Disponibilidade/Expectativas

Este critério, prende-se com a discriminação ou preconceito por parte dos professores em aceitarem alunos cegos nas suas classes, as suas expectativas quanto ao sucesso pedagógico destes alunos e engloba as perguntas número dois e número oito.

Pergunta 2: Qual a sua reação no caso de receber um pedido para aceitar um aluno cego na sua classe?

• 93% dos professores aceitavam o aluno. • 5,2% dos professores não aceitavam o aluno. • 1% dos professores não responderam.

Gráfico 6 - Pergunta 2: Qual a sua reação no caso de receber um pedido para aceitar um aluno cego na sua classe?

Fonte: Elaboração do autor

Através da análise do Gráfico 6, é possível afirmar que existe, por parte dos professores inquiridos, uma grande disponibilidade para receberem um aluno cego na sua classe.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 140! 160! 180! 200! 199 11 2

Pergunta 8: Qual seria a sua expectativa em relação ao sucesso do aluno cego no ensino- aprendizagem do instrumento?

• 22,7% dos professores têm muito boas expectativas. • 40,6% dos professores têm boas expectativas.

• 26,4% dos professores têm uma expectativa média. • 3,3% dos professores têm poucas expectativas. • 1,4% dos professores não têm nenhuma expectativa. • 5,6% dos professores não responderam.

Gráfico 7 - Pergunta 8: Qual seria a sua expectativa em relação ao sucesso do aluno cego no ensino- aprendizagem do instrumento?

Fonte: Elaboração do autor

Da análise do Gráfico 7, podemos inferir que, apesar dos diferentes níveis das expectativas, os professores inquiridos acreditam que é possível o aluno cego obter sucesso na aprendizagem

0! 10! 20! 30! 40! 50! 60! 70! 80! 90! 48 86 56 7 ₃ 12

muito boa = 48 boa = 86 média = 56

B. Dificuldades

Este critério, refere-se às dificuldades e obstáculos que os professores irão encontrar no ensino deste grupo educacional e inclui as perguntas número seis e número sete.

Pergunta 6: Sabe onde procurar ajuda?

• 67% dos professores não sabem onde procurar ajuda. • 26,4% dos professores sabem onde procurar ajuda. • 6,6% dos professores não responderam.

Gráfico 8 - Pergunta 6: Sabe onde procurar ajuda?

Fonte: Elaboração do autor

Conforme se pode observar no Gráfico 8, a maioria dos professores não sabem onde encontrar apoio e informações que os ajudem pedagogicamente a ensinar o aluno cego.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 140! 160! 56 142 14

Pergunta 7: Sabe onde encontrar os recursos didáticos necessários?

• 75% dos professores não sabem onde encontrar os recursos didáticos necessários. • 17,9% dos professores sabem onde encontrar os recursos didáticos necessários. • 7,1% dos professores não responderam.

Gráfico 9 - Pergunta 7: Sabe onde encontrar os recursos didáticos necessários?

Fonte: Elaboração do autor

O Gráfico 9, mostra-nos que a maioria dos professores não sabe onde se encontram os recursos didáticos específicos para o ensino dos alunos cegos.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 140! 160! 38 159 15

C. Desafios

Este critério está relacionado com o grau de preparação dos professores perante um ensino inclusivo, a sua sensibilidade para a apropriação de novas metodologias e abrange as perguntas número três, número quatro e número cinco.

Pergunta 3: : Está preparado pedagogicamente para o ensinar?

• 32% dos professores não estão pedagogicamente preparados para ensinar alunos cegos. • 53,3% dos professores revelaram muitas dúvidas quanto à sua preparação.

• 9,5% dos professores estão preparados. • 5,2% dos professores não responderam.

Gráfico 10 - Pergunta 3: Está preparado pedagogicamente para o ensinar?

Fonte: Elaboração do autor

A análise do Gráfico 10 evidencia que, apesar de alguns professores se sentirem preparados, a maioria dos docentes reconhece não estar apta, ou revela muitas dúvidas quanto à sua preparação pedagógica para ensinar este tipo de alunos.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 20 68 113 11

Pergunta 4: Mudaria o seu modo de ensinar?

• 67% dos professores mudavam o seu modo de ensinar. • 21,7% dos professores mostram-se indecisos.

• 5,2% dos professores não mudavam o seu modo de ensinar. • 6,1% dos professores não responderam.

Gráfico 11 - Pergunta 4: Mudaria o seu modo de ensinar?

Fonte: Elaboração do autor

Os resultados obtidos no Gráfico 11, apontam para uma mudança do modelo de ensino da maioria dos professores inquiridos, não obstante existir alguma relutância e indecisão de alguns professores quanto à adoção de novas metodologias.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 140! 160! 142 11 46 13

Pergunta 5: Mudaria o planeamento das suas aulas?

• 67,4% dos professores mudariam o planeamento das suas aulas. • 20,8% dos professores mostram-se indecisos.

• 6,6% dos professores não mudariam o planeamento das suas aulas. • 5,2% dos professores não responderam.

Gráfico 12 - Pergunta 5: Mudaria o planeamento das suas aulas?

Fonte: Elaboração do autor

Segundo observamos no Gráfico 12, apesar de alguma alguma relutância e indecisão, a maioria dos professores inquiridos mudariam o planeamento das suas aulas.

Assim, com base nos critérios e subcritérios formulados, podemos observar que os resultados obtidos apontam para um número muito reduzido de alunos cegos a frequentarem o ensino especializado da música, não obstante os professores inquiridos terem revelado não existir qualquer preconceito ou discriminação em ensinarem este grupo educacional.

Apesar de sentirem falhas na sua preparação profissional, os professores acreditam na sua pratica educativa e no sucesso pedagógico deste grupo educacional.

0! 20! 40! 60! 80! 100! 120! 140! 160! 143 14 44 11

Os dados obtidos, revelam ainda que os docentes não sabem onde procurar ajuda para ultrapassar os obstáculos que este tipo de ensino encerra e revelam grandes dificuldades na procura e obtenção dos recursos didáticos adequados. No entanto, consideram um desafio ensinar este grupo específico, constatando existir a necessidade de uma mudança na metodologia de ensino e uma reformulação do planeamento das aulas.

Relativamente à pergunta nove, onde se pretende aferir a opinião dos professores sobre a inclusão dos alunos cegos nas escolas regulares do ensino especializado da música na vertente de instrumento, com exceção de um professor, que manifesta sérias reservas quanto à inclusão deste tipo de alunos no ensino da música, todos os outros docentes mostraram opiniões favoráveis e muito positivas acerca deste ensino musical inclusivo. Para os professores inquiridos, ensinar crianças com estas características, é tido como um incentivo às suas capacidades, uma experiência enriquecedora de alto valor pedagógico para professor e aluno

Estes docentes, revelaram também procupações relacionadas com a sua formação/preparação face à(s) deficiência(s) do aluno(s), salientando a necessidade de uma melhor adaptação das escolas, que se traduziria em grandes benefícios também para os alunos sem qualquer tipo de deficiência. Apontam a falta de material didático específico e a limitação de recursos escolares como as principais adversidades que dificultam a implementação de metodologias adequadas a este tipo de ensino.

Os professores consideram ainda fundamental um apoio efetivo do Ministério da Educação, bem como uma maior sensibilidade das direções escolares, no sentido de encontrar soluções que permitam adquirir os recursos necessários (nomeadamente ao nível da edição de partituras e formação de professores, entre outros) para que a inclusão dos alunos cegos seja feita de uma forma digna.

Através de uma análise global dos resultados obtidos do inquérito, podemos constatar uma preocupação dos docentes com aspetos importantes da sua profissão, que demonstram,