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A divulgação das garantias, ativos contingentes, provisões, passivos contingentes e risco

CAPÍTULO VII – A INFORMAÇÃO CONTINGENTE

7.3. A divulgação das garantias, ativos contingentes, provisões, passivos contingentes e risco

Não existe até à data qualquer normativo especificamente aplicável ao tratamento e divulgação do risco no relato financeiro, embora existam normas específicas associadas ao risco que são aplicáveis ao caso de empresas cotadas, tais como o Regulamento da CMVM nº 7/2001, alterado pelos regulamentos 11/2003,10/2005 e 3/2006. Os organismos emissores das normas têm introduzido a divulgação do risco no relato financeiro de forma fragmentada e incremental.

No caso do IASB existem diversos documentos associados à divulgação do risco, como a EC – Estrutura Conceptual, a IAS1 – Apresentação das Demonstrações Financeiras, a IAS37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, a IFRS8 – Operações por Segmentos, a IAS34 – Relato Financeiro Intercalar, a IAS36 – Imparidade de Ativos, a IAS19 – Benefícios dos Empregados e a IAS32 – Instrumentos Financeiros.

Em Portugal, quer a normalização contabilística quer o Anexo contêm diversas disposições sobre a divulgação de provisões, passivos e ativos contingentes, garantias e risco societário:

a) A NCRF 21 – regula nos parágrafos 82 a 86, a divulgação de ativos e passivos contingentes como se segue:

82 - A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja remota, uma entidade deve divulgar para cada classe de passivo contingente à data do balanço uma breve descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável:

(a) Uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os parágrafos 35 a 52;

(b) Uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento de ocorrência de qualquer exfluxo; e

(c) Possibilidade de qualquer reembolso.

83 - Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes do mesmo conjunto de circunstâncias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos parágrafos 81 e 82 de uma maneira que eles mostrem a ligação entre a provisão e o passivo contingente.

84 - Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos ativos contingentes à data do

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balanço e, quando praticável, uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurada usando os princípios estabelecidos para as provisões nos parágrafos 35 a 52. 85 - É importante que as divulgações de ativos contingentes evitem dar indicações enganosas da probabilidade de surgirem rendimentos.

86 - Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 82 e 84 não estiver divulgada, porque não é praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.

b) As garantias externas e internas estudadas têm no relato financeiro atual várias situações em que a sua divulgação se impõe. As internas, relacionadas com o capital social, suas alterações e emissão de outros instrumentos de capital próprio, são divulgadas nas notas 28.15 a 28.19 do Anexo. Relativamente às garantias externas, o Anexo contém quatro notas para a sua divulgação: a 8.2 sobre restrição de titularidade de ativos fixos tangíveis dados como garantia de passivos, a nota 19.8 sobre a quantia escriturada de inventários dados como garantia a passivos, a nota 28.6 para os ativos financeiros dados em garantia ou penhor, como colateral de passivos ou passivos contingentes, e a nota 31.2 sobre responsabilidade por garantias prestadas.

c) Sobre ativos contingentes o Anexo contém a nota 22.4 para a descrição da natureza desses ativos à data do balanço de acordo com a probabilidade de se verificar um influxo de benefícios económicos, assim como de uma estimativa do seu efeito financeiro no caso de ser impraticável fazer essa divulgação deve-se declarar esse facto.

d) O Anexo prevê a divulgação de informação relacionada com provisões e passivos contingentes:

i) na nota 22.1 sobre provisões;

ii) na nota 22.2 para cada classe de passivo contingente à data do balanço: a) Descrição da natureza do passivo contingente;

b) Estimativa do seu efeito financeiro;

c) Indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento de ocorrência de qualquer exfluxo;

d) Possibilidade de qualquer reembolso ou, caso seja impraticável fazer essas divulgações, declarar esse facto.

iii) na nota 22.3 sobre provisões e passivos contingentes provenientes do mesmo conjunto de circunstâncias: evidenciação das ligações entre provisão e passivo contingente nas divulgações dos parágrafos 22.1 e 22.2.

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iv) na nota 27.6 sobre passivos contingentes de carácter ambiental;

v) na já referida nota 28.6 relativamente aos ativos dados em garantia ou penhor,

como colateral de passivos ou passivos contingentes:

a) Quantia escriturada dos ativos financeiros dados em garantia, em penhor ou promessa de penhor como colateral; e

b) Termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

vi) Na nota 29.4 informação acerca do passivo contingente resultante de incerteza

sobre o número de empregados que aceitarão a oferta de benefícios de cessação de emprego, salvo se a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação for remota.

e) Sobre risco societário decorrente do incumprimento de responsabilidade pela sociedade comercial dos seus compromissos, o Anexo contém as seguintes notas de divulgação:

i) a nota 18.11 relativa ao incumprimento de condições e outras contingências ligadas a subsídios governamentais;

ii) a nota 28.7 sobre situações de incumprimento em empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, e

iii) a nota 28.8 sobre incumprimento, durante o período económico, dos termos de

contratos de empréstimo além dos referidos no parágrafo anterior, devendo divulgar a informação exigida no parágrafo anterior, se tais incumprimentos permitirem ao credor exigir pagamento acelerado, a menos que os incumprimentos tenham sido sanados ou os termos do compromisso renegociados até à data do balanço.

f) Sobre incertezas em relação ao futuro da sociedade, o Anexo contém duas notas: a nota 3.4 para divulgação dos principais pressupostos relativos ao futuro que possam envolver risco significativo de provocar ajustamento material nas quantias escrituradas de ativos e passivos durante o ano financeiro seguinte, ou que possam alterar o pressuposto da continuidade das operações ou afetar o valor dos ativos e passivos existentes à data do balanço, e a nota 3.5 para divulgação das principais fontes de incerteza das estimativas que envolvam risco significativo de provocar ajustamento material nas quantias escrituradas de ativos e passivos durante o ano financeiro seguinte.

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