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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.2 Microtomografia de Raios-X

3.2.3 Distribuição de Tamanho de Poro (DTP)

Os gráficos da distribuição de tamanho de poro (DTP) estão apresentados nas figuras 3.23 e 3.24. As curvas de DTP para cada resolução estão apresentadas em conjunto para cada amostra, onde os gráficos apresentam a relação entre a porosidade resolvida e o raio de poro (tamanho de poro). Os dados de porosidade resolvida e de tamanho de poros médio estão apresentados na tabela 3.7.

De maneira geral, ocorre aumento do valor da porosidade resolvida das resoluções mais baixas às resoluções mais altas, como pode ser observado na tabela 3.7. Arns et al. (2005) também observaram o aumento da porosidade à medida que aumentava a resolução da imagem. Para a amostra estudada, na resolução de 42 µm foram caracterizados os vugs-isolados, sendo necessário a obtenção de imagens de resoluções maiores (2,5 µm, 5 µm, 10 µm e 20 µm) para caracterizar a porosidade intergranular, os poros menores e identificar os caminhos de transporte de fluidos.

As curvas de DTP das resoluções mais baixas que 3 µm nas amostras de grainstone demonstram poros com raio acima de 10 µm, chegando até, aproximadamente, 200 µm. Analisando as imagens de µ-CT, essas curvas estão representando, principalmente, a porosidade intergranular, nessas amostras.

Para as amostras B_GST5, B_GST4, B_GST1, B_GST3 e B_GST2 (Figura 3.23) foram adquiridas imagens em duas resoluções, onde as curvas de DTP para as resoluções menores que 34 µm apresentam formato semelhante, com porosidade resolvida abaixo de 1,4% e tamanho de poros médio em torno de 45 µm. Quanto às curvas de DTP para a resolução de 4 µm, a amostra B_GST5 apresentou um pico de 1% de poros de tamanho 38,57 µm, com tamanho de poros médio de 21,4 µm e porosidade resolvida de 7,95%. Já a amostra B_GST2 apresentou menores valores de tamanho de poros, com valor médio de 18,6 µm e porosidade resolvida de 6,78%. As demais amostras apresentaram formato da curva semelhantes, com valores de tamanho de poro médio por volta de 20,5 µm e porosidade resolvida, 8,2%. A amostra C_GST1

(Figura 3.24) possui apenas uma curva de DTP, de resolução 4 µm, com 4,12% de porosidade resolvida e tamanho de poros médio de 18,0 µm.

Para as amostras A_GST3, A_GST4, A_GST1 (Figura 3.23) e A_GST2 (Figura 3.24) foram obtidas imagens em diferentes resoluções. O comportamento do conjunto das curvas de DTP das imagens de resolução mais baixas que 3 µm demonstram o acréscimo de poros cada vez menores e o aumento da porosidade resolvida, à medida que aumenta a resolução. A amostra A_GST4 apresentou o maior teor de porosidade resolvida nas baixas resoluções, com o valor de 3,53% na resolução de 25,26 µm, e tamanho de poros médio de 58,6 µm. A curva de DTP da resolução de 3,111 µm da amostra A_GST3 apresenta um pico de tamanho de poros acima de 100 µm, estando relacionado à danos na sub-amostra.

As curvas de DTP das imagens de resolução mais alta que 3 µm nas amostras de

grainstone (A_GST3, A_GST1 e A_GST2), apresentam distribuição em forma de platô, com

raio de poro, principalmente, entre 1 e 40 µm. Observando as imagens de µ-CT, essas curvas englobam tanto a porosidade intergranular, quanto a porosidade intragranular (raio de poros menores). A amostra A_GST1, resolução de 1,050 µm, apresentou o maior teor de porosidade resolvida nas resoluções mais altas, com o valor de 5,74% e tamanho de poros médio de 7,1 µm.

As curvas de DTP das amostras de grainstone de granulometria mais fina e dos

packstones estão apresentadas na figura 3.24. Para essas amostras, as curvas para as resoluções

mais baixas que 3 µm caracterizaram um teor de poros pouco expressivo. Apenas a amostra A_GST/PCK1, na resolução de 3,710 µm, apresentou porosidade resolvida de 2,95%, com tamanho de poro médio de 9,8 µm, pois ocorrem regiões de grãos maiores, consequentemente, com maior tamanho de poros, permitindo uma quantificação relevante da porosidade nessa resolução. Observando as imagens de µ-CT, esta curva representa, principalmente a porosidade intergranular.

Para as amostras A_GST/PCK1 e A_GST/PCK2, foram obtidas curvas de DTP para a resolução de 1,6 µm, e para a A_PCK/GST1, de 1,968 µm. Para essa resolução, a amostra A_GST/PCK1 apresentou porosidade resolvida de 3,81% e tamanho de poro médio de 7,7 µm, a amostra A_GST/PCK2, porosidade resolvida de 6,34% e tamanho de poro médio de 6,0 µm e a amostra A_PCK/GST1, por sua granulometria muito fina e poros muito pequenos, não foi possível quantificar um valor de porosidade resolvida significante (0,72%, com tamanho de poro médio de 5,4 µm). Analisando as imagens de µ-CT, para as amostras A_GST/PCK1 e A_GST/PCK2, essas curvas representam, principalmente, a porosidade intergranular. Já para a

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Em relação as amostras C_PCK3, C_PCK2 e C_PCK1, as curvas de DTP que as melhor caracterizaram foram de resolução mais alta que 1 µm. A C_PCK3 apresentou menor tamanho de poro médio, com 3,7 µm e porosidade resolvida de 3,85%, na resolução de 0,870 µm. A amostra C_PCK2 apresentou maior valor de porosidade resolvida, com 8,59% e tamanho de poro médio de 5,4 µm, na resolução de 0,990 µm. A curva de DTP para a amostra C_PCK1 demonstra uma variedade de tamanho de poro, tendo o valor médio de 6,2 µm, com porosidade resolvida de 2,09%, na resolução de 0,880 µm. Apesar das três amostras representarem a mesma litofácies, as amostras C_PCK2 e C_PCK1 apresentam micro-vugs, o que explica o formato da curva de DTP (com raio de poro acima de 10 µm) e o maior tamanho de poro médio em relação à C_PCK3. Para essas amostras, analisando as imagens de µ-CT, além dos micro-vugs, as curvas representam a porosidade intergranular e, em menor teor, a porosidade intragranular.

Analisando as curvas de DTP em conjunto, nas amostras de grainstone, a porosidade intergranular foi caracterizada pelas curvas de resolução mais baixa que 3 µm. Nas resoluções mais altas que 3 µm, as curvas de DTP também englobaram a porosidade intragranular. Já as amostras de granulometria mais fina ou correspondentes aos packstones, as resoluções mais altas que 3 µm ainda caracterizam de maneira expressiva a porosidade intergranular, além da porosidade intragranular, associada aos bioclastos e dos micro-vugs. Também foi observado que o valor de tamanho de poros médio tende a decrescer à medida que aumenta a resolução, pois as resoluções mais altas favorecem a visualização e quantificação de poros cada vez menores. Vale considerar que, com o aumento da resolução, ocorre a diminuição do tamanho das sub-amostras, podendo excluir tamanho de poros maiores.

Mantovani (2013) analisou curvas de DTP de rochas carbonáticas, obtidas por µ-CT e nanotomografia de raios-X (n-CT), e observou características multimodais. O formato das curvas sugeriu a presença de porosidade intragranular, intergranular e macroporosidade, conforme o aumento do tamanho dos poros, o que foi verificado em algumas amostras do presente trabalho. A autora comparou os resultados de DTP por imagens micro e nanotomográficas com os resultados da técnica experimental de porosimetria de intrusão de mercúrio. Ainda que o ensaio de intrusão de mercúrio seja mais relacionado ao tamanho de garganta de poros, Mantovani (2013) considerou os resultados de DTP por imagens consistentes com os dados experimentais, podendo ser empregado na avaliação das múltiplas escalas de comprimento de tamanho de poros do meio.

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