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A Batalha pela M e n te P o r q u e n ã o t e m o s q u e l u t a r c e n tr o c a r n e e s a n g u e , m a s , s i m , c o n t r a o s p r i n c i p a d o s , c o n t r a a s p o t e s t a d e s , c o n t r a o s p r í n c i p e s d a s tr e n a s d e s t e s é c u lo , c o n tr a a s h o s t e s e s p i r i t u a i s d a m a l d a d e , n o s lu g a r e s c e le s tia is . P o r t a n t o , t o m a i t o d a a a r m a d u r a d e D e u s , p a r a q u e p o s s a i s r e s i s t i r n o d i a m a u e , h a v e n d o f e i t o t u d o , fi c a r fi r m e s . (Ef 6.12,13)

Uma das coisas que mais aprecio na vida é passar o dia com meus filhos. Desde o m om ento em que saí­ mos pela porta da frente, até a hora de irem para a cama, eles desafiam-me em todas as coisas, de tiro ao alvo a jogo de xadrez. Geralm ente caio no sono com as palavras “Só mais uma brincadeira!” soando em meus ouvidos.

D urante anos, eu tive a supremacia. Entretanto, à medida que meus filhos cresciam, a balança começou a p ender para o o utro lado. M eus m eninos, agora, freqiientem ente me vencem no basquete, e as meninas ganham no xadrez mais vezes do que eu gostaria de admitir. Mas um jogo sobre o qual ainda conservo o m onopólio é o golfe. De fato, prom eti aos meus filhos

que se eles me superarem no golfe, depositarei cem dólares em sua poupança.

Numa tarde, o inevitável aconteceu. John Mark, que ti­ nha apenas nove anos na ocasião, desafiou-me a uma com­ petição e... ganhou. A bola de Johnny mal alcançara o bura­ co, e ele olhou para mim com um sorriso travesso, dizendo:

— Hora de pagar, papai! Eu fui esperto, e arrisquei: — Que tal o dobro ou nada?

— Nem pensar! — Johnny respondeu categórico. — E se eu lhe der duas tacadas de vantagem? — Não!

— Deixe-me dizer o que farei: vou lhe dar três taca­ das de vantagem. É pegar ou largar.

Aos poucos, Johnny começou a vacilar: — Não sei — evadiu-se ele, nervosamente.

— Vamos lá, John Mark, duzentos dólares. Estou lhe dando três tacadas. Como você poderá perder com uma vantagem de três tacadas?

Pude ver que Johnny estava começando a cair no laço. — Sim ou não? — pressionei, acrescentando um sen­ so de urgência à minha oferta.

A Batalha pela Mente

Relutantemente Johnny cedeu. Dez minutos mais tar­ de, ele estava olhando para mim com lágrimas nos olhos, e queixando-se.

— Isto não foi justo.

— Não foi justo? O que você quer dizer com “não foi ju sto ”? Não forcei você a aceitar o dobro ou nada, forcei? Foi escolha sua, não foi?

— Sim, papai ■— lamentou ele. — Mas o senhor... o senhor foi como uma tentação, um diabinho sentado no meu ombro!

res. A tentação está sempre á porta. Está tão próxima quanto um clique do m ouse do seu computador, e tão

atraente quanto dinheiro fácil.Todavia, não importa quão sedutora seja a tentação, somos responsáveis pelas esco­ lhas que fazemos. Posso ter feito “a jogada” parecer boa demais para deixar passar, mas em última análise, a es­ colha foi de Johnny.

tentação, somos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Jo h n M ark ainda não tinha dez anos, mas aprendeu uma li­ ção de vida bem mais valiosa que cem dóla-

Hoje, o engraçado “diabinho tentador sentado no meu om bro”, de John Mark é algo trivial. Em qualquer opor­ tunidade, nós o citamos como exemplo. Mas há um lado sério: o Diabo é real, c ele nos tenta em miríades de ma­

neiras. Enquanto superestimamos o poder de Satanás, su­ pondo que ele possa controlar-nos contra a nossa vonta­ de, algo igualmente errado seria subestimar a sua astúcia. Por isso, antes de falar da armadura que nos protege das artimanhas do Diabo, Paulo enfatiza, primeiro, o fato de que “não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espi­ rituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). O combate espiritual é travado contra seres invisíveis que personificam as extremidades do mal. E as suas armas são espirituais, não físicas. Eles não nos podem morder fisi­ camente, violentar-nos sexualmente, ou fazer-nos levi­ tar, mas podem tentar-nos a trapacear, roubar e mentir.

Além do mais, é crucial notar que, embora o Diabo não possa interagir diretamente conosco, de modo físico, pode ter acesso a nossas mentes. Ele não pode ler a nossa mente, mas pode influenciar os nossos pensamentos. Por­

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tanto, o gracejo de Johnny, “o diabinho da tentação sen­ tado em meu om bro”, não estava muito longe da verda- de. De fato, se abrirmos a porta a Satanás, por falhar em vestir a completa armadura de Deus, ele fará algo como sentar-se em nosso ombro e cochichar em nosso ouvido. O cochicho não pode ser discernido com os ouvidos fí­ sicos; pode, no entanto, penetrar “ o ouvido” da mente.

Não podemos explicar como esta comunicação acon­ tece mais do que podemos explicar as sinapses físicas de nosso cérebro. Mas que tais comunicações de mente para mente ocorrem é indiscutível. Não fosse assim, o Diabo e le e M /c w evn 7-jÒu 3 ' , .

nao poderia ter tentado Judas para trair seu Mestre, sedu­ zido Ananias e Safira para enganar Pedro, ou incitado Davi a fazer o censo. Nem o apóstolo Paulo teria de nos ins­ truir a vestir “toda a armadura de Deus, para que [possa­ mos] resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar fir­ mes” (Ef 6.13). Em última análise, toda a Escritura infor- ■í-Ç./ámEói-i, re/o CncfaCiXQ enáfCnV.Aide-s J ^ rna-nos que a guerra espiritual 'e a batalha pela mente.

Finalmente, Paulo deseja que entendamos que, embora os anjos caídos não sejam seres físicos, são tão reais quanto a carne sobre os nossos ossos. Eles são seres malévolos, e a imensidão de seu intelecto excede a de qualquer pessoa

que já viveu. Assim sendo, “não devemos esperar que um homem, sem o auxílio do alto, seja páreo para um anjo, especialmente um anjo cujo intelecto tenha sido afiado pela malícia”. Do jardim do Éden à presente geração, Satanás e suas hostes infernais têm aprimorado a arte da tentação.

Para deleite do Diabo, frequentemente o retratamos numa figura grotesca — vestido em uma roupa vermelha e com uma calda comprida — ou como uma caricatura cultural, que desenha “símbolos estranhos” sobre espelhos de banheiros, avisa um líder cristão com “duas pequenas marcas de mordidas” , ou “violenta sexualmente” uma mulher. Longe de ser tolo ou estúpido, Satanás aparece como um anjo cosmopolita de iluminação. Nas palavras de C. S. Lewis, “O maior mal não é feito naqueles sórdidos ‘covis de crimes’ que Dickens adorava descrever em seus livros. Nem é feito em campos de concentração e de tra­ balho forçado. Nesses, vemos o seu resultado final. Mas é concebido e dirigido (movido, assistido, cuidado e cronometrado) em belos escritórios acarpetados, aqueci­ dos e bem iluminados, por homens tranqüilos, de colari­ nho branco, unhas cortadas e rostos bem barbeados, que

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não precisam erguer a voz”. Em vez de animalescos, os

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demônios são brilhantes. Conforme observa Randy Alcorn, “eles operam dentro de uma hierarquia dependente de emissão, recebimento e execução de ordens. Eles travam guerras contra Deus, os santos anjos e nós. Reunião de inteligência, estratégia, organização de tropas, comunica­ ção das ordens de batalhas e relatórios sobre os resultados do combato são aspectos fundamentais da guerra... Eles vivem num mundo espiritual, onde há certa clareza de pensamento, mesmo entre os anjos caídos... Sua maneira de agir é torcer, enganar e desencaminhar, mas são intima- mente familiarizados com a verdade que torcem”.

Enquanto os cristãos contemporâneos fixam-se em programas de sete passos, oferecidos por pessoas como Frank e Ida Mae Hammond (Pigs in the Parlot), eles têm

tudo, mas se esquecem dos sete passos para a liberdade, apresentados nas Escrituras pelo apóstolo Paulo. Satanás sabe muito bem que, sem a armadura espiritual descrita por Paulo em Efésios 6, somos peões no jogo do Diabo. Não admira, então, que desde os dias dos puritanos, pouquíssima coisa que valha a pena tenha sido escrita sobre a armadura de Deus.

A A r m a d u r a da Verdade

E s t a i , p o i s , f i r m e s , t e n d o c i n g id o s o s v o s s o s l o m b o s c o m a v e r d a d e .

(Ef 6.14)

Imagine voltar no tempo, retornar ao final dos anos 60. Enquanto você está sentado na igreja, num domingo de manhã, seu pastor anuncia que na próxima semana a igreja terá uma conferência especial com um antigo satanista, que foi miraculosamente transformado pelo poder do evangelho.

Você mal pode acreditar em seus ouvidos. Isto é preci­ samente o que você vinha esperando. Durante meses, você vem tentando convencer um vizinho, que se envolveu com o ocultismo, de que isso é algo muito perigoso. Não obstan­ te, seus esforços não tiveram êxito. Assim, você apressa-se em visitá-lo e o convida a ir à igreja. Apesar de seu vizinho tê-lo rotulado de “fundamentalista ingênuo”, ele não é capaz de dizer o mesmo sobre um ex-satanista genuíno.

O final de semana chega rápido, e você está sentado com o seu vizinho no banco da igreja. John Todd é apre-

A Armadura de Deus

sentado com um antigo satanista, um mensageiro do con­ selho satânico Illuminati. Agora, ele é um irmão em Cristo, livre das algemas do poder maligno.

Todd abre sua mensagem com uma bomba. Segundo ele, poucas pessoas têm uma idéia de quão poderoso e penetrante é o satanismo. Filmes como O Exorcista e O Bebê de R osem ary são apenas a ponta do iceberg verdadei­

ramente insidioso. O perigo real, segundo ele acredita, encontra-se num cartel cuidadosamente enredado, abran­ gendo policiais, políticos e até mesmo pastores, que se acham secretamente comprometidos com subterfúgios para levar adiante sua agenda — uma agenda que tem introduzido o satanismo nos gabinetes do poder, bem como nos santuários religiosos.Todd deve saber, pois como um mensageiro do Illuminati, ele fez, pessoalmente, o pagamento de dezenas de pessoas proeminentes, inclusi­ ve líderes cristãos. Nenhuma organização — incluindo a igreja — é imune a infiltrações.

No mesmo instante, as imagens começam a passar em sua mente em rápida sucessão. Você se pergunta se Todd poderia estar se referindo a um evangelista que você viu implorando por dinheiro na televisão, exatamente on­

tem à noite. Ou seria o bispo m órm on que dirige o con­ selho ecumênico de sua comunidade?

Três palavras, contudo, mandam-no de volta à reali- dade:“Pastor Chuck Smith”. Numa descrença atordoante, você ouve Todd insinuar que Chuck Smith, o fundador do movimento Chapei Calvary, é um satanista secreto. Ele foi estrategicamente colocado por Satanás para sedu­ zir os jovens, aprisionando suas mentes com canções

^ •*•<003 ia I d / a u f c!

de melodias seculares e letras enganosamente molensi- vas, que mascaram as mensagens satânicas subliminares.

Você não consegue acreditar — e provavelmente não irá acreditar — que um dos catalisadores para o movi­ mento de Jesus é, na realidade, um peão nas mãos do Inimigo. Como que antecipando os seus pensamentos, Todd recorda ao seu auditório que Satanás raramente usa candidatos óbvios para as suas fraudes mortais, pois sabe que estes não serão acreditados. Em vez disso, afirma Todd, ele usa aqueles conhecidos por sua piedade e honestida­ de. Além de tudo,Todd sabe dessas coisas de fonte origi­ nal. Ele esteve lá. Como um mensageiro do Illuminati, ele entregou pessoalmente oito milhões de dólares a Chuck Smith, dando-lhe instruções para que fundasse a

A

Armadura dh

D eu s

Maranatha Music e a usasse para corromper as mentes de convertidos de boa fé.

Entretanto, você acha isto difícil de engolir. Como pode alguém que proclama tão efusivamente o nome de Cristo vir a trair o seu Senhor? Todd parece ter uma res­ posta pronta para cada indagação. Judas traiu o Senhor por apenas trinta moedas de prata. Por que alguém acha­ ria não ser natural que Chuck Smith traísse a Cristo por oito milhões de dólares?

Nervosamente, você dá uma olhadela de soslaio ao seu vizinho. Para sua surpresa, ele não parece nem um pouquinho cético. Seus olhos estão fixos emTodd.É como se ele eTodd fossem as únicas pessoas no santuário. Quan­ do Todd faz o apelo, seu amigo apressa-se em direção ao púlpito e, sem hesitar, entrega o coração ao Senhor. Qual­ quer dúvida que você ainda abrigasse evapora-se instan­ taneamente. Todd deve estar certo ;— olhe só os frutos!

Saltemos juntos, do final dos anos 70 ao presente. John Todd não prega mais.Ele perdeu a sua popularidade numa queda do púlpito para a prisão — um criminoso conde­ nado, um impostor descoberto. E o seu vizinho? Triste­ mente, a sua fé teve pouca duração. Na última vez que

vocês se encontraram, ele esfregou-lhe no nariz um jo r­ nal com a notícia da condenação de Todd. “Por que eu deveria seguir o seu Cristo?” , vociferou ele. “Vocês cris­ tãos são todos iguais. Se a verdade estivesse realmente do seu lado, vocês não teriam de forjar histórias para levar as

I” 1 pessoas a crer!

T o r c e d o r e s d a Ve r d a d e

Assim como John Todd, o antigo astro cristão, Mike Warnke, apresentou-se como “um sumo sacerdote ex- satanista, que guiara mais de 1.500 membros da ‘Irman­ dade’, no sul da Califórnia” . Como alguém íntimo do Illum inati, principal na administração do satanismo, Warnke pretensiosamente “revela toda a terrível — e as- sustadora — verdade” sobre o satanismo. Seu livro T he Satan Seller pretende contar a história de como “um ca­

louro da faculdade, distinto e freqüentador da igreja, foi atraído para o álcool, as drogas e as orgias sexuais” , e as obrigatórias “Missas Negras” do satanismo. A “Irmanda­ de” o satisfazia com tudo, desde “cortinas suntuosas” a

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“dois pintinhos num tapete branco” . E a sua “missa ne­ 49

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gra” era repleta de sacrifícios de animais e altares “ador­ nados com nus artísticos” .

E n q u an to prosseguia, a narrativa carregada de

1’oyeurism o jorrava daquela imaginação um pouco mais

que fértil. Num mundo de fantasia, Warnke obteve po­ der, sexo e dinheiro, como servo de Satanás; no mundo real, ele conquistou o mundo, a carne e o Diabo, sob a aparência de um servo do Senhor.

À semelhança de T he Satan Seller, o best-seller S ta n ’s Underground, de Laurent Stratford, tornou-se“uma das prin­

cipais fontes de promoção, perpetuação e validação do abu­ so de ritual satânico (SRA), ‘sobrevivente adulto’ e ‘me­ mórias recalcadas’, histeria que atingiu o auge no início dos anos 90”. Todavia, detalhes e documentação revelam que Lauren Stratford é, na realidade,“Laurel Rose Willson, uma mulher perturbada do Estado de Washington, que passou a maior parte de sua adolescência e vida adulta in­ ventando historias horrendas de vitimação, por uma vari-

<j edade de pessoas, em uma variedade de cenários”.

Depois que seus contos pornográficos de abuso de ritual satânico foram expostos como invenções, Laurel Willson simplesmente reinventou a si própria como Laura

Grabowski, uma sobrevivente judia do Holocausto. “An­ tes, ela apontava para as cicatrizes de sua automutilação como sendo obra de seus pais abusivos, dos pornógrafos ou dos satanistas; agora, ela aponta para as cicatrizes nos braços e sussurra:‘Filhos de M engele’, como sendo obra do Dr. Mengele e de suas experiências médicas”. Aqueles que descreem de sua história são apelidados de peões numa vasta conspiração satânica.

Desafortunadamente, estas histórias não são anomali­ as. Sob a aparência de verdade, os cristãos transmitiram a lenda da conversão de Darwin no leito de morte; boi­ cotaram a Proctor & Gamble, porque seu presidente su­ postamente confessara a ligação de sua companhia com o

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satanismo; defenderam a historicidade dos Evangelhos através de falsificações famosas, como a carta de Pilatos; discutiram a inspiração das Escrituras sobre as bases de

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códigos bíblicos enterrados; divulgaram o conto de James Bartley, que foi supostamente engolido por uma baleia, para sustentar a história bíblica de Jonas; difun­ diram a história de cientistas descobrindo o inferno na Sibéria, para respaldar o ensinamento bíblico a respeito

Ui

do torm ento eterno; perpetuaram a lenda urbana de

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que a NASA descobriu o “Dia Perdido” de Josué e empregaram um jornalismo piegas para fazer circular uma

. 1 8 infinita variedade de histórias de ressurreição.

À semelhança das crônicas de Os Guinness em T im e fo r Truth, tais histórias criativas são epidemia também na

cultura mais aberta. Ela vai desde “as notícias da NBC sobre a explosão dos caminhões da General Motors, que mais tarde descobriu-se ser um embuste”, à “história fabricada do rapto de Norma McCorvey (AKA Jane Roe), encorajada pelos líderes pró-aborto, que foi tão útil na decisão da Suprema Corte americana, em 1973, R oe v.

I V

IV a d e’. Estas táticas de torcer a verdade são inevitavel­

mente justificadas pela “Verdade Maior” que o produtor de filmes Oliver Stone usou, ao defender o fato em um de seus filmes:“Mesmo se eu estiver totalmente errado... ainda estou certo... Estou essencialmente certo porque

. , 20

estou descrevendo o Mal com ‘M ’ maiusculo”.

O q u e E a Ve r d a d e?

Numa era em que as “fabricações” da Internet “viajam meio caminho à volta do mundo, antes que a verdade te­

nha uma chance de pôr os pingos nos ‘is’”, as palavras de Paulo soam através dos séculos com urgência dobrada: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (Ef 6.14). Uma vez que os seus lombos estão no centro do seu corpo, a verdade é fundamental para a ar­ madura de Deus. Sem ela, a armadura que o protege do mal simplesmente cairia, deixando-o nu e vulnerável.

Mas o que é a verdade? Foi justamente esta a pergunta que Pôncio Pilatos fez a Jesus (veja Jo 18.38). Ironicamen­ te, ele esteve face a face com a verdade, e não a percebeu. A geração pós-moderna está na mesma posição. Olha para a verdade, mas falha em reconhecer a sua identidade.

A verdade, como as outras peças da armadura, é na re- 22 alidade um aspecto da natureza do próprio Deus. Por­ tanto, cingir-se com o cinturão da verdade é cingir-se de Cristo, pois Cristo é a “verdade” (Jo 14.6), e os cristãos são os portadores da verdade. Conforme explicado por Os Guinncss, o cristianismo não é a verdade porque funciona (pragmatismo); não é a verdade porque sente que está cer­ to (subjetivismo); não é a verdade porque é a “minha ver­ dade” (relativismo). Ele é a verdade porque acha-se anco­ rado na pessoa de Cristo. “A fé cristã não é a verdade por­

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que funciona; ela funciona porque é a verdade. Ela não é a verdade porque a experimentamos; nós a experimentamos — profunda e gloriosamente — porque ela é a verdade. Não é simplesmente a ‘verdade para nós’; é a verdade para qualquer um que a busca, pois a verdade é verdade mesmo se ninguém acredita nela, e a falsidade é falsidade mesmo se todos nela acreditam. É por isso que a verdade não se rende à opinião, moda, números, posto ou sinceridade — ela é simplesmente a verdade, e ponto final” .

Além disso, a verdade é essencial a uma visão de mundo realística. No momento em que tiramos o cinto da ver-

Tv. _ , , , dade, a nossa visão da

A verdade e

Q p realidade torna-se seria-

J j essencial a uma

mente distorcida. As te-

visão de mundo realística. . , .

onas de conspiração de Todd, os contos voyeurísticos de Warnke e as memórias

reprimidas de abuso de ritual satânico, de Stratford, en­ volvem sofisma, sensacionalismo e superstição, assim como os demônios sexuais de Larson, os demônios mordedores de Anderson, e os demônios da morte, de Arnold.

Sem dúvida, Satanás está tão contente com ministros que insinuam que os demônios “são literalmente símbo-

los de humanidade de homem para hom em ”, como está satisfeito com aqueles cuja demonologia é movida por estereótipos de Hollywood. No livro Lord Voulgrín’s Letters,

de Randy Alcorn, Lord Foulgrin informa a seu substitu­ to demoníaco que “podemos beneficiar-nos de qualquer visão de nós, menos da verdadeira.Tente cuidadosamente descobrir a sua demonologia, e desenvolva-a da maneira mais vantajosa. Certifique-se de que a sua visão de nós provenha do ceticismo, da negação, ignorância, supersti­ ção, lenda, literatura, espiritismo, cultura popular, ou qual­ quer combinação disso. Deixe-a vir de qualquer e de toda

25 coisa, menos do livro proibido”.

Finalmente, tirar o cinto da verdade é expor-se ao pe­ rigo. Se você pensa que foi exorcizado do “demônio da bulimia”, você achará que descobriu uma solução fast-Jood

para.um problema de lopga data. Se você acredita que foi liberto do demonio do câncer, voce achara que não mais áa o a r j o da jOvetn L x ó t c o ( Mc-fU-v) «rjAe<y>e

precisa de intervenções médicas. E sé voce supõe que liber-

9*J t o a i s vúffa SS el

tou alguém do “demônio de homicídio”, achará que a pes­ soa deixou de ser uma ameaça a si mesma ou à sociedade. Pense novamente, por um instante, no assassinato de Edmund Fabian. Conforme documentado por Grace, o

A Armadura de Deus

No documento A Armadura Espiritual - Hank Hanegraaff (páginas 34-120)

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