A administração de uma dose única de STZ foi eficaz para a indução de DM em camundongos C57 / Black. Eles mostraram um aumento significativo na glicemia após a indução.
O tratamento tópico com TPM reduziu o tempo de cicatrização de feridas em animais diabéticos. Quando se compara o tempo de cicatrização da ferida entre os grupos com e sem prótese imobilizadora, houve uma diferença atribuível à capacidade de contração da pele nas bordas da ferida. O uso da prótese modifica a capacidade de contração da pele no processo de cicatrização nos camundongos. Nos animais sem próteses, a capacidade de contração da pele gera uma vantagem de 2 dias a menos sobre o fechamento total da ferida quando comparado com o uso de prótese de silicone. Esta diferença entre os dias de fechamento da ferida sugere que o uso de prótese no modelo de cicatrização em camundongos aumenta a semelhança da capacidade do processo de cicatrização da pele em humanos que é principalmente através de re-epitelização, a diferença do processo de cicatrização em camundongos que ocorre principalmente através de contração.
O tratamento com creme enriquecido com TPM 2% evidenciou uma modulação na atividade anti-inflamatória da ferida, com alteração na expressão de IL-10. Além disso, o tratamento creme enriquecido com TPM 2% foi capaz também de afetar a expressão de fatores de crescimento e quimioatrativos como o VEGF e SOX2 na fase remodelação.
Por outro lado, o tratamento com creme enriquecido com TPM 2% evidenciou uma alteração na via de sinalização da insulina. Nos animais diabéticos nas fases inflamatória e proliferativa, apresenta-se diminuição da fosforilação das proteínas AKT e ERK, porém na fase de remodelação aumenta a quantidade de proteínas
fosforizadas IRS e AKT. Embora, nos animais não diabéticos, na fase proliferativa aumenta fosforilação da proteína AKT.
Apesar não esperássemos o JNK fosforilado, também se apresentou diminuído, pelo que não foi possível explicar a menor fosforilação das proteínas na via da insulina nos primeiros dias do processo de cicatrização em feridas.
Possivelmente o tratamento tópico da TPM tem efeito positivo sobre a via da insulina, na fase proliferativa e de remodelação do processo de cicatrização das feridas, e não sobre a fase inflamatória.
CONCLUSÃO
O TPM tópico foi capaz de diminuir o tempo de cicatrização de feridas em animais diabéticos, mas não em animais não diabéticos. Alterou a morfologia da ferida com maior quantidade de células da derme (fibroblastos) tanto nos animais não diabéticos como nos animais diabéticos o que provavelmente leve uma maior deposição de colágeno e maior resistência da cicatriz. O TPM modulou também a atividade anti-inflamatória da ferida, com alteração na expressão da IL-10 tanto em animais diabéticos como não diabéticos. Além disso, o tratamento aumentou a quantidade proteica do VEGF e da quimiocina SOX2 na fase de remodelação conhecida por sua capacidade de quimioatração. Por outro lado, o Topiramato ativou a sinalização da insulina por meio da via IRS-1/AKT e não da ERK, na fase de remodelação nos animais diabéticos, momento em que ocorre alta migração e proliferação celular.
Portanto, acreditamos que o TPM tópico é capaz de melhorar a cicatrização de feridas crônicas por meio da ativação da via de sinalização da insulina, aumento de VEGF e de quimiocinas com capacidade de atrair novas células para o local da lesão.
É de extrema importância ao cuidado do ser humano o conhecimento de um medicamento já liberado pelas autoridades no controle de outras enfermidades, que
possivelmente seja eficaz na cicatrização de feridas crônicas de alta morbi/mortalidade como é o caso das feridas diabéticas.
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