descentralização pela via da desconcentração
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS SEGUNDO OS COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DO PCPR NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Norte. A experiência do PCPR no Rio Grande do
3.3.5 O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF): a volta à delegação
A partir dos anos 90, o discurso da agricultura familiar retornou à agenda governamental, desta vez em resposta a demandas específicas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), que, juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), do Ministério da Agricultura e Abastecimento, prepararam uma proposta de fortalecimento da agricultura de base familiar, da qual resultou a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), por intermédio do Decreto Federal 1946, de 28 de junho de 1996.
O PRONAF foi, portanto, criado, "com a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável do segmento rural constituído pelos agricultores familiares, de modo a propiciar-lhes o aumento da capacidade produtiva, a geração de empregos e a melhoria da renda, orientando-se pelas seguintes linhas de ação:
a) financiamento da produção da agricultura familiar, incluindo investimento e custeio agropecuários, com o objetivo de fornecer apoio financeiro às atividades agropecuárias exploradas por agricultores familiares e suas organizações;
b) financiamento de infra-estrutura e serviços nos municípios para implantação, ampliação, modernização, racionalização e re-localização da infra-estrutura necessária ao fortalecimento da agricultura familiar, de forma a dinamizar o setor produtivo e assegurar sustentação ao desenvolvimento rural;
c) capacitação e profissionalização de agricultores e técnicos, com o objetivo de levantar as suas demandas e de suas organizações de forma participativa;
d) compatibilização e priorização das demandas com as prioridades e ações dos governos municipal, estadual e federal;
e) definição das ações a serem desenvolvidas para atender às demandas identificadas; f) elaboração e monitoramento da execução dos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural (PMDR);
g) difusão de conhecimentos, habilidades e tecnologias indispensáveis aos processos de produção, beneficiamento, industrialização e comercialização agrícola;
h) ampliação das atividades de disseminação e transferência de novas tecnologias;
i) promoção e difusão de experiências em educação, profissionalização e de tecnologias coerentes com as necessidades do homem do campo”.
As principais fontes de financiamento do PRONAF são o Orçamento Geral da União (OGU) e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), dos quais recebe dotações anuais para execução das atividades programadas em infra-estrutura e serviços e em crédito rural de investimento e custeio.
Até o presente os estados não participaram do orçamento do PRONAF, nem estão formalmente comprometidos com isto; os municípios, por sua vez, aportaram uma pequena contrapartida, correspondente a apenas 3,2 por cento dos 16,3 milhões liberados pelo governo federal entre 1997 e 199910.
10
Esses dados estão contidos no documento: “PRONAF-RN: Relatório Sucinto dos Recursos, Órgãos e Atividades por Município. Período 1997 – 1999”, elaborado pela Secretaria Executiva do PRONAF em 17 de setembro de 1999.
De acordo com BELIK (2.000, p. 93-114),
“Até 1993 não se tem notícias de recursos específicos para o financiamento da agricultura familiar no Brasil. Na realidade, não existia o próprio conceito de agricultura familiar. O agricultor familiar era considerado mini-produtor para efeito de enquadramento no Manual de Crédito Rural. Com isto, além do produtor familiar disputar o crédito com os demais produtores, era obrigado a seguir a mesma rotina bancária para obter um empréstimo que tinha o perfil voltado para o grande produtor. Para superar esses problemas, o governo Itamar Franco criou o PROVAP – Programa de Valorização da Pequena Produção Rural, em 1994, o qual trabalhava, basicamente, com créditos concedidos pelo BNDES. Dois anos depois este programa passou a se denominar PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar assumindo maior envergadura e uma concepção diferente”.
Assim concebido, o PRONAF passou a atuar com duas modalidades de financiamentos: 1)
crédito rural, composto pelas seguintes linhas: a) custeio tradicional, rotativo ou especial, este
último conhecido como PRONAFinho, destinado a produtores com renda familiar bruta de até R$ 8.000,00; b) investimento na propriedade ou no processamento e comercialização; e, 2) infra-
estrutura e serviços governamentais, sendo esta linha de caráter não-reembolsável e destinada a
investimentos de natureza produtiva e de infra-estrutura econômica e social nas sedes dos municípios e nas comunidades rurais, à semelhança dos tipos de projetos financiados pelo PCPR.
Nesta última linha de financiamento é prevista a transferência aproximada de 1 milhão de reais para cada município da área de atuação do PRONAF, em um período de cinco anos. Após esse período o município é automaticamente desligado dessa modalidade de financiamento. Cabe aos Bancos do Brasil e do Nordeste o financiamento do crédito rural, enquanto a Caixa Econômica Federal é o agente financeiro oficial encarregado dos repasses para os projetos de infra-estrutura (BELIK, 2.000, p. 95-96).
Õ Fluxograma 3, abaixo, tomada de BELIK (2.000, p. 103), ilustra o percurso que é seguido desde a definição da política de crédito para o PRONAF, pelo Conselho Monetário Nacional; a discussão e aprovação das respectivas metas de crédito no Orçamento Nacional; e, a definição de prioridades para utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é a principal fonte de financiamento do PRONAF, até a distribuição do crédito aos agricultores pelas agências bancárias localizadas nos municípios da área de abrangência geográfica do PRONAF. STN PROVISIONA OS RECURSOS CONGRESSO NACIONAL DISCUTE E APROVA AS METAS DE CRÉDITO BACEN INSTITUI LINHA DE CRÉDITO, TAXAS DE JUROS E FONTES
DE FINANCIAMENTO
AGÊNCIAS BANCÁRIAS DISTRIBUEM OS CRÉDITOS DE ACORDO COM DEMANDAS
BANCOS OFICIAIS NORMA SOBRE VOLUMES DE RECURSOS EM DISPONIBILIDADE, TAXS DE JUROS E ROTINA BANCÁRIA
MINISTÉRIO DA FAZENDA PORTARIA DISPONDO A FORMA DE EQUIALIZAÇÃO
DAS TAXAS DE JUROS CMN DEFINE A POLÍTICA CODEFAT DEFINE PRIORIDADES PARA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DO FAT