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2.4 GUIAS PARA O USO DO BIM EM GESTÃO DE FACILIDADES

2.4.1 Diretrizes da GSA

Como cada edificação pode requerer necessidades únicas, a GSA identificou três níveis dados requeridos para suportar as necessidades das edificações gerenciadas pela agência: Nível 1, Nível 2 e Nível 3, conforme descrito a seguir.

a) Nível 1: As-built BIM geométrico e espacial preciso

Voltado para edifícios novos e existentes, incluem benefícios consequentes da precisão geométrica do modelo 3D, capaz de calcular áreas precisas de espaços,

tipos de revestimento de piso para manutenção, localização dos sistemas prediais e equipamentos ocultos por paredes ou forros (sem necessidade de abri-los). Para a GF o modelo BIM deve possuir em representação geométrica dos seguintes itens:

 Objetos para validação espacial (informações espaciais, paredes, portas, janelas, vigas, colunas e lajes);

 Forros;

 Sistema de iluminação, luminárias, e equipamentos;  Sistemas de comunicação e equipamentos;

 Sistemas elétricos e equipamentos;  Sistemas mecânicos e equipamentos;  Sistemas hidrossanitários e equipamentos;  Sistema de irrigação e equipamentos;

 Sistema de proteção contra incêndio e equipamentos;  Equipamentos de transporte Vertical e Horizontal;  Mobiliário e especificações;

 Sistemas especiais (saúde, segurança, e outros) e equipamentos;

O cada objeto do as-Built BIM deve conter um dados geométricos e conjunto de atributos mínimos. Dentre as informações necessárias, estão e dados de fabricante, modelo, número de série, informações de garantia e instruções de manutenção. Além disso, é necessário que os objetos sejam identificação dos ambientes onde estão localizados e um nome convencionado facilmente interpretável, o Número de Identificação do Ativo (Asset Identification Number). A GSA também recomenda a criação de uma Globally Unique Indentifier (GUID) ou Identificação Global Única, que é um código universal único, com números, letras e dígitos, que pode ser gerado on- line em sites especializados.

b) Nível 2: Inventário de Equipamentos para Gestão de Operação e Manutenção Voltado para edifícios maiores e mais complexos, se refere ao inventário de equipamentos, que possibilita a avaliação da condição dos equipamentos, gestão de energia, resposta a emergências, garantias, e cálculos de mão-de-obra. É possível poupar custos, tempo e mão-de-obra com informações precisas. Dentre as informações necessárias está o GUID, a localização do objeto e Asset Identification Number (NIDA), descritos no item anterior.

c) Nível 3: As-Designed BIM com Análise Energética

O nível 3 é opcional, e está condicionado a integração do modelo com um Building Automation System (BAS), ou Sistema de Automação da Edificação, que possibilita análises de desempenho energético do edifício. Esse nível é condicionado ao projeto ter englobado análise energética para que durante a operação os operadores avaliem maneiras de operação para atingir melhor desempenho, gerando feedbacks e comparando com os parâmetros de projeto.

2.4.1.1 Guia de Implementação da GSA

Para identificar as oportunidades de projeto, a GSA sugere que seus membros de diferentes áreas, como gestor de projeto, gestor de facilidades, gestor de dados espaciais e gestor BIM, se reúnam para discutir as oportunidades potenciais para a implantação do BIM. Para a implementação devem ser definidas as Estratégias de Implementação, que se referem a determinar quais informações serão requeridas, como elas serão utilizadas e quando e por quem serão coletadas. A implementação deve ser ajustada à qual fase do empreendimento o BIM será imposto, identificando informações e metodologias já implantados, como por exemplo o uso de algum sistema de gestão, como CMMS ou COBie, ou a disponibilidade de plantas em 2D. O guia sugere a criação de um BIM Execution Plan (BEP) para promover um plano mestre de gerenciamento de informações e dados, atribuindo regras e responsabilidades para a criação de modelo e integração de dados nas fases de projeto (GSA, 2011). O BEP deve alinhar as necessidades e os requisitos de estratégia de aquisição do projeto aos padrões técnicos, habilidades dos membros da equipe (projetos, construção, gestão), capacidades de construção e a maturidade tecnológica disponível, e a disponibilidade de recursos (por exemplo, licenças de softwares, financiamento para a implantação), para então definir como, quando, quem, qual nível e para quais finalidades o BIM será utilizado. Também deve delinear como será o processo de transição entre a fase de construção e a fase de operação, definido como a fase de comissionamento.

2.4.1.2 Definição de quando e por quem a informação será criada

A equipe de arquitetura e engenharia são responsáveis pela configuração da edificação, distribuição do programa espacial, dimensionamento de sistemas prediais

e localização e especificação dos equipamentos, sendo tais informações desenvolvidas durante a fase de projeto. Entretanto, alguns detalhes de sistema, e detalhes específicos de alguns produtos são desenvolvidos durante a fase de construção, e algumas informações sobre equipamentos são geradas durante a fase de comissionamento. Assim, é necessário definir quem serão os responsáveis por atualizar as informações e quando elas serão inseridas.

2.4.1.3 Requerimento para os modelos BIM

No Manual 01 “BIM Guide Overview” (GSA, 2007) a GSA recomenda que a equipe deve considerar como as informações 3D, 4D e BIM serão trocadas entre as várias equipes de projeto, bem como entre os membros de uma mesma equipe. Assim, a equipe do projeto deve utilizar aplicativos de autoria BIM compatíveis com o formato .IFC para a criação de arquivos compatíveis com programas visualizadores de coordenação, visualizadores de validação de programa espacial, e COBie (Ver Apêndice 01).

2.4.1.4 Estrutura Hierárquica do BIM

Geralmente, ao se modelar no software BIM a própria plataforma desenvolve uma hierarquia: tipicamente, espaços e elementos estão contidos em um piso, o piso está contido em um edifício e o edifício em um sítio. O programa Revit®, que será utilizado na pesquisa, desenvolve essa hierarquia automaticamente, de forma que todos os elementos estão vinculados a determinado nível no modelo. Os espaços e ambientes criados também podem ser vinculados a etapas de construção, disciplina (arquitetura, estrutura, elétrica) e zonas.

2.4.1.5 Número de Identificação do Ativo

Para permitir o acompanhamento e rastreamento de todas as mudanças de um determinado elemento da edificação, bem como quando e por quem elas foram realizadas, cada objeto no modelo BIM deve possuir um código de identificação único. Como o GUID é um código gerado sem controle do usuário, a GSA recomenda a criação de um Número de Identificação do Ativo, que será único dentro da base de dados da instituição.

2.4.1.6 Record BIM

No decorrer do empreendimento, muitas informações são criadas e modificadas, projetos são desenvolvidos separadamente, e há necessidade da criação de um modelo com informações atualizadas, ou o Record BIM, ou Registro BIM. O Registro BIM é o processo usado para representar precisamente as condições físicas, ambientais e ativos de uma instalação, devendo conter informações relativas aos principais elementos arquitetônicos, estruturais, e sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos (MEP). É um dos pontos principais do modelo BIM ao longo do projeto, incluindo os vínculos dos dados de Operação, Manutenção e Ativos ao modelo as- built BIM, para potencializar a entrega do modelo ao proprietário ou gestor de facilidades (PSU, 2017). A GSA solicita que o Registro BIM seja dividido por pavimento e por sistema predial, de forma que cada registro é um arquivo separado. Em cada Registro BIM os elementos construtivos devem seguir o sistema de coordenadas (X, Y, Z) real do modelo. Após a criação, cada Registros BIM deve ser salvo em formato .IFC, bem como deve ser criado um modelo único inserindo todos os arquivos salvos em formato .IFC.

2.4.1.7 Manutenção e Atualização do As-Built BIM

Visto que o acesso a informações da construção é mais facilmente acessível pela base de dados do que pelo modelo BIM, para a manutenção efetiva do as-built BIM a GSA exige que o código identificador único dos elementos seja mantidos de forma associada no modelo BIM e nas bases de dados.

2.4.1.8 Requerimentos Tecnológicos

Como requerimentos tecnológicos a GSA define: um Repositório Central de Informações da Facilidade; Infraestrutura; Segurança; e Funcionalidade.

O repositório central é a chave para a gestão das facilidades, e embora seja possível ter os dados vinculados em vários repositórios, o dado deve servir como um recurso centralizado, acessível para os usuários correspondentes. Quanto à infraestrutura, dentre as tecnologias necessárias para manter um repositório central estão incluídas:  Armazenamento de dados de alta velocidade

 Capacidade de processamento de computador desktop adequada  Número adequado de licenças de software

 Rede banda-larga adequada;  Licença de servidores responsivos

Este repositório deve estar seguro dentro dos firewalls da GSA, entretanto repositores externos devem possuir cópias dos arquivos, visto que as equipes de projeto, construção, comissionamento e gestão de facilidades, devem ter acesso para atualizar informações do modelo de projeto BIM e do as-built BIM.

Já as funcionalidades requeridas estão relacionadas aos processos de atualização das informações durante o ciclo de vida, incluindo os processos colaborativos de gestão de projeto e construção, as atualizações após o encerramento da construção do edifício, e atualizações durante a fase de operação e manutenção.