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Discussão dos Resultados 25

4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O propósito deste estudo foi aferir as alterações nas variáveis fisiológicas, tempo e movimento e organização espacial das equipas em fadiga Os resultados demonstram que as diferenças entre os protocolos experimentais utilizados não são significativas quando nos referimos ao jogo antes da indução da fadiga para distâncias percorridas a diferentes velocidades de corrida e para distâncias totais percorridas. A introdução do desconto de tempo não tem implicações nas distâncias percorridas pelos jogadores na ausência de fadiga acumulada.

Clarifica-se, em todos os jogos do protocolo experimental, uma predominância da distância percorrida a velocidades inferiores a 7 km/h e uma significativa diminuição na razão inversa à velocidade de deslocamento. Os resultados seguem a mesma tendência de estudos realizados em jogos desportivos colectivos, hóquei em campo (Macutkiewicz e Sunderland 2011), futebol (Randers et al. 2010), futebol australiano (Coutts et al. 2010; Wisbey et al. 2010) e rugby (Sirotic et al. 2009).

McInnes et al. (1995) indicam que os deslocamentos dos jogadores acontecem em espaços relativamente pequenos, onde os deslocamentos de alta intensidade consistem em rápidas acelerações e desacelerações sem nunca desenvolver a velocidade máxima.

Esta tendência mantém-se no J2, após a indução de fadiga como se pode verificar através da figura 4.1,

onde os resultados evidenciam

diferenças significativas para a Zona 2 (7-9,9 km/h) e Zona 6 (>18 km/h),

revelando menores distâncias

percorridas no P2 para as zonas em causa. O desconto de tempo poderá

induzir uma diminuição da

Figura 4.1 – Distâncias percorridas – J2

a) Diferenças significativas entre o P1 e P2 Zon a 1 (0- 6,9 km/ h) Zon a 2 (7- 9,9 km/ h) Zon a 3 (10- 12,9 km/ h) Zon a 4 (13- 15,9 km/ h) J2-P1 385,14 187,06 169,30 94,850 J2-P2 405,91 142,44 164,51 98,963 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Discussão dos Resultados 25

4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O propósito deste estudo foi aferir as alterações nas variáveis fisiológicas, tempo e movimento e organização espacial das equipas em fadiga Os resultados demonstram que as diferenças entre os protocolos experimentais utilizados não são significativas quando nos referimos ao jogo antes da indução da fadiga para distâncias percorridas a diferentes velocidades de corrida e para distâncias totais percorridas. A introdução do desconto de tempo não tem implicações nas distâncias percorridas pelos jogadores na ausência de fadiga acumulada.

Clarifica-se, em todos os jogos do protocolo experimental, uma predominância da distância percorrida a velocidades inferiores a 7 km/h e uma significativa diminuição na razão inversa à velocidade de deslocamento. Os resultados seguem a mesma tendência de estudos realizados em jogos desportivos colectivos, hóquei em campo (Macutkiewicz e Sunderland 2011), futebol (Randers et al. 2010), futebol australiano (Coutts et al. 2010; Wisbey et al. 2010) e rugby (Sirotic et al. 2009).

McInnes et al. (1995) indicam que os deslocamentos dos jogadores acontecem em espaços relativamente pequenos, onde os deslocamentos de alta intensidade consistem em rápidas acelerações e desacelerações sem nunca desenvolver a velocidade máxima.

Esta tendência mantém-se no J2, após a indução de fadiga como se pode verificar através da figura 4.1,

onde os resultados evidenciam

diferenças significativas para a Zona 2 (7-9,9 km/h) e Zona 6 (>18 km/h),

revelando menores distâncias

percorridas no P2 para as zonas em causa. O desconto de tempo poderá

induzir uma diminuição da

Figura 4.1 – Distâncias percorridas – J2

a) Diferenças significativas entre o P1 e P2 Zon a 4 (13- 15,9 km/ h) Zon a 5 (16- 17,9 km/ h) Zon a 6 (> 18 km/ h) 94,850 38,540 26,240 98,963 25,903 14,130

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4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O propósito deste estudo foi aferir as alterações nas variáveis fisiológicas, tempo e movimento e organização espacial das equipas em fadiga Os resultados demonstram que as diferenças entre os protocolos experimentais utilizados não são significativas quando nos referimos ao jogo antes da indução da fadiga para distâncias percorridas a diferentes velocidades de corrida e para distâncias totais percorridas. A introdução do desconto de tempo não tem implicações nas distâncias percorridas pelos jogadores na ausência de fadiga acumulada.

Clarifica-se, em todos os jogos do protocolo experimental, uma predominância da distância percorrida a velocidades inferiores a 7 km/h e uma significativa diminuição na razão inversa à velocidade de deslocamento. Os resultados seguem a mesma tendência de estudos realizados em jogos desportivos colectivos, hóquei em campo (Macutkiewicz e Sunderland 2011), futebol (Randers et al. 2010), futebol australiano (Coutts et al. 2010; Wisbey et al. 2010) e rugby (Sirotic et al. 2009).

McInnes et al. (1995) indicam que os deslocamentos dos jogadores acontecem em espaços relativamente pequenos, onde os deslocamentos de alta intensidade consistem em rápidas acelerações e desacelerações sem nunca desenvolver a velocidade máxima.

Esta tendência mantém-se no J2, após a indução de fadiga como se pode verificar através da figura 4.1,

onde os resultados evidenciam

diferenças significativas para a Zona 2 (7-9,9 km/h) e Zona 6 (>18 km/h),

revelando menores distâncias

percorridas no P2 para as zonas em causa. O desconto de tempo poderá

induzir uma diminuição da

Figura 4.1 – Distâncias percorridas – J2

intensidade do jogo através de uma maior prevalência de acções colectivas no cumprimento de sistemas de organização defensiva/ofensiva a baixa intensidade de corrida, em detrimento de acções individuais de alta intensidade. O menor número de acções na Zona 6 (>18 km/h) 1,13 ±0,74, registadas no P2 em comparação com 2,40 ±1,65 no P1 explicam as diferenças de distância percorrida para a mesma zona, uma vez que não existem diferenças significativas nas distâncias médias e tempos médios dos deslocamentos na Zona 6 (>18 km/h).

No J2 e para os dois protocolos, os resultados indicam uma significativa diminuição das distâncias totais percorridas quando comparadas com o J1, com os jogadores a percorrerem em média menos 50,3m e 80,6m para P1 e P2 respectivamente. Ben Abdelkrim, El Fazaa e El Ati (2007) registaram uma diminuição da performance do primeiro para o quarto períodos de jogo. Os autores aconselham precaução na retirada de ilações desses resultados, uma vez que a alteração de sistemas tácticos centrados numa maior posse de bola consubstancia um exemplo de justificação para tal diminuição. Já no presente estudo as condições não foram alteradas, o que nos leva a acreditar a que numa situação de fadiga e para um mesmo tempo de jogo, os jogadores percorrem menores distâncias. Tal facto poderá revelar-se de particular importância para os treinadores na concepção dos planos de jogo, bem como na preparação dos seus jogadores.

Na Zona 5 e Zona 6 (> 16km/h) para os dois protocolos, não se verificou qualquer alteração das distâncias percorridas entre o J1 e o J2. A fadiga acumulada parece não inibir a capacidade de realização de deslocamentos de alta intensidade, embora as distâncias percorridas sejam relativamente reduzidas, correspondendo a 6,92% - J1-P1, 7,19% - J2-P1, 6,64% - J1-P2 e 4,69% - J2-P2 das distâncias totais percorridas. Um estudo realizado no futebol australiano demonstrou que a redução do perfil de movimento dos jogadores para velocidades moderadas e baixas permite a manutenção da capacidade de realização de acções a intensidade elevada (Duffield, Coutts e Quinn 2009).

Discussão dos Resultados 27

No P1 verificou-se uma diminuição significativa das distâncias percorridas na Zona 4 (13-15,9 km/h), assumindo um ritmo de jogo mais lento e esporadicamente assumindo acções de maior intensidade. Para o P2, um aumento significativo para a Zona 1

(0-6,9 km/h) é complementado com

uma diminuição de distâncias

percorridas nas restantes zonas

(figura 4.2). Estes resultados

sugerem a adaptação dos jogadores, assumindo ritmos de jogo mais lentos

como consequência da fadiga

acumulada pelos jogadores.

O número, distâncias médias

percorridas e os tempos médios (s) das acções na Zona 6 (> 18 km/h) não reportam, na sua generalidade, diferenças significativas inter e intra protocolos. Os valores estão abaixo dos reportados no estudo de Ben Abdelkrim, El Fazaa e El Ati (2,1 ±0,2), que poderá ter nos níveis competitivos e de preparação dos jogadores a sua explicação. Estes dados sustentam a não diferenciação das distâncias percorridas na Zona 6 (>18 km/h) já descritas anteriormente. A necessidade de contrariar sistematicamente a inércia corporal em espaços reduzidos limita o acesso a velocidades superiores. Este carácter intermitente que caracteriza um jogo de basquetebol, onde a procura de vantagens de um jogador sobre o outro é uma constante, reveste de primordial importância a agilidade e velocidade dos jogadores (McInnes et al. 1995). Os benefícios do Treino Intervalado Intensivo ao nível da capacidade de realização de sprints repetidos (Edge et al. 2006a; Edge et al. 2006b; Hill-Haas et al. 2007), permitirão aos jovens basquetebolistas desempenharem mais frequentemente acções com estas características, associadas a jogos de níveis competitivos mais elevados (Sirotic et al. 2009). Castagna et al. 2008 descobriu durante um teste de sprints repetidos que a recuperação passiva está associada a menores índices de fadiga, sugerindo que os jogadores deverão evitar actividades desnecessárias durante os jogos (ex: lançamentos livres, bolas fora, descontos de tempo, etc.).

Figura 4.2 – Distâncias percorridas – P2

b) Diferenças significativas entre o J1 e J2

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No P1 verificou-se uma diminuição significativa das distâncias percorridas na Zona 4 (13-15,9 km/h), assumindo um ritmo de jogo mais lento e esporadicamente assumindo acções de maior intensidade. Para o P2, um aumento significativo para a Zona 1

(0-6,9 km/h) é complementado com

uma diminuição de distâncias

percorridas nas restantes zonas

(figura 4.2). Estes resultados

sugerem a adaptação dos jogadores, assumindo ritmos de jogo mais lentos

como consequência da fadiga

acumulada pelos jogadores.

O número, distâncias médias

percorridas e os tempos médios (s) das acções na Zona 6 (> 18 km/h) não reportam, na sua generalidade, diferenças significativas inter e intra protocolos. Os valores estão abaixo dos reportados no estudo de Ben Abdelkrim, El Fazaa e El Ati (2,1 ±0,2), que poderá ter nos níveis competitivos e de preparação dos jogadores a sua explicação. Estes dados sustentam a não diferenciação das distâncias percorridas na Zona 6 (>18 km/h) já descritas anteriormente. A necessidade de contrariar sistematicamente a inércia corporal em espaços reduzidos limita o acesso a velocidades superiores. Este carácter intermitente que caracteriza um jogo de basquetebol, onde a procura de vantagens de um jogador sobre o outro é uma constante, reveste de primordial importância a agilidade e velocidade dos jogadores (McInnes et al. 1995). Os benefícios do Treino Intervalado Intensivo ao nível da capacidade de realização de sprints repetidos (Edge et al. 2006a; Edge et al. 2006b; Hill-Haas et al. 2007), permitirão aos jovens basquetebolistas desempenharem mais frequentemente acções com estas características, associadas a jogos de níveis competitivos mais elevados (Sirotic et al. 2009). Castagna et al. 2008 descobriu durante um teste de sprints repetidos que a recuperação passiva está associada a menores índices de fadiga, sugerindo que os jogadores deverão evitar actividades desnecessárias durante os jogos (ex: lançamentos livres, bolas fora, descontos de tempo, etc.).

Figura 4.2 – Distâncias percorridas – P2

b) Diferenças significativas entre o J1 e J2 Zona 1 (0-6,9 km/h) Zona 2 (7-9,9 km/h) Zona 3 (10- 12,9 km/h) Zona 4 (13- 15,9 km/h) J1-P2 372,458 178,058 188,650 128,310 J2-P2 405,915 142,440 164,510 98,963 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

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No P1 verificou-se uma diminuição significativa das distâncias percorridas na Zona 4 (13-15,9 km/h), assumindo um ritmo de jogo mais lento e esporadicamente assumindo acções de maior intensidade. Para o P2, um aumento significativo para a Zona 1

(0-6,9 km/h) é complementado com

uma diminuição de distâncias

percorridas nas restantes zonas

(figura 4.2). Estes resultados

sugerem a adaptação dos jogadores, assumindo ritmos de jogo mais lentos

como consequência da fadiga

acumulada pelos jogadores.

O número, distâncias médias

percorridas e os tempos médios (s) das acções na Zona 6 (> 18 km/h) não reportam, na sua generalidade, diferenças significativas inter e intra protocolos. Os valores estão abaixo dos reportados no estudo de Ben Abdelkrim, El Fazaa e El Ati (2,1 ±0,2), que poderá ter nos níveis competitivos e de preparação dos jogadores a sua explicação. Estes dados sustentam a não diferenciação das distâncias percorridas na Zona 6 (>18 km/h) já descritas anteriormente. A necessidade de contrariar sistematicamente a inércia corporal em espaços reduzidos limita o acesso a velocidades superiores. Este carácter intermitente que caracteriza um jogo de basquetebol, onde a procura de vantagens de um jogador sobre o outro é uma constante, reveste de primordial importância a agilidade e velocidade dos jogadores (McInnes et al. 1995). Os benefícios do Treino Intervalado Intensivo ao nível da capacidade de realização de sprints repetidos (Edge et al. 2006a; Edge et al. 2006b; Hill-Haas et al. 2007), permitirão aos jovens basquetebolistas desempenharem mais frequentemente acções com estas características, associadas a jogos de níveis competitivos mais elevados (Sirotic et al. 2009). Castagna et al. 2008 descobriu durante um teste de sprints repetidos que a recuperação passiva está associada a menores índices de fadiga, sugerindo que os jogadores deverão evitar actividades desnecessárias durante os jogos (ex: lançamentos livres, bolas fora, descontos de tempo, etc.).

Figura 4.2 – Distâncias percorridas – P2

b) Diferenças significativas entre o J1 e J2 Zona 3 (10- 12,9 km/h) Zona 4 (13- 15,9 km/h) Zona 5 (16- 17,9 km/h) Zona 6 (> 18 km/h) 188,650 128,310 41,043 20,915 164,510 98,963 25,903 14,130

Os resultados do tempo passado nos intervalos de FCmax, não apresentam

diferenças significativas inter e intra protocolos, com excepção para o tempo passado na Zona 2 (75-84,9% FCmáx) no P2. O aumento registado no J2

relativamente ao J1 concretiza-se pela diminuição das distâncias percorridas a velocidades superiores e pela diminuição do número de acções a velocidades de deslocamento superiores a 18 km/h, como já antes descrito.

A figura 4.2 permite a visualização das relações e tendência dos tempos passados pelos jogadores nos diferentes intervalos de FCmax.

Figura 4.3 – Tempo nos intervalos de FCmáx

b) Diferenças significativas entre o J1 e J2

Facilmente se consegue perceber que os jogadores passaram a maior parte do tempo com frequências cardíacas correspondentes à Zona 4 (>90% FCmáx).

Para o J2 do P2, jogo que apresentou ritmo mais lento, ainda assim os jogadores passaram 38,61% do tempo de jogo na Zona 4 (>90% FCmáx). Os

resultados estão de acordo com estudos realizados no basquetebol (Ben Abdelkrim, El Fazaa e El Ati 2007; Castagna et al. 2010; Gonçalves 2010), futebol (Hill-Haas et al. 2011), voleibol (Parnat 1975).

Zona (< 75% FCM) Zona 2 (75- 84,9% FCM) Zona 3 (85- 89,9% FCM) Zona 4 (> 90% FCM) J1-P1 1,255 0,975 2,046 5,839 J2-P1 0,856 1,801 2,424 5,073 0 1 2 3 4 5 6 7 FC (min) - Protocolo 1 Zona (< 75% FCM) Zona 2 (75- 84,9% FCM) Zona 3 (85- 89,9% FCM) Zona 4 (> 90% FCM) J1-P2 2,053 1,882 2,202 3,859 J2-P2 0,805 2,441 2,451 4,300 0 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 FC (min) -Protocolo Zona (< 75% FCM) Zona 2 (75- 84,9% FCM) Zona 3 (85- 89,9% FCM) Zona 4 (> 90% FCM) J1-P1 1,255 0,975 2,046 5,839 J1-P2 2,053 1,882 2,202 3,859 0 1 2 3 4 5 6 7 FC (min) - Jogo1 Zona (< 75% FCM) Zona 2 (75- 84,9% FCM) Zona 3 (85- 89,9% FCM) Zona 4 (> 90% FCM) J2-P1 0,856 1,801 2,424 5,073 J2-P2 0,805 2,441 2,451 4,300 0 1 2 3 4 5 6 FC (min) - Jogo 2 b)

Discussão dos Resultados 29

Embora o basquetebol não seja um desporto de endurance per si, possuir valores elevados das funções cardiorespiratórias torna-se importante para que o jogador consiga manter altos níveis de actividade durante todo o jogo, quer nos processos defensivos, quer nos processos ofensivos (Duffield, Coutts e Quinn 2009). Os mesmos autores consideram que a capacidade de os jogadores conservarem durante toda a época desportiva uma capacidade aeróbia elevada é de crucial importância para treinadores e preparadores físicos, assim como o registo de limiares ventilatórios elevados, que permitem maiores intensidades de trabalho durante mais tempo, antes do aparecimento da fadiga. Neste sentido vários estudos têm sugerido a utilização de jogos reduzidos e condicionados como forma de trabalho em regimes mais intensos (Castagna et al. 2010; Hill-Haas et al. 2011; Gonçalves 2010; Costa 2010). Entre outras vantagens, os autores referem a simbiose perfeita da intensidade de exercício e da tomada de consciência cognitiva dos princípios de jogo, desenvolvimento dos aspectos técnicos, a motivação proveniente dos exercícios realizados com bola e a eficiência da utilização do tempo de treino, muitas vezes reduzido, sobretudo em escalões de formação e equipas amadoras.

No entanto, a tendência registada para as distâncias percorridas a diferentes velocidades parece não ser justificativa dos elevados tempos de trabalho na Zona 3 (85-89% FCmáx) e Zona 4 (>90% FCmáx). Vários factores externos

podem condicionar as respostas da FC e neste estudo apenas são considerados padrões de velocidade de corrida, não tendo em conta o impacto de acções específicas de alta intensidade (lançamento, ressalto, passe, etc.) e acções mais estáticas, de manutenção da posição contra a resistência física de um adversário (bloqueio, ganhos de posição, etc.)

No sentido de perceber as alterações na capacidade de orientação espacial das equipas, os valores de EnAp apontam diferenças significativas entre P1 e P2 no J1, sugerindo efeito benéfico do desconto de tempo no ajustamento e coordenação das acções dos jogadores de uma mesma equipa, fundamentalmente a velocidades mais baixas (< 13km/h). As acções são menos extemporâneas, reforçando a implicação do desconto de tempo na capacidade de auto-organização das equipas. Os jogadores assumem um

comportamento mais organizado colectivamente, com acções mais previsíveis, melhor entendidas e mais coordenadas espaço-temporalmente.

Após a indução de fadiga, os resultados da EnAp apontam no P2, uma melhoria na coordenação das equipas relativamente ao centro de equipa e uma melhoria da coordenação em função dos centros geométricos da equipa adversária, quando comparada com o P1. A percepção de um jogo realizado a velocidades mais lentas já identificadas anteriormente poderá estar na base da coordenação. Estes resultados devem ser lidos com cautela, uma vez que os jogadores do presente estudo são elementos da mesma equipa onde as directrizes de jogo são iguais para todos, logo do conhecimento de todos. No entanto, a introdução do desconto aporta melhorias na organização da equipa em situação de fadiga.

A comparação intra protocolo não revelou alterações de coordenação espacial das equipas para o P1. A diminuição das distâncias totais percorridas, bem como uma diminuição significativa das distâncias percorridas na Zona 4 (13- 16,9 km/h) em fadiga sugerem uma diminuição do ritmo do jogo. À acção de um ou mais jogadores, a ritmos mais lentos, torna-se possível a coordenação das acções dos restantes de uma forma mais rápida de acordo com os princípios de jogo definidos, mesmo em situações de fadiga acumulada.

A velocidades de deslocamento superiores a 13 km/h as acções são mais rápidas, imprevisíveis e individuais, sendo necessário mais tempo para o reajustamento de todo o grupo, quer da equipa atacante, quer da equipa defensora. Os resultados demonstraram para o P2, uma melhoria na orientação espacial das equipas em fadiga, tendo como referência o centro de equipa. A redução significativa do ritmo de jogo no J2 do P2 já referida, associada a uma não alteração das distâncias percorridas pelos jogadores nas Zonas 5 e 6 (>16 km/h) poderão sustentar esta constatação.

Bourbousson, Seve e McGarry (2010b) citam no seu estudo um sequência de jogo em que um roubo de bola a meio campo dá origem a um contra-ataque rápido, onde o deslocamento para o cesto a alta velocidade, do jogador que efectuou o roubo de bola, não é acompanhado nem por todos os seus companheiros, nem por todos os seus adversários, com implicações no centro

Discussão dos Resultados 31

geométrico das equipas e consequentemente nas relações de distância dos jogadores com esse mesmo centro. Esta e outras situações de conquista de vantagem de um jogador sobre o outro, com todas as suas implicações, constituiu, segundo McGarry um factor perturbador do equilibrio do sistema, constituindo um aspecto chave do comportamento desportivo.

A amostra do estudo, constituída por jogadores pertencentes a uma mesma equipa, com um conhecimento significativo dos procedimentos dos colegas, organização de jogo e de sistemas ofensivos e defensivos aplicados regularmente por todos, aliados a uma diminuição dos ritmos de jogo em fadiga, sugere alguma cautela na interpretação dos resultados. A recolha de dados num contexto de competição oficial poderá revestir-se da maior importância na busca de um melhor entendimento do jogo de basquetebol enquanto sistema dinâmico complexo.

No contexto actual do jogo de basquetebol, os jogadores deverão ter a capacidade de realizar acções de alta intensidade durante todo o jogo. Em fadiga, os jogadores percorrem menos distâncias e a velocidades mais baixas, mantendo contudo um capacidade aérobia similar. Os resultados dos estudo sugerem ainda que após a indução de fadiga os jogadores continuam a possuir capacidade para realização de deslocamentos a grandes velocidades embora num grau menor do que registado noutros estudos. Deverão os treinadores ter em atenção a eficiente alternativa que os jogos reduzidos constituem, bem como a importância da implementação de programas de treino que permitam aos seus jogadores atrasar o aparecimento de fadiga e manter a capacidade de realização de sprints repetidos e acções de alta intesidade. Numa situção de cansaço, os jogadores assumem ritmos de jogo mais lentos, potencializadores de uma maior coordenção, e redutores dos efeitos da fadiga.

Conclusões 33

5 - CONCLUSÕES

No presente estudo verificou-se que na ausência de fadiga, a quebra na sequência de jogo (desconto de tempo) não conduziu a alterações nas variáveis fisiológicas e nas variáveis de tempo e movimento quando comparada com o jogo contínuo. Registaram-se melhores níveis na orientação espacial das equipas tendo como referência o centro de equipa. Em fadiga, os jogadores percorrem menos distâncias a altas velocidades, mas, apresentaram valores de organização espacial mais evidentes. A introdução do desconto de tempo sugere uma ligeira diminuição do ritmo de jogo, mas o jogo reflecte uma maior consciência de organização espacial.

Em fadiga, os jogadores percorreram distâncias totais significativamente menores, quer numa situação de jogo contínuo, quer com uma quebra da sequência de jogo. Os jogadores percorreram mais distâncias a velocidades mais baixas, sem se registarem diferenças significativas para velocidades superiores a 16 km/h.

Os jogadores passaram mais tempo na Zona 4 (>90% FCmax), em todas as

situações experimentadas. Contudo, não é possível estabelecer uma relação directa entre este indicador e as distâncias percorridas a diferentes velocidades de corrida, pois não estão contemplados todos os factores que concorrem para a variabilidade este indicador.

De uma forma geral, não se registaram alterações significativas na orientação espacial das equipas em fadiga, contudo, no jogo com desconto de tempo, os jogadores registaram uma melhoria na organização espacial a velocidades mais elevadas.

Numa situação de fadiga os jogadores percorrem menos distâncias totais e de uma forma mais lenta. Ao nível fisiológico não se verificam alterações e a introdução do desconto de tempo sugere uma melhoria na organização espacial das equipas.

Bibliografia 35

BIBLIOGRAFIA

Arnett, M. G., D. DeLuccia, e K. Gilmartin. 2000. "Male and female differences and the specificity of fatigue on skill acquisition and transfer performance." Research Quarterly for Exercise and Sport 71(2):201-5.

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