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A ECONOMIA GLOBAL E A INDÚSTRIA DE PRODUTOS LAPÍDEOS : 1990/

No documento MERCADO INTERNACIONAL DE ROCHAS ORNAMENTAIS (páginas 65-71)

EXPORTAÇÕES DA CHINA PARA O JAPÃO

5. A ECONOMIA GLOBAL E A INDÚSTRIA DE PRODUTOS LAPÍDEOS : 1990/

Desde o início desta década, a economia mundial vem apresentando índices de crescimento inferiores às suas necessidades mínimas, ditadas pela expansão do contingente populacional. Ressalte-se que os indicadores relativos a 1990 já apontavam uma redução substancial na taxa de crescimento do produto global bruto, comparativamente ao ano de 1989.

Muito embora não se deva atribuir a deflagração do processo recessivo às difi- culdades e às disfunções do processo de transição nos países do leste europeu, que culminaram por provocar um declínio acentuado na produção de bens e serviços e no padrão de vida da região, esses fatores, contribuíram decisiva- mente para a sua exacerbação.

O crescimento da economia mundial em 1991, mensurado com base no produ- to global bruto, foi de apenas 0,3% e em nível per capita o índice foi negativo

(-1,4%). Em termos práticos, o ano de 1991 configurou a primeira recessão global depois da Segunda Grande Guerra.

Nos países desenvolvidos, após um crescimento de 2,4% em 1990, a taxa caiu abaixo de 1%. Em alguns deles - Estados Unidos, Inglaterra e Canadá - , foram deflagrados processos eminentemente recessivos e os índices de desem- prego alcançaram os patamares mais elevados desde o início dos anos 80. Na Europa Oriental, este mesmo processo aprofundou-se, com uma taxa de crescimento negativa de 8,8%, após a queda na vizinhança de 6%, ocorrida em 1990.

Pelo lado dos países em desenvolvimento, a taxa de crescimento foi modesta, frente às necessidades advindas do crescimento demográfico e dos baixos ní- veis de renda. Sob um enfoque desagregado, o seu comportamento acompa- nhou basicamente o mesmo padrão dos anos anteriores, caracterizado por altas taxas de crescimento na Ásia e estagnação na África. A América Latina, toda- via, demonstrou os primeiros sinais recuperação, após uma década de estagna- ção.

Os indicadores relativos ao biênio 1992/93 não apontam alterações significa- tivas no padrão de desempenho da economia mundial, excetuando-se o início de um processo isolado de recuperação da economia norte americana, conco- mitantemente à manutenção da recessão no Japão e nos países da Comunidade Econômica Européia. O produto global aumentou cerca de 1% em 1993, após um crescimento similar em 1992, configurando o terceiro ano com desempe- nho inferior ao da taxa de crescimento populacional. Pelo lado dos países de- senvolvidos, a taxa de crescimento diminuiu ainda mais, nos países em desen- volvimento aumentou e nos países do leste europeu o produto continuou cain- do, embora a uma taxa inferior à de 1992.

No continente europeu, a estagnação da economia britânica, as altas taxas de juros praticadas, a queda nos investimentos produtivos na França, Inglaterra e Holanda, a crise política italiana, assim como o difícil processo de reestrutura- ção das economias do leste europeu comprometeram as possibilidades de re- cuperação. Somente nos Estados Unidos e no Canadá a inversão de tendência assumiu caráter positivo, favorecida em grande parte pelos apreciáveis cortes nas taxas de juros.

O desempenho da economia mundial em 1994 sinalizou o primeiro período de expansão significativa desde 1990. A despeito do crescimento do produto glo- bal bruto ser inferior às médias anuais registradas durante as décadas de 1970 e 1980, as perspectivas para os próximos anos convergem na direção do fortalecimento desse processo, conforme sugerem as estimativas para 1995. A recessão econômica que impactou a maioria dos países industrializados, no início dos anos 90, foi superada em 1994 com o crescimento generalizado dos produtos nacionais de vários países. A reversão da tendência alcançou a maio- ria dos agregados macroeconômicos, incluindo o investimento, o consumo e o fluxo de comércio. O único indicador a permanecer fora de compasso foi o emprego, particularmente na Europa - Itália, França e Alemanha.

No cenário internacional, 1994 foi um ano extremamente favorável para a produção de bens e serviços, com um desempenho positivo de 2,5%, e para o comércio internacional, cuja taxa de crescimento foi de 6%. Na região asiáti-

ca, o crescimento do intercâmbio comercial alcançou 15%, devendo-se ressaltar o aumento verificado nas exportações chinesas de 30%, bem como as crescentes importações dos países do sudeste asiático, com taxas superiores a 20%, na Malásia, Tailândia e Coréia do Sul.

O comportamento da economia mundial, sob as óticas da produção e do co- mércio internacional, no período 1988/1995, está retratado na Tabela 13.

Tabela 13 - COMPORTAMENTO DA ECONOMIA MUNDIAL - 1988/95

DESCRIÇÃO 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 Produto 4,5 3,2 1,6 0,3 0,8 1,1 2,5 3,0 Desenvolvidos 4,5 3,3 2,4 0,7 1,6 1,0 2,5 2,8 Em Transição 4,5 2,1 -6,2 -8,8 -15,2 -8,6 -6,0 0 Em Desenvol. 4,5 3,5 3,0 3,4 4,9 5,2 5,0 5,0 Comércio Mun- 7,3 8,0 5,6 4,6 5,5 2,7 6,0 6,5

Em meados de 1995, as economias desenvolvidas encontravam-se novamente em fase de crescimento, mas apenas nos Estados Unidos se prenunciava com maior segurança um processo sustentável. No que diz respeito às economias em transição para um sistema de mercado, as quedas no produto vêm diminu- indo e alguns países parecem ter iniciado um ligeiro processo de reversão. Quanto aos países em desenvolvimento, esses anos caracterizaram um período de crescimento ininterrupto.

Em função dessas considerações, fica patente que o comportamento da eco- nomia mundial, no período analisado, se configurou como um mosaico de contrastes entre países e regiões geoeconômicas. Muito embora a recessão econômica mundial tenha sido emanada preponderantemente pelas economias dos países industrializados, que respondem por cerca de 70% do produto glo- bal, a severidade da recessão e o problema do desemprego diferiram grande- mente entre esses países, implicando em uma queda na renda per capita relati- vamente diminuta.

No que se relaciona aos países em desenvolvimento, os quais respondem por 20% do produto global e 80% da população mundial, apresentaram um cres- cimento expressivo no período 1990/95. Esta expansão provocou um aumento acelerado na renda de grandes extratos da população, a despeito dos níveis al- cançados permanecerem ainda muito baixos relativamente aos indicadores ob- servados nos países industrializados

O contigente de países em desenvolvimento, cujas economias continuam es- tagnadas ou em declínio, permanece amplo, embora encerrem uma parcela da população significativamente inferior à dos países em processo de crescimento acelerado. Em contraste, o produto e a renda caíram intensamente nos países em processo de transição de um sistema de planejamento central para uma e- conomia de mercado.

Dentre algumas manifestações de interesse observadas nesse período, mere- cem destaque:

Ò o processo de estagnação da produção agregada mundial foi acompa- nhado por uma diminuição na taxa de crescimento anual do comércio mundi- al. A taxa de crescimento das exportações declinou e o crescimento remanes- cente refletiu as diferenças no desempenho regional, com a maior parte do im- pulso sendo oriunda dos países em desenvolvimento mais dinâmicos, bem como, posteriormente, da recuperação da economia dos Estados Unidos;

Ò as taxas de juros foram reduzidas nos países desenvolvidos, criando uma ambiência mais favorável à recuperação econômica e provendo recursos adicionais de capital para os países em desenvolvimento;

Ò as acentuadas discrepâncias entre o comportamento dos países e regiões, bem como as alterações de ordem tecnológica estão reforçando a interdepen- dência entre as economias, propiciando um aumento sem precedentes no fluxo de intercâmbio comercial e financeiro;

Ò um aspecto notável nesses últimos anos foi o continuado crescimen- to dos países asiáticos, frente a um processo de estagnação econômica nos países desenvolvidos. Um dos principais motivos para esse aparente paradoxo

reside no dinamismo do intercâmbio intraregional que tem crescido a taxas superiores às do intercâmbio global, o que acabou por compensar a queda nas exportações da região para os países desenvolvidos;

Ò as mudanças nos padrões de vantagens comparativas entre os países asiáticos, com o resultante deslocamento das indústrias mais intensivas em

mão-de-obra e o crescimento das indústrias “offshore”, provocaram um in-

cremento no comércio de bens de capital, produtos intermediários e com- ponentes. Diga-se de passagem, que em se tratando da economia japonesa, a

substancial valorização do yen,verificada no período, foi um importante incen- tivo à esse processo; e

Ò é imperioso assinalar que, nos últimos anos, observou-se um esforço

apreciável de agregação de valor aos fluxos regionais de exportação, fazendo com que, atualmente, estime-se uma participação média de produtos manufa- turados na pauta das exportações regionais, em torno de 50%. Esse movimento de ampliação no grau de integração vertical, deflagrado ao longo das cadeias industriais vinculadas aos setores exportadores, ofereceu à essas economias o benefício da maior solidez relativa das exportações de bens manufaturados.

Em síntese, sob a ótica agregada, apesar do processo paulatino de recupe- ração da economia mundial, manifesto em escala global em 1994, os pa- tamares alcançados em 1988 só deverão ser atingidos por volta de 1996.

Na Tabela 14, pode ser visualizado o desempenho da economia mundial de- sagregado em nível dos principais indicadores macroeconômicos de alguns países industrializados. Naturalmente, dentre esses países destacam-se alguns dos principais consumidores de pedras naturais.

No documento MERCADO INTERNACIONAL DE ROCHAS ORNAMENTAIS (páginas 65-71)

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