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Direção de Turma

No documento Relatório de Estágio Pedagógico (páginas 59-61)

9. Área 3 – Relação com a Comunidade

9.1 Direção de Turma

De todo este relatório de estágio, gostaria de deixar bem claro que este tópico, dentro dos diversos espectros que este estágio permite alcançar, este foi claramente dos mais enriquecedores. Tive a oportunidade de acompanhar um professor experiente nesta área e que seguirá para mim como um exemplo de uma pessoa extremamente dedicada às suas funções. Que procura compreender, ajudar e orientar o aluno para que este potencie os seus resultados escolares e mais importante que tudo, formar o aluno enquanto pessoa procurando soluções conjuntas com a comunidade escolar, extraescolar e familiar. Para além deste contexto escolar ser bastante específico e ter as suas particularidades quando comparado com o ensino público, este âmbito de direção de turma carateriza-se por um papel com bastante foco nas capacidades comunicacionais, dos aspetos relacionais com toda a comunidade escolar, bem como a capacidade de resolução de conflitos e problemas. Fiquei a acompanhar o Professor Artur Repolho enquanto Direção de Turma, na turma do 6ºB.

Pela caracterização apresentada anteriormente (págs. 17-19) é possível compreender que se trata de uma turma com algumas particularidades ao nível relacional, tanto individual como em grupo e esse foi o grande desafio ao longo de todo o ano. O facto de se tratar de uma turma como cinco PEI (Planos Educativos Individuais), culminou num conjunto elevado de reuniões com alguns dos encarregados de educação destes alunos. O trabalho feito pela

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equipa multidisciplinar deste colégio adveio sempre da forma como o diretor de turma acertava alguns pormenores tanto com os psicólogos responsáveis pelas alterações dos planos curriculares, dos professores que posteriormente aplicavam as guidelines necessárias, ou inclusivamente, o enquadramento legal de cada um deles. O diretor de turma tinha um papel preponderante neste tipo de decisões e na forma como eram mediados os problemas que iam surgindo à medida que o processo avançava. Fosse em questões de foro escolar, psicológico ou familiar. Existisse a necessidade de envolver mais técnicos no processo ou não. O encaminhamento para o exterior ou a necessidade de outras práticas como por exemplo médicas, acabava por ser um processo mediado pelo diretor de turma. O fato desta escola adotar um modelo de reunião individual com os encarregados de educação, permitiu-me compreender diferentes dinâmicas na resolução destes problemas, no padrão de encarregado de educação que poderei vir a encontrar. No entanto, as reuniões conjuntas às quais estamos habituados de final de período de diretor de turma encarregados de educação, neste contexto, não existem. Os tutores dos alunos devem sempre procurar os diretores de turma caso precisem de alguma informação, e vice-versa.

Outro tópico de relevância deste âmbito está relacionado com a comunidade chinesa. Isto é, o facto de existir um aluno chinês na turma, em que praticamente nem o aluno nem os encarregados de educação falam a língua portuguesa, em todas as reuniões era necessário a presença de tradutores de mandarim. A forma como se processa uma reunião neste molde é bastante distinta, uma vez que a mensagem tem de ser curta, sucinta e coesa o suficiente para que o tradutor possa de forma clara e pautada esclarecer todas as dúvidas. A principal preocupação está no facto de o tradutor servir como intermediário e haver o receio de alguma informação ficar perdida no decorrer do discurso. Outra questão que vai de encontro à cultura chinesa, em que os valores morais e éticos estão bem patentes quando comparados com a nossa cultura portuguesa. Em que os tutores do aluno procuram sempre que a sua integração possa ser a melhor possível e que a aprendizagem da língua portuguesa possa ser a mais rápida possível. E que se existe necessidade de trabalhar mais, com maior carga horaria de português, o caso seja uma questão de maior apoio nas disciplinas com maior dificuldade, a palavra e a opinião do professor torna-se soberana na decisão e que o apoio dos pais é praticamente inquestionável, ao passo que em reuniões semelhantes com tutores de aluno portugueses, nem sempre foi assim.

Reuniões Individuais com Encarregados de Educação

Num contexto relativamente diferente ao comum da escola pública, esta instituição opta por não existirem reuniões de turma de final de período com os encarregados de educação. As reuniões são feitas sempre que solicitadas pelos encarregados de educação, de forma individual, ou quando solicitadas pelo Diretor de Turma. Este tópico culmina com o acompanhamento de cerca de mais de 20 reuniões individuais com os encarregados de educação.

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Conselho de Turma

Fiz-me ainda representar nas reuniões finais de conselho de turma e conselho pedagógico, enquanto professor de EF da turma 5ºA e como professor estagiário/diretor de turma da turma 6ºB. Fiquei responsável pela concretização da ata da reunião, da preparação conjunta da reunião de direção da minha direção de turma, lançamento de notas e confirmação das avaliações de final de período. Consultar CD, Atas de Direção de Turma.

Projetos, Dinâmicas, Estratégias de Trabalho e Resolução de Conflitos

O tipo de liderança utilizada pelo Professor Artur variava, no entanto, a sua postura era bastante constante e isso ajudou-me bastante a compreender a dinâmica de diretor de turma. Poderia existir a necessidade de castigar, e dentro dessa “classe” de punição, o espetro podia ser distinto. Poderia haver a necessidade de averiguar o que realmente se tinha passado, e a postura aí era relativamente diferente. Mediante o tipo de problema em causa, existiam inúmeras ferramentas para os distintos problemas e diversas soluções, desde a privação de recreios, recados para casa, tarefas comunitárias, ou reuniões com os encarregados de educação.

A procura de valores morais e atitudes positivas são iguais ou tão mais importantes do que qualquer conteúdo de matéria para lecionar, e essa é a grande conclusão que reitero. Sendo que inclusivamente muitas das de EF dadas a esta turma iam muito neste sentido, mais do propriamente a aquisição técnica ou a procura do êxito no critério. A procura de criação de dinâmicas de grupo positivas e mudanças no foro da atitude tinha sempre em conta o trabalho para uma turma mais unida e que soubesse trabalhar em equipa. Mecanismos imprescindíveis nos dias de hoje.

Participei ainda no acompanhamento da turma no desenvolvimento de uma proposta apresentada a todo o colégio denominada Research Project. Mediante as adaptações a cada ciclo, este trabalho consistia numa iniciação à pesquisa com escolha de um tema do interesse do aluno. Entre mim e o Professor Artur, decidimos balizar a temática apenas referente ao Desporto. Permitiu-me aferir que nível uma turma de 6.º ano tem em relação à pesquisa, às suas capacidades organizativas, à sua autonomia enquanto trabalho individual em sala de aula, e mais importante, deu-me a oportunidade de experienciar o que é orientar o aluno em sala de aula para um trabalho teórico.

No documento Relatório de Estágio Pedagógico (páginas 59-61)