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4. DEFINIÇÃO DE DIRETRIZES

4.3. Diretrizes urbanas

Com base nas análises feitas na pedreira de Laranjeiras com o seu entorno e das pesquisas feitas com a população, este capítulo trata das diretrizes urbanas que servirão de base para os possíveis cenários para a área de estudo. Com a avaliação do questionário com os moradores é importante a implantação de uma área verde de lazer próxima as suas residências, melhorando assim a paisagem local e ambiência, com sombreamento. E por isso as diretrizes aqui descritas serão claras por se tratar de um elemento urbano integrador dos espaços fragmentados. Para isso deve-se:

1) pavimentar as ruas das habitações com piso intertravado ou paralelepípedo, evitando o capeamento em asfalto, devido ao clima de Laranjeiras;

2) canalizar o esgoto a céu aberto para subterrâneo com as ligações das casas que despejam no vale;

3) retirar o lixo e entulho;

4) calçar adequadamente as vias degradadas e articular/conectar com as vias existentes. 5) projeto de urbanização constando com infraestrutura viária;

6) ligar a malha viária local ao projeto global da cidade;

7) coletar o esgoto e levar o abastecimento de água para todos os moradores; 8) implementar passeios públicos, ciclovia e iluminação adequada;

9) permitir a convivência dos moradores e usos múltiplos de atividades na área; 10) fazer a drenagem urbana e compatibilizar com os sistemas de pavimentação, calçamento ecológico permitindo uma melhor mobilidade e acessibilidade aos pedestres;

11) desenvolver novas atividades de serviços e consumo que possam ser atrativos para a região ao contemplar um parque.

12) realocar as famílias que estão sob risco de segurança da topografia do terreno, para os lotes vazios do Loteamento Denise Fontes.

4.4 Diretrizes Paisagísticas

Para as diretrizes paisagísticas, foram propostas:

1) os eixos e articulações do sistema viário com arborização adequada para a região, privilegiando as espécies autóctones;

2) a criação dos espaços livres, verdes e públicos assim como um cenário harmonioso da intervenção do homem com a paisagem;

3) o arranjo dos elementos paisagísticos, materiais e a arborização devem ter equilíbrio entre variedade e repetição, harmonia e contraste na sua composição, pois irão servir tanto de componentes para gerar ordem ao desenho da paisagem como também para o desenvolvimento de novos habitats, animais e vegetais no local;

4) definição das áreas de estar e circulação, paginação de piso, distribuição dos espaços e equipamentos enriquecendo assim a paisagem. Tratamento paisagístico que traga benefícios físicos e psíquicos no ser humano;

5) a intervenção deve garantir uma unidade paisagística local, criar uma identidade para o bairro, através da inserção de arborização, de novos equipamentos e de elementos de mobiliário urbano com sinalização e comunicação visual padronizados;

6) elaborar a integração dos espaços livres com os espaços edificados;

7) estimular o envolvimento e a responsabilidade das comunidades situadas no entorno da área no processo de implantação, operacionalização e gestão do parque público.

É todo um processo que traga benefícios para a área, com a valorização do morador e como um indutor da redução da violência que se instala no local, melhorando assim a segurança. Cabe aqui citar alguns elementos que podem compor esse cenário, em um futuro parque para o

município de Laranjeiras, como destaca o livro Rio Cidade: O urbanismo de volta as ruas, 1996, p. 119, por exemplo:

“[...] o piso de alerta para cegos, com textura diferenciada, projetado em torno das peças de mobiliário urbano, início de rampas e travessias; o orelhão com altura padrão para usuários deficientes e não deficientes; as pavimentações diferenciadas para ciclovias e calçadas; os postes multiuso; as rampas para pedestres, ergonomicamente normatizadas; os abrigos para pontos de parada de ônibus, com mapas e informações sobre trajetos e sinalizações enfáticas nas travessias, além de inúmeros novos modelos e detalhes para meios-fios, golas e protetoras para árvores, lixeiras, bancos e mesinhas, frades e defensas, placas de rua e elementos decorativos diversos, tais como esculturas e relógios, que, em conjunto, contribuem para a constituição da imagem urbana do bairro [...]”. (RIO CIDADE, 1996, p.119)

Tendo em vista o que foi dito acima, será demonstrado nas figuras a seguir, os tipos de mobiliários e pavimentação criados em espaços urbanos do Rio de Janeiro. Tais elementos podem ser analisados e serem estudados na criação de novos equipamentos para a implementação em parques verdes de lazer ou na imagem do desenho urbano. Pois, até mesmo o tratamento das pedras portuguesas na composição artística do desenho na pavimentação pode promover identidade ao local e a articulação dos diferentes espaços existentes na cidade. E pode-se tomar com os casos correlatos lições de reestruturação urbana e paisagística, como as lições de Medellín, propostas a partir de uma visão de planejamento de cidade e de tomar como base o concurso público para os projetos de uso público e de vida coletiva.

Figuras 91, 92, 93 e 94 – Mobiliário urbano e composição artística de desenho da pavimentação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca do homem na paisagem, por matéria prima para fabricação ou composição de produtos visando o crescimento econômico, seja para si ou para a cidade que subsidia tal composto, acaba gerando muitos impactos negativos na natureza. Isso é sentido tanto pelas pessoas, como os animais, em exemplos de áreas de extração de minério abandonadas como pedreiras inativas. A tendência desses espaços vazios próximos à malha urbana, de se tornarem espaços degradados é muito alta, pois uma série de fatores como lixo, ou área de invasão por pessoas de baixa renda para construírem suas habitações ou esconderijo para bandidos, tornam- se alguns dos problemas enfrentados pela população que convive no entorno desses espaços.

Por isso, tem-se a necessidade de transformar esses espaços livres, para adquirirem um papel fundamental como elementos estruturadores da paisagem, articulando tais áreas no tecido da cidade e anulando os eventuais problemas que surgem ou poderiam surgir para os moradores. A reestruturação urbana e paisagística são pontos que podem trazer diretrizes positivas para que uma área antes degrada venha a ser estabelecida como uma área renovada com futuras intervenções que visem o bem-estar da população afetada e à cidade em seu conjunto. Por isso a região da Pedreira de Laranjeiras foi o alvo de estudo do presente trabalho, pois sofre com as principais problemáticas de um espaço abandonado e está sujeito à reestruturação local urbana da comunidade e da paisagem.

As pesquisas e análises feitas na pedreira com mapas temáticos, registros fotográficos e entrevistas com a população demonstraram como a área carecia de uma visão mais próxima das reais dificuldades da comunidade local. Tais informações serviram como elementos para direcionar as possíveis soluções que os moradores necessitavam. O Loteamento no entorno da área de estudo possui dificuldades como a falta de infraestrutura visível na área, degradação ambiental, desarticulação com a malha viária, falta de espaços e equipamentos públicos de lazer e recreação, segurança e atividades que dinamizem a área.

As pesquisas dos casos correlatos serviram de base para a metodologia adotada, com projetos que trataram da questão de degradação ambiental, social, e relação das soluções de projeto com a paisagem e a cidade. Por isso, todas as análises do território, os anseios e perfil social dos moradores do entorno da pedreira foram importantes para a elaboração de um estudo de cenários que o local poderia possuir. Foram elaborados cenários com impactos negativos e positivos, sendo que este último, atribuiu-se o tema de parque urbano, pois se tratava de uma comunidade carente de espaço público com vegetação para recreação, lazer e contemplação.

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ANEXO 01

Figura 01, Anexo 01 – Mapa de Macrozoneamento do Município de Laranjeiras.

ANEXO 02

Figuras 02, 03 e 04, Anexo 02 – Mapas de Zoneamento, Sistema Viário e Perímetro Urbano de Laranjeiras.

ANEXO 03

Figuras 05, 06 e 07, Anexo 03 – Atividades priorizadas na Zona Urbana de Dinamização e no sistema viário.

ANEXO 04

ANEXO 05

Figuras 05, 06 e 07, Anexo 05 – Da Circulação Urbana

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