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A flexibilidade sendo um componente da aptidão física deve ser observada na organização de um programa de treinamento de força (TF). Para manter ou melhorar a amplitude de movimento (ADM) são associados aos programas de TF os exercicios de alongamento (Monteiro et al., 2008; Cardozo et al., 2006; Herriot et al., 2004; Girouard et al., 1995), e/ ou treinamento de força no qual seja realizada toda a ADM articular (Kim et al., 2011; Morton et

al., 2011; Simão et al., 2011a; Santos et al., 2010; Monteiro et al., 2008;

Fatouros et al., 2006; Cyrino et al., 2004; Barbosa et al., 2002; Fatouros et al., 2002; Thrash e Kelly, 1987). Devido ás diversas metodologias desenvolvidas nesses estudos, não era possível identificar qual a contribuição do volume de treinamento de forma isolado na ADM, assim como, não está elucidado totalmente na literatura como as variáveis metodológicas TF pode influenciar na flexibilidade. Desta forma, o objetivo do estudo foi verificar o efeito agudo do treinamento de força com diferentes volumes na flexibilidade medido-se imediatamente após o término da sessão e após 24 e 48 horas.

A metodologia deste estudo foi delineada a partir de achados de estudos de caracter crônicos anteriores. O treinamento alternado por segmento foi escolhido, pois em estudo crônico de Santos et al. (2010) ao comparar diferentes métodos de treinamento (altenado por segmento e agonista / antagonista) observou ambos os grupos aumentaram a amplitude de movimentos, mas o grupo que realizou alternado por segmento teve aumento significativo maior que o outro grupo.

A partir disso, o volume foi a varável metodológica escolhida devido a escassez de estudos o nesse aspecto, somente o estudo de Simão et al. (2011b controlou somente esta variável. Trata-se de um estudo crônico, em seus resultados foi observado que na medida de flexibilidade houve mudanças significativas na ADM em ambos os grupos no periodo pré e pós treino e que em relação ao grupo controle, porém, os individuos que realizaram maior volume de treinamento as alteracões na amplitude de movimento foram mais significativas sendo estes resultados divergentes dos encontrados em nosso

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estudo. Sendo assim, é possível notar que há um comportamento diferenciado da flexiblidade quando se trata de estudos crônicos e agudos.

Ao analisar os movimentos articulares de forma isolada, no membro superior foi identificado aumento significativo da amplitude de movimento somente no movimento de flexão do ombro no G2S entre o período PRÉ com 24 horas e 48 horas, já para o G3S a diferença foi evidenciada apenas no período PRÉ e 48 horas no mesmo movimento. Esses achados, apesar de agudo, são semelhantes ao do estudo de Fantouros et al. (2006) que em um período de 6 meses de treinamento de força evidenciaram aumento da amplitude nos movimentos de flexão do ombro, embora essas alterações tenham sido observadas em sujeitos homens idosos, este fator parece não ser determinante, pois os sujeitos desse estudo eram adultos jovens (média de 25 anos), conforme Thrash; Kelly (1987) a idade não é fator de influência para o ganho de ADM. Os ganhos podem ter ocorrido por fatores como a ADM empregada (os sujeitos foram encorajados a sempre realizar na ADM total), além deste ponto de observação o fato de envolvimento direto da articulação com uma quantidade maior de exercícios (supino, puxada e desenvolvimento) no programa de treinamento parece ser fundamental, pois como observado por Raabet al. (1988) quando esta não é envolvida pode apresentar um descréscimo na sua amplitude.

Outro ponto a ser destacado ainda para a articulação do ombro refere-se ao envolvimento da musculatura agonista e antagonista no programa de treinamento (Hurley; Roth, 2000), o programa de treinamento do presente estudo possui essa característica, além do envolvimento dos músculos agonista e antagonista o método adotado foi alternado por segmento, similar ao estudo de Fatouros et al. (2006) no qual também foi observado aumento da ADM, desta forma acredita-se que para a articulação do ombro, a alteração na amplitude de movimento não estar condicionada somente ao volume adotado.

O período no qual essas alterações na ADM do ombro devem ser observados, apesar do tamanho do efeito demostrar ganho trivial e pequeno para quase todos os movimentos articulares observados para o ombro, exceção ao movimento de abdução que se apresentou moderado fica evidenciado que a manutenção deste efeito na ADM desta articulaçãose mantém por 48 horas, sendo assim é possível inferir que ao relacionar o

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frequência semanal de treinamento para aumento da ADM do ombro periodos de intervalo de menores que 48 horas entre as sessões de treinamento não são necessários.

Em relação ao membro inferior, no movimento de extensão do quadril o G3S apresentou diferenças entre os períodos PRÉ e PÓS, 24 e 48 horas e no movimento de flexão desta articulação com o GC no período de 24 horas. Nos estudos crônicos é possível observar aumento da amplitude de movimento na articulação do quadril. Fatouros (2006) em um período de 24 semanas de TF com intensidades diferentes, porém mesmo volume, observou aumento da flexibilidade nos movimentos de extensão e flexão do quadril. Gonçalves (2007) em programa de treinamento similar, mas realizando apenas três séries identificou aumento da ADM nos movimentos de flexão e extensão de quadril. Assim como, Vale (2004) utilizando um programa de treinamento com pesos de 75 a 85% de 1RM, duas séries de 8 a 10 repetições em uma frequência de duas vezes por semana observou aumento da amplitude de movimento de flexão e extensão do quadril. Similar à metodologia do estudo citado anteriormente, diferenciando somente o volume de treinamento (três séries), Cyrino et al. (2004) em um programa com 10 semanas de TF identificaram aumento na amplitude de movimento durante a extensão do quadril. Desta forma, é possível perceber que a articulação do quadril sofre influências positivas somente com uma sessão de treinamento, bem como, os estudos crônicos, que apesar de utilizarem diferentes váriaveis metodologicas também influenciam de forma positiva essas alterações.

Embora os resultados do tamanho do efeito tenha sido trivial e pequeno na articulação do quadril, os referidos movimentos tiveram ganhos de ADM. Com o acompanhamento da manutenção das alterações supracitadas, no qual se manteve por até 48 horas, pode-se inferir que sessões antes antes desse período, cm o objetivo de não diminuir a flexiblidade não são necessários.

Ao analisar a flexibilidade com uma medida linear utilizando o teste de sentar e alcançar os resultados mostram que houve somente aumento da flexibilidade para o grupo com volume de treinamento menor (G2S) e quando comparado ao grupo controle no período IPÓS e 24 horas. Os estudos crônicos que utilizaram a mesma medida de flexibilidade, porém com metodologias de treinamento diferente encontratam os seguintes resultados: Barbosaet al.

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(2002) em um programa de treinamento com frequencia semanal de três vezes, no periodo de 10 semanas e com exercicios similares a este estudo identificou aumento significativo comparando as medidas pré e pós treinamento no teste citado. Kalapotharakos et al. (2005) em estudo de 12 semanas de TF também identificaram aumento nos resultados do teste de sentar e alcançar nos individuos que realizaram o progama de treinamento quando comparados aos que não realizaram.

Desta forma, é possível observar que para os músculos ou grupos musculares envolvidos no teste de sentar e alcançar somente uma sessão de TF não é capaz de causar modificações positivas nestas amplitudes de movimento, sendo assim o benefícios desses exercícios para esses grupos somente é possível com um período prolongado de treinamento de força.

Embora na condição aguda, os achados do presente estudo evidenciam que o volume apresenta tendência de influenciar apenas as articulações com movimentos mais diretamente envolvidos no programa de treinamento, já que as de menor envolvimento nos exercícios (coluna vertebral) não apresentaram mudanças. Este fato pode levar a uma analise que o ganho da ADM é exercício dependente, como destacado por Raabet al. (1988), além do que o envolvimento direto da articulação no exercício faz com que haja ações mais diretas nas propriedados do tendão, pois a carga mecânica aumenta a atividade metabólica como destacaram os estudos de Kalliokoski et al (2005) e Kjaer et al. (2005), o que favorece respostas positivas do tendão ao exercícios independente do volume aplicado a esta carga.

Conclusão

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