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6.6 O prot´otipo criador de regras RTAS

6.6.8 Discuss˜ao do prot´otipo criador de regras RTAS

Os sistemas de alerta s˜ao uma preocupa¸c˜ao para os agricultores e para as entidades que gerem ou auxiliam as atividades agr´ıcolas regionais e nacionais. O panorama atual demonstra que este tipo de atividade ´e realizado de forma pouco funcional para quem tem o conhecimento para definir modelos de previs˜ao de doen¸cas e pragas. S˜ao usados muitas vezes ferramentas simples de c´alculo que s˜ao sujeitas a recolhas pouco automatizadas de dados e processos de c´alculo de probabilidades baseados em folhas de c´alculo. Por sua vez a divulga¸c˜ao de alertas ´e tipicamente realizada atrav´es da emiss˜ao de boletins que s˜ao afixados em diferentes locais.

6.6. O PROT ´OTIPO CRIADOR DE REGRAS RTAS 135

Figura 6.14 – Um detalhe do criador de regras RTAS.

Criar mecanismos automatizados de recolha de dados que s˜ao depois automatica- mente integrados numa base de dados, aliado ao uso de plataformas que permitam criar regras que ser˜ao processadas sobre dados discretos e/ou agregados, e flexibi- lizados os mecanismos de alerta, tanto ao n´ıvel do tempo como ao n´ıvel do canal usado; parece-nos claramente uma vantagem para promover que por parte do RH de I&D se possa promover uma maior investiga¸c˜ao em modelos de previs˜ao de doen¸cas e pragas; e para os agricultores estamos a contribuir para que os alertas sejam mais efetivos e mais atempadamente recebidos e executados nas suas pr´aticas agr´ıcolas.

7

Conclus˜oes

e trabalho futuro

7.1

Principais conclus˜oes

Ao longo da presente tese, procurou-se caraterizar a RDD no que concerne aos seus dois principais vetores end´ogenos, analisar o contexto das pr´aticas agr´ıcolas, concre- tamente da viticultura, analisando os principais desafios e definindo estrat´egias que pudessem contribuir para a cria¸c˜ao de um SI capaz de auxiliar a viticultura duri- ense e que pudesse simultaneamente servir alguns dos intentos do setor do turismo, aproveitando a simbiose (sen˜ao mesmo fus˜ao) entre estes vetores.

Das carater´ısticas topogr´aficas, territoriais, e do atual estado de maturidade da introdu¸c˜ao de SI na viticultura, foi elaborada uma estrat´egia baseada na coopera¸c˜ao.

Foi feita uma revis˜ao do estado da arte dos modelos, topologias e estrat´egias de coopera¸c˜ao/colabora¸c˜ao que culminou com a cria¸c˜ao de um modelo conceptual que suportasse uma vis˜ao de coopera¸c˜ao entre os v´arios atores que existem ou gravitam em torno da viticultura e do turismo associado `a RDD. Esse modelo foi designado por Inov@douro. O modelo proposto tem por base uma simbiose onde cada ator contribui para a rede de coopera¸c˜ao com o seu core business, e aceita partilhar com outros, dados, informa¸c˜ao e conhecimento. Sem preju´ızo de que parte do seu

contributo possa ser considerado de car´acter privado, algo que n˜ao transgride com a essˆencia da coopera¸c˜ao saud´avel, mas apenas traduz um princ´ıpio b´asico de uma estrat´egica de competi¸c˜ao baseada na diferencia¸c˜ao entre os pares, mas assente no ato de cooperar em prol de uma melhoria global, ainda que possa ser diferenciada em fun¸c˜ao da capacidade de cada ator.

Do modelo conceptual, resultou um modelo tecnol´ogico que se propˆos. Esse modelo, ainda que n˜ao tendo sido especificado a um detalhe de implementa¸c˜ao direta, apre- sentou um conjunto de solu¸c˜oes tecnol´ogicas que cobriram aspetos desde a aquisi¸c˜ao de dados atrav´es de redes de sensores sem fios dispostos no terreno, `a sua trans- miss˜ao, integra¸c˜ao e disponibiliza¸c˜ao numa plataforma centralizada designada por PIE.

Na impossibilidade de implementar o modelo, na sua globalidade, no terreno, recor- reu-se ao desenvolvimento de prot´otipos prova de conceito. Esses prot´otipos pude- ram ser validados pela experimenta¸c˜ao emp´ırica e em alguns casos pelo uso sistema- tizado por parte de atores de reconhecido m´erito que operam no setor da viticultura e turismo da RDD, como foi o caso do uso do SIGPV por parte do cons´orcio Douro4U. Foram realizadas colabora¸c˜oes em trabalhos adjacentes, por parte de uma equipa onde este trabalho se incluiuPeres et al.(2011);Fernandes et al. (2013), equipa essa liderada pelo Prof. Raul Morais que tem desenvolvido esfor¸cos para que a VP possa ser uma realidade na RDD Morais et al. (2008a,b).

Analisada a viabilidade econ´omica da implementa¸c˜ao, em toda a RDD, do modelo proposto, e pela evolu¸c˜ao que a CN teve durante o decorrer deste trabalho, foi feita uma revis˜ao do estado da arte no que concerne aos modelos e carater´ısticas da CN. De facto, a CN e o seu modelo de suporte das necessidades da arquitetura con- ceptual e tecnol´ogica proposta, pareceu ser uma boa oportunidade para transferir, na parte que ´e poss´ıvel, um conjunto de solu¸c˜oes de suporte `a computa¸c˜ao, arma- zenamento de dados, sistemas de desenvolvimento de servi¸cos e ponto de acesso `a designada plataforma EIP. Desta forma, e como o objetivo de avaliar a CN como tecnologia, em si mesma, de suporte ao modelo Inov@douro, foi desenvolvido um prot´otipo capaz de criar de forma intuitiva regras relativas `a defini¸c˜ao de modelos

7.1. PRINCIPAIS CONCLUS ˜OES 139

de previs˜ao de pragas e doen¸cas, capaz de interagir com o sistema de recolha de da- dos designado anteriormente por Sense. Esse prot´otipo serviu para experimentar e validar o potencial de uma nuvem p´ublica para a integra¸c˜ao, desenvolvimento e disponibiliza¸c˜ao de solu¸c˜oes para a VP.

Relembrando as quest˜oes de investiga¸c˜ao que forma colocadas no inicio:

• Que tipo de arquitetura conceptual e tecnol´ogica pode servir para implementar uma viticultura de precis˜ao na RDD?

A arquitetura conceptual proposta responde ao desafio da obten¸c˜ao de dados de natureza sensorial, gera¸c˜ao de informa¸c˜ao e conhecimento que possa ser integrado numa plataforma e disponibilizado, tudo isto sob a ´egide da coopera¸c˜ao entre os diferentes atores da RDD e dos seus vetores end´ogenos principais.

• Que tipo de solu¸c˜oes tecnol´ogicas podem auxiliar efetivamente no terreno as pr´aticas vitivin´ıcolas?

Foi inicialmente proposta uma arquitetura, cujo detalhe n˜ao foi ao n´ıvel da im- plementa¸c˜ao, mas que contudo apresentou um n´ıvel adequado de detalhe no que concerne `as tecnologias e metodologias necess´arias para materializar o modelo con- ceptual e o seu prop´osito. Tal modelo revela algumas considera¸c˜oes sobre a sua sustentabilidade econ´omica e f´acil ado¸c˜ao por parte dos diversos atores da RDD que na sua quota parte teriam de o custear. No entanto, foi clara a pertinˆencia, do desen- volvimento de solu¸c˜oes ub´ıquas que possam auxiliar os viticultores nas suas pr´aticas agr´ıcolas, quer apoiando-os nas tarefas levadas a cabo no terreno, quer oferecendo- lhes mecanismos que possam antecipar problemas e indicar cursos de a¸c˜ao a fim de melhorarem a sua produ¸c˜ao quantitativa e qualitativa. A necessidade de partilhar recursos e metodologias com o setor do turismo foi igualmente demonstrado ´util para a dissemina¸c˜ao das solu¸c˜oes e para a viabilidade econ´omica das mesmas.

• Que tipo de estrat´egia, numa regi˜ao com as carater´ısticas da RDD, se pode seguir para de facto implementar um modelo baseado na coopera¸c˜ao que seja sustent´avel?

Neste ponto, numa parte significativa deste trabalho, a viabilidade econ´omica da ma- terializa¸c˜ao dos modelos propostos foi uma preocupa¸c˜ao. Contudo, a evolu¸c˜ao/revo- lu¸c˜ao que a CN veio trazer para quem desenvolve solu¸c˜oes tecnol´ogicas, nomeada- mente ao n´ıvel das necessidades de infraestruturas, manuten¸c˜ao e escalabilidade das mesmas, at´e mesmo aos sistemas de desenvolvimento, permitiu que a esmagadora maioria dos custos possam ser transferidos para um sistema baseado no pagamento por uso. Um sistema que permite encarar o futuro com otimismo quando `a possibi- lidade de criar uma vers˜ao beta do Inov@douro `a escala da RDD.

Relativamente aos objetivos propostos inicialmente:

• An´alise das carater´ısticas da RDD e das suas pr´aticas agr´ıcolas.

Foi feita uma revis˜ao do estado da arte das pr´aticas associadas a AP e VP, e ana- lisados os principais desafios, cursos de a¸c˜ao em diferentes pa´ıses, que muitas vezes se revelaram inadapt´aveis face `as especificidades j´a enunciadas da RDD. Mas que contudo, muito contribu´ıram para pensar e desenhar solu¸c˜oes `a medida da RDD.

• Desenvolvimento de um modelo conceptual e tecnol´ogico que possa materiali- zar uma rede de coopera¸c˜ao para a RDD.

Foi desenvolvido o modelo Inov@Douro quer ao n´ıvel conceptual quer ao n´ıvel tec- nol´ogico de suporte.

• Na impossibilidade de implementar `a escala regional, no contexto deste tra- balho, os modelos propostos: desenvolver prot´otipos prova de conceito que possam ser testados e submetidos a valida¸c˜ao cient´ıfica para revis˜ao por pares.