6 RESULTADOS
6.4 Efeito de concentrações subinibitórias (CSI) do OELaII na ação
As concentrações subinibitórias utilizadas foram determinadas a partir das CIM obtidas para cada cepa de S. aureus (Tabela 7).
Tabela 7 – CIM e CSI do OELaII para cepas de referência e isoladas de espécimes clínicas de ambiente hospitalar de S. aureus.
OELaII (mg/mL) CSI
Cepas CIM 1/2xCIM 1/4xCIM 1/8xCIM 1/16xCIM
S. aureus ATCC 6538P* 0,312 0,156 0,078 0,039 0,019 S. aureus ATCC 33591** 0,625 0,312 0,156 0,078 0,039
S. aureus * 0,312 0,156 0,078 0,039 0,019 S. aureus 2** 0,625 0,312 0,156 0,078 0,039
A CIM é a menor concentração de OELaII, capaz de inibir o crescimento das cepas de S. aureus, com ausência de turvação visível e as CSI são concentrações de OELaII menores que a CIM (1/2, 1/4, 1/8 e 1/16). *OSSA **ORSA. Controle negativo: Tween 80 a 1%.
6.4.1 Atividade catalase
O OELaII foi capaz de inibir a atividade da enzima catalase nas cepas de S.
aureus ATCC 6538P e S. aureus 2, até a concentração de 0,019 e 0,039 mg/mL (1/16xCIM ),
respectivamente, quando comparadas ao controle sem tratamento (Tabela 8).
Tabela 8 – Efeito da CSI do OELaII na atividade catalase de cepas de referência e isoladas de espécimes clínicas de ambiente hospitalar de S. aureus.
Intensidade da atividade da catalase Concentrações subinibitórias do OELaII
(mg/mL)
Controles 1/2xCIM 1/4xCIM 1/8xCIM 1/16XCIM Positivo Negativo
S. aureus ATCC 6538P* ++ ++ ++ ++ +++ -
S. aureus ATCC 33591** - - - - +++ -
S. aureus 1* - - - - +++ -
S. aureus 2** ++ ++ ++ ++ +++ -
A intensidade de liberação de oxigênio foi avaliada por meio de escores: (+): Fraca, (++): Moderada, (+++): Intensa, (-): Sem atividade; Volume de cultura utilizado: 100uL; Volume de peróxido de hidrogênio 3% utilizado: 100µL; Controle positivo: Cultura sem tratamento prévio com CSI do OELaII; Controle negativo:
Escherichia coli ATCC 10536. *OSSA **ORSA.
A Figura 19 mostra a atividade catalase da cepa de S. aureus ATCC 6538P quando previamente exposta a CSI de OELaII, com ocorrência de diminuição na intensidade de liberação de oxigênio.
Figura 19 – Efeito da CSI do OELaII na atividade catalase de cepas de S. aureus ATCC 6538P.
A intensidade da liberação de oxigênio foi avaliada por meio de escores: (+): Fraca, (++): Moderada, (+++): Intensa, (-): Sem atividade; Volume de cultura utilizado: 100µL; Volume de peróxido de hidrogênio 3% utilizado: 100µL; Controle positivo: Cultura sem tratamento prévio com CSI do OELaII; Controle negativo:
6.4.2 Atividade coagulase
A atividade da enzima coagulase de cepas de S. aureus testadas não foi alterada pela exposição às CSI de OELaII (Tabela 9).
Tabela 9 – Efeito da CSI do OELaII na atividade coagulase de cepas de referência e isoladas de espécimes clínicas de ambiente hospitalar de S. aureus.
Atividade da coagulase
Concentrações subinibitórias do OELaII (mg/mL)
Controles 1/2xCIM 1/4xCIM 1/8xCIM 1/16xCIM Positivo Negativo
S. aureus ATCC 6538P* + + + + + -
S. aureus ATCC 33591** + + + + + -
S. aureus 1* + + + + + -
S. aureus 2** + + + + + -
Reação da coagulase: (+): positiva, (-): negativa. Volume de cultura utilizado: 20uL; Controle positivo: Cultura sem tratamento prévio com CSI do OELaII; Controle negativo: Staphylococcus epidermidis ATCC 12228. *OSSA **ORSA.
A Figura 20 mostra que a atividade da coagulase da cepa S. aureus ATCC 6538P, não foi inibida por sua exposição previa a CSI de 0,156 mg/mL de OELaII (1/2xCIM). O mesmo padrão de aglutinação foi observado para todas as cepas testadas, quando expostas as diferentes CSI de OELaII.
Figura 20 – Efeito da CSI do OELaII na atividade coagulase de cepa de S. aureus ATCC 6538P.
6.4.3 Atividade lipase
As culturas de S. aureus ATCC 6538P e S. aureus 2 quando tratadas com CSI de OELaII sofreram redução na atividade das enzimas lipases, o que pode ser constado pela diminuição do diâmetro do halo de lipólise. Essa redução ocorreu até a concentração de 0,019mg/mL (1/16xCIM) e 0,039mg/mL (1/16xCIM), respectivamente, quando comparado ao controle positivo, de maneira concentração-dependente. Para as cepas S. aureus ATCC 33591 e S. aureus 1, as CSI de OELaII utilizadas não foram capazes de inibir a atividade da enzima lipase (Tabela 10).
Tabela 10 – Efeito da CIS do OELaII na atividade lipase de cepas de referência e isoladas de espécimes clínicas de ambiente hospitalar de S. aureus.
Diâmetro do halo de lipólise (mm)*
Concentrações subinibitórias do OELaII (mg/mL) Controles 1/2xCIM 1/4xCIM 1/8xCIM 1/16xCIM Positivo S. aureus ATCC 6538P* 11,5±0,5 11,5±0,5 12,5±0,5 13±0,00 13,5±1,00 S. aureus ATCC 33591** 9,5±0,5 10,0±0,00 10,0±0,5 10,0±0,00 9,0±0,00 S. aureus 1* 26,0±0,00 26,5±0,05 26,5±0,5 26,5±0,5 25±0,00 S. aureus 2** 7,0±0,00 8,0±0,00 8,5±0,00 9,0±0,5 11±0,00 (*): Média ± EMP dos halos de lipólise (mm) de dois ensaios; Volume de cultura aplicado em cada poço: 25µL; Tamanho do poço: 6mm; Controle positivo: cultura sem tratamento prévio com CSI de OELaII. *OSSA; **ORSA.
A Figura 21 mostra a atividade lipase de cepa de S. aureus ATCC 6538P quando exposta previamente a CSI de OELaII. Não houve redução dos halos de lipólise quando comparado ao controle positivo.
Figura 21 – Efeito da CSI do OELaII na atividade lipase de cepa de S. aureus ATCC 6538P.
Volume de cultura aplicado em cada poço: 25µL; Tamanho do poço: 6mm; Controle positivo: cultura sem tratamento prévio com CSI de OELaII. Fonte: próprio autor.
6.4.4 Atividade DNAse
O OELaII até na concentração 0,019 mg/mL (1/16xCIM) foi capaz de inibir a atividade da enzima DNAse apenas na cepa de S. aureus 2. Para as demais cepas testadas nenhuma das concentrações utilizadas foi capaz de inibir essa atividade (Tabela 11).
Tabela 11 – Efeito da CSI do OELaII na atividade DNAse de cepas de referência e isoladas de espécimes clínicas de ambiente hospitalar de S. aureus.
Atividade da DNAse
Concentrações subinibitórias do OELaII (mg/mL)
Controles 1/2xCIM 1/4xCIM 1/8xCIM 1/16xCIM Positivo Negativo
S. aureus ATCC 6538P* + + + + + -
S. aureus ATCC 33591** + + + + + -
S. aureus 1* + + + + + -
S. aureus 2** - - - - + -
Volume de cultura utilizado: 20µL; (+): positivo para atividade da DNAse; (-): negativo para atividade da DNase; Controle positivo: Cultura sem tratamento prévio com CSI de OELaII; Controle negativo: Escherichia
coli ATCC 10536. *OSSA; **ORSA.
Na Figura 22 é mostrada a atividade DNAse de cepa de S. aureus ATCC 6538P quando previamente exposta a CSI de OELaII. Podem ser vistos halos claros, em torno do crescimento microbiano, onde o DNA foi degradado pela ação da DNAse, contrastando com o meio opaco pela precipitação do DNA íntegro na presença de HCl 1%.
Figura 22 – Efeito da CSI do OELaII na atividade DNAse de cepa de S. aureus ATCC 6538P.
Volume de cultura utilizado: 20µL; Controle positivo: Cultura sem tratamento prévio com CSI de OELaII. Fonte: próprio autor.
6.5 Influência dos diferentes valores de pH na atividade antimicrobiana do OELaII