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Distribuição a doentes em regime de internamento 1 Distribuição clássica

ao XVII Governo Constitucional em janeiro de 2007”; Lisboa; consultado a 14 de fevereiro de 2014;

Capítulo 3 – Farmácia Hospitalar

3.2 Organização e Gestão dos Serviços Farmacêuticos

3.3.1 Distribuição a doentes em regime de internamento 1 Distribuição clássica

Neste sistema de distribuição (o primeiro a surgir) os medicamentos são distribuídos por serviço, a partir de uma solicitação por parte dos serviços de enfermagem. Os medicamentos são enviados para os serviços sem que os SF tenham informação sobre o destinatário da medicação solicitada ou as razões que levaram à sua solicitação ou durante quanto tempo que esta vai ser necessária. Nestas situações, o pedido é efetuado informaticamente pelo serviço, requisitando entre todos os medicamentos as quantidades que necessita. No caso da requisição ter sido efetuada por telefone ou prescrição médica sabe-se para que doente é o medicamento sendo posteriormente enviado.

Este tipo de sistema é utilizado a nível hospitalar como meio de dispensa de produtos que não necessitam de ser distribuídos segundo um modelo de distribuição especial, nos cuidados primários e em serviços que não sejam abrangidos pelo sistema de dose unitária. No entanto apresenta desvantagens como a ausência de intervenção do farmacêutico na terapêutica instituída ao doente, uma vez que é centrado nos profissionais de enfermagem, custos mais elevados para o hospital devido ao risco de desvios ou acumulação de medicação entre outras. Um exemplo verificado no meu estágio deste tipo de distribuição são os produtos de grande volume.

3.3.1.2

Sistema de Reposição de Stocks por Níveis

Neste sistema de distribuição, há reposição por níveis que é definida previamente por farmacêuticos e enfermeiros dos respetivos serviços clínicos. Assim, está definido um nível máximo e um nível mínimo para cada medicamento pertencente ao stock de cada serviço. Estes medicamentos são transportados em carrinhos preparados para o efeito. Diariamente e através dos níveis para cada medicamento, a medicação é validada pelo farmacêutico para depois ser aviado de acordo com a periodicidade previamente acordada com o serviço (no HSM a dispensa é efetuada semanalmente), à qual se segue a separação da medicação que constar no documento. A medicaçãoé separada por técnicos de farmácia, é enviada para o serviço nos dias previamente definidos e feita uma dupla verficação com um técnico de farmácia e um farmacêutico antes da medicação sair da farmácia. Os serviços de pediatria, urgência, obstetrícia, ginecologia e oftalmologia seguem este sistema de distribuição.

Durante o meu estágio tive oportunidade de acompanhar a distribuição e arrumação da medicação bem como de efetuar a verificação da medicação antes de serem enviadas para os serviços.

3.3.1.3

Sistema de Distribuição Individual em Dose Diária Unitária

Segundo o Manual de Farmácia Hospitalar, o “Despacho Conjunto dos Gabinetes dos Secretários de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, de 30 de dezembro de 1991, publicado no Diário da República nº 32, 2ª série de 28 de janeiro de 1992, torna em imperativo legal o sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (DIDDU) [1]. Este sistema consiste no facto dos medicamentos serem dispensados para cada doente individualmente, para um período de 24 horas, exceto fins de semana e feriados. Tem inúmeras vantagens como permitir um melhor conhecimento do perfil farmacoterapêutico dos doentes, diminuir os riscos de interações, diminuir custos e desperdícios, racionalizar melhor a terapêutica, entre outras. Permite também que os enfermeiros se possam dedicar mais aos cuidados dos doentes e menos aos aspetos de gestão relacionados com os medicamentos [1].Este sistema de distribuição encontra-se implantado nos serviços de internamento, mas em serviços como a Urgência e Maternidade seria praticamente impraticável uma vez que existe uma grande instabilidade clínica dos doentes e a sua permanência nestes é incerta. No HSM a prescrição é feita manualmente. Na farmácia, os tickets de prescrição são conferidos pois toda a prescrição carece de validação por parte dos SF. Os farmacêuticos transcrevem a terapêutica para o perfil farmacoterapêutico individualizado e informatizado que tem em conta as questões relacionadas com a terapêutica instituída, nomeadamente possíveis interações, duplicação de terapêutica, posologias inadequadas e desvios aos protocolos instituídos. No caso de existir alguma dúvida relativa à posologia, duração de determinado tratamento, frequência e/ou intervalo entre administrações ou mesmo a nível caligrafia, esta é esclarecida com médicos e/ou enfermeiros.Assim, a preparação dos medicamentos a distribuir, só é possível após o farmacêutico validar a prescrição médica (assegurando- se que a prescrição é viável e que se resolvem todas as possíveis discrepâncias que possam surgir entre o prescrito e o que se vai dispensar). Para uma correta validação, o farmacêutico analisa a prescrição detalhadamente uma vez que tem acesso a toda a informação respeitante ao doente selecionado como histórico dos consumos, das prescrições anteriores do doente e alterações efetuadas à prescrição.Assim, o farmacêutico pode tomar decisões conscientes no que respeita à validação da prescrição pois terá uma visão global da situação dos doentes. A validação consiste na análise da prescrição como um todo e, assim, se detetarem erros de prescrição (doses inadequadas, medicamentos incorretos, medicação repetida, vias de administração erradas, frequências desajustadas, possíveis interações…). Depois de validada a prescrição, os farmacêuticos imprimem o perfil farmacoterapêutico gerado, correspondente a um período de 24 horas, do serviço do qual são responsáveis e entregam-no aos técnicos que preparam as doses unitárias. Seguidamente, cabe aos técnicos de farmácia a distribuição da medicação e a sua colocação em cassetes/gavetas de medicamentos. Uma vez que a distribuição de medicamentos é individualizada, a medicação é preparada para cada doente individualmente.A medicação é enviada para os serviços em carrinhos que contêm gavetas (cassetes) individualizadas para cada doente internado. Cada cassete está identificada com o nome do serviço, nome do doente e respetiva cama. Cada gaveta tem quatro divisórias, correspondentes aos momentos de administração dos medicamentos (pequeno-almoço, almoço, jantar e noite). Os medicamentos de maiores dimensões e a medicação de frio são enviados para o serviço em caixas próprias e devidamente identificadas. Depois de separada, a medicação é transportada por auxiliares que devem garantir que as condições de transporte e integridade dos medicamentos são as mais corretas. Os medicamentos fotossensíveis devem ser protegidos com papel de alumínio.

Pode acontecer que nem toda a medicação enviada seja administrada ao doente. Nestes casos, esta é devolvida aos SF para que se proceda à sua devolução informática e para que esta passe novamente a fazer parte do stock da farmácia. Os serviços que funcionam em dose unitária são as Medicinas A e B, a Pneumologia, a Unidade de Cuidados Intensivos de AVC, as Cirurgias, as Ortopedias, a Cardiologia e Gastroenterologia.

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Durante o meu estágio tive oportunidade de validar prescrições médicas, traçar alguns perfis farmacoterapêuticos de doentes e proceder a devoluções de medicamentos devolvidos à farmácia pelos serviços.

3.3.1.4

Sistema de Distribuição Tradicional

A reposição dos stocks é feita semanalmente por distribuição tradicional em serviços diariamente com distribuição em dose unitária e também em serviços com reposição por níveis para a reposição de stocks nivelados. Este tipo de distribuição está associado à reposição de medicamentos e produtos farmacêuticos de maior consumo e é usado para serviços com necessidades especiais. A unidade de cuidados intensivos de cardiologia é um exemplo de serviço que segue a distribuição tradicional além dos outros serviços com distribuição em dose unitária diária. Outros serviços com distribuição tradicional são urgência pediátrica, centros de saúde, unidade de cirurgia de ambulatório, consulta externa.