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Dimensões da medição de desempenho

3 Medição de desempenho

3.5 Dimensões da medição de desempenho

Hronec (1994) afirma que a medição de desempenho compõe os sinais vitais da organização que quantificam como as atividades dentro de um processo ou os resultados de um processo alcançam um objetivo especificado.

definido, por ser tratado de forma ampla e a literatura sobre o assunto ser muito diversa. Para o termo medição de desempenho há várias definições, uma delas caracteriza-se por ser bastante abrangente: "A medição de desempenho é o conjunto de processos que uma organização usa para gerenciar a implementação da sua estratégia, comunicar sua posição e progresso, e influenciar o comportamento e ações dos seus funcionários. Isso requer a identificação dos objetivos estratégicos, medidas de desempenho multidimensionais, metas e o desenvolvimento de uma infra-estrutura de suporte” (FRANCO-SANTOS et al., 2004, p.401).

Outra definição também bastante completa é encontrada em Neely, (1998, p. 5): “um sistema de medição de desempenho possibilita que decisões sejam executadas e ações sejam tomadas porque ele quantifica a eficiência e eficácia de ações passadas por meio da aquisição, coleta, classificação, análise, interpretação e disseminação de dados apropriados”

Na Figura 3.5 pode ser visto um sistema de medição de desempenho em camadas integradas. As atividades de medição e avaliação são independentes, sendo que a última, de acordo com o propósito, pode ser baseada nas entradas provenientes das diferentes camadas (ROLSTADAS, 1995).

As camadas representam níveis de decisão com base na hierarquia da empresa, compreende-se que ações em diferentes níveis da empresa geram resultados diferentes, ou seja, como atividades independentes e, portanto apresenta o sistema de medição de desempenho não como único, mas em camadas.

Figura 3.5 Sistema de medição de desempenho em camadas integradas

Fonte: Rolstadas (1995), p.174

elemento fundamental, por assim dizer, da medição de desempenho (Figura 3.6). Em seqüência as medidas de desempenho também podem ser agrupadas de maneira a formar um conjunto delas. Esse conjunto, por sua vez, seguindo uma lógica, pode formar um sistema de medição de desempenho. Por fim, a interação do sistema de medição de desempenho com o ambiente organizacional, tanto interno quanto externo, de um sistema de operações (NEELY; GREGORY e PLATTS, 1995).

Figura 3.6 As três dimensões da medição de desempenho

Fonte: Neely; Gregory e Platts (1995), p. 82

Segundo Hronec (1994), as medidas do desempenho informam às pessoas o que estão fazendo, como elas estão se saindo e se elas estão agindo como parte do todo. Comunicam o que é importante para toda a organização: a estratégia da gerência do primeiro escalão para os demais níveis, resultados dos processos, desde os níveis inferiores até o primeiro e o controle e melhoria dentro do processo.

Chang e Morgan (2000) apresentam um ciclo de gerenciamento das medidas de desempenho (Figura 3.7) detalhado a seguir:

• Coletar. Reunir as medidas de desempenho das metas estratégicas da organização e os objetivos do negócio. Identificar as equipes de trabalho, os resultados dos processos, negócio principal, expectativa do cliente e requisitos dos fornecedores.

• Criar: determinar as áreas ou assuntos estratégicos na organização, como por exemplo, sucesso financeiro, lealdade do cliente, eficiência operacional, etc.

• Desenvolver: conduzir revisões sistemáticas para monitorar e melhorar o desempenho do negócio. Reunir dados e determinar objetivos apropriados e definir medidas mais relevantes;

• Desdobrar: fortalecer os vínculos, aumentar a visibilidade das medidas do negócio, alinhar os esforços em direção das metas principais. Estabelecer os grupos de trabalhos e as medidas correspondentes ao nível destes grupos e um resumo das medidas.

• Conectar: conectar os objetivos e medidas individuais dos empregados com planos de desenvolvimento, promovendo melhoria contínua. Os empregados relacionam seus esforços e promovendo as melhorias em direção aos objetivos do negócio;

• Confirmar. validar efetivamente as medidas. Além de avaliar se as medidas estão corretas, também avaliar a quantidade de medidas. Entender o relacionamento entre as medidas. Avaliar se atingiu os resultados esperados.

Figura 3.7 Ciclo de gerenciamento do desempenho

Fonte: Adaptado Chang e Morgan (2000), p. 19

desempenho, que deve conter os seguintes itens:

• Título: deve ser simples e representar o que está sendo medido;

• Finalidade: deve ter relevância e uma finalidade explicita;

• Fundamentação: ser derivado da estratégia;

• Meta: ter finalidade explicita;

• Fórmula: ser simples para entender e refletir o processo a ser medido;

• Freqüência de medição: manter em tempo adequado com confiabilidade;

• Freqüência de revisão: sempre que ocorrerem mudanças significativas na empresa,

• Quem deve medir: quando possível, usar dados que são automaticamente coletados;

• Fonte de dados: representar exatamente o que está sendo medido

• Quem deve se destinar os dados: responsável pelos indicadores de desempenho; e

• Que deve ser feito com eles: promover ações a partir das informações geradas.

Maskell (1991) sugere outra classificação que segue os critérios competitivos da manufatura, ou seja, qualidade, tempo, entrega, flexibilidade, custo e inovação. Para esse autor as medidas de desempenho podem ser agrupadas nessas categorias.

Chang e Morgan (2000) descrevem que uma organização deve estabelecer seus próprios conjuntos de medidas de desempenho, constando as áreas mais representativa para ela. Desta forma, existiriam vários conjuntos de medidas de desempenho na organização variando conforme o nível organizacional e sendo mais adequado a cada usuário, mas devem se integrados vertical e horizontalmente (Figura 3.8).

Figura 3.8 Variação das medidas conforme o nível organizacional

Fonte: Chang e Morgan (2000), p. 87

As medidas M1 são utilizadas pela alta gerência e mede unidade de negócio. São utilizadas por executivos.

As medidas M2 são as que aferem o resultado de um processo ou então o relacionamento entre processos. Pode ser utilizada para, por exemplo, satisfação do cliente, medir a taxa de retrabalho, tempo total de ciclo etc. É considerada com uma composição das medidas M3. São utilizadas por diretores.

As medidas M3 medem o resultado de um sub-processo ou parte de relacionamento de sub-processos. Procura responder: Quanto tempo demorou a ser concluído? Quanto custou? Quantos erros tiveram que ser corrigidos para passar para a próxima fase? Estas medidas são utilizadas por gerentes.

As medidas M4 são partes das medidas M3. São medidas funcionais e refletem as atividades dentro dos sub-processos. São utilizadas por grupos de trabalhos.

Tesoro e Tootson (2000) fazem uma revisão das medidas de desempenho e elaboram uma tabela com os critérios para um sistema de medição de desempenho (Quadro 3.1).

Critério Ações recomendadas

Validade Selecionar medidas que auxiliem os usuários na tomada de decisão alinhadas com as metas da organização.

Exatidão Assegurar que os usuários obtenham informações em tempo real por meio da tecnologia apropriada.

Completo Fornecer aos usuários informações detalhadas em qualquer nível necessário.

Singularidade Fornecer relatório diferente de qualquer outro da empresa. Esse aspecto significa que os usuários obtenham informações relevantes que possibilitem

identificar as mudanças necessárias e as formas de atuar.

Confiabilidade Ser simples, de fácil utilização a apresentar resultados seguros.

Compreensão Gerar informações num formato que todos os usuários consigam interpretá-las facilmente.

Ser quantitativa e qualitativa

Ser capaz de produzir informações tanto quantitativas quanto quantitativas. Possibilitando que tanto usuários que prefiram utilizar-se de números quanto os que prefiram utilizar-se de texto, encontrem informações com facilidade.

Controle Identificar os funcionários que apropriam os dados e atribuir a devida responsabilidade nessa apropriação. Sempre que possível, utilizar os próprios

dados utilizados no dia-a-dia.

Flexibilidade Fornecer relatório padrão, mas também possibilitar que os usuários personalizem atendendo as suas necessidades.

Adaptabilidade Ser possível de adaptar às mudanças de prioridades do negócio.

Plano de manutenção Ter um plano de manutenção do sistema com entradas de dados atualizados e relevantes, possibilitando a geração de informações válidas.

Quadro 3.1 Critério para avaliar um Sistema de Medição de Desempenho

Fonte: Tesoro e Tootson, (2000), p. 10-11

Martins (1998) relaciona as principais características mais comuns de um sistema de medição de desempenho adequado às novas condições ambientais, interna e externa, das

empresas, conforme vários autores expressam em termos de freqüência de citações são: • Ser congruente com a estratégia competitiva;

• Ter medidas financeiras e não-financeiras;

• Direcionar e suportar a melhoria contínua;

• Identificar tendências e progressos;

• Facilitar o entendimento das relações de causa-e-efeito;

• Ser facilmente inteligível para os funcionários;

• Abranger todo o processo, desde o fornecedor até o cliente;

• Informações disponíveis em tempo real para toda a organização;

• Ser dinâmico;

• Influenciar a atitude dos funcionários; e

• Avaliar o grupo e não o indivíduo.

Destaca-se que nem todas elas estão presentes nos sistemas encontrados nas empresas, pois fatores como tamanho da empresa, grau tecnológico envolvido e modelo de negócios influenciam na presença ou não dessas características; contudo o predomínio delas auxilia na caracterização do SMD na empresa.

Para que um sistema de medição de desempenho seja eficiente e eficaz, é necessário que as informações disseminadas sejam úteis para a tomada de decisão e ação. Para tanto, certos elementos são necessários (MARTINS, 1998):

• Existência de uma rede de relacionamento entre as medidas de desempenho;

• Integração com outras metodologias e ferramentas;

• Integração com sistemas de recompensas;

• Indução de atitude nos funcionários;

• Legitimação do discurso da gerência e

• Uso de medidas de desempenho específicas por alguns setores.

Ferraz e Martins (2002) afirmam que as organizações podem encontrar dificuldades em migrar de seus sistemas de medição de desempenho para novos modelos, devido a falta de métodos estruturados. Os autores apresentam uma revisão teórica sobre métodos de diagnóstico e listam os principais métodos:

• Performance Measurement Record Sheet (PMRS) - Neely et al. (1997).

• Performance Measurement Questionnaire (PMQ) - Dixon et al. (1990).

• Framework for Auditing and Assissing Non-Financial Performance Measurement Systens (FAANF) - Coleman e Clark, (2001).

• Integrated Performance Measurement Framework (IPMF) - Medori e Steeple, (2000).

• Integrated Performance Measurement Systems - Bititci et al. (1998).

• ISO 9000:2000.

• Prêmio Nacional da Qualidade.

A realização de um diagnóstico na medição de desempenho existente pode auxiliar na solução deste problema, minimizando erro e economizando recursos (pessoas, tempo, dinheiro, etc.).

Na tentativa de proporcionar soluções para esta situação de inadequação dos sistemas de medição de desempenho foram propostos vários modelos de sistemas de medição de desempenho (FERRAZ; MARTINS, 2002).

A seguir são apresentadas as estruturas dos modelos de sistema de medição de desempenho SMART (Strategic Measurement and Reporting Technique) e Balanced Scorecard (BSC), Performance Prism.