• Nenhum resultado encontrado

Doença dos pequenos vasos?

No documento Vasculopatia do VIH Caso Clínico (páginas 31-53)

- RMN-CE: demonstra lesão isquémica e imagem compatível com aneurisma na região ACA-A2/ACo. Não havia padrão de lacunas ou leucoareiosis

- DTC: aumento da velocidade da ACM e ACA direitas, sugestivas de estenose, sem sinais mico-embólicos

Þ Não

Seguindo esta linha de raciocínio, o caso desta doente encaixa numa vasculite relacionada com o VIH. A estenose dos grandes vasos intracranianos com formação de aneurismas saculares e fusiformes é compatível com um fenótipo de vasculopatia não aterosclerótica.

Quanto à fisiopatologia subjacente, como discutido anteriormente, não se sabe exactamente os mecanismos responsáveis. Com efeito, tentou-se excluir algumas entidades, nomeadamente as auto-imunes/reumatológicas, imunoproliferativas (anticoagulante lúpico: negativo; anticorpos antinucleares e citoplasmáticos, (imunofluorescência): negativo; anticorpo anti-DS-DNA: < 200 UI/mL (<200); alpha-fetoproteina: 2,3 ng/mL; Imunohistoquímica: Complemento: Fracção C3 114 mg/dL, Complemento: Fracção C4 18mg/dL, Complemento CH 50 53,4 U/mL; Factor reumatoide <10,1 UI/mL; Crioglobulinas (pesquisa): negativo).

O objectivo da terapêutica dos doentes com VIH é hoje distinto, visa sobretudo prevenir o envelhecimento prematuro, melhorando a qualidade de vida dos doentes, através do controlo da activação do sistema imunitário e da redução do efeito das doenças cardiovasculares, promovidas pela inflamação crónica. Ao invés apenas da obtenção exclusiva de uma carga viral indetectável no plasma (62).

31 Estudos demonstram que na terapêutica da vasculite associada ao VIH é importante manter um controlo adequado da carga viral. No caso desta doente, a carga viral era já negativa.

6. Abordagem

Sugere-se como linha orientadora na marcha diagnóstica de AVC isquémico relacionado com o VIH, a sequência de exames complementares patentes no Anexo 4.

Os aneurismas extracranianos são tratados maioritariamente por cirurgia ou através de intervenção endovascular (44,63). A terapêutica por cirurgia endovascular está a aumentar, em casos em que os critérios imagiológicos e a reserva fisiológica permitem, e parece ser uma boa opção para os doentes, com sucesso imediato (11,64,65). Contudo, existe uma fraca robustez de evidência, em virtude do escasso número doentes nestes estudos. Por oposição, a multiplicidade de aneurismas fusiformes difusos, pelo cérebro dos doentes com vasculopatia associada ao VIH, limita muito as intervenções cirúrgicas ou endovasculares (66–68). A longo prazo, no tratamento de doença oclusiva, por processo vasculítico subjacente, a remoção do trombo não parece ser efectiva, porque não se elimina o problema de base, continuando a existir o risco de re-trombose (69). Verificou-se que a combinação de baixos níveis de CD4 e albumina sérica (inferior a 35 g/L) traduzem fraco sucesso cirúrgico (45,61).

Quanto à terapêutica farmacológica, na fase aguda: Alteplase (rtPA) é o trombolítico usado nos AVC isquémicos (70), se o doente se encontrar dentro da janela das 4h30min. Apesar de não terem sido reportadas interacções graves com a terapêutica anti-retroviral, teoricamente é possível ocorrer uma hemorragia, dando Tripanavir, pelo aumento da inibição da agregação plaquetar (71). Um estudo retrospectivo, mostrou que a maioria dos doentes com infecção VIH, submetidos a rtPA endovenosa (ev), por AVC ou presumível AVC, não teve complicações, nem se observaram óbitos (72).

Do ponto de vista de crónico deve ainda actuar-se através da introdução de agentes anti-plaquetários, e é muito importante fazer a cessação tabágica.

Os efeitos pleiotrópicos das estatinas, por serem um potente redutor lipídico, anti-inflamatório e imuno-modulador (redução da activação monocítica, da quimioatracção) mostraram reduzir a progressão da inflamação vascular em doentes com infecção VIH (73–75). Contudo, a eficácia e segurança das estatinas, na prevenção

32 primária, em doentes com infecção VIH continua por esclarecer. Assim como, o papel das estatinas na redução da mortalidade em doentes VIH + mantém-se sob alguma controvérsia (76,77). Uma vez que, também se verificou um aumento discreto na incidência de diabetes, em doentes VIH (78), bem como rabdomiólise, hepatotoxicidade e insuficiência renal (79). Há ainda a considerar as inúmeras interacções medicamentosas entre as estatinas e os anti-retrovirais (80).

Claro está, que deve ser realizada terapêutica anti-retroviral, apesar do uso de TARc não estar isento de complicações. Uma vez que, os anti-retrovirais podem levar a disfunção vascular directa, aterosclerose acelerada dos grandes vasos, com libertação de citocinas pró-inflamatórias, e consequentemente, formação de tecido fibrótico, apoptose e esteatose (81). Com o tratamento com TARc verificou-se uma redução dos níveis plasmáticos de vários marcadores inflamatórios (82,83). Há também conclusões contraditórias, no que ao grau de supressão da carga viral respeita e, aos níveis destes marcadores (84–86).

Um estudo mostra que, a supressão viral completa se associa a um reservatório VIH menor, com CD4 mais baixos, reforçando a necessidade de manter carga viral indectável. Por outro lado, esse estudo também refere que a falta de normalização dos marcadores inflamatórios nos doentes com carga viral indectectável persistente e o facto de a carga de ADN viral não estar fortemente associada a inflamação, sugere que o VIH, por si, desencadeia inflamação, sendo que há outros mecanismos responsáveis por manter este estado inflamatório activo, ao longo do tempo (86).

Nos indivíduos com VIH, mesmo que tenham atingido a supressão virológica mantida por um longo período, o seu fenótipo mostra uma inflamação residual, activação imune e coagulopatia aumentadas (87). O que, por sua vez, conduz a maior risco de problemas graves não relacionados com a infecção por VIH, como doença cardiovascular ou neoplasias (88,89).

No estudo START, foi mostrada uma relação inversa entre uma baixa adesão à terapêutica TARc, e as concentrações plasmáticas de interleucina-6 (IL-6), em doentes que tinham atingido a supressão virológica, depois de oito meses de terapêutica sob TARc (90). Isto sublinha a importância que uma adesão óptima à terapêutica pode ter, mesmo em indivíduos com contagem elevada de CD4, que possam ainda não ter desenvolvido imunodeficiência avançada (91).

33 Deve ainda ser tido em conta que provavelmente estes doentes, que têm uma adesão perfeita à terapêutica TARc, também têm um estilo de vida mais saudável (não fumadores, prática de exercício físico, alimentação saudável), bem como poderão tomar medicação anti-inflamatória (estatinas, Ácido acetilsalicílico, ...) (90). Desta feita, a adesão à terapêutica deve ser optimizada, de maneira a atingir níveis residuais de inflamação, como meio de redução da morbi-mortalidade causada pelo VIH (90).

Não há evidência na literatura, no que respeita à terapêutica de aneurismas cerebrais, por vasculopatia do VIH, contudo, deve ser escolhido o anti-retroviral com melhor penetração no SNC como a Zidovudina, Lopinavir/Ritonavir e Nevirapina, bem como deve ser tido em consideração o genótipo do vírus, a tolerabilidade e toxicidade do fármaco escolhido (92,93).

Considerando as inúmeras interacções medicamentosas dos anti-retrovirais com outros fármacos, em favor da sua metabolização pelo citocromo P450 3ª 4 (94), a prevenção primária destes eventos deve ser feita com bastante cautela (15).

case reports do uso de cortico-esteróides como Dexametasona, Metilprednisolona, Prednisolona e Decortina, apesar de não se saber exactamente qual o mecanismo de acção sobre a vasculopatia aneurismática, em parte porque a próprio mecanismo da vasculite ainda não está completamente esclarecido (19,92,95). O uso de cortico-esteróides também pode estar recomendado, numa terapêutica de curta duração, no início da introdução da terapêutica anti-retroviral como forma de prevenir uma possível síndrome de reconstituição inflamatória sistémica (92) que, por sua vez, pode agravar a vasculopatia (96,97).

A suplementação com probióticos, também mostrou ser efectiva, reduzindo os níveis dos marcadores inflamatórios e a translocação microbiana, aumentando assim as defesas do tracto gastro-intestinal, mitigando as sequelas inflamatórias levando assim a um melhor prognóstico (98–102).

O exercício físico pode ter igualmente, um papel fulcral na terapêutica não farmacológica, através da redução da inflamação crónica (103). Por outro lado, também há estudos que revelam que uma intervenção multidisciplinar no estilo de vida, pode minorar os factores de risco cardiovascular, mas não previne a progressão do aumento da rigidez da camada íntima/média das Artérias Carótidas em doentes com VIH, cujos

34 scores de Framingham sejam >10% (104). Pelo que são necessários mais estudos, para garantir uma correcta aplicação deste tipo de terapêutica não farmacológica (62).

7. Conclusão

Em 2018 havia mais de 36 milhões de pessoas que viviam com VIH, sendo que mais de 19 milhões estavam a realizar terapêutica anti-retroviral (105). Desde a descoberta da doença causada pelo vírus VIH, em 1981 (106), têm sido desenvolvidas inúmeras terapêuticas. Terapêuticas estas tão eficazes que, houve uma mudança no paradigma da doença. Nesta medida, os indivíduos VIH + vivem cada vez mais anos.

Com isto, também se tem assistido ao aparecimento de novas patologias, que não estavam descritas aquando da caracterização da doença, como a vasculopatia do VIH.

Por conseguinte, o caso clínico aqui apresentado mostra-se relevante, na medida em que realça que, as manifestações neurológicas do VIH estão para lá da imunossupressão causada pela baixa contagem de linfócitos TCD4+, ou das doenças neurológicas desencadeadas pelas infecções oportunistas. Neste caso, uma doente VIH+, que nunca chegou a ter sida, apesar de ter mantido ao longo dos anos uma carga viral indetectável, desenvolveu uma vasculopatia como consequência da infecção VIH.

Tal deixa em descoberto novos desafios na abordagem da infecção VIH. Efectivamente, doentes como esta, tendem a tornar-se comuns nos tempos que se avizinham, dada a evolução para a cronicidade da infecção VIH.

Ainda existe pouca evidência literária sobre qual a melhor forma de abordagem aos aneurismas cerebrais decorrentes da vasculopatia do VIH (107). É necessária mais investigação para esclarecer quais os efeitos directos da terapêutica com anti-retrovirais na progressão dos aneurismas cerebrais, bem como obter um melhor esclarecimento sobre qual o papel do VIH no processo patogénico.

35 IV. AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar, a Jesus e a Nossa Senhora: “Totus tuus ego sum”! A Sua presença foi essencial durante o desenrolar deste Trabalho Final de Mestrado. O estudo que fiz da Medicina, ao longo dos últimos 6 anos, só confirmou em mim a real grandeza e perfeição do Criador.

Agradeço, à minha orientadora, a Professora Doutora Ana Catarina Fonseca, que desde o primeiro contacto, se mostrou disponível para orientar a minha Tese, pela supervisão científica, e pela motivação ao longo de todo o trabalho.

A todos os meus professores, e em especial à Dra. Teresa Fonseca, por generosamente ter contribuído para a revisão deste Trabalho Final.

Recordo os meus amigos e os colegas de curso, de forma singular a Joana, que me ajudou a clarificar a Neurologia, como a área da Medicina que eu deveria escolher, para a realização da minha Tese de Mestrado. Não posso esquecer a minha amiga Bernardita, pelos seus sábios conselhos e pelo incentivo e apoio permanente.

Por fim, quero retribuir todos os sacrifícios e o amor incondicional da minha mãe; lembrar o meu pai in memoriam; não esqueço o meu irmão a quem tanto quero e admiro, e a minha avó, verdadeiro exemplo de trabalho e determinação.

36 V. BIBLIOGRAFIA

1. Anders K, Steinsapir KD, Iverson DJ, Glasgow BJ, Layfield LJ, Brown WJ, et al.

Neuropathologic findings in the acquired immunodeficiency syndrome (AIDS). Clin Neuropathol. 1986.

2. Park YD, Belman AL, Kim T ‐S, Kure K, Llena JF, Lantos G, et al. Stroke in pediatric acquired immunodeficiency syndrome. Ann Neurol. 1990.

3. Qureshi, A., Janssen, R., Karon, J., Weissman, J., Akbar, M., Safdar K et al. Human immunodeficiency virus infection and stroke in young patients. Arch Neurol. 1997;54:1150–

1153.

4. Rasmussen LD, Engsig FN, Christensen H, Gerstoft J, Kronborg G, Pedersen C, et al. Risk of cerebrovascular events in persons with and without HIV: A Danish nationwide population-based cohort study. AIDS. 2011.

5. Benjamin LA, Bryer A, Emsley HCA, Khoo S, Solomon T, Connor MD. HIV infection and stroke: Current perspectives and future directions. The Lancet Neurology. 2012.

6. Chow FC, Regan S, Feske S, Meigs JB, Grinspoon SK, Triant VA. Comparison of ischemic stroke incidence in HIV-infected and non-HIV-infected patients in a US health care system. J Acquir Immune Defic Syndr. 2012.

7. Jameson, J. Larry; Fauci, Anthony S.; Kasper, Dennis L.; Hauser, Stephen L.; Longo, Dan L.;

Loscalzo J. Harrison’s Principles of Internal Medicine. 2018. 1421–1447 p.

8. Bradley, Walter G.; Daroff, Robert B.; Fenichel, Gerald M.; Jankovic J. Neurology in Clinical Practice. 2004. 1407–1422 p.

9. Duffy P, Wang X, Lin PH, Yao Q, Chen C. HIV Nef Protein Causes Endothelial Dysfunction in Porcine Pulmonary Arteries and Human Pulmonary Artery Endothelial Cells1. J Surg Res. 2009.

10. Kanmogne GD, Schall K, Leibhart J, Knipe B, Gendelman HE, Persidsky Y. HIV-1 gp120 compromises blood-brain barrier integrity and enhance monocyte migration across blood-brain barrier: Implication for viral neuropathogenesis. J Cereb Blood Flow Metab. 2007.

11. Strazza M, Pirrone V, Wigdahl B, Nonnemacher MR. Breaking down the barrier: The effects of HIV-1 on the blood-brain barrier. Brain Research. 2011.

12. Fischer-Smith T, Rappaport J. Evolving paradigms in the pathogenesis of HIV-1-associated dementia. Expert Reviews in Molecular Medicine. 2005.

13. Mu H, Chai H, Lin PH, Yao Q, Chen C. Current update on HIV-associated vascular disease and endothelial dysfunction. In: World Journal of Surgery. 2007.

14. Park IW, Wang JF, Groopman JE. HIV-1 Tat promotes monocyte chemoattractant protein-1 secretion followed by transmigration of monocytes. Blood. 2001.

15. Singer EJ, Valdes Sueiras M, Commins DL, Yong W, Carlson M. HIV stroke risk: Evidence and implications. Ther Adv Chronic Dis. 2013.

16. Vila E, Salaices M. Cytokines and vascular reactivity in resistance arteries. In: American Journal of Physiology - Heart and Circulatory Physiology. 2005.

17. Balducci E, Leroyer AS, Lacroix R, Robert S, Todorova D, Simoncini S, et al. Extracellular vesicles from T cells overexpress miR-146b-5p in HIV-1 infection and repress endothelial activation. Sci Rep. 2019.

18. Modi G, Ranchod K, Modi M, Mochan A. Human immunodeficiency virus associated intracranial aneurysms: Report of three adult patients with an overview of the literature. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2008.

19. Pagiola IC, Paiva ALC, De Aguiar GB, Penalva De Oliveira AC, Conti MLM, Gagliardi RJ.

Cerebral aneurysms associated with human immunodeficiency virus in adults: Literature review and new perspectives. Revista da Associacao Medica Brasileira. 2016.

20. Kure K, Park YD, Kim TS, Lyman WD, Lantos G, Lee S, et al. Immunohistochemical localization of an hiv epitope in cerebral aneurysmal arteriopathy in pediatric acquired immunodeficiency syndrome (AIDS). Fetal Pediatr Pathol. 1989.

21. Nou E, Lo J, Grinspoon SK. Inflammation, immune activation, and cardiovascular disease in HIV. AIDS. 2016.

22. Vinikoor MJ, Napravnik S, Floris-Moore M, Wilson S, Huang DY, Eron JJ. Incidence and

37 Clinical Features of Cerebrovascular Disease Among HIV-Infected Adults in the Southeastern United States. AIDS Res Hum Retroviruses. 2013.

23. Sabin CA, Ryom L, Wit S De, Mocroft A, Phillips AN, Worm SW, et al. Associations between immune depression and cardiovascular events in HIV infection. In: AIDS. 2013.

24. Chow FC, Bacchetti P, Kim AS, Price RW, Hsue PY. Effect of CD4+ cell count and viral suppression on risk of ischemic stroke in HIV infection. AIDS. 2014.

25. Chow FC, He W, Bacchetti P, Regan S, Feske SK, Meigs JB, et al. Elevated rates of intracerebral hemorrhage in individuals from a US clinical care HIV cohort. Neurology. 2014.

26. Hadigan C, Meigs JB, Corcoran C, Rietschel P, Piecuch S, Basgoz N, et al. Metabolic Abnormalities and Cardiovascular Disease Risk Factors in Adults with Human Immunodeficiency Virus Infection and Lipodystrophy. Clin Infect Dis. 2002.

27. Towfighi A, Zheng L, Ovbiagele B. Weight of the obesity epidemic: Rising stroke rates among middle-aged women in the United States. Stroke. 2010.

28. Meier A, Chang JJ, Chan ES, Pollard RB, Sidhu HK, Kulkarni S, et al. Sex differences in the Toll-like receptor-mediated response of plasmacytoid dendritic cells to HIV-1. Nat Med. 2009.

29. Saravanan M, Turnbull IW. Brain: Non-infective and non-neoplastic manifestations of HIV.

British Journal of Radiology. 2009.

30. Benjamin LA, Corbett EL, Connor MD, Mzinganjira H, Kampondeni S, Choko A, et al. HIV, antiretroviral treatment, hypertension, and stroke in Malawian adults. Neurology. 2016.

31. Benjamin LA, Bryer A, Lucas S et al. Arterial ischemic stroke in HIV. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2016;3:e:254.

32. Bonkowsky J, Pavia A. Cerebral vasculopathy with aneurysm formation in HIV-infected young adults [1]. Neurology. 2007.

33. Periard D, Cavassini M, Taffe P, Chevalley M, Senn L, Chapuis-Taillard C, et al. High Prevalence of Peripheral Arterial Disease in HIV-Infected Persons. Clin Infect Dis. 2008.

34. Benjamin LA, Allain TJ, Mzinganjira H, Connor MD, Smith C, Lucas S, et al. The role of human immunodeficiency virus-associated vasculopathy in the etiology of stroke. J Infect Dis. 2017.

35. Alqaqa A. HIV-Associated Vasculopathy. In: HIV/AIDS - Contemporary Challenges. 2017.

36. Eugenin EA, Morgello S, Klotman ME, Mosoian A, Lento PA, Berman JW, et al. Human immunodeficiency virus (HIV) infects human arterial smooth muscle cells in vivo and in vitro:

Implications for the pathogenesis of HIV-mediated vascular disease. Am J Pathol. 2008.

37. Chetty R. Vasculitides associated with HIV infection. Journal of Clinical Pathology. 2001.

38. Gherardi R, Belec L, Mhiri C, Gray F, Lescs M ‐C, Sobel A, et al. The spectrum of vasculitis in human immunodeficiency virus–infected patients. a clinicopathologic evaluation. Arthritis Rheum. 1993.

39. Saif, M. and Greenberg B. HIV and thrombosis: a review. AIDS Patient Care STDs. 2001;15:15–

24.

40. Cornely OA, Hauschild S, Weise C, Csernok E, Gross WL, Salzberger B, et al. Seroprevalence and disease association of antineutrophil cytoplasmic autoantibodies and antigens in HIV infection. Infection. 1999.

41. Botes K, Van Marle J. Surgical Intervention for HIV Related Vascular Disease. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2007.

42. Chetty RBatitang SNair R. Large artery vasculopathy in HIV-positive patients: another vasculitic enigma. Hum Pathol. 2000;31374–9.

43. Nair R, Robbs J V., Chetty R, Naidoo NG, Woolgar J. Occlusive arterial disease in HIV-infected patients: A preliminary report. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2000.

44. Nair R, Robbs J, Naidoo N, Woolgar J. Clinical profile of HIV-related aneurysms. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2000.

45. Mulaudzi TV. HIV-associated vasculopathy. CME. 2009;27 (7):320–2.

46. Galrão L, Brites C, Atta ML, Atta A, Lima I, Gonzalez F, et al. Antiphospholipid antibodies in HIV-positive patients. Clin Rheumatol. 2007.

47. Guillevin L. Vasculitides in the context of HIV infection. AIDS. 2008.

48. Robbs J V., Paruk N. Management of HIV Vasculopathy - A South African Experience. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2010.

38 49. Nair R, Abdool-Carrim ATO, Chetty R, Robbs J V. Arterial aneurysms in patients infected with

human immunodeficiency virus: A distinct clinicopathology entity? J Vasc Surg. 1999.

50. Marks C, Kuskov S. Pattern of arterial aneurysms in acquired immunodeficiency disease. World J Surg. 1995.

51. Cho E, Sharer L, Peress N LB. Intimal prolifera- tion of leptomeningeal arteries and brain infarcts in sub- jects with AIDS. J Neuropathol Exp Neurol. 1987;46:385.

52. Pillay B, Ramdial P, Naidoo D. HIV-associated large-vessel vasculopathy: a review of the current and emerging clinicopathological spectrum in vascular surgical practice: review article.

Cardiovasc J Afr. 2015.

53. Atwood WJ, Berger JR, Kaderman R, Tornatore CS ME. Human immunodeficiency virus type 1 infection of the brain. Clin Microbiol Rev. 1993;6:339-66.

54. Persidsky Y, Stins M, Way D, Witte MH, Weinand M, Kim KS, et al. A model for monocyte migration through the blood-brain barrier during HIV-1 encephalitis. J Immunol. 1997.

55. Husson RN, Saini R, Lewis LL, Butler KM, Patronas N, Pizzo PA. Cerebral artery aneurysms in children infected with human immunodeficiency virus. J Pediatr. 1992.

56. Joshi V V., Pawel B, Connor E, Sharer L, Oleske JM, Morrison S, et al. Arteriopathy in children with acquired immune deficiency syndrome. Fetal Pediatr Pathol. 1987.

57. Mazzoni P, Chiriboga CA, Millar WS, Rogers A. Intracerebral aneurysms in human immunodeficiency virus infection: Case report and literature review. Pediatr Neurol. 2000.

58. Ropper, Allan H.; Samuels, Martin A.; Lein, Joshua P.; Prasad S. Adams and Victor’s Principles of Neurology. 2012. 1200–1214 p.

59. Izlem Izbudak1, Majid Chalian1, Nancy Hutton2, Visveshwar Baskaran1, Lori Jordan2, George K. Siberry2, Philippe Gailloud1 and ALA. Perinatally HIV-Infected Youth Presenting with Acute Stroke: Progression/Evolution of Ischemic Disease on Neuroimaging. J Neuroradiol.

2013;40(3):172–180.

60. Patsalides AD, Wood L V., Atac GK, Sandifer E, Butman JA, Patronas NJ. Cerebrovascular disease in HIV-infected pediatric patients: Neuroimaging findings. Am J Roentgenol. 2002.

61. Gutierrez J, Glenn M, Isaacson RS, Marr AD, Mash D, Petito C. Thinning of the arterial media layer as a possible preclinical stage in HIV vasculopathy: A pilot study. Stroke. 2012.

62. d’Ettorre G, Ceccarelli G, Pavone P, Vittozzi P, De Girolamo G, Schietroma I, et al. What happens to cardiovascular system behind the undetectable level of HIV viremia? AIDS Research and Therapy. 2016.

63. Euringer W, Südkamp M, Rylski B, Blanke P. Endovascular treatment of multiple HIV-related aneurysms using multilayer stents. Cardiovasc Intervent Radiol. 2012.

64. Heikkinen MA, Dake MD, Alsac JM, Zarins CK. Multiple HIV-related aneurysms: Open and endovascular treatment. J Endovasc Ther. 2005.

65. Pillay B, Ramdial PK, Naidoo DP. HIV-associated large-vessel vasculopathy: A review of the current and emerging clinicopathological spectrum in vascular surgical practice. Cardiovascular Journal of Africa. 2015.

66. Ake JA, Erickson JC, Lowry KJ. Cerebral Aneurysmal Arteriopathy Associated with HIV Infection in an Adult. Clin Infect Dis. 2006.

67. Mahadevan A, Tagore R, Siddappa NB, Santosh V, Yasha TC, Ranga U, et al. Giant serpentine aneurysm of vertebrobasilar artery mimicking dolichoectasia--an unusual complication of pediatric AIDS. Report of a case with review of the literature. Clin Neuropathol. 2008.

68. Baeesa SS, Bakhaidar M, Almekhlafi MA, Madani TA. Human Immunodeficiency Virus-Associated Cerebral Aneurysmal Vasculopathy: A Systematic Review. World Neurosurgery.

68. Baeesa SS, Bakhaidar M, Almekhlafi MA, Madani TA. Human Immunodeficiency Virus-Associated Cerebral Aneurysmal Vasculopathy: A Systematic Review. World Neurosurgery.

No documento Vasculopatia do VIH Caso Clínico (páginas 31-53)

Documentos relacionados