• Nenhum resultado encontrado

O termo discalculia é usado para classificar indivíduos com défices específicos na área do raciocínio matemático. Este défice pode ser adquirido e então tem origem em lesões neurobiológicas. Porém, para que fosse possível distinguir os défices adquiridos

dos défices desenvolvimentais associados à aquisição das competências matemáticas, os investigadores adoptaram o termo discalculia de desenvolvimento (Butterworth, 2005; Shalev, 2004; Shalev, Manor, Kerem, Ayali, Badichi, Friedlander, & Gross-Tsur, 2001). Esta terminologia continua, no entanto, a não reunir o consenso de todos os investigadores, sendo que em diferentes estudos surgem termos diversificados como: “défices de aprendizagem aritmética” (Berch, 2005) e “dificuldade de aprendizagem específica da aritmética” (McLean & Hitch, 1999), entre outros. Em todos estes estudos, esses termos são usados para classificar défices graves de aquisição das competências matemáticas e de sentido de número.

A discalculia é muitas vezes descrita como uma espécie de dislexia para números. Apesar de o indivíduo com discalculia não apresentar défices cognitivos gerais e de ter tido acesso a um ensino de relativa qualidade num meio ambiente adequado, ele tem de facto dificuldades em lidar com os números e o desenvolvimento da numeracia é ou foi muito difícil. Crianças com discalculia são muitas vezes incapazes de fazer operações simples como somas de algarismos únicos, ou de estimar instantaneamente pequenas quantidades (Dehaene, Molko, & Wilson, 2004; Blakemore & Frith, 2005).

As manifestações da discalculia que geram maior consenso entre os investigadores são: a utilização de estratégias imaturas, quer no cálculo quer na resolução de problemas; necessidade de mais tempo e menor precisão na resolução das tarefas aritméticas (Geary, 2004; Geary & Hoard, 2001; Jordan, Hanich, & Kaplan, 2003; Shalev et al., 2001), falhas na compreensão dos princípios de contagem e erros nos procedimentos de contagem (Geary, Hamson, & Hoard, 2000). Landerl, Bevan e Butterworth (2004), na sua amostra de crianças com discalculia identificaram défices gerais relacionados com o processamento numérico, incluindo dificuldade de aceder a informações verbais e numéricas; dificuldades na contagem de pontos, dificuldades na comparação de dígitos, e problemas em relembrar sequências de números apresentados oralmente e por escrito. Porém, depois de controlar os níveis de leitura, as crianças com discalculia apresentavam valores normais em tarefas que envolviam a memória de trabalho fonológica, o acesso a informações verbais, e as competências de linguagem, permanecendo os problemas na contagem de pontos, no subitizing e na comparação de dígitos.

As manifestações da discalculia estão estritamente relacionadas com a idade dos indivíduos (Shalev, 2004). Assim, se numa fase inicial da aprendizagem as manifestações estão mais associadas a dificuldades na aprendizagem e na recuperação de factos aritméticos simples, e com a utilização de estratégia imaturas de contagem, numa fase posterior os problemas poderão residir fundamentalmente na aprendizagem da tabuada, assim como na compreensão e na automatização das estratégias inerentes às quatro operações aritméticas básicas.

As hipóteses que actualmente se levantam apontam para que o défice central dos indivíduos com discalculia resida na capacidade básica e inata de manipular e comparar as grandezas. Nesta perspectiva, Butterword (2004) defende um défice específico e selectivo relacionado com a capacidade básica da compreensão do número e do seu sentido. As crianças com discalculia apresentariam então um défice de origem numérica especificamente relacionado com dificuldades na representação e no processamento de informação numérica e que seria independente da presença ou não de dificuldades de leitura, tal como sugere o estudo de Laderl, Bevan e Butterworth (2004), anteriormente apresentado.

O sentido de número é um conceito complexo, que tem envolvido diferentes significados quer ao longo do tempo quer por referência a diferentes investigadores. Berch (2005) define sentido de número não só como capacidade de manipular e comparar grandezas, mas também, como uma capacidade de executar cálculo mental, flexibilidade na manipulação dos números e das estratégias numéricas, e competências para fazer comparações no universo real das quantidades, extrapolando-as para o universo dos números e das grandezas. Por exemplo, um indivíduo não necessita de ter o sentido de número muito apurado para saber que três é menor que cinco e que nove é maior que cinco; porém, para saber que nove é muito maior que cinco do que três é menor que cinco já é necessário ter um sentido de número mais elaborado e complexo. Um indivíduo com um elevado sentido de número será capaz de dizer que a quantidade que separa o nove do cinco é duas vezes a quantidade que separa o três do cinco (e.g., 3+2; 9–2–2).

Gersten e Chard (1999) estabelecem uma analogia entre a importância da consciência fonémica na aprendizagem da leitura e da escrita e a importância do sentido de número nas aprendizagens matemáticas. Estes autores salientam que uma construção

sólida do sentido de número no início das aprendizagens pode ajudar as crianças com DM a superar as suas dificuldades.

No que concerne à etiologia, a investigação evidencia que há provavelmente uma contribuição genética para a discalculia tal como para a dislexia ou para outras dificuldades de aprendizagem (Shalev et al., 2001). Visando determinar a influência da componente genética na discalculia, Shalev e colaboradores (2001) avaliaram e compararam as dificuldades de crianças, com as dos seus pais e irmãos. As elevadas correlações entre as dificuldades aritméticas de pais e filhos deste estudo permitiram demonstrar que a discalculia tem uma significativa influência genética relacionada com uma história familiar de problemas nesta área. Assim, os membros da família de uma criança com discalculia têm uma probabilidade dez vezes superior de serem diagnosticados com discalculia comparativamente com os membros da família da população geral. O que permite inferir que uma criança oriunda de uma família com antecedentes de discalculia tenha mais probabilidades de ter este défice.

Estudos neuropsicológicos têm demonstrado, também, que a base genética da discalculia pode estar relacionada com anomalias funcionais e estruturais dos lobos parietais, especialmente do sulco intraparietal direito, sendo que esta região representa um papel fundamental no processamento do número e no desenvolvimento das capacidades aritméticas (Dehaene, Piazza, Pinel, & Cohen, 2003; Molko, Cachia, Rivière, Mangin, Bruandet, Le Bihan et al., 2003). Indivíduos com lesão neurológica na área perisílvica do hemisfério esquerdo, diagnosticados com afasia, dislexia e discalculia adquiridas demonstraram prejuízos graves em tarefas que envolviam processamento verbal, quer na leitura e escrita, quer a nível aritmético. No entanto as suas capacidades de manipular e comparar grandezas numéricas não verbais permaneceram preservadas. Os exames neurológicos comprovaram que a lesão ocorreu nas áreas classicamente associadas à linguagem, enquanto o lobo parietal inferior esquerdo permaneceu funcional e era activado durante as tarefas de cálculo. Neste estudo foi também demonstrado que os cálculos de adição e de subtracção eram resolvidos mais facilmente do que os de multiplicação e divisão (Cohen, Dehaene, Chochon, LeheAricy, & Naccache, 2000).

Actualmente levanta-se a hipótese de que existam diferentes sistemas cerebrais envolvidos no desenvolvimento das competências aritméticas: um verbal e um não verbal. O verbal estará relacionado com a memorização dos conceitos matemáticos ou

cálculos aritméticos; o não verbal estará associado à percepção dos números e ao desenvolvimento do sentido de número e aqui residirá a base da aritmética (Dehaene, Piazza, Pinel, & Cohen, 2003). Segundo Dehaene e colaboradores (2003), autores da Teoria do Triplo Código, a aprendizagem aritmética estaria baseada em três tipos de representações: a verbal, a visual e a de quantidade (Shalev, 2004). As operações aritméticas simples seriam da responsabilidade da componente verbal e, segundo estudos de neuroimagem, são processadas no hemisfério esquerdo, onde também se localizam muitas funções relacionadas com a linguagem. As operações mais complexas, que requerem estimativas de quantidade ou magnitudes, assim como representações visuais seriam da responsabilidade das outras duas componentes e são processadas bilateralmente ao nível cerebral. Reflectindo nestes modelos, pode sugerir-se que indivíduos com discalculia tenham afectadas, principalmente, as áreas cerebrais envolvidas na aritmética não verbal: a visual e a de quantidade.

Relativamente ao diagnóstico da discalculia, tal como na dislexia, os critérios são normalmente baseados na discrepância entre o nível de inteligência geral e as competências matemáticas esperados para uma determinada idade. No entanto, sabe-se bem menos sobre discalculia do que sobre dislexia, uma vez que os estudos nesta área são consideravelmente em menor número. Porém, Geary (2004) chama a atenção para a importância de relativizar esta definição estatística da discrepância, atribuindo por consequência mais importância aos aspectos cognitivos e aos défices de memória inerentes a esta dificuldade. Sugere, ainda, que a resistência a ensinos e a intervenções sistemáticos na área da aritmética poderão ser uma ajuda fundamental no diagnóstico de discalculia, ou de dificuldades de aprendizagem da matemática, como o autor enuncia. Uma criança com diagnóstico de dislexia que apresente dificuldades matemáticas graves envolvendo a compreensão do sentido de número, problemas nos processos aritméticos básicos como os princípios de contagem ou o subitising deve ser diagnosticada com dislexia e com discalculia. Esta criança tem, segundo o modelo de Dehaene, Piazza, Pinel e Cohen (2003), o sistema cerebral implicado nas capacidades aritméticas não verbais lesado. No entanto, sugere-se que uma criança com dislexia que apresente dificuldades aritméticas circunscritas ao processamento fonológico, à memória ou à velocidade de processamento e não apresente qualquer défice na compreensão do sentido de número, deve apenas receber o diagnóstico de dislexia.

Em psicologia, as decisões que estão inevitavelmente envolvidas no processo de diagnóstico são complexas e muitas vezes difíceis de tomar: os quadros clínicos raramente são claros e limpos, as manifestações são frequentemente ambíguas, e muitas das vezes os diagnósticos intersectam-se. A área da linguagem não é excepção, por isso nem sempre é fácil decidir se uma criança com dislexia tem ou não um défice inato na compreensão do sentido de número.

Referências bibliográficas

Ackerman, P. T., & Dykman, R. A. (1995). Reading-disabled students with and without comorbid arithmetic disability. Developmental Neuropsychology, 11, 351–371. Adams, M. A., & Bruck, M. (1995). Resolving the great debate. American Educator,

19(2), 7, 10-20.

Adams, J. W., & Hitch, G. J. (1997). Working memory and children's mental addition. Journal of Experimental Child Psychology, 67(1), 21-38.

American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais. (4ºed). Lisboa : Climepsi Editora.

Andersson, U. (2008). Mathematical competencies in children with different types of learning difficulties. Journal of Educational Psychology, 100(1), 48–66.

Ashcraft, M. H., & Krause, J. A. (2007). Working memory, math performance, and math anxiety. Psychonomic Bulletin and Review, 14(2), 243–248.

Baddeley, A.D. (1986). Working memory. Oxford: Oxford University Press.

Baddeley, A. (2000). The episodic buffer: a new component of the working memory ? Trends in Cognitive Sciences, 4(11), 417-422.

Baddeley, A. (2003). Working memory and language: an overview. Journal of Communication Disorders, 36, 186-208.

Baddeley, A. (2007). Working memory, thought and action. Oxford: Blackwell.

Baddeley, A. D., & Hitch, G. (1974). „Working memory,‟ in G.H. Bower (Ed.) The Psychology of Learning and Motivation 8: pp 47-90. London: Academic Press. Berch, D. B. (2005). Making sense of number sense: Implications for children with

mathematical disabilities. Journal of Learning Disabilities, 38, 333–339.

Berg, D. H. (2008). Working memory and arithmetic calculation in children: The contributory roles of processing speed, short-term memory, and reading. Journal of Experimental Child Psychology, 99, 288-308.

Blakemore, S. J., & Frith, U. (2005).The Learning Brain: Lessons for Education. Oxford: Blackwell.

Brannon, E. M. (2005). What animals know about number. In J. I. D. Campbell (Ed.), Handbook of Mathematical Cognition (pp. 85-108). New York, NY: Psychology Press.

Bryant, P., Christie, C., & Rendu, A. (1999). Children‟s understanding of the relation between addition and subtraction: Inversion, identity, and decomposition. Journal of Experimental Child Psychology, 74, 194–212.

Brysbaert, M. (2005). Number recognition in different formats. In J.I.D. Campbell (Ed.), Handbook of mathematical cognition. Hove: Psychology Press.

Bull, R., & Johnston, R. S. (1997). Children‟s arithmetical difficulties: Contributions from processing speed, item identification and short-term memory. Journal Experimental Child Psychology, 65, 1–24.

Bull, R., & Scerif, G. (2001). Executive functioning as a predictor of children's mathematics ability: Inhibition, shifting, and working memory. Developmental Neuropsychology, 19, 273−293.

Butterworth, B. (2004). Dyscalculia Guidance Helping Pupils with Specific Learning Difficulties in Maths. David Fulton.

Butterworth, B. (2005a). Developmental dyscalculia. In J. I. D. Campbell (Ed.), Handbook of mathematical cognition (pp. 455–467). New York: Psychology Press.

Butterworth, B. (2005). The development of arithmetical abilities. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 46, 3−18.

Butterworth, B., Cappelletti, M., & Kopelman, M. (2001). Category specificity in reading and writing: The case of number words. Nature Neuroscience, 4, 784– 786.

Butterworth, B., Reeve, R., Reynolds, F., & Lloyd, D. (2008). Numerical thought with and without words: Evidence from indigenous Australian children. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 105(35), 13179-13184.

Chinn, S. J., & Ashcroft, J. R. (2006). Mathematics for dyslexics: including dyscalculia. Chichester: Wiley.

Cohen, L., Dehaene, S., Chochon, F., LeheÂricy, S., & Naccache, L. (2000). Language and calculation within the parietal lobe: a combined cognitive, anatomical and fMRI study. Neuropsychologia, 38, 1426-1440.

Cowell, S. F., Egan, G. F., Code, C., Harasty, J., & Watson, J. D. G. (2000). The functional neuroanatomy of simple calculation and number repetition: a parametric PET activation study. NeuroImage, 12, 565–573.

Daneman, M., & Capenter, P. A. (1980). Individual differences in working memory and reading. Journal of Verbal Learning and Verbal Behavior, 19, 450-466.

Dehaene, S., Molko, N., & Wilson, A. J. (2004). Dyscalculie, le sens perdu des nombres. Neurosciences, 379, 42-47.

Dehaene, S., Molko, N., Cohen, L., & Wilson, A. J. (2004). Arithmetic and the brain. Current Opinion in Neurobiology, 14, 218–224.

Dehaene, S., Piazza, M., Pinel, P., & Cohen, L. (2003). Three parietal circuits for number processing. Cognitive Neuropsychology, 20, 487–506.

Durand, M., Hulme, C., Larkin, R., & Snowling, M. (2005). The cognitive foundations of reading and arithmetic skills in 7- to 10-year-olds. Journal Experimental Child Psychology, 91, 137–157.

Fayol, M., Marinthe, C., & Barroullet, P. (2004). Compter sur les doigts, une étape nécessaire. Neurosciences, 379, 47-49.

Frith, U. (1999). Paradoxes in the definition of dyslexia. Dyslexia, 5, 192-214.

Geary, D. C. (1993). Mathematical disabilities: Cognitive, neuropsychological, and genetic components. Psychological Bulletin, 114, 345–362.

Geary, D. C. (2004). Mathematics and learning disabilities. Journal of Learning Disabilities, 37, 4–15.

Geary, D. C. (2005). Role of theory in study of learning difficulties in mathematics. Journal of Learning Disabilities, 38, 305-307.

Geary, D. C., Bow-Thomas, C. C., Liu, F., & Siegler, R. S. (1996). Development of arithmetical competencies in Chinese and American children: Influence of age, language, and schooling. Child Development, 67, 2022–2044.

Geary, D. C., Hamson, C., & Hoard, M. K. (2000). Numerical and arithmetical cognition: A longitudinal study of process and concept deficits in children with learning disability. Journal of Experimental Child Psychology, 77, 236–263. Geary, D. C., & Hoard, M. K. (2001). Numerical and arithmetical deficits in learning-

disabled children: Relation to dyscalculia and dyslexia. Aphasiology, 15, 635−647.

Geary, D. C., & Hoard, M. K. (2005). Learning disabilities in arithmetic and mathematics: Theoretical and empirical perspectives. In J. I. D. Campbell (Ed.), Handbook of mathematical cognition (pp. 253– 267). New York: Psychology Press.

Geary, D. C., Hoard, M. K, Byrd-Craven, J., & DeSoto, M. C. (2004). Strategy choices in simple and complex addition: contributions of working memory and counting knowledge for children with mathematical disability. Journal Experimental Child Psychology, 88, 121-151.

Geary, D. C., Hoard, M. K., & Hamson, C. O. (1999). Numerical and arithmetical cognition: Patterns of functions and deficits in children at risk for a mathematical disability. Journal of Experimental Child Psychology, 74, 213– 239.

Gelman, R., & Butterworth, B. (2005). Number and language: how are they related? Trends Cognit Sci, 9(1), 6 –10.

Gelman, R., & Gallistel, C. R. (1978). The child’s understanding of number. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Gersten, R., & Chard, D. J. (1999). Number Sense: Rethinking Math Instruction for Students with Learning Disabilities. The Journal of Special Education, 44, 18- 28.

Gilmore, C. K., & Bryant, P. (2006). Individual differences in children‟s understanding of inversion and arithmetical skill. British Journal of Educational Psychology, 76, 309–331.

Gilmore, C. K., & Spelke, E. (2008). Children's understanding of the relationship between addition and subtraction. Cognition, 107, 932-945.

Goswami, U., & Bryant, P.E. (2007). Children's cognitive development and learning. Research survey for the Esme Fairburn Foundation Primary Review, University of Cambridge.

Gross-Tsur, V., Manor, O., & Shalev, R. (1996). Developmental dyscalculia: Prevalence and demographic features. Developmental Medicine and Child Neurology, 38, 25−33.

Hanich, L.B., Jordan, N.C., Kaplan, D., & Dick, J. (2001). Performance across different areas of mathematical cognition in children with learning difficulties. Journal of Educational Psychology, 93, 615-626.

Hecht, S. A., Torgesen, J. K., Wagner, R. K., & Rashotte, C. A. (2001). The relations between phonological processing abilities and emerging individual differences in mathematical computation skills: A longitudinal study from second to fifth grades. Journal of Experimental Child Psychology, 79, 192–227.

Hulme, C., & Snowling, M. J. (2009). Developmental disorders of language learning and cognition. Wiley- Bleckwell: Oxford.

Imbo, I., & Vandierendonck, A. (2007). Do multiplication and division strategies rely on executive and phonological working-memory resources? Memory & Cognition, 35(7), 1759-1771.

Jordan, N. C., & Hanich, L. B. (2000). Mathematical thinking in second-grade children with different forms of LD. Journal of Learning Disabilities, 33, 567–578. Jordan, N. C., Hanich, L. B., & Kaplan, D. (2003). A longitudinal study of

mathematical competencies in children with specific mathematics difficulties versus children with comorbid mathematics and reading difficulties. Child Development, 74(3), 834–850.

Jordan, N. C., Kaplan, D., & Hanich, L. B. (2002). Achievement growth in children with learning difficulties in mathematics: Findings of a two-year longitudinal study. Journal of Educational Psychology, 94, 586– 597.

Landerl, K., Bevan, A., & Butterworth, B. (2004). Developmental dyscalculia and basic numerical capacities: A study of 8–9-year-old students. Cognition, 93, 99−125. Landerl, K., Fussenegger, B., Moll, K., & Willburger, E. (2009). Dyslexia and

dyscalculia: Two learning disorders with different cognitive profiles. Manuscript submitted for publication.

Lee, K., Ng, S. F., Ng, E. L., & Lim, Z. Y. (2004). Working memory and literacy as predictors of performance on algebraic word problems. Journal of Experimental Child Psychology, 89, 140-158.

Lewis, C., Hitch, G., & Walker, P. (1994). The prevalence of specific arithmetic difficulties and specific reading difficulties in 9- and 10-year old boys and girls. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 35, 283−292.

Light, J. G., & DeFries, J. C. (1995). Comorbidity of reading and mathematics disabilities: Genetic and environmental etiologies. Journal of Learning Disabilities, 28, 96–106.

Lundberg, I., & Sterner, G. (2006). Reading, arithmetic, and task orientation- how are they related? Annals of Dyslexia, 56(2), 361-377.

Lyon, G., Shaywitz S., & Shaywitz B. (2003). A definition of dyslexia. Annals of Dyslexia, 53, 1–14.

Mabbott, D. J., & Bisanz, J. (2008). Computational skills, working memory and conceptual knowledge in older children with Mathematics learning disabilities. Journal of Learning Disabilities, 41(1), 15-28.

McCloskey, M., Caramazza, A., & Basili, A. (1985). Cognitive mechanisms in number processing and calculation: Evidence from dyscalculia. Brain and Cognition, 4, 171–196.

McLean, J. F., & Hitch, G. J. (1999). Working memory impairments in children with specific arithmetic learning difficulties. Journal of Experimental Child Psychology, 74, 240-260.

Miles, T. R., Haslum, M. N., & Wheeler, T. J. (2001). The mathematical abilities of dyslexic 10-year-olds. Annals of Dyslexia, 51, 299–321.

Miura, I. T., Okamoto, Y., Vlahovic-Stetic, V., Kim, C. C., & Han, J. H. (1999). Language supports for children‟s understanding of numerical fractions: Cross national comparisons. Journal of Experimental Child Psychology, 74, 356–365. Molko, N., Cachia, A., Riviere, D., Mangin, J. F., Bruandet, M., Le Bihan, D., et al.

(2003). Functional and structural alterations of the intraparietal sulcus in a developmental dyscalculia of geneticorigin. Neuron, 40, 847–858.

Muter, V., Hulme, C., Snowling, M., & Taylor, S. (1998). Segmentation, not rhyming, predicts early progress in learning to read. Journal of Experimental Child Psychology, 71, 3–27.

Nunes, T., Bryant, P., Evans, D., Bell, D., Gardner, S., Gardner, A., et al. (2007). The contribution of logical reasoning to the learning of mathematics in primary school. British Journal of Developmental Psychology, 25, 147-166.

Passolunghi, M. C., & Siegel, L. S. (2001). Short-term memory, working memory, and inhibitory control in children with difficulties in arithmetic problem solving. Journal of Experimental Child Psychology, 80, 44-57.

Passolunghi, M. C., & Siegel, L. S. (2004). Working memory and access to numerical information in children with disability in mathematics. Journal of Experimental Child Psychology, 88, 348-367.

Pennington, B. F. (2006). From single to multiple deficit models of developmental disorders. Cognition, 101(2), 385-413.

Perkin, G., & Croft, T. (2007). The dyslexic student and mathematics in higher education. Dyslexia, 13, 193-210.

Piaget, J. (1952). The child’s conception of number. London: Routledge & Kegan Paul. Ramus, F., Rosen, S., Dakin, S. C., Day, B. L, Castellote, J. M., White, S., et al. (2003).

Theories of developmental dyslexia: insights from a multiple case study of dyslexic adults. Brain, 126, 841-865.

Schuchardt, K., Maehler, C., & Hasselhorn, M. (2008). Working memory deficits in children with specific learning disorders. Journal of Learning Disabilities, 41(6), 514-523.

Seron, X., & Fayol, M. (1994). Number transcoding in children: A functional analysis. British Journal of Developmental Psychology, 12, 281-300.

Shalev, R. S. (2004). Developmental dyscalculia. Journal of child neurology, 19(10), 765-71.

Shalev, R. S., Manor, O., Kerem, B., Ayali, M., Badichi, N., Friedlander, Y., & Gross- Tsur, V. (2001). Developmental dyscalculia is a familial learning disability. Journal of learning disabilities, 34(1), 59-65.

Shaywitz, S., Morris, R., & Shaywitz, B. (2008). The education of dyslexic children from childhood to young adulthood. Annual Review of Psychology, 59, 451-475. Shrager, J., & Siegler, R. S. (1998). SCADS: A model of children's strategy choices and

strategy discoveries. Psychological Science, 9, 405-410.

Siegel, L. S., & Linder, B. A. (1984). Short-term memory processes in children with reading and arithmetic learning disabilities. Development Psychology, 20(2), 200-207.

Siegler, R. S. (2003.) Implications of cognitive science research for mathematics education. In Kilpatrick, J., Martin, W. G. & Schifter, D. E. (Eds.), A research companion to principles and standards for school mathematics (pp. 119-233). Reston, VA: National Council of Teachers of Mathmatics.

Siegler, R. S., & Shipley, E. (1995). Variation, selection, and cognitive change. In G. Halford & T. Simon (Eds.), Developing cognitive competence: New approaches to process modeling (pp. 31–76). Hillsdale, NJ: Erlbaum.

Simmons, F. R., & Singleton, C. (2006). The mental and written arithmetic abilities of adults with dyslexia. Dyslexia, 12, 96–114.

Simmons, F. R., & Singleton, C. (2008). Do Weak phonological representations impact on arithmetic development? A review of research into arithmetic and dyslexia. Dyslexia, 14, 77-94.

Snowling, M. J. (2000). Dyslexia (2nd ed.). Oxford: Blackwell.

Snowling, M. J. (2008). Specific disorders and broader phenotypes: the case of dyslexia. Quarterly Journal of Experimental Psychology, 61, 142-156.

Stanovich, K. E., & Siegel, L. S. (1994). Phenotypic performance profile of children with reading disabilities: A regression-based test of the phonological-core variable-difference model. Journal of Educational Psychology, 86, 24-53.

Swanson, H. L., & Sachse-Lee, C. (2001). Mathematical problem solving and working

Documentos relacionados