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5 1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE SÃO BORJA

Dentro da rede escolar estadual pública do município de São Borja – RS, escolhemos visitar apenas algumas, uma vez que esse universo é grande e não teríamos tempo hábil para tal empreitada. Entre as de porte grande, selecionamos três e do mesmo modo entre as de porte médio.

Analisando os currículos adotados, percebemos que todas oferecem conteúdos relacionados com a Educação Ambiental dentro da disciplina de ciências. É constante nos conteúdos programáticos temas como biomas brasileiros, á água e a vida, a poluição ambiental, o lixo e seus problemas e soluções, os recursos naturais e o meio ambiente.

Contudo, na maior parte do tempo, esses assuntos são trabalhados quase sempre sob a forma de informações e conceitos. A parte prática se restringe a pequenas ações apenas como complemento e forma de avaliação através da apresentação de tarefas em sala de aula mesmo.

No entanto, o trabalho desenvolvido pela Escola Tricentenário nos chamou bastante a atenção. Além das aulas informativas e expositivas, a instituição mantém uma oficina chamada “Patrulha Ambiental”, proposta pelos próprios alunos. Ela ocorre em turno inverso, com a participação voluntária de alunos da 4ª a 8ª série colocando em prática conceitos aprendidos.

O grupo não tem limites de participantes, mas adota critérios para o ingresso. O aluno precisa estar disposto a ser um disseminador dos conhecimentos adquiridos, ter uma postura e comportamento compatível com a função, servindo de exemplo para os demais e participar das reuniões assiduamente, salvo tenha um motivo justo.

As reuniões são realizadas duas vezes por semana, sempre às terças e quintas-feiras, durante noventa minutos. O grupo se reúne com a coordenação de uma professora específica para planejar as ações, elaborar roteiros e escalas e realizar atividades.

No início do ano, os alunos são convidados a participarem e comparecem a uma primeira reunião com a presença dos pais e da equipe diretiva para apresentação dos objetivos do trabalho. Depois, começam as atividades, sendo que nos primeiros encontros os alunos recebem orientações e informações teóricas para, então, começarem a prática propriamente dita.

Os participantes recebem treinamento, tornando-se, assim, um patrulheiro, e a professora coordenadora avisa que em todos os eventos realizados na escola (jogos, gincanas, exposições, feiras de ciências e festas) serão escalados integrantes para a tarefa de orientar o público quanto ao lixo, as normas e regras, prestar informações e auxiliar no controle e disciplina no local. Para tanto, precisam usar um jaleco com a identificação da Patrulha Ambiental. Este tem a cor verde para chamar a atenção e identificar os patrulheiros.

Neste encontro, também são discutidas as necessidades da escola, do bairro e da comunidade. A seguir são eleitas as prioridades e as medidas a serem implementadas. Todos participam da elaboração das estratégias e da execução das tarefas sempre em pequenos grupos, nunca individualmente.

Muitas atividades são realizadas dentro do recinto da escola, outras na comunidade. No primeiro caso, temos a reciclagem de papel, a instalação de lixeiras para a separação de resíduos, visita às salas de aulas para dar informações sobre o assunto e solicitar a colaboração de todos, confecção de brinquedos e utensílios com materiais reaproveitáveis, compostagem do lixo orgânico da cozinha, a fabricação do sabonete contra piolho com ervas medicinais.

Na comunidade, os patrulheiros realizam pesquisas para levantar dados sobre resíduos descartados e o consumo de água e energia, distribuição de materiais educativos com informações úteis, campanha do agasalho, plantio de árvores e orquídeas nas praças e avenidas do bairro, caminhadas ecológicas para coleta de sementes, pedras e limpeza da margem dos rios e barragens.

Constatamos que a escola desenvolve sua proposta de Educação Ambiental apostando na aprendizagem concreta e significativa, buscando formar conceitos a partir de ações empreendidas. Desse modo, envolve e motiva toda a comunidade escolar na execução do projeto, provocando verdadeiras transformações.

Esse fato foi detectado em conversas com alunos que mesmo sem fazer parte da patrulha, praticam as orientações que recebem porque acreditam e admiram os colegas que fazem esse trabalho. Por exemplo, um aluno do 3º ano declarou que procura usar corretamente seu caderno, sem desperdiçar as folhas porque elas são feitas vem das árvores e se poupar o papel, menos árvores precisarão ser cortadas. No pátio, nota-se que as crianças, na hora do recreio, utilizam as latas de lixo espalhadas no pátio para colocar os saquinhos e papeis da merenda, chamando a atenção de quem não o faz.

Como meio de estimular o grupo, a coordenadora se vale de vários instrumentos, desde vídeos educativos, até a análise de lâminas ao microscópio no laboratório de ciências. No início do ano, foi exibido o vídeo “O Quixote Reciclado”. O enredo apresentado une a teoria à prática, atingindo alunos de todas as idades e o aprendizado foi demonstrado na discussão após à exibição e através dos desenhos e da elaboração de textos com a temática desenvolvimento sustentável e reciclagem.

Em outros encontros, o grupo constatou que amar a vida é preservar o que existe, respeitando a Obra da Criação e compreendendo que todos estamos interligados como elos de uma corrente. Zelar pela integridade dessa relação significa melhor qualidade de vida num ambiente mais saudável e bonito.

Levando em consideração essa análise, os alunos decidiram fazer uma pesquisa de campo na comunidade da escola para saber a quantidade e qual o tipo de resíduo mais descartado pelos moradores, bem como obter informações sobre o consumo e a qualidade da água e o gasto de energia nas casas. A partir de questionários, foram levantados dados importantes que resultou na confecção de folders e panfletos com dicas e informações que foram distribuídos aos moradores do bairro. Esses materiais estão anexados no final deste trabalho (peças anexas).

Essa ação possibilitou conhecer a situação das famílias próximas, sua condição de vida e expectativas. Além do conhecimento estatístico, o levantamento mostrou às pessoas atitudes erradas e o que fazer para mudar a situação. Os patrulheiros enfatizaram a importância da preservação do meio ambiente, da limpeza das ruas e dos pátios, da separação do lixo, da economia de água e de luz. Segundo o relatório lido, os alunos foram bem recebidos e todos ficaram admirados com o empenho deles, comprometendo-se a auxiliar.

Quanto à questão do lixo, o grupo procurou orientar sobre a separação dos resíduos em úmidos e secos. Os moradores receberam informação de que isso facilita a coleta e que ajuda a quem vive da venda do material para reciclagem. Ilustrando a validade dessa atitude, os patrulheiros distribuíram panfletos com o tempo de degradação dos materiais mais comuns nas lixeiras do bairro e dos prejuízos que eles causam para a saúde e visual do local, além de provocarem o entupimento de bueiros causando, assim, inundações das casas, uma vez que a área onde o bairro está localizado é baixa e teve origem numa várzea.

Nesta ocasião, foi constatado ainda que muitas pessoas desconheciam os problemas citados e que grande parte do material descartado pode ser reaproveitado, propiciando economia dos recursos naturais e de energia. Além disso, o lixo reciclável torna-se fonte de renda para inúmeros desempregados do bairro.

Quanto a esse trabalho, levamos em conta o pensamento de Grossi (1989, p. 54) que afirma que o lixo industrial e doméstico se enquadra no sentido mais abrangente da poluição, mas analisando bem, também pode ser visto como um problema social, pois não deve ser abandonado a esmo e sim ser encaminhado para reciclagem, cabendo à comunidade realizar a coleta seletiva, evitando jogá-lo em lugares descampados ou nas ruas. Esses mesmos resíduos podem ser aproveitados na própria residência como vasos de plantas, para armazenar alimentos, para organizar pequenos materiais (pregos, alfinetes, etc), entre outros.

Uma das tarefas desenvolvidas pela Patrulha Ambiental inclui o plantio de árvores nativas e ornamentais nas vias públicas e na praça perto da escola (Praça Tricentenário) e do plantio de mudas de orquídeas para embelezar o local. A Avenida João Goulart recebeu diversas mudas desde seu início até o trevo de acesso à cidade. A Praça Tricentenário, também recebeu mudas, sendo que essas continuaram a receber cuidados como regas duas vezes por semana até que crescessem e apresentam ótimo desenvolvimento. As árvores foram plantadas em etapas, por isso encontram-se de vários tamanhos e as que já estavam crescidas receberam as orquídeas fixadas com tiras de TNT. Acompanhadas periodicamente, o grupo verificou que a maioria das árvores e orquídeas sobreviveram.

Na escola, os patrulheiros realizaram pesquisa nas salas de aula, nos turnos da manhã e tarde, para saber o volume e tipo de resíduos que mais eram descartados. Foi verificado que o maior volume era de papel. Diante disso, uma equipe foi escalada para recolher antes do final da aula o lixo da lixeira para posterior separação e reutilização.

Assim que um volume considerável de papel se acumulou, a turma foi instruída sobre a sua reciclagem e o que poderia ser confeccionado com o papel resultante. No laboratório de ciências, uma professora de ciências da escola ensinou o processo de fabricação do papel e como trabalhar com ele.

Foram feitas folhas pequenas porque as formas doadas pela direção só permitiam a fazer folhas quase do tamanho de papel A4. Esse material foi aproveitado para confeccionar cartões para datas comemorativas (natal, páscoa, dia do professor, aniversário). Uma parte serviu para revestir capas de cadernetas para anotações que foram compradas pela direção a fim de presentear os professores no final do ano. Dessa peça, fotos estão anexadas a este trabalho uma vez que foi impossível acrescentar o próprio caderno.

Com o papel reciclado da patrulha fabricou pequenas embalagens para acondicionar doces para lembranças no Seminário Escolar realizado pela escola. Ainda, foram confeccionadas máscaras para a apresentação do grupo de teatro, bastante criativas e divertidas (fotos anexas).

Também na escola, os alunos patrulheiros receberam informações quanto à separação do lixo em geral. Tais informações foram repassadas aos demais alunos, salientando a importância da separação dos resíduos. A patrulha preparou lixeiras com latas de tintas em cores diferentes e mostrou como utilizá-las adequadamente, facilitando a coleta e o encaminhamento dos resíduos.

Trabalhando com duas turmas de 4ª série, a Patrulha Ambiental promoveu uma oficina para a construção de brinquedos com sucata. As crianças aprenderam a construir bonecos, instrumentos esportivos, utensílios domésticos e objetos decorativos, além de muitos brinquedos.

Um número grande de peças criativas e interessantes foram fabricadas e depois doadas para a turma de Educação Infantil e primeiros anos da escola. Antes aconteceu uma exposição onde todos puderam ver o resultado do trabalho.

Na exposição, patrulheiros trabalharam na organização do evento e como guias. Depois, cada turma recebeu simbolicamente os brinquedos.

Com essa atividade, foi possível mostrar que podemos prolongar a vida útil de muitos resíduos que entulhariam os lixões do município. Ainda, a turma deu vazão a criatividade e desenvolveu valores e sentimentos como a cooperação, a solidariedade e o amor ao próximo e à natureza.

Desse modo, a Patrulha Ambiental prossegue sua empreitada, aprendendo e ensinando a Educação Ambiental no seu sentido mais rico e autêntico. Percebe-se que as crianças que se envolvem com esse tipo de trabalho se tornam mais conscientes e responsáveis, aprendendo a utilizar melhor os recursos disponíveis e o quanto suas atitudes são fundamentais para a conservação da natureza e o equilíbrio ambiental.

A grande expectativa da Educação Ambiental hoje, é manter a água limpa, o ar puro e a terra produtiva. Esses aspectos dependem de ações individuais e coletivas que no todo vão garantir um ambiente mais saudável para a humanidade. Mesmo com altos índices de poluição e os riscos vividos pela natureza, começam a se fazer sentir os efeitos do trabalho das escolas em relação a Educação Ambiental. Trabalhos como esse, estão preparando desde cedo cidadãos responsáveis capazes de tomar nas mãos o seu próprio destino e o do planeta.

Ao finalizarmos o nosso trabalho, compreendemos a importância de Educação Ambiental nas escolas como formadora de uma geração consciente e responsável pelo equilíbrio da natureza e sobrevivência da vida no planeta. Nesse sentido, entendemos que a sociologia, também, torna-se importante através da reflexão e do estudo dos comportamentos individuais e dos grupos quanto ao tema abordado.

Assim, acreditamos que a sociologia deve ser vista não apenas como um componente curricular, mas como uma disciplina capaz de romper paradigmas ultrapassados e modificar comportamentos. Desse modo, o aluno deixaria de ser um mero ouvinte para ser um produtor e disseminador de conhecimentos sobre a natureza, o meio ambiente e sua importância para melhorar a qualidade de vida do grupo em que vive e da sociedade como um todo.

Ao se apropriar dos conhecimentos, aprendendo a debater e agir de forma ecologicamente correta, o educando se torna sujeito da transformação social, incentivando e adotando atitudes modificadoras de consciências. Com isso, surgirá uma nova ordem social, mais justa e benéfica a todos.

Através desta pesquisa concluímos, então, que a sociologia trabalha com os valores individuais e coletivos, apresentando alternativas para solucionar uma questão preocupante: a questão ambiental. Com ela, as pessoas abandonam a idéias de que o lixo é tudo aquilo que não serve para ser utilizado, vendido ou trocado e por isso deve ser descartado. Mas que esse descarte, às vezes, feito de modo errôneo e irresponsável acaba causando transtornos enormes para as comunidades e que esses resíduos podem ser reaproveitados, transformando-se em fonte de renda para muitas famílias.

Com esse estudo, tomamos conhecimento que as escolas possuem papel fundamental no sentido de minimizar os problemas gerados pela geração de resíduos e sua acumulação sem critério ou tratamento. Contudo, vimos esses problemas são passíveis de solução desde que todos se conscientizem da necessidade de produzir menos resíduos e dar destino correto para o que não for possível deixar de produzir. Concluímos, então, que há um vasto campo a ser explorado pela sociologia para mostrar que depende da ação individual de cada um

e da ação coletiva, através da educação, da conscientização e do trabalho das instituições de ensino orientando desde cedo as crianças a se tornarem guardiões do meio ambiente.

Quando começamos as nossas pesquisas estávamos bastante pessimistas em relação ao tema, porque vimos que o homem é o único ser, na natureza que produz lixo e que é impossível viver sem produzi-lo. Encontramos uma série de artigos e matérias abordando a questão da poluição e do lixo como um problema insolúvel, cujas consequências eram as mais nefastas, atingindo a todos sem distinção.

Depois de muitas reflexões, percebemos que somente através da educação nas escolas é possível encontrar caminhos viáveis e concretos para atacar a problemática ambiental e que a sociologia como disciplina pode auxiliar provocando discussões, reflexões e mudanças de comportamentos. Decidimos, então, verificar o que está sendo feito nesse sentido para preparar os jovens para atuar como agentes transformadores.

Visitamos alguns estabelecimentos e constatamos que pouco é realizado de concreto nessa área. A maior parte, trabalha com teorias, pouca prática e dá pouca importância para a sociologia como disciplina no sentido de habituar os alunos a pensar, refletir e produzir conhecimentos nessa área.

Porém, grata surpresa foi essa escola de periferia que realiza um trabalho bonito e envolvente com a juventude local. Foi estimulante tomar conhecimento da existência da Patrulha Ambiental e de seu trabalho. Analisando as estratégias adotadas e as atividades realizadas, entendemos que não há outro meio de modificar consciências do que fazer do sujeito parte do processo. Com certeza, é esse o princípio que move os patrulheiros ambientais e eles se tornam multiplicadores de informações, movendo toda a comunidade para um único objetivo: a melhora da qualidade de vida de todos.

Embora a sociologia não seja trabalhada na sua plenitude, verificamos que os alunos são levados a pensar e a agir em prol da natureza e de mais qualidade de vida. Além disso, seu conhecimento é disseminado pelo bairro e na suas famílias, o que provoca mudança de comportamento e nas relações dos indivíduos entre si e com a natureza.

Ao concluirmos este trabalho compreendemos que a Educação Ambiental e a sociologia em nossas escolas públicas não recebem a seriedade que deveria. Com isso, persistem graves problemas ambientais e a falta de responsabilidade com o não aproveitamento de resíduos no município de São Borja, bem como no país inteiro.

Em conseqüência deste fato, crescem os danos ambientais, enquanto muitas tragédias ocorrem na natureza e que poderiam ser evitadas com o esforço e a dedicação de cada um. Ao longo dos anos só fizemos depredar o meio ambiente e, hoje, estamos tendo a resposta de nossas atitudes irresponsáveis. Sofre o planeta, sofremos nós.

Pensamos que chegou o momento de trabalharmos para reverter o quadro nefasto que pintamos e neste sentido, a educação é fator fundamental. Pois, é através dela que vamos atingir a nova geração com mais eficiência, transformando-a em agente ativo da recuperação do equilíbrio perdido.

No entanto, eis que surge uma nova consciência. A humanidade desperta e percebe o papel que lhe cabe: tornar o planeta mais puro, mais saudável, mais equilibrado como nos diz Leonardo Boff:

(...) Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra (2001, p. 9).

Enfim, temos a certeza de que ao finalizarmos este trabalho estamos atingindo os fins a que nos propormos: conhecer o que as escolas públicas estão fazendo quanto a Educação Ambiental e para conscientizar que esse é um problema de cada um e que a sua solução depende do esforço de cada um individual e coletivamente para que tenhamos um planeta saudável e que os recursos disponíveis se renovem e sejam suficientes para uma existência tranqüila. Ao mesmo tempo em que aprendemos muito através das leituras, das pesquisas e,

principalmente, ao tomar contato com uma juventude sadia, responsável e motivada a fazer a sua parte na luta pela preservação da vida.

Sem dúvida, esta foi uma grande experiência e um exemplo a ser seguido. Sua marca está gravada em nossa mente e coração e esperamos que se espalhe e contamine mais e mais pessoas.

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