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Parte I – Enquadramento Teórico

6.3. Dilemas do jornalismo radiofónico

Actualmente, e como já referimos, as características da rádio, no que diz respeito à rapidez, à procura de atingir todos de igual modo e à interactividade, foram assimiladas pela Internet - que, com a sua ubiquidade, permite alcançar um público muito vasto com a mesma rapidez que a rádio e com mais possibilidades, nomeadamente o multimédia. Com a RTP a apostar forte na presença dos seus órgãos de comunicação na Internet, sobretudo nas redes sociais e nos podcasts, que permitem o aumento da audiência, os jornalistas sentem-se na necessidade de aumentar a sua formação. É neste sentido que todos os jornalistas consideram que devem ter todo o tipo de formação, pois os jornalistas nunca devem estar satisfeitos com o seu conhecimento. A este propósito, a Sub-Directora de informação, na sua entrevista, garantiu que o centro de formação da RTP fornece, todos os anos, a formação necessária aos seus jornalistas. No entanto, António Jorge considera que a rádio pública ainda está muito atrasada no que diz respeito às exigências da comunicação digital, daí que seja necessária uma reciclagem permanente da formação ao nível técnico (manuseamento de equipamentos de reportagem e de estúdio), mas também ao nível do português.

As grandes questões que se colocam ao jornalismo, e que pude observar da parte dos jornalistas radiofónicos, são as seguintes: o que é jornalismo actualmente? O que é notícia? E os jornalistas hoje informam ou contam estórias? Aquilo que se verifica é que, hoje, o jornalismo é uma rotina; os jornalistas já não fazem notícias, procuram-nas, simplesmente seguem a agenda; a aplicação das novas tecnologias não corresponde a uma convergência de forças, mas sim a uma perda do papel do jornalista, que passou pelo aparecimento do computador e, mais tarde e acima de tudo, pelo surgimento da Internet. Como se viu por alguns exemplos dados/analisados neste capítulo, o jornalista já não procura a notícia; a

ronda, que era um formato seguido por todos os jornalistas, já quase não é praticada, e o jornalista encontra-se acomodado, procura apenas o que tem que fazer.

Um (outro) exemplo desta acomodação, e que teve também o beneplácito das direcções, foi o afogamento de duas crianças numa piscina que se encontrava encerrada, em Cinfães, no dia 4 de Fevereiro de 2011. Só uma hora depois de o acontecimento ter ocorrido e de ter saído um comunicado da Agência Lusa, é que a editora de Lisboa da Antena 1 telefonou para o Porto – Cinfães fica no norte do país, no distrito de Viseu –, para ter declarações dos bombeiros, sobre a situação das duas crianças, e do presidente da Câmara. A jornalista, no Porto, conseguiu contactar o comandante dos bombeiros por telefone/telemóvel, e só uma hora depois dos primeiros contactos entre as redacções de Lisboa e Porto é que a editora decidiu que a jornalista do Porto, e não o correspondente de Viseu, fosse a Cinfães obter declarações do presidente da Câmara. No entanto, a jornalista da redacção do Porto conseguiu convencer a editora de que não havia necessidade de perder tempo na viagem de ida e volta, que as crianças já estavam mortas, e que, não havendo em rádio necessidade de ter imagens no local (ao contrário do que acontece com a televisão), seria suficiente ter declarações através do telefone/telemóvel.

Outro exemplo deu-se em 24 de Novembro de 2010, dia de uma Greve Geral. Devido a essa greve, a redacção de Lisboa não possuía jornalistas e houve a necessidade de concentrar o trabalho jornalístico na redacção do Porto. A certa altura, os editores de Lisboa telefonaram para a redacção do Porto para gravar, pela televisão, uma conferência conjunta da UGT e da CGTP que estava a decorrer em Lisboa. Isto acaba por ser um paradoxo da própria rádio, que visa a reportagem e o contar estórias, sejam elas individuais ou colectivas, que possam abrir um noticiário. Para além de reduzir e descredibilizar o papel do jornalista, acaba por lhe retirar poder e por demonstrar que os jornalistas, os editores, etc. se acomodam muito às evoluções ao nível das tecnologias. Como afirmou Nuno Moura Brás, na entrevista que lhe fiz, o que acontece é que criam-se hábitos, criam-se rotinas, criam-se janelas de comunicação, e quem não as tem não consegue entrar - por isso, cada vez mais as instituições e as pessoas recorrem a agências de comunicação, sendo elas que forçam a selecção.

Outras questões que os jornalistas colocam estão interligadas às anteriores, pois o que é jornalismo está intrinsecamente ligado ao que é notícia. Assim, em rádio, e numa rádio de serviço público ainda mais, é notícia tudo aquilo que mexe com a vida das pessoas, seja o aumento de impostos, seja o aumento de produtos básicos. No entanto, será que uma proposta que vai ser apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia da República, que responsabiliza judicialmente os responsáveis pela situação actual do BPN e que, muito provavelmente, vai ser rejeitada, será notícia? Os jornalistas acreditam que não, essencialmente devido ao rigor que se exige à rádio na selecção das notícias. Todavia, como a rádio, à semelhança dos outros órgãos de comunicação, vive em grande medida da agenda política, esta notícia acaba por ser editada, devido à pluralidade que se exige à rádio, de

assegurar o contraste entre partidos com assento parlamentar. Para os jornalistas, notícia e reportagem, que é aquilo que se está a perder, é o que é mesmo informação, o que interessa à vida da comunidade: os maquinistas que entram em greve e fazem com que os comboios estejam paralisados, ruas de grande movimento de trânsito que se encontram cortadas, o aumento do preço do pão, etc.

Apesar da imediatez, da instantaneidade da rádio, há “pormenores” que não são esquecidos pelos jornalistas, como o código deontológico. Todos os jornalistas estão atentos não só à informação veiculada pelo órgão para o qual trabalham, mas também à concorrência, no caso a informação geral da TSF - pois, se esta rádio publica uma notícia, a Antena 1 também tem que ter essa notícia. Este é um facto que o jornalista em reportagem tem de saber no terreno, isto é, qual é ou quais são os órgãos de comunicação - essencialmente o interesse recai na TSF e na Lusa - que vão publicar a informação naquele horário.

Regressando ao código deontológico, diremos que os jornalistas estão atentos ao trabalho uns dos outros, havendo espírito crítico e construtivo. Um exemplo disso mesmo foi uma notícia de Alexandre Afonso, jornalista de desporto da Antena 1 que, na edição de um noticiário das 12:32h, entrevistou Elmano Santos, árbitro de futebol, sem o avisar de que estava a gravar a conversa; a única resposta que o árbitro deu foi a de que não comentava nem proferia qualquer declaração. Este episódio foi muito criticado na redacção do Porto, pois a entrevista nada trouxe de novo à informação; além disso, o jornalista já se encontrava a gravar uma conversa, algo que não foi comunicado ao árbitro, em que quase não houve diálogo.

Finalizamos este capítulo com a (re)afirmação de que a rádio é um veículo de informação privilegiado, assente na palavra e no som, que despertam sentimentos e emoções no ouvinte, e que lhe cabe (à rádio) apresentar a informação que se relaciona directamente com a vida das pessoas, da comunidade.

Conclusão

Durante o período industrial os média assumiram um papel crucial na mudança dos paradigmas da esfera pública. Primeiro a imprensa, depois a rádio, e mais tarde, já numa fase chamada de “era da informação”, a televisão e a Internet. Todos os meios atrás referidos têm no jornalismo uma fonte de atracção de público. No entanto, e apesar da idade de alguns, os estudos sobre os processos de gatekeeping e newsmaking nestes meios ainda são escassos, destacando-se, entre os mais importantes, os realizados por autores como White e Wolf.

Foi no sentido de perceber como é que as teorias clássicas do jornalismo, a teoria do gatekeeper e do newsmaking, são aplicadas num meio específico e pouco explorado como é a rádio, que se partiu para esta investigação. Tentou-se perceber de que forma é que o estudo de White sobre a imprensa, e de acordo com o qual as notícias têm de passar por uma série de filtros antes de serem publicadas, tinham semelhanças ou diferenças com a rádio.

A verdade é que, se na imprensa as notícias demoram mais tempo a ser publicadas, passando por uma cadeia de gatekeepers, em rádio há três etapas fundamentais no processo de selecção: a primeira passa pelas chefias, que decidem os acontecimentos que se vão cobrir; a segunda etapa passa pelo repórter no terreno, que selecciona a informação essencial, e nada mais que a essencial, para construir a notícia; e, por fim, o último gatekeeper, aquele que tem a última palavra, é o editor, que escolhe o que será emitido na rádio e em que lugar é que essa informação irá ser emitida, como tema principal ou secundário.

Se estes são os processos essenciais de selecção na rádio, ao nível do conjunto de valores notícia eles são muito semelhantes com os da imprensa, com a notoriedade das pessoas envolvidas no acontecimento, a proximidade e a relevância da informação para a vida das pessoas a assumirem os pontos principais. Todavia, acontecimentos de “interesse humano” como fait divers não entram em rádio, só em casos muito excepcionais - como foi caso do “Senhor do Adeus”, um homem que se encontrava nas ruas de Lisboa, principalmente no Saldanha, a dizer adeus aos veículos que passavam. O mesmo acontece com as notícias sensacionalistas. As notícias alusivas a casos como o do assassinato do cronista social Carlos Castro só devem possuir elementos fundamentais para a notícia, e não escabrosos; para isso existem os jornais, impressos e televisivos que, salvo honrosas excepções, dão largas ao sensacionalismo. No fundo, em rádio os valores notícia mencionados atrás são muito mais rigorosos e precisam de ter uma grande qualidade num determinado acontecimento para que este seja noticiado.

Uma das grandes diferenças entre a rádio e a imprensa, assinalada nos estudos já realizados sobre os meios de comunicação, centra-se na construção da notícia. É que em rádio há uma grande limitação para o jornalista, que é o tempo: as notícias devem ser o mais possível

curtas e concisas, utilizando uma linguagem simples, descritiva e atractiva. A linguagem e o discurso em rádio são extremamente importantes, pois as palavras têm que criar sentimentos, têm que provocar emoções. As palavras dos jornalistas são os olhos dos ouvintes e devem despertar nestes o imaginário, através da construção e veiculação de sentidos.

A rádio tem, então, a capacidade de aguçar e de exercitar esse imaginário do ouvinte, de modo a captar o seu interesse e a levá-lo “para dentro” da estação de rádio, envolvendo-o num meio, num programa ou numa notícia. Com o surgimento da televisão, a rádio perdeu o seu tremendo impacto como principal meio de comunicação de massas; agora, a Internet absorveu muitas das suas características, como a ubiquidade, a instantaneidade, a imediatez. Tal como outrora com o impacto da televisão, a rádio terá agora que voltar a reconverter-se, convergindo com a Internet de forma a poder captar mais ouvintes em todo lado e em qualquer altura. Assim o exige a importância da rádio, do som e da palavra que despertam sentimentos, para que possa continuar a ser um meio especializado na informação que mantém uma elevada credibilidade, confiança e fiabilidade junto dos ouvintes.

Apesar de já terem passado mais de 75 anos desde a primeira emissão de rádio em Portugal, este meio continua a ser pouco estudado. Aparentemente, ele desperta pouco interesse nos académicos, quiçá mais atraídos pela sedução da televisão e pela novidade da Internet. Espero, com este estudo, ter contribuído para compreender um pouco melhor este meio e o seu fenómeno informativo.

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Anexo 1

Guião de Entrevista

Questionário realizado às cinco pessoas entrevistadas: a Sub-Directora de Informação geral da estação radiofónica, Eduarda Maio; ao Coordenador de Redacção da Tarde, António Jorge; ao Editor do noticiário da noite (21h-1h), Miguel Soares; a uma das editoras do Portugal em Directo, Cláudia Costa; e, por fim, ao jornalista, Nuno Moura Brás.

1-

Quem intervém no processo de selecção das notícias a fazer? E quem toma a decisão final?

2-

Possui critérios específicos em relação ao assunto ou ao estilo da escrita que o/a ajudam a determinar a selecção de uma notícia em particular?

3-

A categoria de uma notícia influencia a escolha das notícias?

4-

Preconceitos ou ideologias afectam na escolha das notícias?

5-

Que tipo de notícias normalmente se rejeita?

6-

Quem intervém no processo de selecção das notícias a publicar? E quem toma a decisão final?

7-

Quais são os critérios de noticiabilidade da RDP/ Antena1?

8-

Quais os princípios de construção de uma notícia? Qual o tempo mínimo e máximo de uma notícia quer nos boletins nacionais, quer no Portugal em Directo?

9-

Como define o público tipo da RDP/ Antena1? As notícias são construídas/seleccionadas segundo esse público ou há preocupação com a transversalidade das notícias?

10-

Procura boletins informativos equilibrados/ variados a nível nacional e regional (Portugal em Directo (PD))?

11-

Qual é o tempo dos boletins informativos (nacionais e Portugal em Directo)?

12-

Qual/Quais são as principais fontes da estação de rádio?

13-

Como caracteriza a redacção? Pontos fortes e fracos da Antena 1.

Anexo 2

Respostas à Entrevista

Método Qualitativo, tratamento textual, reprodução total das entrevistas: ao jornalista, Nuno Moura Brás; ao Coordenador de Redacção da Tarde, António Jorge; à Sub-Directora de Informação geral da estação radiofónica, Eduarda Maio; ao Editor do noticiário da noite (21h- 1h), Miguel Soares; e, por fim a uma das editoras do Portugal em Directo, Cláudia Costa.

Nuno Moura Brás:

1- As chefias, fundamentalmente as chefias, no Porto a Eduarda Maio, que é a directora adjunta, depois os coordenadores de redacção, manhã (Rosa Azevedo) e tarde (António Jorge), e depois os editores de Lisboa, que decidem as peças, os assuntos que querem ver tratados e distribuem o serviço. A decisão final é dos editores, eles é que decidem, têm a última palavra. Mesmo que as peças estejam feitas e tenham sido pedidas por outro alguém, mesmo pela direcção, eles é que decidem se a peça tem cabimento, tem oportunidade no noticiário, se já está ultrapassada, ou se se guarda para mais tarde, são eles que decidem.