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Educação Física e Esportes no Brasil: entendendo esta história

Conforme analisa Braid (2004) no decorrer da história, verificamos que a Educação Física enquanto disciplina nas escolas fundamentou-se por meio de leis e decretos. Portanto, conforme o discorrer da literatura, a autora observou que este fato influenciou sobre a prática da mesma ter permanecido por muito tempo vinculada ao Estado.

Castellani Filho (1994) também defende a assertiva sobre diversos papéis que a Educação Física exerceu no decorrer dos diferentes contextos históricos do Brasil, ou seja, cada papel, com seu significado próprio ao período em que se encontrava.

Seguindo esta idéia, Braid (2004) inicia suas análises partindo da origem da Educação Física, atribuindo-lhe seu nascimento em função de preocupações advindas dos médicos higienistas com um elevado grau de mortalidade da população branca do Brasil, em decorrência das péssimas condições básicas de higiene da população. Assim, a Educação Física

passou a ser obrigatória com a função de propiciar atividades saudáveis preparando tanto homens quanto mulheres para a geração de filhos fortes e saudáveis e que também zelassem pela família. Esta função higienista prolongou-se por todo o século XIX.

Com o século XX veio o avanço da tecnologia, principalmente dos meios de transporte, houve um processo de sedentarização da sociedade. Mas, a Educação Física ainda continuava com seu objetivo anterior de formar homens fortes para o bem da pátria. Este século caracterizou-se pela passagem de três períodos: o chamado estado novo, a ditadura militar e a pós-ditadura ou abertura política.

Durante o estado novo, a Educação Física ainda servia aos interesses do poder vigente, acrescentando-se como objetivos: a manutenção da segurança nacional perante os perigos considerados internos, que eram caracterizados pelas revoltas no país, e, por perigos externos, uma vez que registrava-se a participação do Brasil na 2ª Guerra e também no fornecimento de mão-de-obra que atendesse ao interesse somente no aspecto físico, que estivesse adestrada e capacitada de forma a manter o momento de implantação da industrialização que se iniciava no país. Castellani Filho (1998) reforça esta idéia ao esclarecer que a Educação Física atendia aos modelos político e econômico presentes naquele contexto e que se caracterizava pela industrialização e capacitação física. Objetivava-se capacitar o indivíduo sob a forma de adestramento, ou seja, a preocupação em se produzir um corpo que fosse saudável e forte que servisse a defesa da nação. À Educação Física cabia o papel de disciplinadora dos homens, adestrando-os de forma a não permitir qualquer tipo de questionamento.

Com o término do período do estado novo, iniciou-se uma série de discussões acerca do tema Educação, e de forma mais acentuada em relação à Educação Física enquanto componente curricular. Os debates resultaram na proposta de uma nova visão para esta disciplina, inserindo-a sob o viés educativo no âmbito da rede pública de ensino.

Mas a chegada da ditadura militar veio acompanhada de uma vontade por parte do governo em incentivar a Educação Física, principalmente, o esporte. Portanto, este período foi fortemente caracterizado pela massificação esportiva e pela divulgação intensiva das conquistas dos atletas de alto nível, que foram considerados como “heróis da pátria”. Os estudos registram que o que se pretendia na verdade, era que o desporto tivesse o papel de “analgésico” frente aos movimentos sociais que porventura ocorressem.

O período da ditadura militar foi enfático ao determinar a necessidade da prática da Educação Física em todos os níveis de ensino, inclusive instituindo sua obrigatoriedade no Ensino Superior. Na realidade, esta obrigatoriedade tinha a segunda intenção de ocupar o tempo livre do estudante, desta forma, levando-o a isolar-se de movimentos sociais relevantes que ocorriam na época.

Castellani Filho (1994) afirma categoricamente em seus estudos que a Educação Física Brasileira teve no decorrer de sua história, a influência e a relação com o as Instituições Militares, as quais se identificavam sensivelmente com a filosofia positivista. A formação de homens considerados “fortes e saudáveis” através da Educação Física esteve presente desde o século XIX, mas esta compreensão que relacionava a Educação Física com o físico e com a saúde corporal não resulta somente dos militares; mas também da grande influência médica. A Educação Física passaria, através dos higienistas, a desempenhar além do papel de produzir um corpo forte e saudável, o mesmo corpo deveria ser vigoroso e harmonioso organicamente; reforçando a proliferação do racismo e de preconceitos, uma vez que este “tipo de corpo” elege os brancos como a pura raça. Havia o interesse dos higienistas em associar a Educação Física com a Educação. Desta forma, concordamos com o autor que as reinterpretações da história não a tornam uma verdade absoluta, e sim um processo.

A partir de meados do século passado, o Brasil vai se desenvolvendo e com isto vão ocorrendo problemas de ordem urbana, principalmente no Rio de Janeiro. Os problemas na organização social geraram desequilíbrios da distribuição de rendas e como conseqüência tivemos a ocupação irregular do espaço urbano, levando à formação de focos de insalubridade e submoradias, havendo, portanto, a necessidade de se tomar medidas técnicas, tanto na área da engenharia quanto na área da saúde pública. (GEBARA, 2005).

A última década de XX trouxe consigo uma época repleta de discussões sobre a Educação Física, quando então as pesquisas apontavam por uma crise de identidade da mesma ao negar os padrões existentes e pela ausência de novos que os substituíssem. Este período caracterizou-se pela busca de mudanças nos campos filosóficos, didáticos e metodológicos. (GEBARA, 2005).

Braid (2004) atribui a Educação Física, em relação ao decorrer da história, um papel de alienante em razão de sempre estar a serviço da ideologia dominante vigente. O processo de alienação era atribuído ao fato de serem excluídas crianças e adolescentes, que eram

consideradas inaptas e/ou sem habilidades específicas, em função do esporte de alto nível. Quanto ao ponto elitista, era porque tratava o corpo do aluno como um objeto manipulável, sendo apenas aceito quando compatível com os padrões estabelecidos para o esporte de alto rendimento. Um alerta é feito pela referida autora ao denunciar que ainda permanecem trabalhos de profissionais que carregam esta busca somente pela ótica do físico, da produção de homens considerados fortes e saudáveis, herança de tempos do higienismo do período colonial ou mesmo também com profissionais voltados para a disciplina mecânica, fruto do militarismo do Estado Novo; e também àqueles voltados para o adestramento, uma preocupação excessiva na perfeição e realização de gestos técnicos, oriundos da ditadura militar.

Por outro lado, felizmente, também há a busca de profissionais em promover um tratamento mais humano às práticas corporais. Há uma série de estudos voltados para o desenvolvimento de práticas pedagógicas da Educação Física com olhares críticos sobre os corpos dos alunos, distinguido-se dos modelos mecânicos e tecnicistas.

A visão de corpo pode se dar sob diferentes ângulos, e ao citar a contribuição de Piaget como um importante educador suíço, define:

Para ele, o desenvolvimento da criança e do jovem, está relacionado ao processo de construção do pensamento. E o pensamento lógico é atingido, após a elaboração das experiências sensoriais e motoras, as primeiras que a criança tem ao entrar em contato com a vida. Assim, a experiência corporal é tomada com princípio básico, para o desenvolvimento da inteligência. Pensar e agir interligados, indissociáveis. (BRAID, 2003, p.55).

Gebara (2005) destaca que o mais importante que considera em seu trabalho, é a busca de um referencial que compreenda o homem brasileiro. Mudanças nos níveis político, educacional e cultural passam a construir o homem no Brasil. São tempos em que ocorre o fortalecimento das instituições políticas, das fronteiras brasileiras e do próprio Estado Nacional. É neste cenário que a Educação Física passa a ser compreendida de forma mais conceitual.

Durante o século XX, a relação entre a prática de exercícios e o saber da medicina foi explicitamente reivindicada pela Educação Física.

Com a chegada dos desportos no Brasil, no início do século XX uma nova definição da Educação Física enquanto área de conhecimento abrangeria os esportes modernos e o conceito da educação física.

O processo de escolarização da Educação Física, marcado fortemente, prorrogou- se até os anos 60 quando então o movimento Esporte Para Todos - EPT e a consolidação da Educação Física no Ensino Superior (principalmente na configuração de pós-graduação), levou a Educação Física a um novo patamar no desenrolar de sua história.

Podemos perceber que no decorrer da história, houveram diferentes interesses conforme os contextos políticos, onde a Educação Física atendia às ideologias vigentes: disciplina, nacionalismo, força e “saúde”. Nesta lógica atribuída aos corpos que atendam a padrões pré-estabelecidos, prevalece uma seleção dos mais bonitos, dos mais aptos e dos mais fortes. Foram décadas onde o papel da Educação Física escolar priorizava as vertentes tecnicistas, esportistas e biologicistas.

A Educação Física que aqui queremos abordar e a que compôs parte de nossa entrevista semi-estruturada aplicada nos atletas paraolímpicos, é a Educação Física que entendemos como uma disciplina que faz parte do projeto pedagógico da escola, e como tal, deve abordar não somente a visão biológica do aluno, mas principalmente incorporar os aspectos afetivos, cognitivos e socioculturais do mesmo. É preciso que esta disciplina realmente faça parte do contexto da escola, que considere a vivência de cada aluno lançando estratégias para que todas as atividades estejam ao alcance de todos os alunos. Ao nosso entendimento, as aulas de Educação Física devem incluir atividades de jogos, brincadeiras, esportes, propiciar vivências motoras e lúdicas, sem perder de vista as características e necessidades de cada aluno. Não se trata de uma tarefa fácil, mas acreditamos ser realmente importante que o professor de Educação Física na escola não perca de vista que o nosso aluno quando chega, traz consigo uma bagagem cultural, motora e afetiva. E é esta Educação Física que entendemos e que, ainda aliada à preocupação em desenvolver a cidadania (direitos e deveres) do aluno, favorece a possibilidade dele se colocar no mundo respeitando e sendo respeitado pela sociedade.

E é a esta Educação Física na escola que nos referimos e que consideramos como uma das maiores portas de entrada das pessoas para a iniciação desportiva. Sobre esta questão que envolve a iniciação desportiva no desporto tradicional e no desporto adaptado, recorreremos as análises realizadas por Araújo (2007) que apresentam duas células que sintetizam sobre este assunto: iniciação desportiva.

Na primeira célula, o autor nos explica que de maneira geral, existem para as pessoas alguns caminhos a serem trilhados para a iniciação desportiva. Tendo a sociedade a

característica de ser multifacetada, esta vai se refletir na sua aproximação com o desporto, ou seja, também observaremos esta característica da sociedade multifacetada na iniciação desportiva, através da pluralidade. Assim exemplifica: pensemos numa criança cuja estrutura familiar apresenta-se financeiramente estável. Desde cedo, esta criança terá acesso a clubes ou escolhinhas de judô, futebol, balé, natação entre outros. Assim sendo, para estas pessoas, com esta estrutura, o ingresso na vida desportiva ocorrerá de forma espontânea. Por outro lado, a iniciação desportiva também poderá ter sua porta de entrada através de atividades como jogar futebol no terreno baldio ou mesmo na rua do bairro onde ela mora.

Também colaboram para o ingresso desportivo os trabalhos promovidos por voluntários em associações e grêmios comunitários por intermédio de algumas Organizações Não-Governamentais (ONGs).

Neste universo de possibilidades, também existe o caminho para o desporto através de orientações de profissionais de saúde: nutricionistas, médicos e psicólogos, todos estes utilizando-se do desporto para promoção do bem-estar físico e mental de seus pacientes.

No entanto, é no desporto enquanto conteúdo da disciplina Educação Física Escolar que a iniciação esportiva encontra seu maior aliado, atingindo uma maior população.

Desta forma, entendemos e concordamos com Araújo (2007), pois entendemos que o esporte a ser abordado na escola precisa contar com um planejamento pedagógico cujas atividades propostas sejam voltadas para a acessibilidade de todos os alunos, não que a competição não deva ser desenvolvida, mas que o objetivo não seja somente esse. Não é objetivo da escola a busca por talentos esportivos, mas sim proporcionar vivências das diferentes modalidades e então, como conseqüência, poderemos descobrir esses novos talentos. Caberá aos clubes o desenvolvimento dos talentos descobertos e assim o desenvolvimento de treinamentos específicos que promovam o êxito e a motivação dos atletas.

Importante destacarmos que Araújo (2007) nos alerta sobre o fato de que, por muitas vezes, as atitudes das escolas frente aos alunos no que se refere à sua participação e na aprendizagem nas aulas de Educação Física poderão ser positivas ou negativas.

Essas atitudes a que nos referimos ocorrem quando o conteúdo do desporto é desenvolvido de forma fragmentada, visando à formação de atletas e à promoção de talentos desportivos, conforme relata Araújo (2007, p. 26, grifo do autor),

Objetivamente afirmamos que o esporte deve ser entendido como conteúdo de uma área de conhecimento e sua proposta de ensino deve ser cuidadosamente planejada e organizada, uma vez que por intermédio da intervenção do professor ou profissional de Educação Física poderá acontecer uma nova atitude do aluno em relação ao seu estilo de vida, portanto, não apenas a aquisição de uma habilidade esportiva motora ou técnica.

Conforme ainda o referido autor, felizmente, a pedagogia do movimento que atualmente assume a identidade de Pedagogia Esportiva, tem delineado ações neste quadro da iniciação desportiva. Esta linha de aprendizagem defende a importância da promoção de experiências motoras de forma diversificada com a intenção de promover o envolvimento do aluno e como conseqüência o seu desenvolvimento. Esta nova perspectiva de trabalho, juntamente com as discussões e estudos em torno da inclusão, estão contribuindo substancialmente para a transformação deste cenário, as pessoas em condições de deficiências, que até então atuavam como meras espectadoras das aulas de Educação Física, que se abstiveram de oportunidades que promovessem o seu crescimento e desenvolvimento físico, motor, emocional e social das experiências motoras mais globais, principalmente relacionadas à participação efetiva nas aulas de Educação Física, começam a vislumbrar novos horizontes de oportunidades.

No que se refere ao perfil da célula identificada por Araújo (2007, p. 25), em relação à iniciação desportiva, os caminhos para a iniciação desportiva na ótica das pessoas em condições de deficiências se apresentam de uma forma um pouco mais complexa.

Segundo o autor, a pessoa em condição de deficiência adquirida, inicia-se na prática desportiva a partir de um (re)começo de sua vida, para entendermos melhor: esta busca ocorre após a estabilidade das alterações conseqüentes da sua deficiência, quer seja nos aspectos orgânicos ou psicológicos.

Estas novas possibilidades que foram abertas se refletem no campo social e no campo do desporto, surgindo então a busca pela ampliação das pessoas com deficiências na vida como um todo.

Com as descobertas das novas possibilidades em suas vidas, estas percebem que as conquistas estão mais próximas do que elas imaginam: sensações de segurança, recuperação da auto-estima, novas oportunidades, quer seja no campo social ou nos benefícios orgânicos, a questão é que por meio deste novo olhar, em como agir e viver, as pessoas em condições de

deficiências encontram uma nova forma de se posicionarem mediante a vida. Daí o papel fundamental e positivo que a Educação Física pode e deve fazer.

A forma positiva pela qual a Educação Física pode se manifestar, depende da maneira como esta intervenção acontece, podendo gerar benefícios ou não. Um trabalho de intervenção voltado pela busca de um ideal de corpo visando o desempenho, poderá eminentemente reforçar pontos negativos, uma vez que a busca pelo ideal poderá desviar do que se é na verdade, ou seja, de seu corpo real. A busca por um corpo ideal poderá desviar de seu verdadeiro corpo real.

“Esta é uma realidade não apenas com relação à PCD, mas a toda pessoa que se deparar com profissionais que desenvolvam intervenções desligadas dos valores, das sensações e dos desejos daqueles que estão sobre a sua responsabilidade em trabalhos na área da Educação Física”. (ARAÚJO, 2007, p. 29).

Se perguntarmos para um grupo de pessoas que freqüentaram a escola bem como as aulas de Educação Física, talvez uma maior parte delas tenha suas lembranças como momento de alegria, de prazer, de brincadeiras, de desafios, de competição, enfim, são lembranças que podemos considerar como positivas. Mas podemos também encontrar, o que não será difícil, uma boa parte destas pessoas que trazem consigo sentimentos de frustração, vergonha, incompetência, rejeição, discriminação, enfim, não são boas lembranças das aulas de Educação Física na escola.

Mediante as contribuições das abordagens pedagógicas, defendemos uma Educação Física na escola que, para que cumpra o objetivo de atender a pessoa em condição de deficiência, deve ter como proposta buscar a promoção de diferentes atividades lúdicas e/ou desportivas, objetivando-se a valorização do aluno como ser único, respeitando-se suas individualidades, tornando-o crítico mediante a sociedade, promovendo a sua auto-estima através dos desafios propostos. Deve ser constituída por professores comprometidos em utilizar estratégias necessárias para promover o respeito à diversidade entre os alunos.

Capítulo IV

4 EDUCAÇÃO FÍSICA MEDIANTE AS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS

No início da década de 1980, a Educação Física passou a ser estudada por um conjunto de diferentes abordagens sob os ângulos científicos e filosóficos, cujos objetivos consistiam na proposta de mudanças das práticas docentes, era preciso repensar novas reflexões sobre a ação pedagógica dos professores mediante o quadro tecnicista e biológico existente. As abordagens se diferenciavam em princípios curriculares como os objetivos, os conteúdos, as estratégias e a avaliação. Dentre todas as abordagens que foram propostas no presente trabalho, optou-se por destacar àquelas que consideramos como de maior representatividade na educação básica, uma vez que um dos objetivos a que se propôs esse trabalho é o de verificar qual foi a influência da Educação Física na vida escolar dos atletas paraolímpicos. A intenção de apresentarmos essas abordagens compõe parte do subsídio teórico proposto como forma a compreendermos a educação física escolar contextualizando-a em nossa temática do desporto adaptado. A busca pela fundamentação científica da Educação Física é um ponto em comum entre todas as abordagens.

Esclarecemos aqui, que em diversos momentos das diferentes abordagens, o termo vivência será utilizado. Por isso, emprestaremos a idéia de Betti (1992) para nos posicionarmos sobre o assunto entendendo vivência como sendo a importância e a necessidade da criança em experimentar, em praticar as diferentes formas de movimento, quer sejam no campo desportivo ou não, percebendo ainda que possíveis conhecimentos afetivos e culturais podem ser adquiridos com a prática destes movimentos.

Compartilhamos com a definição de Educação Física Escolar que muito nos agrada apresentada por Fonseca e Muniz (2000, p.81) que relatam:

Pensamos a educação física escolar como uma prática social voltada para o desenvolvimento do corpo e da competência motriz da criança, sem o intuito de performance, possibilitando a vivência de diversas experiências culturais que

fazem parte do universo infantil. Nesta perspectiva, as aulas de Educação Física devem ser vislumbradas como espaço que possibilite promover a autonomia da criança, a segurança na realização das atividades, o desenvolvimento da criatividade, da imaginação. Do domínio corporal, do prazer e principalmente, da ludicidade.

Iniciemos nossas explanações pela proposta Construtivista-Interacionista que tem como representante das idéias Freire (1994). O autor defende sua idéia de que o período da infância é marcado pela atividade motora e pela fantasia. Ocorre que as crianças ao entrarem na escola acabam sendo submetidas a uma imobilidade que é considerada como forma de aprendizagem. Essa falta de liberdade da criança descaracteriza o período de intensa atividade motora pela qual ela vivencia, mas mesmo assim, ela aprende, por menor que seja o espaço para a liberdade, ela aprende. Um dos papéis desenvolvidos pela escola é o de formar cidadãos capazes de intervirem na sociedade para que esta seja mais justa e democrática. Portanto, uma sociedade que se traduz como livre não pode se formar através de escola que não conceda a liberdade às

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