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3. Direito Penal

3.3. Lei de Execução Penal

3.3.1. Dos Órgãos da Execução Penal

Encarrega-se o Título III da lei em comento da composição dos Órgãos da Execução Penal (art. 61), a saber:

 O Conselho Nacional de Políticas Criminais e Penitenciárias - CNPCP (arts. 62 e 63) é composto por treze membros acadêmicos da área do Direito Penal, do Direito Processual Penal, do Direito Penitenciário e ciências correlatas; por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. Este Conselho é formado, atualmente e com vigência até 2014, por profissionais do direito, psicólogos, arquitetos, teólogos e profissionais da área social, sem distinção.71

Cabe ao CNPCP, no âmbito federal ou estadual (art. 64, LEP): propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança (I); contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária (II); promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País (III); estimular e promover a pesquisa criminológica (IV); elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor (V); estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados (VI); estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal (VII); inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento

71 Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) as áreas de conhecimento que compõem as Ciências Sociais Aplicadas são: Direito, Administração, Ciências Contábeis, Economia, Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Informação, Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia, Comunicação, Serviço Social, Economia Doméstica, Desenho Industrial, Programação Visual e Turismo.

(VIII); representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal (IX); representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal (X).  Ao Juízo de execução72 cabe (art. 66): aplicar aos casos julgados

lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado (I); declarar extinta a punibilidade (II); decidir (III) sobre: (a) soma ou unificação de penas, (b) progressão ou regressão nos regimes, (c) detração e remição da pena, (d) suspensão condicional da pena, (e) livramento condicional, (f) incidentes da execução; autorizar saídas temporárias (IV); determinar (V): (a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução, (b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade, (c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, (d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança, (e) a revogação da medida de segurança, (f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior, (g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca, (h) a remoção do condenado;73 zelar pelo correto

cumprimento da pena e da medida de segurança (VI); inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade (VII); interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei (VIII); compor e instalar o Conselho da Comunidade (IX) e emitir anualmente atestado de pena a cumprir (X).

72 Art. 65 - A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.

73 Na hipótese prevista no § 1º, do art. 86: A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.

 Incumbe ao Ministério Público (arts. 67 e 68,): fiscalizar a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução (caput); fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento (I); requerer (II): (a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; (d) a revogação da medida de segurança; (e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional; (f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução (III), além de visitar mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio (parágrafo único).  A Defensoria Pública (art. 81-A) velará pela regular execução da

pena e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública (art. 81-B): requerer (I): (a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; (c) a declaração de extinção da punibilidade; (d) a unificação de penas; (e) a detração e remição da pena; (f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; (h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto; (i) a autorização de saídas temporárias; (j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra

comarca; (l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir (II); interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução (III); representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal (IV); visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade (V); requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal (VI), além de visitar periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio (parágrafo único).

 O Conselho Penitenciário (art. 69), enquanto órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena é integrado por membros nomeados pelo Chefe do Executivo,74 dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e tem seu funcionamento regulado por legislação federal e estadual.

Em São Paulo o Conselho Penitenciário é composto por trinta membros entre efetivos e suplentes indicados pelas respectivas Entidades de Classe: Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Psicologia e Defensoria Pública.

 O Conselho da Comunidade (art. 80) deverá ser constituído em cada comarca75, e será composto por, no mínimo: um representante de associação comercial ou industrial, um advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, um Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral

74 Estadual, Territorial e também Distrital.

75 Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho (Parágrafo único, art. 80).

e um assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.

 O Patronato (art. 78), público ou particular, destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (art. 26). Sendo incumbido (art. 79) também de: orientar os condenados à pena restritiva de direitos (I); fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana (II); e colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional (II).

 O Departamento Penitenciário Local ou órgão similar (art. 73) poderá ser criado por legislação local, com as atribuições que estabelecer, entretanto, deverá ter por finalidade (art. 74) supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.

As exigências e características requeridas para ocupação da direção e do pessoal dos Estabelecimentos Penais estão previstas nos arts. 75 a 77.76

 O Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN (art. 71), subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do CNPCP. Suas atribuições são: acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional (I); inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais (II); assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei (III); colaborar com as Unidades

76 Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;

II - possuir experiência administrativa na área;

III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.

Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.

Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato.

§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços penais (IV); colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado (V) e, estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar (VI), além da coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais (parágrafo único).

Enquanto órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do CNPCP pode-se constatar que o DEPEN mostra-se em conformidade com a essência do direito penal na aplicação da LEP, não só pelas diretrizes adotadas pela política criminal e pela fundamentação nas exposições de motivos dos códigos penal e processual penal, mas também ao afirmar que:

1. O Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN é o órgão executivo

da Política Penitenciária Nacional, com existência e atribuições

fundamentadas na Lei n° 7.210 – Lei de Execução Penal – LEP, de 11 de

julho de 1984.

2. O DEPEN é o gestor integral do Programa 0661 – Aprimoramento da

Execução Penal, e parcial do Programa 1453 – Programa Nacional de

Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI, ambos constantes do

PPA 2008/2011. Os Programas são executados por meio de parcerias com as Unidades Federativas, bem como mediante articulação com outros Ministérios.

3. O principal problema do Sistema Penitenciário Brasileiro atualmente é o déficit de vagas. Com a superpopulação prisional as normas de segurança são contrariadas, criando-se condições para elevação do índice de consumo de drogas; corrupção; abusos sexuais; um ambiente propício à violência; deficiências no serviço médico e a quase ausência de perspectivas de reinserção social.

4. Uma das principais ações empreendidas pelo DEPEN é colaborar com as unidades federativas, na construção, reforma e ampliação de penitenciárias. Todavia, o corpo técnico do DEPEN é insuficiente para o acompanhamento sistemático de todas as obras.

5. Apoio à “Construção de Estabelecimentos Penais Estaduais”, [...] e “Apoio à Reforma de Estabelecimentos Penais Estaduais”, [...], ambas integrantes do Programa 0661 – Aprimoramento da Execução Penal, e “Modernização de Estabelecimentos Penais” [...] e “Apoio à Construção de Estabelecimentos Penais Especiais”, [...], ambas integrantes do

Programa 1453 – “Programa Nacional de Segurança Pública com

Cidadania – PRONASCI” (grifo nosso) (DEPEN, 2008, p. 2).77

77BRASIL. Manual de diretrizes gerais e procedimentos operacionais. DEPEN, Ministério da Justiça: Brasília, 2008. In:

Ressaltamos, ainda, que os arts. 63 (caput) e 69 (§ 1º) referem-se a “ciências correlatas”, sem, no entanto, indicar qual formação profissional reúne condições de contribuir especificamente para o atingimento dos objetivos de efetivação das disposições de sentença ou decisão criminal proporcionando as condições de integração social do condenado (art. 1º).

Isto significa que, passados vinte e oito anos de sua promulgação, a LEP continua apresentando elementos de antijuridicidade, tanto formal78

quanto material,79 uma vez que ainda não conseguiu equacionar a relação

entre a previsão legal e a prestação assistencial do Estado80 em suas duas

78 Antijuridicidade ou ilicitude formal - mera contrariedade do fato ao ordenamento legal (ilícito), sem qualquer preocupação quanto à efetiva perniciosidade social da conduta. O fato é considerado ilícito porque não estão presentes as causas de justificação, pouco importando se a coletividade reputa-o reprovável. (CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Parte geral. Editora Saraiva: São Paulo: p. 272, 2007).

79 Antijuridicidade ou ilicitude material - contrariedade do fato em relação ao sentimento comum de justiça (injusto). O comportamento afronta o que o homem médio tem por justo, correto. Há uma lesividade social inserida na conduta, a qual não se limita apenas a afrontar o texto legal, provocando um efetivo dano à coletividade. (CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Parte geral. Editora Saraiva: São Paulo: p. 272, 2007).

80 Referimo-nos, especificamente ao conteúdo do Capitulo II da lei em comento, da Assistência, arts. 10 a 27: CAPÍTULO II - Da Assistência - SEÇÃO I - Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Art. 11. A assistência será:

I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa.

SEÇÃO II - Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. SEÇÃO III - Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.

§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.

SEÇÃO IV - Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.

SEÇÃO V - Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa. Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.

vertentes: a prevenção ao crime e a orientação do retorno à convivência em sociedade do/a apenado/a.

A precariedade com que é prestada a assistência material desde o confinamento em instalações insalubres, que frequentemente apresentam condições de habitabilidade insustentáveis e superpopulosas, até o fornecimento insuficiente de vestuário e alimentação, sobretudo às mulheres presas grávidas; sem olvidar quanto às contingências como são prestadas à assistência à saúde, à assistência jurídica e educacional.

Em nosso entendimento, a assistência religiosa, prestada sob a forma de pastorais (evangélica e católica) é a única a merecer reconhecimento por buscar cumprir idiossincraticamente sua missão, uma vez que depende muito mais da vocação missionária dos religiosos do que das improvisadas instalações físicas utilizadas para a celebração de cultos/missas.

A assistência social, principalmente quanto à atuação judicionalizada do assistente social no âmbito do sistema prisional, por tratar-se do objeto de análise do presente estudo está melhor e mais detalhado no capítulo seis, sem deixar de considerar a sua extensiva assistência ao egresso.

SEÇÃO VI - Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. SEÇÃO VII - Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se- lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. SEÇÃO VIII - Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:

I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;

II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.

Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova.

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