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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Distribuição das Escolas e Caracterização dos Participantes

Os dados apresentados referem-se às escolas nas quais os professores se encontravam vinculados e à caracterização desses professores.

O Quadro 4 apresenta a distribuição das escolas participantes de acordo com a localização territorial por região. Optou-se pela apresentação dos dados de distribuição das escolas de forma agrupada (escolas Privadas e Públicas em conjunto) devido a não distinção de espaço físico e tipo de financiamento na análise dos resultados.

Quadro 4. Distribuição das escolas participantes da pesquisa de acordo com a organização

territorial por região.

Região Número de escolas participantes

Sul 01 Norte 02 Central 01 Leste 01 Oeste 03 Sudeste 01 Total 09

FONTE: Dados do pesquisador, 2017.

No total, nove escolas da cidade tiveram professores participando da pesquisa. Importante ressaltar que todas as regiões da cidade se encontraram representadas por pelo menos uma unidade escolar de educação infantil, sendo a região Oeste a que contou com o maior número de escolas participantes.

Na Figura 2 são apresentados os dados referentes à caracterização das escolas participantes da pesquisa, de acordo com o tipo de financiamento (público ou privado).

Figura 2: Escolas participantes com caracterização segundo o tipo de financiamento: Públicas e

Privadas, São José dos Campos, 2017.

Apesar das escolas da rede Pública terem participação autorizada em número maior de escolas (14) verificou-se que somente três participaram efetivamente da pesquisa, enquanto que as escolas da rede Privada tiveram participação mais efetiva com a adesão e participação de seis escolas.

A baixa taxa de participação das escolas da rede pública se deu principalmente devido à dificuldade de acesso aos gestores responsáveis e a organização de horários viáveis para entrevistas junto aos professores. Somando-se a esta situação, durante o período de coleta de dados, por conta das eleições de 2016, ocorreu a troca de gestão municipal, ocasionando mudanças de gestores das unidades escolares e da secretaria de educação, dificultando assim o contato e entrada nestes espaços.

Participaram da pesquisa, 35 professores com formação de nível superior em Pedagogia. Os professores encontravam-se distribuídos em dois grupos: Pu – Escolas Públicas e Pr – Escolas Privadas, de acordo com a Figura 3.

3

(33%)

6

(67%)

Escolas participantes por tipo de

financiamento

Grupo Pu - Escolas Públicas Grupo Pr - Escolas Privadas

Figura 3: Número de participantes de acordo com o local de trabalho: Escolas Públicas e Privadas.

São José dos Campos, 2017.

Os dados apresentados no Quadro 5, caracterizam os participantes em relação à faixa etária, tempo de formação e tempo de atuação na educação infantil.

A média geral de idade dos participantes foi de 35±8.06 anos. A média geral do tempo de graduação em Pedagogia foi de 8,48±5.45 anos, sendo o tempo de atuação dos mesmos na educação infantil maior que o tempo de formado (11,4±7.03 anos) devido ao tempo de estágio profissional e atuação prévia à formação superior (magistério ou professor auxiliar).

Quadro 5 – Caracterização dos participantes de acordo com o tipo de escola que atuam. 2018. Idade (anos) Tempo de

formação superior (anos) Tempo de atuação na educação infantil (anos) Professores de Escolas Públicas 40,90±5,59* 11,81±3,62* 17,81±4,47* Professores de escolas Privadas 31,21±4,01* 6,73±2,60* 8,43±3,21*

Dados apresentados em média ± desvio padrão, referente a 35 voluntários do sexo feminino (12 professoras de escola pública e 23 professoras de escolas privadas). A normalidade dos dados foi verificada através do teste Shapiro-Wilk’s. A comparação entre os grupos foi realizada através do teste t Student. * diferença significativa entre os grupos.

12 (34%)

23 (66%)

Grupos de participantes de acordo com local

de trabalho

Grupo Pu - Escolas Públicas Grupo Pr - Escolas Privadas

A seguir, são apresentadas as Figuras 4 e 5, mostrando o nível de formação dos participantes do estudo de acordo com o grupo que pertencem.

Figura 4 – Dados referentes ao nível de formação acadêmica apresentada pelos participantes que

trabalham em escolas Públicas. São José dos Campos, 2017.

5

Figura 5 – Dados referentes ao nível de formação acadêmica apresentada pelos participantes que

trabalham em escolas Privadas. São José dos Campos, 2017.

*

Considerada a Pós Graduação do tipo Lato Sensu.

2 (17%) 8 (67%) 1 (8%) 1 (8%)

Nível de formação apresentada pelos

participantes de escolas públicas

Pós Graduação Incompleta* Pós Graduação Completa* Mestrado

Nível Superior Completo

2 (9%) 5 (22%) 16 (69%)

Nível de formação apresentada pelos

participantes de escolas privadas

Pós Graduação Incompleta* Pós Graduação Completa* Nível Superior Completo

Três participantes cursaram a pós-graduação que tinha a educação infantil como foco principal, sendo que dois destes atuavam em escolas públicas e um em escola privada. O curso de pós-graduação em Psicopedagogia foi um dos cursos mais frequentados pelos participantes, contando com 36% dos professores de escolas privadas que fizeram pós- graduação e 37,5% dos de escolas públicas. Outro tema de grande destaque nas formações de pós-graduação dos participantes foi a alfabetização. Apenas dois participantes, um da escola pública e um da escola privada realizaram curso de pós-graduação na área temática da inclusão escolar/educação inclusiva.

Importante salientar que alguns professores apresentaram mais de uma titulação de um mesmo nível (mais de um curso de pós-graduação lato sensu) ou de dois níveis diferentes (mestrado stricto sensu e pós-graduação lato sensu), tendo sido considerado no gráfico apenas o título de maior grau.

Quatro participantes (três de escolas públicas e uma de escola privada) relataram durante as entrevistas que possuíam outras graduações além da Pedagogia. Quatro participantes informaram ter cursado o Magistério antes da formação em nível superior de Pedagogia. Estes números podem, na realidade, serem significativamente maiores dentro dos dois grupos, caso estas perguntas tivessem sido realizadas formalmente no questionário de caracterização dos participantes.

A literatura aponta que o tipo de formação prévia e em serviço dos profissionais que trabalham diretamente com os alunos é um importante critério para avaliar a qualidade das escolas. (83)

Em estudo longitudinal realizado na Inglaterra foi encontrada relação entre a qualificação da equipe da unidade escolar, especialmente com uma boa proporção de professores formados, e a qualidade da pré-escola, levando as crianças a apresentarem mais progressos e ganhos sociocomportamentais quando comparadas a crianças que frequentaram escolas de baixa qualidade. (21)

Sylva et al (84), também corrobora com a ideia de que centros com equipe mais qualificada, sobretudo aqueles com boa proporção de professores competentes, apresentam maior qualidade e suas crianças demonstram melhores progressos.

Apesar da formação de nível superior estar presente para todos os participantes deste presente estudo, outros fatores precisam ser considerados:

“Quanto à formação prévia, mesmo professoras formadas no curso de magistério ou até mesmo em pedagogia, no nível superior, não recebem a qualificação necessária para desenvolver seu trabalho

educativo, principalmente com as crianças menores atendidas em tempo integral nas creches. As educadoras ou monitoras, por sua vez, que na maioria não contam nem mesmo com o curso secundário, baseiam seu trabalho no conhecimento que desenvolvem no âmbito doméstico, priorizando as atividades de higiene, alimentação e segurança”. (14):106)

Campos, em entrevista publicada em 2009, aponta fatores importantes sobre a falta de conteúdos específicos da educação infantil na formação em nível superior em Pedagogia. Segundo a autora, a formação oferecida é generalista, com enfoque maior no ensino fundamental, ignorando importantes conteúdos específicos de outras áreas, como por exemplo, conteúdos referentes ao desenvolvimento da criança na primeira infância. (85)

O presente estudo adotou como fator de inclusão, participantes com formação em nível superior, no entanto, é reconhecido que a realidade de grande parte das escolas de educação infantil do país não é regida por este grau de formação profissional, havendo grande número de salas coordenadas por auxiliares e agentes educadores, principalmente quando se trata da criança pequena e do espaço da creche.

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