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Capítulo 3. Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia Hospitalar

5. Distribuição

5.1. Distribuição Tradicional

O sistema de distribuição tradicional é realizado com o intuito de manter disponível, em cada serviço clínico, os medicamentos e produtos farmacêuticos que se utilizem com maior frequência, assegurando assim um stock, previamente definido, para que este possa ser imediatamente utilizado, sempre que assim se justifique.

Este stock é instituído consoante os consumos médios de cada serviço, com base nas orientações dos respetivos diretores clínicos e enfermeiros-chefes, de forma a estabelecer as quantidades máximas a solicitar em cada pedido realizado aos serviços farmacêuticos.

Ao longo da semana, o enfermeiro-chefe fica responsável pelo envio do pedido informaticamente aos serviços farmacêuticos, mediante as necessidades do serviço. As farmacêuticas satisfazem o respetivo pedido e enviam-no através dos AOs.

Do que pude observar, a maior parte dos produtos enviados neste sistema de distribuição tratam-se de soluções antisséticas, soluções injetáveis de grande volume e material de penso. Apesar deste sistema de distribuição não ser considerado o ideal, a sua aplicação continua a

obter uma melhor gestão de existências, revendo se os stocks ainda se encontram adaptados às necessidades reais.7

Durante o meu estágio foi-me permitido acompanhar as farmacêuticas ao longo destas visitas, bem como colaborar na preparação dos pedidos requeridos.

5.1.1.

Distribuição por Reposição de Stocks nivelados

Como já foi referido, de forma a ajustar o método de distribuição aos objetivos pretendidos de cada serviço e querendo minimizar o tempo de espera entre a prescrição da terapêutica e a efetiva administração recorre-se à implementação dos armários de recurso, dos carros de emergência e do sistema de distribuição através de armários automatizados denominados Pyxis MedStation®.

5.1.1.1. Armários de recurso

As farmacêuticas da UHB são responsáveis pela gestão e distribuição de medicamentos pertencentes aos denominados “armários de recurso” existentes nos serviços de Medicina Intensiva, Bloco Operatório e Urgência, que não passam de sistemas de armazenamento em série onde se organiza e identifica a diferente medicação que estes possuem, com recurso a móveis de reposição baseados em consumos.

Como tal, realiza-se a verificação mensal do stock e do prazo de validade dos medicamentos e produtos farmacêuticos presentes, registando-se as discrepâncias observadas.

Para a toma de decisão da medicação que se devia implementar em cada nível, bem como a quantidade a respeitar, tem-se em conta as patologias tratadas e a terapêutica utilizada em cada uma delas, o número de camas disponíveis para internamento e ainda os aspetos logísticos dos serviços.

Cada vez que sejam efetuados consumos do armário de recurso, o enfermeiro responsável regista o movimento de medicação de modo a que mais tarde, seja efetuada a devida reposição por parte dos serviços farmacêuticos.

Relativamente a este tipo de distribuição, procedi à reposição de stocks nivelados dos serviços de Urgência e do Bloco Operatório e colaborei no controlo relativo aos prazos de validade dos armários de recurso dos serviços de Urgência e de Medicina Intensiva.

5.1.1.2. Carros de Emergência

Outra das responsabilidades a cargo exclusivo das farmacêuticas da UHB são os carros de emergência presentes nos serviços de Medicina Especialidades, Urologia, Urgência, Cirurgia, Imagiologia, Ortopedia, Hemodialise, Psiquiatria, Obstetrícia, Pediatria/Neonatologia, Serviço de Medicina Intensiva, Consulta Externa, Bloco Operatório.

Como o próprio nome indica, os carros de emergência, acabam por ser armazéns móveis de medicamentos e produtos farmacêuticos, considerados “indispensáveis para a reanimação cárdio-respiratória”15, utilizados em casos de emergência médica.

A composição e organização do carro de emergência encontra-se uniformizada e previamente estruturada tendo em conta as especificidades dos serviços clínicos da unidade hospitalar, com base nas orientações da Direção Geral de Saúde.15

As auditorias a estes carros são realizadas trimestralmente, onde se verifica o controlo restrito das quantidades existentes, bem como os prazos de validade, tendo em conta que estes deverão ser, pelo menos, superiores à data da próxima auditoria. Este procedimento é previamente programado com o enfermeiro-chefe de cada serviço, para que esteja presente no decorrer da auditoria e haja coordenação entre profissionais de saúde na realização desta tarefa.

Durante o mês de Maio, tive a oportunidade de acompanhar as auditorias aos serviços de Urgência, Imagiologia, Hemodialise, e Medicina Especialidades.

5.1.1.3. Pyxis MedStation®

Os Pyxis MedStation®, implementados nos serviços de Medicina Intensiva e nos serviços de Urgência na zona de Triagem e de Observação, constituem um tipo de armazenamento que permite a gestão automatizada de medicamentos e produtos farmacêuticos, apresentando benefícios comprovados a nível financeiro, operacional e até mesmo clínico.16

O seu controlo é efetuado informaticamente a nível dos SFH, onde se localiza a consola central do equipamento. Aqui, são definidos os stocks mínimos e máximos das gavetas e secções correspondentes a cada medicamento e produto existentes no Pyxis, de acordo com as particularidades do serviço onde se inserem.

O armazenamento é realizado tendo em conta as características volumétricas e de conservação, sendo que poderá ser anexado ao aparelho um frigorífico apropriado, de forma a manter os produtos que assim necessitem, a uma temperatura entre os 2ºC e os 8ºC.

É importante referir que, o acesso aos Pyxis é restrito aos farmacêuticos e aos profissionais de saúde que interfiram diretamente na administração de medicamentos, através de autentificação biométrica ou do código privado de cada utilizador. Este método de distribuição proporciona um aumento na segurança e na responsabilização da utilização do medicamento,

uma vez que há correspondência entre a prescrição médica associada a cada doente e o medicamento ou produto que é efetivamente retirado, existindo assim rastreabilidade do circuito do medicamento.16

Ao longo do meu estágio foi-me possível verificar os stocks de cada Pyxis a nível central, preparar as suas recargas e proceder à provisão in locus de cada um deles; atividade que requere a contagem e verificação de prazos de validade para posterior correção, com o objetivo de garantir uma gestão rentável de recursos.