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1 INTRODUÇÃO

4.3 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Todas as pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida são amparadas por leis, normas e por decretos. Um dos conceitos que se encaixa perfeitamente no momento é descrito na NBR 13994\2000, um conceito geral para as PCD:

“Aquela pessoa que apresenta, em caráter temporário ou permanente, perdas ou reduções de sua estrutura ou função fisiológica, anatômica, mental ou sensorial, que gerem incapacidade para certas atividades, segundo padrões de comportamento e valores culturais”.

Este conceito está vinculado ao conceito de pessoa com mobilidade reduzida que consiste em:

Condição que faz a pessoa movimentar-se com dificuldade, insegurança e necessidade de apoiar-se, locomovendo-se com ou sem aparelhos ortopédicos e/ou próteses, reduzindo efetivamente a mobilidade, a flexibilidade, a coordenação motora e a percepção. Condição comum em gestantes, obesos, idosos e pessoas de pequena estatura.

As Normas NBR 5410 e NBR 9050 são essenciais para uma obra bem executada. A

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instalações elétricas de baixa tensão, ela existe justamente pela preocupação com as instalações elétricas de baixa tensão, pois muitos acidentes ocorrem neste tipo de instalação com usuários que nem sempre possuem qualificação. Cumprir a norma é assegurar que estas instalações estejam dentro do que é considerado um funcionamento seguro. Já a NBR 9050 define os aspectos de acessibilidade que devem ser observados nas construções urbanas, ela é importante no sentido de incluir uma parcela significativa da população PCD, oferecendo a essas pessoas maior facilidade de mobilidade, de qualidade de vida e de acesso à serviços básicos, como nos casos dos prédios públicos adaptados.

A automação residencial resume-se a um processo da rotina do dia a dia e é uma forma moderna de oferecer praticidade, conforto e segurança para os usuários. A adaptação das residências às novas necessidades das pessoas, em decorrência de alguma deficiência, mobilidade reduzida e até mesmo do avanço da idade pode ocorrer de diversas formas com a automação residencial, porém, necessitam de um investimento elevado para serem implementados, da mesma forma que nem todos são simples e intuitivos para a utilização, por isso essa adaptação acaba ficando distante para usuários que dela necessitariam, pois para estas, tais sistemas não são apenas questão de conveniência ou conforto, mas ferramentas necessárias à sua autonomia e independência.

Após o estudo, pode-se realizar a elaboração do questionário. O mesmo foi pensado para o uso em todos os sujeitos da pesquisa. Para isto, prevaleceu o estudo generalizado para como um todo em relação a todos os tipos de deficiência, pensou-se então que o ideal seria entrevistar apenas cadeirantes e amputados, pois de uma forma ou outra eles conseguem alcançar em algum comando os interruptores e tomadas, talvez de uma forma mais complexa, mas este público é o que mais poderia contribuir para a melhoria de âmbito geral neste estudo, e que pudesse ser inspiração para a melhoria como um todo e para com todos.

As pessoas hoje são bastante resistentes quando se trata de responder a um questionário particular, são tantos fatos ocorridos no mundo hoje, como golpes, roubos, falsa identidade, até mesmo morte, que o brasileiro fica apreensivo com qualquer abordagem que possa ser feito perante sua pessoa. Mas de certa forma, neste questionário obteve-se um relevante resultado.

Para a caracterização dos entrevistados, foram obtidos 100% de participação entre cadeirantes e amputados, destes, 90% responderam o questionário e apenas 10% quem respondeu foi o acompanhante, assim obteve-se resultados reais vindo do próprio entrevistado portador de deficiência.

A faixa etária dos entrevistados ficou entre oito e setenta e dois anos, sendo eles crianças, adultos e idosos. No caso de entrevistados com a mesma faixa etária, foram cinco pacientes de cinquenta anos, classificados como idosos. Resumidamente é possível destacar, após esta análise, que os adultos que estão na faixa de dezenove anos até cinquenta e três anos, representam a faixa com maior número de entrevistados. Com isso, observou-se que a maioria dos cadeirantes utiliza cadeira de rodas elétrica, respectivamente 76% deles, sendo assim bem relevante para a sua autonomia, e 77% dos amputados adquiriram uma prótese para facilitar a locomoção, fazendo deles então PCD, parcialmente independentes e com autonomia favorável a sua acessibilidade.

Com a análise dos dados recolhidos anteriormente, é notório a alta taxa de idosos portador de deficiência, deixando aceso um sinal de alerta, tornando assim um caso preocupante, pois várias linhas podem ser tomadas, a ocorrência de acidente com equipamentos elétricos por estarem conectados em lugares e alturas desproporcionais ao PCD, e ainda o recebimento de um choque elétrico por fatores desconhecidos pelo sistema de distribuição local inadequado, aumentando assim a preocupação de um modo geral, são inúmeros os fatores preocupantes hoje em dia.

Apesar da preocupação citada anteriormente, um dado adquirido no questionário que chamou atenção, foi de que nenhum dos entrevistados sofreu algum tipo de choque elétrico, nenhum cadeirante e nenhum amputado, isso se torna, de certa forma, um alívio para quem sabe do perigo que pode ter com sistema de instalação elétrica, com tudo, esse dado só vem a somar para com a integridade de todos os entrevistados.

Após a análise da caracterização da residência do entrevistado, pode-se dizer que a maioria deles são dependentes de outra pessoa, pois 95% residem com familiares, tanto cadeirantes como amputados. Com relação a amputados e cadeirantes residirem sozinhos, apesar de ser uma porcentagem mínima, a preocupação é maior, ainda mais se sua idade for acima de sessenta e cinco anos, classificado como idoso.

Seguindo as caracterizações da residência referente ao tipo, sendo ela casa ou apartamento, a questão teve um resultado 100% tipo casa. Desta forma, pode-se concluir que a acessibilidade em uma casa se tornaria fácil para corrigir, do que se fosse residência do tipo apartamento. Com relação à residência, os resultados de livre acesso dentro dela se fez possível por 76% dos entrevistados cadeirantes. Sabendo-se que o cadeirante enfrenta mais dificuldade em acessibilidade que um amputado, que com a prótese conseguem uma autonomia bem rápida

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podendo ter acesso a todos os cômodos da residência, e a contra ponto disso, ainda obteve-se resultados de 24% dos cadeirantes residirem restritamente dentro da sua própria casa por não ter acessibilidade necessária para com a cadeira de rodas.

Quando tratou-se do assunto, acessibilidade com as instalações elétricas, o uso do sistema de comandos elétricos como tomadas e interruptores, foi um dois item mais questionados e de vasto dialogo na hora da entrevista, pois é a linhagem de grande foco da pesquisa, o qual predomina uma pessoa com deficiência ter fácil acesso a alguns sistemas de comandos elétricos, como o interruptor para acender uma lâmpada, e as tomadas de uso geral para a utilização de equipamentos elétricos. Entende-se que na maioria dos casos estes sistemas estão em uma parte do cômodo da residência de fácil acesso, mas este acesso para PCD, na maioria das vezes não é fácil. Os casos relatados que não possuem acesso a estes sistemas, é de fato a falta de acessibilidade com a cadeira de rodas entre os cômodos da residência, o outro indicativo é que as tomadas e interruptores estão em um nível elevado, diferente do nível normal que é de um metro da base do chão até o ponto de instalação, para PCD cadeirante.

Seguindo na linha residencial, uma das questões mais relevantes do questionário foi sobre a realização de adequações na residência perante suas necessidades, pois neste caso, o relato é de que para a realização destas adequações é necessário enfrentar o alto custo, tanto do material para a obra, como para o pagamento do profissional técnico capaz de realizar esta adequação. Portanto, a maioria alegou a não adaptação da residência por falta de condições financeiras, afirmam que se alguma lei entrasse em vigor para esteauxílio, ou até mesmo uma bonificação de âmbito nacional, talvez se tornasse mais viável a “reforma” segundo relato dos entrevistados.

Referente aos casos in loco analisados, ambos conseguiram de alguma forma realizar um tipo de adaptação para sua necessidade de acessibilidade com as instalações elétricas em sua residência. Uma das formas foi a modificação de todo o sistema de tomadas e interruptores, bem como aquisição de algum sistema automatizado. Esta modificação teve realização pelo fato do entrevistado ter autonomia financeira própria, facilitando assim o conforto do mundo automatizado. A outra forma obteve-se uma adaptação simples, desenvolvida para acionar interruptores no acendimento de uma lâmpada, esta adaptação foi feita com um cano de PVC, material simples e que por sinal seria descartado, tornando-se útil para este fim, deixando esta pessoa com deficiência autônoma, independente e feliz por poder realizar o acionamento de uma lâmpada, que por sinal para muitos é simples.

Contudo, conclui-se que a metodologia proposta demonstrou as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no seu cotidiano. Após o estudo realizado, analisou-se que a maioria dos entrevistados cadeirantes tem livre acesso em sua residência com a cadeira de rodas, mas enfrenta dificuldades com relação a acessibilidade nas instalações elétricas. Já os entrevistados amputados que usufruem de próteses, tem o livre acesso na residência bem como a acessibilidade com as instalações elétricas, sendo assim os portadores de deficiência, cada um com suas características de vida, desenvolvem a forma adequada para suas necessidades diárias.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho direcionou-se ao estudo da acessibilidade em instalações elétricas residenciais, com resultados reais e análise in loco. O tema em tese é apontando como um assunto de poucos referenciais bibliográficos, tornando um trabalho desafiador, uma vez que foi necessário um estudo sobre acessibilidade de um modo geral e um estudo sobre instalações elétricas de baixa tensão, que é diretamente relacionado à energia elétrica residencial.

Devido a acessibilidade ser um tema amplo, foi possível delimitar com quais pessoas com deficiência seria realizada a pesquisa, a partir desta escolha seria possível ir mais a fundo com questões objetivas e direcionadas com relação à instalação elétrica residencial do entrevistado.

Em vista disso, o objetivo central foi analisar qual a real situação das instalações elétricas das residências dos entrevistados, bem como a acessibilidade do sistema elétrico, as dificuldades e adequações realizadas perante a necessidade de cada um. Primordialmente, para realizar esta análise, foi necessário construir um questionário para aplicar com os pacientes da Unir, sendo escolhidos cadeirantes e amputados, para fins de obter resultados relevantes e correspondentes ao tema.

Com o propósito de avaliar até onde vai a autonomia e independência destes entrevistados, analisando suas caracterizações físicas, e as características da residência, foi possível diferenciar entre as duas delimitações escolhidas, a que mais necessita de apoio, fazendo com que surjam ideias e soluções para melhorar a qualidade de vida de quaisquer pessoas com deficiência.

Em termos de impacto, conclui-se que os entrevistados cadeirantes necessitam de maior acessibilidade do que os amputados, por exemplo, nas instalações elétricas, o sistemas de tomadas e interruptores causa um desconforto na maioria dos cadeirantes por não ter a acessibilidade necessária, ao contrário da situação de amputados, que tem facilidade para este manuseio e se sentem autônomos e independentes.

Para as diversas etapas analisadas, verificou-se que o problema maior está no alto custo referente a manutenção das instalações elétricas, se tornando inviável para corrigir esse tipo de acessibilidade, como citado pelos entrevistados. A Automação Residencial têm propiciado ótimas soluções de acessibilidade a pessoas com deficiência, e a presença de computadores em

tarefas cotidianas é cada vez maior, mas infelizmente essas soluções não estão sendo viáveis e compatíveis com a renda das pessoas com deficiência, como dito anteriormente em relação ao sistema de instalação elétrica.

De modo geral, pode-se dizer que ainda é preciso realizar muitos estudos mais específicos e direcionados para essa classe, pois a acessibilidade está intrinsecamente ligada ao fornecimento de melhores condições às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, para a utilização com segurança e autonomia, dos espaços públicos ou coletivos, diretamente ligado a acessibilidade de locomoção. Por fim conclui-se que, é necessário realizar uma cartilha com estudo relacionado a este tema, para que chegue até as lideranças que contestam novas normas e leis, para que se faça um ajuste com relação e essa classe e a esse tipo de acessibilidade, pois se torna muito perigosa quando não estando em boas condições.

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