CAPÍTULO II DOS CRIMES ELEITORAIS
DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES
• Res.-TSE n. 22.376/2006: “Dispõe sobre a apuração de crimes eleitorais”, disciplinando a atuação da Polícia Judiciária Eleitoral, a notícia-crime eleitoral e o inquérito policial eleitoral.
• Ac.-TSE, de 28.6.2006, no HC n. 537: “O fato de a Polícia Civil ha- ver feito o auto de prisão, em vez da Polícia Federal, não constitui ilicitude”.
• Súm.-STJ n. 192: “Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual”.
Art. 355.
As infrações penais defi nidas neste Código são de ação pública.• Ac.-TSE n. 21.295/2003: cabimento de ação penal privada sub- sidiária no âmbito da Justiça Eleitoral, por tratar-se de garantia constitucional, prevista na CF/88, art. 5º, LIX. Inadmissibilidade da ação penal pública condicionada a representação do ofendido, em virtude do interesse público que envolve a matéria eleitoral.
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Art. 356.
Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá comunicá-la ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se verifi cou.§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma deste Código.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores escla- recimentos e documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los.
Art. 357.
Verifi cada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.• Res.-TSE n. 21.294/2002, Ac.-STJ, de 9.4.2003, no CC n. 37.595, e Ac.-TSE n. 25.137/2005: aplicabilidade das leis n.s 9.099/95 e 10.259/2001 (transação penal e suspensão condicional do proces- so) no processo penal eleitoral, salvo para crimes que contam com sistema punitivo especial.
• Ac.-TSE n.s 234/94 e 4.692/2004: a inobservância do prazo para denúncia não extingue a punibilidade.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender.
• Ac.-TSE n.s 15.106/98, 15.337/98, 435/2002 e 523/2005: aplicação do art. 28 do CPP, cujo teor é semelhante ao deste dispositivo, em caso de recusa do órgão do Ministério Público em propor suspensão condicional do processo.
• Ac.-TSE, de 10.4.2007, no REspe n. 25.030: compete às Câmaras de Coordenação e Revisão manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial (LC 75/93, art. 62, IV) objeto de pedido do procu- rador regional eleitoral e rejeitado pelo tribunal regional.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualifi cação do acusado ou esclare- cimentos pelos quais se possa identifi cá-lo, a classifi cação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o Juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro Promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Art. 358.
A denúncia será rejeitada quando:I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do n. III, a rejeição da denúncia não obstará ao exercício da ação penal, desde que promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.
Art. 359.
Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notifi cação do Ministério Público.• Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei n. 10.732/2003. • Ac.-TSE, de 12.12.2006, no HC n. 557, de 6.2.2007, no HC n. 511, de 28.3.2006, no Ag n. 6.198, e de 25.3.2004, no HC n. 475: “[...] 2. Interrogatório. Os atos processuais praticados sob a vigência da redação anterior do art. 359 do Código Eleitoral são válidos, não sendo atingidos pela redação dada pela Lei n. 10.732, de 5.9.2003, a qual é aplicável apenas aos atos processuais praticados a partir da data de sua publicação”.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.
• Parágrafo acrescido pelo art. 1º da Lei n. 10.732/2003.
Art. 360.
Ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e praticadas as diligências requeridas pelo Ministério Público e defe- ridas ou ordenadas pelo Juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações fi nais.Art. 361.
Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao Juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.Art. 362.
Das decisões fi nais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.148 149
Art. 363.
Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério Público.• Ac.-TSE n. 4.590/2004: cabimento de embargos infringentes e de nulidade previstos no CPP, art. 609, p. único.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da sentença serão aplicadas as normas cons- tantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do art. 357.
Art. 364.
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.• Ac.-TSE n. 11.953/95: incabível a apresentação de razões recursais na instância superior; inaplicabilidade do CPP, art. 600, § 4º, devendo ser observados os arts. 266 e 268 deste código.
TÍTULO V