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3.3 A ubiquidade e as redes de coopera¸c˜ao

3.3.5 Discuss˜ao

Os conceitos associados aos fen´omenos de coopera¸c˜ao, e a an´alise das principais tec- nologias de desenvolvimento de aplica¸c˜oes distribu´ıdas, permitem vislumbrar mode- los inovadores que suportem a VP na RDD. A cria¸c˜ao de uma rede de coopera¸c˜ao capaz de interligar os principais atores da VP e do turismo da RDD, poder´a ser um

3.3. A UBIQUIDADE E AS REDES DE COOPERAC¸ ˜AO 51

embri˜ao estrat´egico para a cria¸c˜ao de uma rede de suporte `a VP e ao turismo, `a gera¸c˜ao de conhecimento sustent´avel que permita melhorar a competitividade des- tes setores de atividade e `a gera¸c˜ao de novos neg´ocios de base tecnol´ogica. Transferir para o terreno a tecnologia, onde de facto a maioria das atividades agr´ıcolas se pro- duz e onde est˜ao muitas das vari´aveis importantes a monitorizar, atrav´es de uma abordagem que contemple a dimens˜ao ub´ıquia que devem possuir os SI de apoio `a VP, poder˜ao gerar vantagens competitivas importantes e confluir para que a VP se torne uma realidade na RDD.

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O modelo Inov@douro

Este cap´ıtulo descreve o modelo conceptual e tecnol´ogico, designado Inov@douro, que pretende ser uma abordagem alicer¸cada na sustentabilidade e competitividade para a RDD e os seus dois grandes pilares – viticultura e turismo. A abordagem pro- posta ´e baseada na cria¸c˜ao de uma rede distribu´ıda de coopera¸c˜ao, definida de forma a cumprir os requisitos das organiza¸c˜oes que exploram a viticultura e tamb´em o tu- rismo como uma fonte nacional e internacional de neg´ocio. O modelo Inov@douro ´e apresentado como uma proposta inovadora para a RDD onde se pretende verda- deiramente habilitar a simbiose entre viticultura e turismo, uma nova perspetiva de gera¸c˜ao de conhecimento e capacidade de cria¸c˜ao de servi¸cos inovadores a partir da coopera¸c˜ao interorganizacional. Em nossa opini˜ao, esta abordagem cooperativa tra- duz a forma mais adequada para promover a sustentabilidade de uma regi˜ao, onde existem condi¸c˜oes para a sustentabilidade da VP se esta estabelecer uma verdadeira coopera¸c˜ao simbi´otica com a ind´ustria do turismo – traduzida por uma troca de informa¸c˜ao e conhecimento, e pela cria¸c˜ao de servi¸cos conjuntos capazes de satisfa- zerem as necessidades do p´ublico-alvo da regi˜ao. O modelo Inov@douro traduz uma nova forma de encarar e trabalhar nesta regi˜ao ´unica.

A simbiose existente entre a viticultura e o turismo faz com que haja um confluir

de interesses m´utuos, que favorece a existˆencia de processos de informa¸c˜ao de su- porte comuns. Neste sentido, a cria¸c˜ao de um SI que suporte ambos os referidos vetores afiguram-se como uma forma de suprir os cl´assicos problemas de sustenta- bilidade na introdu¸c˜ao de tecnologia em meios rurais, especialmente quando existe uma inequ´ıvoca capacidade de se gerarem oportunidades de neg´ocio onde, uma vez mais a fus˜ao entre os dois vetores est´a bem patente (e.g. a cria¸c˜ao de pequenos clusters para suportarem pacotes turismo rural e turismo habita¸c˜ao, associados ao enoturismo). No entanto, tal modelo cooperativo de cria¸c˜ao de oportunidades de neg´ocio necessita de um SI capaz de identificar e suportar tais oportunidades. Os benef´ıcios m´utuos que se poder˜ao alcan¸car, podem permitir que sob um mesmo mo- delo conceptual e tecnol´ogico, possam fluir os dados, informa¸c˜ao e conhecimento dos setores da viticultura e do turismo.

O modelo Inov@douro ´e proposto como uma infraestrutura tecnol´ogica de suporte ao modelo, de forma a garantir que as principais pr´aticas associadas a uma verdadeira VP sejam possibilitadas e, ao mesmo tempo, a mesma infraestrutura contribui para o suporte a servi¸cos de ´ındole tur´ıstico promovendo uma m´utua sustentabilidade.

Neste cap´ıtulo s˜ao abordadas quest˜oes relativas ao paradigma e modelo proposto, bem como, na apresenta¸c˜ao da proposta de infraestrutura tecnol´ogica, s˜ao analisa- das, de forma sucinta, as opera¸c˜oes de aquisi¸c˜ao, transmiss˜ao, agrega¸c˜ao, integra¸c˜ao e distribui¸c˜ao de dados, tendo por objetivo a gera¸c˜ao de conhecimento e a cria¸c˜ao de uma abordagem sustentada para a RDD, que possa aumentar a competitividade da regi˜ao.

4.1

Viticultura de precis˜ao

A VP na RDD ainda se encontra num estado inicial de desenvolvimento, apesar dos benef´ıcios econ´omicos, ambientais e sociais, que poderiam advir do seu desenvolvi- mento. A RDD est´a localizada no nordeste de Portugal e consiste, na sua maioria,

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por colinas ´ıngremes (chegando a ter um declive de 15%) e vales estreitos que acha- tam em patamares acima de 400 metros. Tendo na sua base o rio Douro, ´e a vinha que constitui a paisagem dominante, plantada em terra¸cos formados a partir das encostas rochosas ´ıngremes e apoiadas por centenas de quil´ometros de paredes de pedra.

A VP necessita de forma intensiva de informa¸c˜ao (Stafford, 2000), sendo muito de- pendente de uma s´olida base tecnol´ogica (Cox, 2002). No entanto, alguns estudos demonstraram que, apesar da perspetiva otimista com que a VP ´e encarada, exis- tem algumas dificuldades na verifica¸c˜ao dos ganhos econ´omicos (Pedersen et al., 2003), no que concerne `a sua sustentabilidade. Existem, igualmente, preocupa¸c˜oes sobre a existˆencia de iliteracia tecnol´ogica, capacidade de integra¸c˜ao e com a real capacidade de ajustar os dados e informa¸c˜ao obtidos `as pr´aticas de trabalho dos vi- ticultores (Alvarez e Nuthall, 2006). A maioria dos viticultores nunca usou SAD ou modelos computacionais de planeamento. Ao inv´es, os viticultores, tˆem o seu foco na otimiza¸c˜ao da produ¸c˜ao e n˜ao na tecnologia, per si. Em nossa opini˜ao, este pode ser um dos fatores, importantes, pelos quais se explica que a VP n˜ao se en- contre disseminada. Partindo desta perspetiva, urge responder `a quest˜ao de como sustentar de forma efetiva a VP e suas pr´aticas na RDD. Se analisarmos o que as or- ganiza¸c˜oes, de outras ´areas de neg´ocio, tˆem feito nos ´ultimos anos no que concerne `a ado¸c˜ao de SI, verificaremos uma enorme diferen¸ca na introdu¸c˜ao, assimila¸c˜ao, re- sultados e perspetiva com que as TIC foram encaradas e dos resultados que foram alcan¸cados. ´E ainda interessante salientar que, muitas das tecnologias que foram aplicadas nas organiza¸c˜oes, de distintas ´areas de neg´ocio, poderiam trazer in´umeros benef´ıcios para a VP, uma vez que se trata de tecnologia de igual base, apenas o foco de utiliza¸c˜ao ´e diferente no contexto da VP (e.g. uso de redes de sensores para medir parˆametros diversos).

Urge repensar a abordagem atual da viticultura na RDD e propor solu¸c˜oes de ´ındole conceptual e tecnol´ogica, de forma a introduzir a VP na RDD de forma sustent´avel, onde o Inov@douro pretende constituir-se um importante contributo.

4.2

Rede distribu´ıda de coopera¸c˜ao: um novo con-