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DIREITOS DO PRESO

No documento EXECUÇÃO PENAL Edição (páginas 35-44)

7. ESTATUTO DO PRESO

7.2. DIREITOS DO PRESO

Os direitos do preso estão previstos em um rol exemplificativo (numerus apertus), conforme art. 41 da LEP.

I) Alimentação suficiente e vestuário

Conforme previsto nas Regras de Mandela, a todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou nacionais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa de cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes for entregue, mantida em bom estado de conservação e mudada com a frequência suficiente para garantir a sua limpeza (Regra 21).

Além disso, prevê que a administração deve fornecer a cada recluso, a horas determinadas, alimentação de valor nutritivo adequado à saúde e à robustez física, de qualidade e bem preparada e servida, bem como todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover com água potável sempre que necessário (Regra 22).

Segundo Rogério Sanches, “à pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos cumpridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identificação de gênero”.

II) Atribuição de trabalho e sua remuneração

Por meio do trabalho garante-se a dignidade do preso, bem como é uma forma de preparação e capacitação para quando for posto em liberdade.

A falta de renumeração, segundo a doutrina, pode reduzir o preso à condição de escravo e, ainda, configurar enriquecimento sem causa daquele se beneficia do trabalho do preso.

III) Previdência social

Os presos possuem direitos aos benefícios previdenciários, incluindo os relativos a eventual acidente de trabalho.

Salienta-se que o auxílio-reclusão é benefício previdenciário concedido aos dependentes do segurado preso de baixa renda, desde que o segurado não esteja recebendo outro benefício previdenciário, a exemplo da aposentadoria.

A Lei 13.846/19, fruto da MP 871/2019, prevê que o auxílio reclusão será concedido:

XI - chamamento nominal; Não se pode chamar preso por número ou apelido, salvo se assim desejar.

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. .

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V (trabalho), X (visita) e XV (contato com o mundo exterior) poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

CS DE EXECUÇÃO PENAL – 2022.1 37 Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.

• Para os dependentes dos presos em regime fechado (antes incluía o semiaberto);

• Para os segurados de baixa renda, ou seja, aquele que no mês de competência de recolhimento à prisão, tenha renda de valor igual ou inferir a prevista no art. 13 da EC 20/98, atualizada até a data da prisão;

• Cumpra o período de carência de 24 contribuições mensais, para os presos a partir de 18 de janeiro de 2019 (antes dispensado).

IV) Constituição de pecúlio

Trata-se de reserva de dinheiro que será depositada em favor do condenado, durante o período em que estiver cumprindo pena.

O pecúlio será formado após a dedução das despesas de:

• Danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios;

• Assistência à família do preso;

• Pessoais;

• Ressarcimento ao estado com a sua manutenção.

V) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação Como todo trabalhador, o preso também faz jus a momentos de descansos e de recreação.

Salienta-se que este direito poderá ser suspenso ou ser restringido, de forma fundamentada pelo diretor do estabelecimento penal, obviamente, deve-se observar o devido processo legal administrativo, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa.

VI) Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena

Sempre que for compatível com a pena, o sentenciado possui direito de exercer suas atividades anteriores.

Por exemplo, o exercício de atividade de escritor será permito, pois compatível.

Diferentemente, é o caso de uma cantora que precisa viajar para seus shows.

VII) Assistência material, à saúde, jurídica, educacional e religiosa

O direito de assistência decorre dos princípios da dignidade da pessoa humana e da humanidade das penas.

Entende-se por assistência material o direito de receber alimentação, vestuário e instalações higiênicas.

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.

§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais

§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados Aos presos é garantido o direito de usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde disponíveis para a comunidade.

Assistência jurídica será destinada para os presos que não possuírem recursos financeiros, será desempenhada pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

A assistência educacional compreende instrução escolar e a formação profissional, sendo inclusive possível remição por estudo (analisaremos posteriormente).

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

CS DE EXECUÇÃO PENAL – 2022.1 39 Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;

III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

A assistência social busca a ressocialização do preso.

Destaca-se, ainda, que todo preso possui direito à assistência religiosa, podendo ser à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.

§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos.

§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. 7.627

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.

Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:

I - o nível de escolaridade dos presos e das presas

II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos

III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos;

IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;

V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.

Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

realizada através de cultos, leituras de livros e até mesmo como forma de ensino religioso.

VIII) Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo

A intenção é evitar que o preso seja submetido a exposição desnecessária, principalmente em relação aos meios de comunicação.

Observe o art. 13 da nova Lei de Abuso de Autoridade:

IX) Entrevista pessoal e reservada com advogado Trata-se de desdobramento do princípio da ampla defesa.

A Lei de Abuso de Autoridade tipificou como crime a conduta a conduta de impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado.

X) Visita do cônjuge, da companheira, de parentes em dias determinados

Salienta-se que a LEP não instituiu o direito à visita íntima. Na prática, a Res. CNPC n.

4/2011 e a Portaria MJ n. 1.190/2008 regulamentam a visita íntima a pessoa presa em estabelecimentos prisionais. Além disso, a Regra 27, das Regras de Bangkok prevê que “onde visitas íntimas forem permitidas, mulheres presas terão acesso a este direito do mesmo modo que os homens.”

Ademais o art. 6º da Res. Conj. 01/2014 do CNPCP e do CNCD/LGBT consagra a visita íntima à comunidade LGBT:

Art. 6º. É garantido o direito à visita íntima para a população LGBT em situação de privação de liberdade, nos termos da Portaria MJ n. 1190/2008 e da Resolução CNPCP n. 4/2011.

CS DE EXECUÇÃO PENAL – 2022.1 41

Destaca-se que a Lei 12.962/14 alterou o ECA para garantir a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, através de visitas periódicas promovidas pelos responsáveis, sem necessidade de autorização judicial.

A adoção de revistas íntimas vexatórias e humilhantes viola tratados internacionais de Direitos Humanos firmados pelo Brasil e contraria recomendações da Corte Interamericana de Direitos Humanos, das Organizações das Nações Unidas e da Corte Europeia de Direitos Humanos.

Para compatibilizar os direitos e deveres envolvidos na questão relativa ao controle de ingresso de visitantes em estabelecimentos penitenciários existem, basicamente, duas correntes:

1ª C - considera não ser possível a realização de revista íntima em presídios, por ser ela vexatória e atentatória à dignidade da pessoa humana, valor básico ensejador dos direitos fundamentais. Ainda, invoca a proibição constitucional de se submeter qualquer pessoa a tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III).

2ª C - é possível, sim, a realização de revista íntima em estabelecimentos prisionais, com base em uma ponderação de interesses, pois existe a necessidade de controlar a entrada de produtos proibidos nos presídios - armas, bebidas, drogas etc. -, de forma que, por questão de segurança pública e em nome da segurança prisional, estaria autorizada a medida (desde que, obviamente, fossem tomadas as cautelas devidas, tais como a realização de revista em mulheres por agentes públicos do sexo feminino).

O STF entende que não cabe habeas corpus para obter direito à visita íntima e nem para pedir autorização de visita.

O habeas corpus não é o meio adequado para se buscar o reconhecimento do direito a visitas íntimas. Isso porque não está envolvido no caso o direito de ir e vir. STF. 1ª Turma. HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/12/2017 (Info 887)

Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. STF. 1ª Turma. HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (Info 871).

É ilegal sanção administrativa que impeça definitivamente o direito do preso de receber visitas.

É ilegal a sanção administrativa que impede definitivamente o direito do preso de receber visitas. STJ 6ª Turma. RMS 48.818-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/11/2019 (Info 661).

Por fim, de acordo com o entendimento do STJ (AgRg no AREsp 1602725/DF), o direito de visitas pode sofrer limitações, diante das peculiaridades do caso concreto.

O direito do preso de receber visitas, assegurado pelo art. 41, X, da Lei de Execuções Penais (Lei nº 7.210/1.984), não é absoluto e deve ser sopesado, de acordo com a situação específica vivenciada no caso concreto, em conjunto com outros princípios, dentre os quais o que visa a garantir a disciplina e a segurança dentro dos estabelecimentos prisionais. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1602725/DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,

Art. 5º (...) XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual.

julgado em 20/10/2020.

XI) Chamamento nominal

Decorre da dignidade da pessoa humana, evitando a objetivação do preso. Além disso, os presos LGBT possuem o direito de serem chamados pelo seu nome social.

XII) Igualdade de tratamento, salvo quando as exigências da individualização da pena Visa impedir que haja tratamento mais severo ou mais benéfico sem justificativa.

XIII) Audiência especial com o diretor do estabelecimento

As audiências não poderão ser negadas, cabendo a administração criar regras para que sejam realizadas.

XIV) Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito É reforçado pelo direito de petição, previsto na CF.

XV) Contato com o mundo exterior

Poderá ser feito por meio de cartas, revistas, televisão.

De acordo com a Regra 58 de Mandela, os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária supervisão, a comunicar periodicamente com as suas famílias e com amigos: por correspondência e utilizando, se possível, meios de telecomunicação, digitais, eletrônicos e outros;

e através de visitas.

A CF, em seu art. 5º, XII, afirma que é inviolável o sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas e de dados e comunicações telefônicas. Prevê, ainda, fazendo uma interpretação literal, que apenas o sigilo das comunicações telefônicas poderá ser violado quando houver autorização judicial, nas hipóteses que a lei estabelecer.

Contudo, deve-se fazer uma interpretação sistemática, uma vez que não existem direitos absolutos. É importante trabalharmos com o princípio da convivência das liberdades fundamentais, assim é possível que os demais sigilos também sejam quebrados.

O STF e o STJ têm diversos julgados neste sentido, vejamos:

STF HC 70.814 - considerou válida a interceptação da correspondência de presos;

CNJ:

CS DE EXECUÇÃO PENAL – 2022.1 43 Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.

CF Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

XVI) Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente

O Atestado de pena a cumprir está regulamentado nos artigos 12 e 13 da Resolução 113 do

Somente os direitos desses incisos (V, X e XV) podem ser restringidos ou suspensos. Essa restrição é feita pelo DIRETOR DO ESTABELECIMENTO, como forma de sanção disciplinar (art.

53, III), salvo o acesso à correspondência do preso, que antes de ser sanção, trata-se de medida de cautela e segurança.

Por fim, indaga-se: o preso vota? Observe a redação do art. 15 da CF:

Res. 113 CNJ Art. 12 A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao apenado, mediante recibo, deverão ocorrer:

I - no prazo de sessenta dias, a contar da data do início da execução da pena privativa de liberdade;

II - no prazo de sessenta dias, a contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de liberdade; e

III - para o apenado que já esteja cumprindo pena privativa de liberdade, até o último dia útil do mês de janeiro de cada ano.

Art. 13 Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena, dentre outras informações consideradas relevantes, as seguintes:

I - o montante da pena privativa de liberdade;

II - o regime prisional de cumprimento da pena;

III - a data do início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento integral da pena; e

IV - a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do regime prisional e o livramento condicional.

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.

Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.

1ªC (minoritária) – haverá suspensão dos direitos políticos apenas quando a execução da pena imposta for incompatível com o seu exercício.

2ªC (majoritária) - o preso definitivo não vota nunca, pois tem suspensos os diretos políticos (efeito secundário da condenação), independentemente do tipo ou da quantidade da pena (STF e art. 8º da Resolução 113 do CNJ).

O preso provisório tem direito ao voto.

Por fim, importante diferenciar excesso de execução de desvio de execução.

Excesso de Execução

Está relacionado à quantidade da pena. Por exemplo, o cumprimento de pena em tempo maior do que o fixado na sentença.

Desvio de Execução

Está relacionado à qualidade da pena. Por exemplo, a sentença fixou o cumprimento de pena em regime semiaberto, mas o preso está cumprindo em regime fechado.

No documento EXECUÇÃO PENAL Edição (páginas 35-44)