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2. OS RECURSOS TECNOLÓGICOS COMO FERRAMENTAS DIDÁTICAS 17

2.6 A educação ambiental na escola

Pode-se entender como a demanda por educação ambiental se concretiza, pois desde 1994, em função dos compromissos assumidos na Conferência Internacional Rio 92 e da Constituição Federal de 1988, a parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério da Educação e Cultura (MEC) é o edital da Educação Ambiental (PRONEA). Tem três componentes: a formação de gestores da educação, o desenvolvimento de ações educativas e o desenvolvimento de métodos e ferramentas que abrangem diferentes áreas da sociedade e propõe sete diferentes

direções de ação. Segundo Charlot (2000) essa perspectiva desafia os professores a olhar seus alunos de outra maneira, para inscrevê-los simbolicamente no espaço de sala de aula, como sujeitos produtores de significados.

Como todos sabemos, quando se fala em educação ambiental, apenas parte do problema está resolvido. A atenção às questões ambientais começou no livro "Man and Nature" ou "Nature Geography Modified by Human Action" publicado pelo escritor americano George Perkins Marsh em 1864. O surgimento da educação ambiental é muito incipiente. Na segunda metade do século 19, apenas cinco anos depois, surgiu a palavra "ecologia", proposto por Ernest Haeckel, para definir os estudos da relação entre as espécies e seu ambiente, de acordo com Araújo (2007, p. 6):

[...] em 1872, foi criado o primeiro parque nacional, “Yellowstone”, nos Estados Unidos da América, o primeiro do mundo. Em 1896, o Brasil, em sua fase republicana, cria o seu primeiro parque estadual, em São Paulo, denominado “Parque da Cidade”. Os próximos foram: o “Parque Nacional de Itatiaia” em 1937, e o “Parque Nacional do Iguaçu” em 1939.

Em 1948, a Conferência Internacional de Fontainebleau na França foi realizada em 1951. A conferência foi patrocinada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e foi uma publicação chamada "Pesquisa de Conservação Mundial". Em 1972, devido à Conferência de Estocolmo, a IUCN tornou-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente-PNUMA. (ARAÚJO, 2007, p. 6).

Segundo Hobsbawn, tudo começou com o surgimento das cidades modernas, ou seja, com o surgimento da modernidade, a expressão clara dos métodos de produção e processos científicos, o desenvolvimento da indústria e a expansão dos assentamentos humanos, trouxe a humanidade mudanças sociais e econômicas profundas.

A principal etapa decorrente das profundas transformações da humanidade é a etapa que separa o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) do fim da Segunda Guerra Mundial (1945), pois após os bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, a situação mudou de mentalidade, Isso é estabelecido por todos em todas as regiões. Para CASCINO (1999, p.26), “A Segunda Guerra Mundial mudou os valores e as atitudes em relação ao internacionalismo, mudando fundamentalmente a agenda ambientalista”.

Em 1996, foi aprovada a "Lei de Diretrizes e Educação Básica", que enfatiza e limita os aspectos ambientais da educação escolar, portanto, em 1997, o MEC

aprovou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que definem os temas transversas horizontais a serem inseridos na educação básica em todas as áreas de conhecimento para serem aplicados em sala de aula em ambiente interdisciplinar.

A transversalidade pretende que os temas integrem as áreas conven-cionais relacionando-as às questões da atualidade. Contudo, sabe-se que os pro-gramas de ensino das diferentes disciplinas estão estruturados curricularmente esendo trabalhados de forma desarticulada das demandas da prática e da realida-de encontradas nas escolas, caracterizando-se por concepções baseadas nomodelo de racionalidade técnica (GHEDIN, 2008). Logo, a almejada transversa-lidade da temática ambiental, bem como dos demais temas transversais, deixa deser uma vantajosa possibilidade de superação desse modelo de ensino arcaicopara ser na verdade um obstáculo para sua implantação nos sistemas de ensino

O Plano Nacional de Educação (PNE), lei nº 10172/2001, reafirma no artigo 28, que a educação ambiental tratada como tema transversal deverá ser desenvolvida como uma prática integrada, reforçando o currículo integrado.

Em 2002, foi fiscalizada a Lei 9.795 / 99 e a Agência Nacional de Gestão da Política de Educação Ambiental e determinada a base para sua implementação, mas as inconsistências da educação ambiental no ambiente político dependem dos interesses políticos do país.

Em 2003, foi instituída a Comissão Interdepartamental de Educação Ambiental (CISEA) do MMA, todas as secretarias vinculadas ao MMA, com o objetivo de promover a horizontalidade interna das ações de educação ambiental formuladas pelas secretarias e instituições vinculadas.

O V Fórum Brasil de Educação Ambiental, realizado em Goiás em 2004, foi pautado por três temas: política nacional de educação ambiental, formação de educadores ambientais e rede social e educação ambiental, todos com foco e atenção às universidades e Educação formação do Educador ambiental, afinal, muitos educadores ambientais possuem apenas experiência baseada para a formação prática, mas nenhum respaldo teórico, ou seja, formação ação.

A busca constante de conhecimento e conhecimento prático são inerentes à humanidade, e as escolas devem seguir as exigências da sociedade. Para Rodrigues, Oliveira e Cordeiro (2009, p. 8), retratam que “a imagem da escola continua a

basear-se nas necessidades sociais, mercadológicas e ambientais. Nesbasear-se caso, cada vez mais pesquisas devem ser incentivadas na área de produção de livros didáticos e de apoio ao ensino.

2.6.1. Os temas da Educação Ambiental (EA) nas Escolas

A educação ambiental é uma forma de educação integral que visa abranger todos os cidadãos por meio de processos de aprendizagem participativa e permanente, e visa capacitar os alunos a uma consciência crítica sobre as questões ambientais, o que proporciona oportunidades para o seu dia a dia influenciar o mundo moderno. Ação progressiva, proteção ambiental e conscientização.

A educação ambiental só será concreta e eficaz quando for fortalecido o compromisso real entre as pessoas e entre os educadores e os educados. Segundo Morales (2009, p. 67), “De maneira geral, os educadores se deparam com o desafio de propor pressupostos teóricos e metodológicos a fim de concretizar a prática de uma sociedade sustentável”. Entende-se que ainda existe um grande distanciamento entre a educação ambiental atual e a necessária educação ambiental, que se tornará o alicerce de uma sociedade sustentável.

Para Carvalho (2004, p. 186), a educação ambiental (EA) e a formação ecológica devem estar interligadas ao processo de construção sociocultural:

O destinatário da educação, nesse caso, são os sujeitos constituídos em redes culturais, cuja ação sempre resulta de um universo de valores construídos social e historicamente. Não se apaga assim a dimensão individual e subjetiva, mas ela é compreendida em sua intercessão com a cultura e com a história – ou seja, o indivíduo é sempre um ser social e cultural.

Segundo Leff (2010, p. 40), não basta o conhecimento da crise ambiental, mas a “complexidade do conhecimento” caminhando para uma “consciência ecológica”:

A crise ambiental é a primeira crise do mundo real produzida pelo desconhecimento do conhecimento; desde a concepção do mundo e do domínio da natureza que geram a falsa certeza de um crescimento econômico sem limites, até a racionalidade instrumental e tecnológica como sua causa eficiente.

Autores como Carvalho (2004), Morales (2009), Tristão (2004), Leff (2010), Marcote e Suárez (2005) revelaram essas visões, para que tal sociedade possa mudar sem valor ambiental, resultando para alcançar uma sociedade sustentável, os

pontos-chave são a compreensão, a conscientização e a atuação do tema da responsabilidade ambiental. Salienta-se a necessidade de mudança e compromisso com o modelo de sustentabilidade e implementação da alta direção da “Agenda Global / Local / Escolar” 21, importante ação do governo para a sustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento econômico. É neste ponto que os profissionais da educação devem ser treinados e envolvidos na resposta a essas mudanças.

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