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7 INSTITUTO BRASILEIRO DE TURISMO; DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO; INSTITUTO

2.2 SISTEMAS DE SINALIZAÇÃO

2.2.3 Diretrizes internacionais

Os principais instrumentos internacionais de interesse para o turismo ainda são aqueles adotados durante a Conferência das Nações Unidas sobre Tráfego Rodoviário: a Convenção de Tráfego Rodoviário e a Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968, p. 5, tradução nossa). No Capítulo 1 desta última, ficam estabelecidas as obrigações das Partes Contratantes, conforme o Artigo 3:

1º. As Partes Contratantes desta Convenção aceitam o sistema de sinalização, sinais e símbolos e marcações rodoviárias aqui descritas e se comprometem a adotá-las tão logo seja possível. Para este fim,

i. Se a presente Convenção estabelece um sinal, símbolo ou marcação para significar certa regra ou transmitir determinada informação para os usuários das estradas, as Partes Contratantes comprometem- se, sem prejuízo dos prazos especificados nos parágrafos 2 e 3 do presente artigo, a não utilizar qualquer outro sinal, símbolo ou marcação, significando aquela regra ou transmitindo aquela informação;

ii. Se a presente Convenção não prescreve um sinal, símbolo ou marcação para significar certa regra ou transmitir determinada informação, fica aberta as Partes Contratantes a possibilidade de utilização de qualquer sinal, símbolo ou marcação que desejarem, desde que para este sinal, símbolo ou marcação não seja atribuído um significado diferente daquele instituído pela presente Convenção e desde que esteja em conformidade com o sistema prescrito pela presente Convenção.

Sendo que, de acordo com o Artigo 8 do Capítulo 2 (1968, p. 8, tradução nossa):

1º. A fim de facilitar a compreensão internacional dos sinais, o sistema de sinalização prescrito nesta Convenção está baseado no uso de formas e cores características de cada classe de sinais e, sempre que possível, sobre o uso de símbolos gráficos em vez de inscrições. Quando as Partes Contratantes julgarem ser necessário modificar os símbolos indicados, as modificações não deverão alterar as características essenciais desses símbolos.

1º. bis. Nos casos em que são utilizados sinais de mensagem variável, as inscrições e símbolos reproduzidos sobre eles também devem estar em conformidade com o sistema de sinalização e sinais prescritos nesta Convenção. Quando, porém, os requisitos técnicos de um determinado tipo de sistema de sinalização e sinais assim o justifiquem, especialmente no sentido de garantir a legibilidade satisfatória.

2º. As Partes Contratantes que pretendam adotar, em conformidade com o Artigo 3, parágrafo 1º (ii) da presente Convenção, qualquer sinal ou símbolo não prescrito nesta Convenção, deverão esforçar-se para garantir um acordo regional sobre o novo sinal ou símbolo.

3º. Nada nesta Convenção deve proibir a adição (a fim de facilitar a interpretação dos sinais e se isso não dificultar a compreensão do sinal) de uma inscrição em um painel retangular abaixo do sinal ou em um painel retangular que contenha um símbolo, como uma inscrição também pode ser colocada no próprio símbolo.

Conforme o Artigo 5 do Capítulo 2 da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968), 113 sinais rodoviários foram padronizados e classificados nas seguintes categorias:

1. sinais de advertência de perigo – placas com a intenção de prevenir sobre perigo na estrada;

Quadro 2.1 – Sinais de advertência de perigo

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

2. sinais reguladores – informam sobre obrigações, restrições ou proibições, subdivididos em:

i. sinais prioritários;

Quadro 2.2 – Sinais prioritários

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

ii. sinais proibidores ou restritivos;

Quadro 2.3 – Sinais proibidores ou restritivos

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

iii. sinais mandatórios; e

Quadro 2.4 – Sinais mandatórios

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

iv. sinais de regulamentação especial;

Quadro 2.5 – Sinais de regulamentação especial

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

3. sinais informativos – placas com a intenção de orientar ou fornecer informações úteis ao usuários; subdividem-se em:

i. sinais de informação, facilidades ou serviços;

Quadro 2.6 – Sinais informação, facilidades ou serviços Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e

ii. sinais de direção, posição e indicação - sinais avançados; sinais de direção; sinais de identificação de estradas; sinais de identificação de localidades; sinais confirmatórios; sinais de indicação; e

Quadro 2.7 – Sinais de direção, posição e indicação

Fonte – desenvolvido pela autora a partir da Convenção de Signos e Sinais Rodoviários (1968)

iii. sinais adicionais.

Na prática, pode-se afirmar que depois de mais de um século desde o surgimento das primeiras tentativas de normalização “não se conseguiu consolidar o que seria o objetivo principal [da Conferência das Nações Unidas sobre Tráfego Rodoviário ou da Convenção de Viena]: universalizar a sinalização pública”. Mesmo diante dos esforços de organizações internacionais (entre elas, a Organização dos Estados Americanos – OEA – e Organização das Nações Unidas – ONU), dificuldades emergentes de critérios e políticas divergentes quanto aos sinais, dificultaram o acordo e impulsionaram o surgimento e disseminação de sistemas continentais, um americano e outro europeu.

De acordo com os dados da pesquisa (iniciada em 2005 por Fernando Navia), que analisa (quanti e qualitativamente) a sinalização nos manuais atuais da Colômbia, Peru, Chile, Brasil, Uruguai, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e os protocolos dos manuais da OEA e ONU, além dos manuais da Bolívia de 1997 e 2007, as diferenças entre os sinais de trânsito, conforme Navia (2008, p. 10), ocorrem tanto “no design da sinalização, nas mensagens dos sinais, no significado atribuído, nas cores, nas categorias e subcategorias” e, portanto, resultam em sistemas de sinalização diversos.

Assim, ao contrário da almejada normalização, é comum que um sinal tenha diferentes significados, bem como, existe a possibilidade de que um significado seja atribuído a placas cuja configuração é diversa. Como mostra o quadro que compara os modelos americano e europeu.

Quadro 2.8 – Quadro comparativo: modelos Americano e Europeu

Fonte – desenvolvido pela autora a partir dos Manuais do Brasil (1999), dos Estados Unidos (2007), do Chile (2000) e do Reino Unido (2003)