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Dimensão Econômica

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2.2 Indicadores Econômicos, Sociais e Ambientais da Microrregião de Ceres

2.1.2 Dimensão Econômica

a) Indicadores econômicos

A economia constitui a estrutura básica e fundamental de qualquer sociedade. Não há sociedade e cultura humanas que não estejam baseadas num modelo de produção, o qual influencia e defini a qualidade de suas relações sociais e ambientais. A economia da Microrregião de Ceres está adequada ao modelo de desenvolvimento econômico moderno fundado no uso de tecnologias para obter uma intensificação da produção em massa, com minimização de custos e maximização dos lucros (CASTRO, BORGES E AMARAL, 2008).

De acordo com a Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação – SEPIN (2011), o produto interno bruto ou PIB é o total de riqueza (bens e serviços) gerada por um período de tempo (geralmente de um ano) em um espaço geográfico (país, região, estado ou município). O PIB per capita disponibilizado a seguir corresponde ao valor do PIB dividido pelo número absoluto de habitantes dos municípios pertencente à Microrregião de Ceres – GO.

No quadro 07, é visível o aumento do PIB per Capita nos 11 anos do período de 1999 a 2010. O maior PIB per Capita da Microrregião de Ceres é do município de Barro Alto cujo PIB per capita cresceu em 658,4%, em uma taxa de crescimento

anual médio de 59,85%, sendo esta mais ou menos a base de evolução do PIB per Capita de toda a Microrregião de Ceres.

Quadro 07–PIB – Produto Interno Bruto Per Capita dos Municípios da Microrregião

de Ceres MUNICÍPIO 1999 2000 2003 2005 2008 2010 Barro Alto 2.169,22 3.374,97 5.782,92 8.239,90 12.360,87 14.282,38 Carmo do Rio Verde 2.531,50 3.227,10 8.095,66 11.101,03 9.678,08 16.971,85 Ceres 3.461,15 3.691,39 5.781,42 6.716,02 9.343,49 10.705,13 Goianésia 3.025,23 3.538,40 5.551,23 8.558,96 8.599,50 11.190,91 Guaraíta 1.774,67 2.225,59 3.807,17 3.843,48 6.312,06 8.586,44 Guarinos 1.657,04 2.054,85 3.536,96 4.205,59 5.627,00 9.088,03 Hidrolina 2.006,42 2.339,56 3.924,73 5.048,28 8.393,58 9.249,34 Ipiranga de Goiás - - 5.999,87 8.274,43 8.163,65 8.699,46 Itapaci 2.339,38 2.631,54 5.629,93 6.585,42 7.049,02 8.502,86 Itapuranga 2.212,18 2.968,47 4.228,37 4.538,80 7.693,60 8.764,90 Morro Agudo de Goiás 2.241,77 2.317,15 4.225,69 4.616,01 6.815,02 8.651,86 Nova América 2.087,16 2.606,13 4.294,49 5.077,41 6.701,52 9.026,15 Nova Glória 3.037,85 4.973,12 7.431,52 5.000,69 6.588,40 7.112,19 Pilar de Goiás 1.849,53 2.304,43 5.336,38 6.462,87 6.935,52 9.900,61 Rialma 3.099,77 4.102,13 6.016,79 7.203,67 9.463,86 16.148,01 Rianápolis 3.440,47 4.576,10 8.391,51 7.243,94 11.979,82 17.024,72 Rubiataba 2.636,39 3.018,36 4.500,38 5.431,82 7.932,07 9.877,75 Santa Isabel 2.507,70 3.023,11 5.853,38 6.763,87 10.131,32 12.089,66 Santa Rita do Novo Destino 2.191,00 2.919,76 6.318,68 6.986,34 8.132,20 12.908,95 São Luiz do Norte 2.766,17 3.239,45 5.460,80 7.717,71 11.611,71 12.703,48 São Patrício 3.958,97 3.804,56 7.828,30 8.924,38 7.996,30 9.826,67 Uruana 2.200,91 2.990,51 4.531,48 4.542,01 6.634,65 12.761,20 Fonte: Goiás (2011)

Esse aumento extraordinário e constante do PIB per Capita da Microrregião de Ceres deve-se aos processos de urbanização e formalização dos empregos auferidos pelas indústrias agropecuárias e pela indústria sucroalcooleira. Quanto à distribuição do PIB per Capita por toda a população é um outro problema. De qualquer forma o aumento do PIB per Capita é um fator que indica sustentabilidade

a partir da dimensão econômica, porém, é, mais um indicador que deve ser analisado em seu contexto e em relação com todos os outros indicadores (UNESCO, 2005).

Na percepção de Espírito Santo Filho (2011), esse aumento do PIB deve-se principalmente, à agropecuária, porém, os setores de serviço e indústria, também, tiveram um aumento significativo no período, que incrementou esse crescimento.

Os resultados da economia goiana se devem principalmente à recuperação do setor agrícola, bastante afetado pelos maus resultados gerados nos anos de 2005 e 2006, e da indústria de transformação, fortemente conectada ao agronegócio. A evolução destas atividades, base de sustentação da economia do estado, tem sido beneficiada pela expansão da economia brasileira e pela dinâmica favorável das exportações goianas, favorecidas pela continuidade do crescimento econômico mundial, particularmente dos mercados chinês e indiano. Outro setor que despontou nesse período foi a construção civil devido à oferta de crédito e melhoria da renda. (ESPÍRITO SANTO FILHO, 2011, p. 23)

Com a ampliação do setor agrícola, Goiás passa a ser considerado um deste setor, principalmente, por causa do setor sucroalcooleiro, que teve grande expansão, e estimulou o crescimento da economia da região.

b) Indicador econômico de Padrões Consumo

O consumo de produtos e serviços de uma determinada região é um indicador de sustentabilidade, na medida que indica o nível do poder aquisitivo de uma determinada população, mostra quais são os tipos de serviços e produtos ao alcance da população e como o seu padrão de consumo interfere na qualidade de vida (DAYREL, 1974).

Os dados abaixo referem-se ao consumo de energia elétrica da Microrregião de Ceres – GO.O consumo de energia elétrica de uma dada região mede tanto o potencial industrial e empresarial regional, quanto mede o padrão mínimo de vida moderna existente para a grande maioria de seus habitantes. Verificar se com o aumento populacional houve aumento no consumo de energia, é um indicador econômico que põe em evidência o nível de qualidade de vida da população (IBGE, 2011).

O consumo de energia é medida em megawatts hora (mwh), segundo dados, do IBGE, em 2005, o consumo de energia total da Microrregião de Ceres foi de

276.265 mwh, em 2006, o consumo de energia aumentou para 296.420 mwh, diminui para 216.082 mwh em 2007, cresceu para 225.816 mwh em 2008, para 231.774 mwh em 2009, continuou a crescer em 2010, quando o consumo de energia da microrregião foi de 263.366 mwh (IBGE, 2011).

As alterações no consumo de energia da Microrregião de Ceres não evoluíram de acordo com o crescimento populacional da microrregião, percebe-se que o consumo de energia no começo do período considerado, no ano de 2005, é maior que o consumo no final do período, em 2010. O maior pico de consumo elétrico ocorreu no ano de 2006, com 296.420 kwhs consumidos durante o ano e no ano seguinte de 2007, o consumo caiu em 27% em relação a 2006 e 11% em 2010 em relação ao mesmo ano de 2006, quando registrou-se o maior consumo anual de energia da Microrregião de Ceres.

Para poder entender o que ocorreu é preciso que se analisem, concomitantemente, os dados do quadro 08, que apresenta o número dos consumidores de energia elétrica da Microrregião, no mesmo período de tempo, de 2005 a 2010. Em uma população em ascensão numérica, o aumento do número de consumidores de energia elétrica pode indicar um dado positivo de sustentabilidade.

Quadro 08- Energia elétrica – total consumidores

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Microrregião de Ceres 77.512 80.231 83.572 86.598 88.573 91.159 Fonte: Goiás (2011)

Apesar do consumo total de energia ter caído do ano de 2005 ao ano de 2010, o número de consumidores de energia elétrica aumentou significativamente e de modo constante, ano após ano. É um indicativo que houve melhora da qualidade de vida, na Microrregião e porque os dados de redução de consumo total de energia, indicados no quadro 08, podem ter causas positivas em relação à sustentabilidade, tanto pela evolução qualitativa dos aparelhos elétricos vendidos aos consumidores e produtores, quanto da rede elétrica instalada na microrregião.

Segundo Castilho (2012), nos municípios com população abaixo de 10 mil habitantes, a classe rural representa o principal consumo de energia elétrica. Esses dados do setor de energia elétrica em Goiás demonstram, portanto, que o posicionamento de subestações e linhas de transmissão, sub-transmissão e distribuição é fator elementar para a dinâmica socioeconômica das regiões, o que

reforça a ligação do insumo de energia elétrica com a modernização territorial que ocorre em Goiás.

Na subsecção a seguir serão definidos indicadores ambientais de sustentabilidade a quantidade de terras disponíveis para as atividades agropecuárias e os impactos que as diferentes atividades agroindustriais produzem na região considerada.

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