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Este estudo constatou uma baixa incidência de neonatos com Displasia

Broncopulmonar, sendo que, dos 319 prontuários avaliados em um período de 1 ano,

2,5% dos neonatos apresentaram a patologia. TEIXEIRA et al (2007), durante um

estudo de 9 anos realizado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal da

Maternidade Santa Fé, em Belo Horizonte, constataram que, dos 181 neonatos

avaliados, 21% apresentaram DBP. CUNHA et al (2003) mostraram que a incidência de

DBP foi de 26,6% na avaliação de 124 crianças no período de setembro de 2000 a abril

de 2002.

Entre os 8 neonatos com DBP, o sexo masculino foi o mais afetado, mostrando

neste estudo uma incidência de 62% do sexo masculino em comparação com 38% do

sexo feminino. GONZAGA et al (2007)mostraram em seu estudo uma maior incidência

no sexo masculino, sendo que, de 68 neonatos, 51,4% eram do sexo masculino.

50% dos neonatos apresentaram a idade gestacional corrigida pelo Método de

Capurro em torno de 31 semanas, refletindo num neonato imaturo com alta morbidade.

CUNHA et al (2003) apresentam em seu estudo 33 RN com DBP numa idade

gestacional menor que 32 semanas para todos os RN

.

A oxigenioterapia é um dos pontos mais importantes no tratamento dos pacientes

com DBP visto que a hipoxemia é a principal causa de alterações cardiovasculares além

de influenciar o ganho ponderal e o desenvolvimento cerebral nestes pacientes

(OLIVEIRA & REINAUX, 2003). Neste estudo, 75% dos neonatos foram submetidos à

oxigenoterapia por até 10 dias e 25% por mais de 10 dias. ABREU et al (2007)

observaram em seu estudo uma média de 48 dias submetidos à oxigenoterapia com

desvio padrão de 22,5 (p=0,05).

Este estudo mostrou que 75% dos neonatos permaneceram em ventilação

mecânica não invasiva por um período até 10 dias e 25% deles, por mais de 10 dias. A

ventilação mecânica não invasiva tem como objetivo melhorar a fadiga dos músculos

respiratórios e a Capacidade Residual Funcional através da redução de áreas com

atelectasias e melhora da troca gasosa (COSTA et al .,1999; SILVA et al, 2003; LOH et

al.,2007) .

A ventilação mecânica invasiva tem sido identificada como um dos principais

fatores de lesão pulmonar em prematuros, sendo um dos principais fatores a ocorrência

da DBP. Dessa forma, o objetivo é fazer o neonato reassumir a função ventilatória que

foi substituída, por um certo tempo, pelo ventilador mecânico (MARCONDES et al,

2005). Neste estudo, 12,5% dos neonatos permaneceram em VMI de 11 a 20 dias, 25%

permaneceram de 21 a 30 dias, 50% permaneceram de 31 a 40 dias e 12,5 %

permaneceu por mais de 40 dias. BHERING et al, 2007 mostraram em seu estudo uma

média de 17,8 dias submetidos à VMI.

Os parâmetros utilizados no ventilador mecânico também são muito importantes,

sendo que valores muito elevados podem contribuir para lesões pulmonares como a

DBP. Os parâmetros recomendados são: para a Pressão inspiratória (Pinsp): de 20 a 40

cmH

2

O e para a Fração inspirada de oxigênio (FiO

2

)

: de

40% a 60% (PINHEIRO et al.,

2004). Neste estudo, a Pinsp se manteve dentro da faixa recomendada, permanecendo

em torno de 21,7 cmH

2

O , sendo 18 cmH

2

O a mínima e 32 cmH

2

O a máxima. A FiO2

manteve-se em torno de 70% , sendo 40% a mínima e 100% a máxima.

Uma vez instalada a DBP, os corticóides são indicados por via inalatória no

controle da hiperresponsividade brônquica. Recomenda-se o uso de corticosteróide

inalado para os pacientes com dinâmica respiratória mais comprometida e padrão

clínico-radiológico mais evidente de obstrução de vias aéreas inferiores (MONTE et al,

2005). Neste estudo, observou-se que, dos 8 neonatos com DBP, 5 (62%) fizeram uso

de corticosteróide.BHERING et al, 2007 mostraram que 70,5% dos neonatos com DBP

utilizaram corticosteróide em seu estudo.

Este estudo mostrou que, dos 8 neonatos com DBP, 50% permaneceram

internados por mais de 60 dias, apresentando média total de 57,88

±

24,68 dias.

BHERING et al. (2007) mostraram em seu estudo que a média de tempo de internação

se situou em torno de 81 ± 27 dias.

Neste estudo, todos os neonatos com DBP apresentaram Doença da Membrana

Hialina previamente. CUNHA et al, 2003 mostraram que, dos 33 neonatos com DBP,

71,4 % apresentavam DMH associada. Em relação à sepse, o estudo mostrou que 50%

deles apresentaram a patologia. BHERING et al, 2007 mostraram, em seu estudo, que

20,5% apresentaram sepse como patologia associada.

O estudo mostrou que todos os pacientes com DBP evoluíram para alta hospitalar.

Porém, CUNHA et al 2003 afirma que a DBP associa-se a um aumento da morbidade e

da mortalidade no período neonatal, sendo também uma causa freqüente de internação

prolongada, com sérias conseqüências sociais e econômicas.

Neste estudo, observou-se que, dos 8 neonatos com DBP, 25% receberam menos

de 50 atendimentos fisioterapêuticos durante toda a internação hospitalar, 25%

receberam de 51 a 70 atendimentos fisioterapêuticos e 50% deles receberam acima de

70 atendimentos fisioterapêuticos, sendo a média total de 62,87

±

28,0 atendimentos.

Demonstrou-se também os recursos fisioterapêuticos realizados nestes neonatos, sendo

que dos todos receberam manobras de higiene brônquica e aspiração traqueal, 87,5%

receberam manobras de reexpansão pulmonar, 12,5 % recebeu manobra de

desinsuflação e 50% receberam inaloterapia.

A fisioterapia respiratória tem um importante papel na Unidade de Terapia

Intensiva Neonatal, principalmente devido à imaturidade do sistema respiratório dos

neonatos prematuros, pois estes apresentam alto risco de desenvolver complicações

respiratórias, necessitando de ventilação mecânica pulmonar (ANTUNES et al, 2006).

O desenvolvimento contínuo da fisioterapia respiratória faz com que os seus

recursos sejam otimizados, respeitando-se as peculiaridades do neonato pré-termo e

tornando possível atingir um alto padrão de eficácia do tratamento intensivo, com o

objetivo de reduzir a morbidade neonatal e, conseqüentemente, o tempo de

hospitalização e os custos hospitalares, favorecendo o prognóstico e a qualidade de vida

futura destas crianças (NICOLAU & FALCÃO, 2007).

Os fisioterapeutas devem ter amplo conhecimento sobre os diversos tratamentos

das patologias neonatais, sendo responsáveis pelos procedimentos da aspiração

endotraqueal, manobras respiratórias, posicionamento terapêutico, manutenção dos

parâmetros ventilatórios otimizados e evolução dos neonatos durante o processo de

desmame. Todas essas medidas devem ser realizadas com o intuito de propiciar uma

evolução dos neonatos para alta hospitalar.

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