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Causas dos escorregamentos

1 – E TAPAS DE TRABALHO

1.1 - Pesquisa bibliográfica e aquisição de dados

A pesquisa bibliográfica foi realizada para caracterizar a área de estudo quanto a aspectos geológicos, geomorfológicos e pedológicos para a caracterização dos principais processos da dinâmica superficial da Serra do Mar, e para fundamentar a metodologia utilizada, bem como para análise dos resultados e conclusões.

Foram levantados temas referentes às características geológicas, geomorfológicas e de vegetação, para a área de estudo, além de um sólido embasamento teórico sobre processamento digital de imagens e Sistemas de Informação Geográfica, junto à biblioteca da Universidade Estadual Paulista (UNESP), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IG - USP) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram também pesquisados temas relativos a movimentos de massa, mais detalhadamente, temas referentes aos escorregamentos translacionais, que são o alvo de estudo. Foram levantadas informações sobre os principais condicionantes dos processos de movimentos de massa e ainda informações sobre a metodologia utilizada neste projeto, de acordo com projetos e relatórios realizados sobre o assunto.

A etapa de revisão bibliográfica estendeu-se até o final do projeto, para subsidiar todas as suas etapas, métodos de trabalho e conclusões.

Além do material bibliográfico consultado ou adquirido, os seguintes materiais foram também obtidos:

• Mapa digital topográfico do município de Cubatão (SP), escala 1:50.000

• Mapa geológico do município de Cubatão (SP), escala 1:50.000 • Mapa geomorfológico do município de Cubatão (SP), escala 1:50.000 • Mapa de vegetação do município de Cubatão (SP), escala 1:50.000 • Imagens LANDSAT 7 ETM+ da região

1.2 - Seleção da área de estudo

A área de estudo foi selecionada por apresentar suscetibilidade a escorregamentos translacionais, disponibilidade de dados e facilidade de acesso a trabalhos e relatórios realizados anteriormente. A extensão da área foi definida a partir do traçado dos polidutos e de suas áreas de entorno, analisados com o auxílio das imagens TM, incluindo como entorno, áreas com presença de escorregamentos e áreas sem eles, permitindo a modelagem do processo em estudo. Esta delimitação foi subsidiada pelo Mapa de Caminhamento e Pontos de Descrição do relatório 22.797 do IPT (1985), que contém alguns traçados de dutos e pela Carta Morfológica da CETESB (1991), que contém as cicatrizes de escorregamento.

1.3 - Levantamento das variáveis

De acordo com a extensa pesquisa bibliográfica executada, foram levantadas as variáveis que integram o modelo, ou condicionantes dos escorregamentos translacionais, em função de sua importância como fator predisponente para a detonação do processo:

• Declividade • Geologia • Geomorfologia • Vegetação

• Pluviosidade (foi utilizada apenas para complementar a análise após a integração dos dados, já que não é considerada um condicionante predisponente do processo, mas sim o principal agente deflagrador).

A escolha dos condicionantes foi embasada pelo Relatório 26.504 do IPT (AUGUSTO FILHO, O. et al 1988).

1.4 - Elaboração dos mapas temáticos

A etapa que se seguiu teve como objetivo transformar os condicionantes selecionados em mapas temáticos. Para isso, fez-se necessária a consulta de relatórios e projetos para adquirir mapas geológicos, geomorfológicos e de vegetação para serem digitalizados. O mapa temático de declividade foi elaborado e editado diretamente com o software SPRING.

1.4.1. - Mapa base

O mapa base foi obtido a partir de um corte efetuado sobre a base topográfica digital original de todo o litoral paulista, elaborada pelo Instituto Florestal (Secretaria do Meio Ambiente - São Paulo), contendo curvas de nível e drenagens. No AutoCAD, foram atribuídas as cotas para cada curva de nível. Esta base cortada, em formato DXF (AutoCAD R12), foi importada para o SPRING, de modo a possibilitar a elaboração dos outros produtos descritos a seguir.

1.4.2. - Mapa de declividade

O mapa base foi processado de modo a gerar um mapa de declividade da área estudada, através das seguintes etapas:

• O mapa base em formato DXF foi importado para o software SPRING • Foi gerada uma grade triangular (TIN - Triangulated Irregular

Network) sobre as curvas de nível do mapa base.

• A partir da grade triangular foi calculada a declividade da área, de forma contínua, ou seja, uma grade retangular de tamanho fixo contendo valores numéricos é criada sobre as faces do triângulo, a partir de funções matemáticas do software utilizado.

Uma vez gerado um produto com valores contínuos de declividade, este foi fatiado, de forma a ser dividido em diferentes intervalos em graus, equivalentes às classes de declividade utilizadas por Augusto Filho et al (1988).

Classes de declividade: • A<20º

• 20º<B<30º • 30º<C<40º • D>40º

1.4.3 - Mapa geológico, mapa geomorfológico e mapa de vegetação

Os mapas geológico (já apresentado na Figura 2), geomorfológico e de vegetação, respectivamente do IPT (1985), na escala 1:100.000, a Carta Morfológica da CETESB (1991), na escala 1:50.000 e a Carta de Cobertura Vegetal e Uso da Terra da CETESB (1991), foram escaneados e salvos como arquivos TIFF (Tagged-Image File Format). A seguir, foram executados os seguintes passos:

• Conversão dos arquivos TIFF para GRB (Gridded Binary) com auxílio do programa IMPIMA, do software SPRING.

• Aquisição dos pontos de controle no módulo de registro do SPRING. Foram utilizadas as coordenadas dos extremos das cartas como pontos de controle. O registro de imagem é uma operação necessária para se fazer a integração de uma imagem a uma base de dados existente num SIG.

• Importação dos arquivos GRB para dentro do projeto de trabalho, definindo um plano de informação para cada mapa temático.

Os mapas já no formato GRB foram inseridos no SPRING constituindo então, planos de informação (PIs) ou layers. O processo de digitalização seguiu as seguintes etapas:

• Criação de classes nos PIs, correspondentes às diferentes unidades geológicas, geomorfológicas ou de vegetação.

• Escolha de uma cor para cada classe (que constitui uma legenda para os mapas)

• Edição topológica: criação de polígonos correspondentes aos diferentes tipos de rocha ou diferentes formas de relevo presentes na área. Os diferentes tipos de rochas e as diferentes formas de relevo foram anteriormente definidas como classes, cada qual com uma cor. • Após a digitalização de um polígono representando uma área de

migmatitos, por exemplo, este foi associado com a classe e a cor correspondente.

• As imagens TM foram utilizadas para ajustes nos mapas temáticos elaborados, através de interpretação em tela.

1.4.4. - Mapa de cicatrizes de escorregamentos translacionais

Foi produzido também um mapa de pontos referente a movimentos de massa registrados na área estudada, embasados por relatórios do IPT. Este mapa foi digitalizado por meio do SPRING e incorporado como PI na análise através do mesmo processo dos mapas anteriores.

1.5 – Tratamento e integração dos dados

Os mapas temáticos constituindo Planos de Informação no software SPRING foram submetidos ao Processo Analítico Hierárquico (AHP), no qual são atribuídos pesos aos mapas e também às classes dos mapas, constituindo uma soma ponderada, de modo a gerar uma carta de suscetibilidade aos escorregamentos translacionais em Cubatão (SP).

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