias dos Níveis de Proteína Bruti

91,48 87,81

1- As médias dos níveis de PB , na coluna, não diferem, estatisticamente , pelo teste F (Prob>F= O, 1 O l) ;

2- As médias dos níveis de EB não diferem, estatisticamente, pelo teste F (Prob>F=0,31 );3/ e 4/ - A

interação entre PB X EB para a variável digestibilidade aparente da proteína bruta (PB) é , estatisticamente, não significativa pelo teste F (Prob > F=0,567).

Embora, não tenham ocorrido diferenças significativas entre os tratamentos, verificou-se que existe uma tendência dos tratamentos com maior

nível energético e daqueles com maior nível protéico em apresentar menor CDPB. Segundo Maynard & Loosli (1966), à medida que aumenta o nível protéico de uma dieta o CDPB tende a diminuir, isto porque sendo o nitrogênio metabólico regulado pela ingestão total de alimentos, ele tende a permanecer constante embora a ingestão protéica aumente. Dessa forma o nitrogênio endógeno fecal não aumenta proporcionalmente à ingestão protéica. A digestibilidade aparente da proteína, então, diminui, mesmo que seu valor real não se altere significativamente.

Ojasti (1971) estimou em 64,5, 68,8 e 63,0 % os coeficientes de digestibilidade aparente de proteína bruta (CDPB) de Paspalum fasciculatum, Brachiaria mutica e Echinochloa polystachya em capivaras. González-Jiménez & Parra (1972) encontraram um CDPB médio de 68,65% para capivaras alimentadas com Brachiaria mutica .Para capivaras alimentadas com ração contendo diferentes níveis de volumoso (15, 22, 29, 36 e 43 %), Bemardi (1993) determinou um coeficiente médio de digestibilidade aparente da proteína bruta de 71,51±6,46 %. González-Jiménez & Escobar (1975) estimaram em 76,01 , 46,26 e 16,51 % a digestibilidade do nitrogênio de capivaras alimentadas com dietas contendo concentrado e forragem nas proporções de 100:0, 50:50, O: 100, respectivamente

No presente estudo, o nitrogênio endógeno fecal foi estimado em aproximadamente 7,93 mg de N/kg de peso metabólico por dia, através da regressão (r2=0,91) entre a quantidade de nitrogênio fecal e os níveis protéicos utilizados nas rações : Nitrogênio fecal (g) = 0,050840 + O, 102423 X nível de PB. O nitrogênio endógeno urinário também foi estimado em cerca de 625,60 mg de N/kg de peso metabólico por dia, pela regressão (r2=0,66) entre a quantidade de nitrogênio da urina e os níveis protéicos utilizados nas rações : N urinário = 4,01008 - 0,438379 X nível de PB.

Através das estimativas do nitrogênio endógeno fecal e urinário pode ser realizado o balanço de nitrogênio para cada nível protéico utilizado no experimento. Pela regressão (r2 = 0,91) entre o balanço de nitrogênio e o consumo diário de nitrogênio dos animais submetidos a diferentes níveis de PB , foi estimado que, para que capivaras em crescimento (com média de PV de 11,92 kg) alimentadas com rações concentradas possam manter em equilíbrio seu balanço de nitrogênio (balanço = O) são necessárias 490,33 mg de N/ kg de peso metabólico ou 3,0106 g de N/dia, ou ainda, 18,82 g de proteína/dia.

O valor obtido é similar ao encontrado por González-Jiménez & Escobar (1975) para capivaras de cerca de 25 kg de PV alimentadas com diferentes proporções de concentrado e volumoso, que foi de 411 mg de N/kgº'75• Entretanto, esses autores encontraram valores bem maiores de nitrogênio endógeno fecal, 5,32 g/dia o que, possivelmente, se deva, em parte, ao maior peso e idade dos animais utilizados por eles, bem como a dieta utilizada que, contendo volumoso em sua composição, era mais grosseira do que a ração utilizada no presente estudo, aumentando dessa forma as perdas de nitrogênio endógeno pelas fezes. A Figura 8 mostra a regressão entre o balanço e o consumo diário de nitrogênio.

FEgessãoenre o l:Bén;;o CE N X Coosuno dá'io CE N q0 q0 4,0 3,0 Y = -3, 7fJ7 + 1,2501. X � 2,0

g,

1,0 iã Q0 III -1,0 O 1,0 4,0 q0 q0 7,0

�o

Figura 8: Regressão entre o consumo diário de nitrogênio e o balanço de nitrogênio para capivaras com 12 kg de PV alimentadas com ração concentrada com diferentes níveis de proteína bruta (13,5 e 20,0%).

A quantidade de N necessária para o equilíbrio do balanço de nitrogênio é inferior a quantidade de nitrogênio ingerida diariamente pelas capivaras do experimento (4,7 ± 1,07 g de N/dia). Isto mostra que, como foi mencionado quando da análise de GDP, consumo diário e conversão e eficiência protéica no experimento 1-A, para um nível protéico de 20 % de PB, existe um excesso de proteína fornecido ao animal (consumo diário de 5,06 g de N) em relação aos que receberam um nível de 13,5% (consumo diário de 4,73 g de N), sendo que este acaba utilizando esse excesso como fonte de energia.

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