Conforme preconiza a Lei Federal nº 12.305/2010 a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos deve obedecer à distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais diversos.
No Brasil destacam-se os aterros sanitários como a principal técnica de disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos. Segundo a NBR 8.419/1992, aterro sanitário é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e
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reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário.
Neste sentido, apenas o município de Três Lagoas/MS dispõe de um aterro sanitário licenciado, operado por uma empresa terceirizada, para a disposição final dos RSDC (Figura 18). Os demais municípios utilizam locais inadequados (vazadouros a céu aberto e/ou aterro controlado) para dispor os resíduos gerados.
Figura 18 – Aterro Sanitário de Três Lagoas/MS.
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2014.
O município de Paranaíba/MS dispõe os resíduos em um aterro controlado, onde há recobrimento com material de forração (saibro, terra, etc.), entretanto de maneira irregular e sem critério de tempo. O aterro controlado não possui medidas de captação de lixiviado e gases, no entanto apresenta quatro poços de monitoramento, que permitem um acompanhamento constante da água subterrânea. Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos será viável consórcio com municípios limítrofes, com a instalação de uma Unidade de Transbordo para disposição final em Aparecido de Taboado ou Selvíria/MS.
Conforme PMGIRS de Água Clara será viável, ao menos à curto prazo para garantir a conformidade legal do sistema, a disposição final dos resíduos no município de Três Lagoas/MS, uma vez que, existem aterros sanitários implantados e licenciados junto ao órgão competente do Estado (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL).
Com relação ao município de Brasilândia, segundo informações dos gestores municipais fornecidas durante vistoria técnica in loco, existe a intenção da construção de uma Unidade de Transbordo para encaminhar os resíduos a um aterro sanitário particular, localizado no município de Três Lagoas/MS. Está Unidade de Transbordo servirá como alternativa até a construção do Aterro Sanitário Municipal.
O município de Paraíso das Águas possui também planejamento para construção de um Aterro Sanitário Municipal de acordo com os gestores municipais. Todavia até a conclusão desta área de disposição final adequada os resíduos serão encaminhado para um aterro sanitário particular localizado no município de Três Lagoas/MS. Ainda, como
Paraíso das Águas não possui uma Unidade de Transbordo, os resíduos serão depositados no vazadouro a céu aberto do município e posteriormente encaminhados através de container para Três Lagoas.
Para os municípios de Cassilândia e Santa Rita do Pardo/MS está previsto a construção de uma Unidade de Triagem de Resíduos Sólidos e um Aterro Sanitário Municipal, entretanto apenas Cassilândia já possui área para realização das obras.
Quanto ao município de Chapadão do Sul existe um aterro sanitário cuja implantação ainda não fora finalizada. A obra do aterro sanitário encontra-se paralisada, devido à falta de recursos próprios e insucesso no pleito de recursos federais. Segundo informações passadas pelos gestores municipais, há intenção de formalizar uma parceria público-privada para o término das obras e operação de uma Unidade de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, contemplando o Aterro Sanitário. Ainda, como medida paliativa, foi mencionada a contratação de empresa especializada para realizar o transbordo e destinação adequada dos rejeitos gerados no município (Figura 19).
Figura 19 – Placas de sinalização do Aterro Sanitário de Chapadão do Sul/MS.
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2013.
Por fim, conforme expostos nos PMGIRS de Aparecida do Taboado e Selvíria/MS há a intensão de formalizar consórcios com municípios limítrofes, criando unidades de transbordo para destinação e disposição final ambientalmente adequada. Já para o município de Inocência, não foi informado pelos gestores nenhuma ação ou planejamento para disposição final ambientalmente adequada.
Ademais, frisa-se que o Art. 54 da Lei nº 12.305/2010 dispõe que a disposição final adequada dos rejeitos deveria ter sido implementada em até quatro anos após a publicação da referida Lei (prazo este já finalizado), ou seja, tal legislação preconiza que até 02 de agosto de 2014 os municípios deveriam ter encerrado a disposição final em vazadouros a céu aberto.
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No que consiste na caracterização simplificada das atuais áreas de disposição final de resíduos sólidos dos municípios pode-se observar que em Brasilândia e Paraíso das Águas/MS a distância do centro urbano até o local de disposição é inferior a 1 km, com destaque para Paraíso das Águas, onde seu vazadouro a céu aberto localiza-se dentro do seu perímetro urbano. Já Três Lagoas consiste no município onde atualmente existe maior deslocamento entre o centro gerador (área urbana) e o local de disposição final, com aproximadamente 9,00 km de distância. Em relação à existência de catadores, foi verificado que apenas no município de Três Lagoas não existem catadores informais na área de disposição final e apenas em Santa Rita do Pardo não possui animais no local (Quadro 6).
Quadro 6 – Caracterização sintética/simplificada das áreas de disposição final de resíduos sólidos dos municípios integrantes do Polo 03 - Região do Bolsão.
Municípios Tipo Distância do núcleo urbano (km) Existência de catadores Presença de criança Presença de moradores Presença de animais
Água Clara Vazadouro a céu aberto 3,50 Sim Não Não Sim
Aparecida do
Taboado Vazadouro a céu aberto 5,00 Sim Não Não Sim
Brasilândia Vazadouro a céu aberto 0,60 Sim Não Não Sim
Cassilândia Vazadouro a céu aberto 1,00 Sim Não Não Sim
Chapadão do
Sul Vazadouro a céu aberto 1,00 Sim Sim Não Sim
Inocência Vazadouro a céu aberto 3,60 Sim Não Não Sim
Paraíso das
Águas Vazadouro a céu aberto
Dentro do perímetro urbano
Sim Não Não Sim
Paranaíba Aterro Controlado (1) 5,00 Sim Não Não Sim
Santa Rita do
Pardo Vazadouro a céu aberto 3,00 Sim Não Não Não
Selvíria Vazadouro a céu aberto 2,00 Sim Não Não Sim
Três Lagoas Aterro Sanitário 9,00 Não Não Não Sim
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nota:(1) Segundo o PNRS (2011), aterro controlado consiste na forma de disposição final inadequada de resíduos e
rejeitos, no qual o único cuidado realizado é o recobrimento da massa de resíduos e rejeitos com terra.
No intuito de ilustrar e identificar os locais e a situação dos vazadouros a céu aberto, aterro controlado e aterro sanitário dos municípios pertencentes ao Polo 03 – Região do Bolsão, foi elaborada a Figura 20.
Figura 20 – Situação dos vazadouros a céu aberto e aterro controlado dos municípios do Polo 03.
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2014.
Vazadouro a céu aberto de Água Clara Coordenadas: UTM
303.548,70 m E 7.742.802,12 m S
Vazadouro a céu aberto de Aparecida do Taboado Coordenadas: UTM
483.626,24 m E 7.777.493,91 m S
Vazadouro a céu aberto de Brasilândia Coordenadas: UTM
390.577,53 m E 7.649.567,95 m S
Vazadouro a céu aberto de Cassilândia Coordenadas: UTM
415.705,69 m E 7.889.972,48 m S
Vazadouro a céu aberto de Chapadão do Sul Coordenadas: UTM
328.386,44 m E 7.918.981,43 m S
Vazadouro a céu aberto de Inocência Coordenadas: UTM
406.058,36 m E 7.817.936,57 m S
Vazadouro a céu aberto de Paraíso das Águas Coordenadas: UTM
288.270,78 m E 7.896.758,49 m S
Aterro Controlado de Paranaíba Coordenadas: UTM
485.123,23 m E 7.826.736,46 m S
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Figura 20 – Situação dos vazadouros a céu aberto e aterro sanitário dos municípios do Polo 03 (continuação).
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2014.
Nota: As imagens dos municípios de Aparecida do Taboado e Selvíria foram retiradas dos seus respectivos PMGIRS. Ainda, com relação ao município de Selvíria não foram apresentas as coordenadas geográficas do vazadouro a céu aberto.
É importante destacar que em todos os municípios foram observados locais menores de disposição irregular de resíduos sólidos, principalmente de restos de poda e capina, resíduos da construção civil e em quantidades menores RSDC. Estes locais, no geral, são terrenos baldios em áreas menos habitadas das cidades e estradas vicinais onde ocorre a disposição e acúmulo dos resíduos acima mencionados.
Aterro Sanitário de Três Lagoas Coordenadas: UTM
421.229,21 m E 7.689.305,36 m S
Vazadouro a céu aberto de Selvíria Vazadouro a céu aberto de Santa Rita do Pardo
Coordenadas: UTM 310.557,27 m E 7.641.814,91 m S
5 RESÍDUOS DE LIMPEZA PÚBLICA (RLP)
Os serviços de limpeza pública contemplam, basicamente, a varrição, a capinação e roçada, abrangendo também a limpeza de bocas de lobo e de feiras e praças, tendo como objetivo evitar os problemas sanitários para a comunidade, a interferência perigosa no trânsito de veículos e pedestres, o prejuízo ao turismo e inundações das ruas pelo entupimento das bocas de lobo e canais de drenagem, conforme ilustra a Figura 21.
Figura 21 – Aspectos sanitários, estéticos e de segurança relacionadas à limpeza de logradouros públicos.
Fonte: IBAM (2001).
Os serviços de varrição, capinação e roçada são prestados em todos os municípios integrantes do Polo 03 – Região do Bolsão. Nos municípios de Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul, Paraíso das Águas, Paranaíba e Três Lagoas/MS este serviço é prestado por empresa terceirizada (Figura 22). Já para os municípios de Água Clara, Santa Rita do Pardo e Selvíria/MS os serviços são de responsabilidade das respectivas Prefeituras Municipais. Nos municípios de Brasilândia e
Inocência o serviço é realizado de forma mista, sendo executados por empresas terceirizadas juntamente com as respectivas Prefeituras Municipais.
Referente à geração de Resíduos de Limpeza Pública, os dados quantitativos dos
Figura 22 – Serviço de varrição realizado por empresa terceirizada em Paraíso das Águas/MS.
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CAP 5 – RESÍDUOS DE LIMPEZA PÚBLICA (RLP)
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coerentes e fidedignas, ou seja, não há registro de quantas toneladas destes resíduos são geradas nestes municípios. Devido à este fato, buscou-se na literatura referências para quantificação dos resíduos de limpeza pública, assim o ICLEI-Brasil (2012) relata que estes correspondem, em média, 15% (quinze por cento) do total de resíduos sólidos domiciliares, comerciais e de prestadores de serviço. Deste modo, considerando os dados referentes à quantidade de RSDC gerados, estima-se uma geração de 28,18 toneladas por dia de Resíduos de Limpeza Pública para os municípios integrantes ao Polo 03.
No que concerne à disposição final dos resíduos oriundos destes serviços, observou-se que tais materiais são, em sua maioria dispostos em locais de disposição irregulares ou são utilizados no combate de processos erosivos. Neste sentido o Quadro 7 resume a geração estimada, o percentual dos municípios em relação ao Polo e os locais de disposição final dos resíduos provenientes de varrição, capinação e roçada.
Quadro 7 – Geração estimada, percentual em relação ao Polo e locais de disposição final dos resíduos de varrição, capinação e roçada dos municípios do Polo 03.
Municípios Geração estimada
de RLP (t/dia)
Geração estimada de RLP (t/ano)
Percentual em
relação ao Polo Disposição Final
Água Clara 1,18 430,70 4,19% Vazadouro a céu
aberto
Aparecida
do Taboado 2,38 868,70 8,45%
Vazadouro a céu aberto
Brasilândia 0,49 178,85 1,74% Vazadouro a céu
aberto
Cassilândia 1,43 521,95 5,07% Vazadouro a céu
aberto Chapadão do Sul 2,67 974,55 9,47% Vazadouro a céu aberto e área específica de disposição irregular
Inocência 0,77 281,05 2,73% Vazadouro a céu
aberto
Paraíso das
Águas 0,51 186,15 1,81%
Vazadouro a céu aberto
Paranaíba 4,34 1.584,10 15,40% Antigo vazadouro a
céu aberto
Santa Rita do
Pardo 0,22 80,30 0,78%
Vazadouro a céu aberto
Selvíria 0,36 131,40 1,28% Vazadouro a céu
aberto
Três Lagoas 13,83 5.047,95 49,08% Aterro Sanitário
Fonte: Elaborado pelos autores.
No intuito de apresentar de forma visual os dados apresentados neste capítulo, foi elaborada a Figura 23 na qual são indicadas as formas de prestação dos serviços, estimativa de geração e forma disposição final dos resíduos de limpeza pública dos municípios integrantes do Polo 03 – Região do Bolsão.
Figura 23 – Situação dos Resíduos de Limpeza Pública (RLP) dos municípios do Polo 03.
6 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO (RCC)
A Resolução CONAMA nº 307/2002 define como resíduos da construção civil e demolição aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, dentre outros, e comumente chamados de entulhos de obras. Os RCC são classificados, conforme o instrumento legal supracitado, em quatro classes (Quadro 8).
Quadro 8 – Classificação dos RCC segundo a Resolução CONAMA nº 307/2002.
Classificação Definição Exemplos
Classe A São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis
como agregados
Solos provenientes de terraplanagem e limpeza de terreno;
Resíduos de componentes cerâmicos (blocos, telhas, etc.)
Resíduos de argamassa e concreto Areia e pedras
Classe B São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
Plásticos, Papel/papelão, Metais, Vidros, Madeiras, Gesso Sacos de Cimento
Classe C
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação
Manta asfáltica Lixas em geral
Classe D São os resíduos perigosos oriundos do
processo de construção.
Tintas, solventes, óleos Pincéis e rolos contaminados Telhas e demais objetos que contenham amianto
Fonte: Adaptado de Brasil (2002).
A coleta dos RCC é realizada pela Prefeitura Municipal somente no município de Água Clara. Já para o município de Chapadão do Sul, uma empresa terceirizada é responsável por esse serviço, sendo os custos arcados pela Prefeitura Municipal. Quanto ao município de Aparecida do Taboado, empresas particulares possuem a incumbência dos serviços. Nos demais municípios a coleta é compartilhada entre as respectivas Prefeituras Municipais e empresas particulares, na qual as Prefeituras Municipais são responsáveis pela coleta dos resíduos produzidos nos órgão públicos e de cidadãos que não possuem recursos para pagar pelo serviço. No caso das empresas particulares, os geradores são responsáveis pela contratação de caçambas estacionárias por meio destas empresas ao qual executam o recolhimento e disposição final destes materiais.
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CAP 6 – RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO (RCC)
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Durante a visita técnica nos municípios da Região do Bolsão, percebeu-se o reuso destes materiais, principalmente para manutenção de vias não pavimentadas, tanto no perímetro da sede urbana quanto em vias rurais. Também notou-se o reuso em áreas erodidas como tentativa de combate as erosões. Dessa forma, os municípios de Paranaíba e Santa Rita do Pardo reutilizam para cascalhamento de vias. Em Aparecida do Taboado e Paraíso das Águas, seu uso é para aterramento de áreas erodidas. Sendo assim, os municípios de Água Clara, Cassilândia, Chapadão do Sul, Inocência, Selvíria e Três Lagoas apresentaram ambas as formas de reutilização dos respectivos materiais, tanto para cascalhamento de vias não pavimentadas quanto para o controle de áreas em processos erosivos. Por fim, somente o município de Brasilândia não apresentou formas alternativas de reuso dos RCC, sendo descartados diretamente no vazadouro a céu aberto do município.
Assim como os Resíduos de Limpeza Pública, os dados municipais quantitativos referentes à geração diária, em toneladas, de RCC para os municípios pertencentes ao Polo 03 são inconsistentes, não havendo um banco de dados armazenando informações coerentes e fidedignas, ou seja, não há registro de quantas toneladas destes resíduos são geradas. Desta forma utilizou-se dados da literatura para estimar a quantidade de RCC gerados para os municípios que não possui essas informações, adotando o valor de 0,9666 kg/hab.dia (ABRELPE, 2011). Seguindo esta premissa, estima-se uma geração diária de 217,03 toneladas de RCC para os municípios pertencentes ao Polo 03.
No que diz respeito à disposição final dos resíduos oriundos destes serviços, observou- se que tais materiais são, em sua maioria dispostos em vazadouros a céu aberto e áreas erodidas (Figura 24).
Figura 24 – Serviço de disposição final de resíduos da construção civil em área erodida de Três Lagoas/MS.
Neste sentido o Quadro 9 resume a geração estimada por município, o percentual que representa em relação ao Polo 03, as formas de reaproveitamento e os locais de disposição dos resíduos de construção civil e demolição.
Quadro 9 – Geração estimada, percentual em relação ao Polo, formas de reaproveitamento e disposição dos resíduos de construção civil e demolição dos municípios do Polo 03.
Municípios Geração estimada de RCC (t/dia) Geração estimada de RCC (t/ano) Percentual em relação ao Polo Formas de
Reaproveitamento Disposição final
Água Clara 9,28 3.387,20 4,28% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto Aparecida do Taboado 19,42 7.088,30 8,95% Aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto
Brasilândia 7,75 2.828,75 3,57% Não Possui Vazadouro a céu
aberto Cassilândia 18,37 6.705,05 8,46% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Área específica de disposição irregular Chapadão do Sul 16,22 5.920,30 7,47% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto e área específica de disposição irregular Inocência 4,71 1.719,15 2,17% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto Paraíso das Águas 4,88 1.781,20 2,25% Aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto e área específica de disposição irregular Paranaíba 34,56 12.614,40 15,92% Cascalhamento de vias Antigo vazadouro a céu aberto Santa Rita do Pardo 3,40 1.241,00 1,57% Cascalhamento de vias Área específica de disposição irregular Selvíria 4,61 1.682,65 2,12% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Vazadouro a céu aberto e área específica de disposição irregular Três Lagoas 93,83 34.247,95 43,24% Cascalhamento de vias e aterramento de áreas erodidas Área erodida
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir dos dados apresentados neste capítulo referentes ao diagnóstico situacional dos Resíduos da Construção Civil e Demolição foi elaborada a Figura 25, na qual são apresentadas ilustrativamente as informações referentes aos RCC.
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CAP 6 – RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO (RCC)
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Figura 25 – Situação dos Resíduos da Construção Civil e Demolição (RCC) dos municípios do Polo 03.
7 RESÍDUOS VOLUMOSOS (RV)
Os Resíduos Volumosos (RV), de acordo com a Norma Brasileira (NBR) nº 15.112/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são peças de grandes dimensões, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de madeira, podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais e não removido pela coleta dos RSDC. Normalmente são removidos das áreas geradoras juntamente com os Resíduos de Limpeza Pública e Resíduos da Construção Civil.
Com relação aos resíduos verdes, também caracterizados como resíduos volumosos neste capítulo, podemos definir que são aqueles provenientes da manutenção de parques, praças, áreas verdes e jardins, redes de distribuição de energia, telefonia e outras. São caracterizados normalmente por galhos, troncos e folhas. Dessa forma, este item busca caracterizar a forma de prestação dos serviços, geração estimada e disposição final dos resíduos volumosos.
No que tange a coleta de resíduos volumosos no Polo 03, é realizada pelas Prefeituras Municipais de Água Clara, Aparecida do Taboado, Brasilândia, Inocência, Santa Rita do Pardo e Selvíria (Figura 26). Já para o município de Chapadão do Sul a coleta fica sob a responsabilidade de empresas terceirizadas. Quanto ao município de Três Lagoas, empresas particulares são responsáveis pela execução dos serviços.
Ainda, nos municípios de Cassilândia, Paraíso das Águas e Paranaíba os serviços são prestados pelas respectivas Prefeituras Municipais e empresas particulares.
Referente à geração de resíduos volumosos, os dados quantitativos dos mesmos são inconsistentes, não havendo um banco de dados armazenando informações coerentes e fidedignas, ou seja, não há registro de quantas toneladas destes resíduos são geradas para esses municípios. Devido à este fato, adotou-se a geração per capita média do Centro Oeste de 0,082 kg/hab.dia apresentada no Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2011) para definir a geração de resíduos volumosos dos municípios do Polo 03. Seguindo esta premissa, estima-se uma geração diária de 18,42 toneladas de RV para os municípios pertencentes ao Polo 03.
No que concerne à disposição final dos resíduos oriundos destes serviços, constatou- se que tais materiais são em sua maioria dispostos em vazadouros a céu aberto. Observa-se