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e 6 – Atividades agrícolas realizadas pelos pescadores

Distribuição dos tipos de renda para SPP6.

Foto 5 e 6 – Atividades agrícolas realizadas pelos pescadores

barqueiros no açude Pereira de Miranda, 13 de junho de 2009.

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Seqüência

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4.2.2.3 SPP9 - Pescador canoeiro feirante com atividade agrícola (Tipo 9)

Esse sistema de produção se caracterizou como um resquício dos primeiros sistemas que existiram em Pentecoste, antes da construção do açude. É uma combinação do SPP1 e do SPP4 aliado a uma pequena produção agrícola. Seu sistema técnico de captura, modo de vida, espécie alvo principal remontam a forma como os primeiros pescadores realizavam a pesca no início da formação da região. Esse sistema pode ser ainda compreendido como a permanência adaptada e modernizada de um sistema que foi bastante representativo no passado, nos primeiros anos após a construção do açude. Este sistema não tem recursos suficientes para adquirir uma embarcação a motor dispondo apenas de canoa a remo, por este motivo tem a necessidade de investir em apetrechos, utilizando em média 1.200 m de redes de espera, com malhas entre 8cm e 9cm de diâmetro, pois objetivavam a maior captura independente do tamanho do peixe. Em relação ao sistema técnico de captura, este tipo de pescador não centrou suas forças em uma arte de pesca ou em um pescado específico, eles buscaram a variação dentro de seu sistema no sentido de angariarem uma quantidade maior de pescado.

Como forma de comercialização este sistema adotou a venda direta do pescado e apesar de não ter um ponto de venda fixo, vende o peixe em sua própria casa ou leva-o para o centro onde oferta a sua clientela. Assim como no SPP2, o uso da moto foi uma das características marcantes deste tipo de pescador, foi ao mesmo tempo um instrumento que conduzia o pescador, mas também auxiliava na comercialização do pescado. Normalmente possuía uma caixa de isopor com os peixes congelados amarrada na parte traseira da moto,

sendo utilizada também para o transporte pessoal e dos equipamentos de pesca. A venda

ocorria pelo tamanho ou pela quantidade dos peixes que estavam à venda, não pelo seu peso. Essa característica observada foi típica deste sistema de produção, assim como o uso da estratégia da combinação das atividades de pesca com as de comercialização do pescado.

Como estes pescadores não repassam sua produção a nenhum comerciante, podem vender o pescado pelo preço de mercado e desta forma conseguiram uma ampliação da renda, ao mesmo tempo em que aumentaram seus custos com combustível.

Como regra geral, foi identificado que, no verão, este SPP se dedica a safra pesqueira e a criação e durante a estação chuvosa, dedica-se a pesca permitida de tarrafa e anzol combinado ao cultivo de milho e feijão. Em relação à safra agrícola, como não dispõe de muita mão-de-obra familiar, este pescador teve que organizar-se para executar, além da pesca e do comércio, as atividades agrícolas. Este SPP possui uma estrutura mínima. Tanto o

subsistema de cultivo de batata, milho e feijão quanto o de criação de aves e bovinos contam com uma área de 7 hectares. Da mesma forma que acontece no SPP7, as culturas e a criação de aves garantem o abastecimento do consumo familiar, ao mesmo tempo em que a criação de bovino garantiu uma renda extra que pode dar suporte a atividade pesqueira, embora que em menores proporções.

Em relação ao desempenho econômico, este sistema de produção na pesca apresentou um PB anual médio de R$6.240,00. Este valor foi considerado levemente acima da média encontrada nos sistemas estudados. O CI anual médio deste sistema de produção na pesca ficou em R$2.910,00 sendo considerado dentro da média em relação aos valores médios dos demais sistemas analisados, porém, quando analisamos este valor internamente, percebemos que o pagamento do ajudante e os gastos com combustível comprometeram de forma significativa a renda final deste SPP.

Em relação à utilização de mão-de-obra, este sistema de produção utilizou em média 2,0 UTHfp e 1,0 UTHc sendo considerado dentro da media se comparado aos demais sistemas de produção na pesca.

O KI médio atingiu foi representado por R$2.610,00 sendo este valor considerado levemente acima dos demais sistemas e tendo como seus principais componentes a estrutura a aquisição das variadas artes de pesca e o freezer. A DEP média anual do sistema atingiu o valor de R$905,00 sendo também levemente acima da média entre todos os sistemas, alcançando 34,6% do valor total do KI.

Podemos observar, conforme a figura abaixo que a RP deste sistema de produção atingiu o valor de R$2.305,00 estando abaixo da média em relação aos outros sistemas. O principal componente desta renda foi o lucro da comercialização do pescado de terceiros. A pesquisa de campo apontou que os pescadores deste tipo tiveram a RNP e a RPS nulas, porém casos de auxílio do governo, aposentadorias e seguro defeso da piracema podem ter sido omitidos, pois foram encontrados esses casos nas entrevistas realizadas. Em relação a atividade de cultivo e criação, juntas compuseram a RAg com o valor de R$3.315,00 representando 59% da RT familiar, que abrangeu o valor de R$5.620,00 estando entre as mais baixas, estes pescadores obtêm uma renda de 2,9 salários mínimos mensais devido à capacidade de diversificar suas atividades.

0,00 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00 V a lo r d a R e n d a ( R $ ) Tipos de Renda

Distribuição dos tipos de renda para SPP9.

Renda Agrícola Renda da Pesca Renda Não Pesqueira Renda Política Social Renda Total

Figura 25 – Subdivisão da renda do SPP9 (Pescador Canoeiro Feirante com Atividade Agrícola)

PRANCHA VI