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2.4 Hipóteses da pesquisa

2.4.4 O efeito moderador da tipologia de redes, da idade, do tamanho e do segmento da empresa

aprendizagem organizacional e conhecimento, refletindo no seu desempenho. A lógica dessa hipótese de pesquisa está consolidada abaixo:

H3 – O acesso aos recursos está positivamente associado com o desempenho.

2.4.4 O efeito moderador da tipologia de redes, da idade, do tamanho e do segmento da empresa

Como estratégia para se manter no mercado e se tornar independente de grandes empresas, se organizar em um modelo de arranjo organizacional no formato de rede pode ser extremamente eficaz (WEGNER, 2005). Nesse sentido, e levando em conta os objetivos, estrutura e formalização de poder, as redes de cooperação empresarial podem assumir diferentes configurações (ENGELMAN; NAGEL; WEGNER, 2013). A mais frequente destas configurações é estabelecida pelas relações entre os atores envolvidos e pelo grau em que se formaliza o arranjo, podendo ser do tipo horizontal ou vertical (MARCON; MOINET 2000, BALESTRIN; VARGAS, 2004), ainda, essa relação pode ser em formato de rede associativa (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).

As pesquisas de Engelman, Nagel e Wegner (2013) compararam os benefícios e desafios de participar de dois tipos diferentes de rede: horizontal e vertical e encontraram que os maiores benefícios em participar das redes horizontais estão concentrados em ganhos de escala e redução de custos, e os principais desafios estão na falta de cooperação e geração de conhecimento. Já na configuração vertical, todos os ganhos competitivos são observados, mostrando o caráter mais estratégico desta modalidade de rede.

Quanto às associativas, outro tipo de rede, um dos principais aspectos positivos de fazer parte desta configuração consiste na redução das incertezas ambientais conquistada que por meio de ferramentas que promovem a formação e o crescimento dos grupos de empresas, administrando o fluxo de recursos entre os associados e entre estes e as demandas externas. Esse tipo de rede é encontrado principalmente em setores onde as grandes empresas concorrem com as micro e pequenas empresas, as quais buscam na associação uma orientação e motivação para sua sobrevivência (ENGELMAN; NAGEL; WEGNER, 2013).

Nesse sentido, o tipo de rede, seja ela quase vertical, vertical ou horizontal, pode produzir um efeito moderador na relação entre recursos e desempenho, visto que cada tipo possui características peculiares de conjuntura empresarial. Assim, apresenta-se a primeira hipótese de moderação:

H4a: O tipo de rede modera a relação entre recursos e desempenho.

O tamanho da firma, idade, posição do competidor e o mix de produtos como fatores decisivos para formação de uma rede interorganizacional foi estudado por Diniz Pereira et al. (2010), os quais encontraram resultados significativos, principalmente, quanto ao tamanho da firma, na medida que quanto maior a empresa, comparada aos seus concorrentes diretos, menor o incentivo para procurar alianças estratégicas. O controle de mercado está entre as principais razões para o sucesso das grandes empresas (PERROW, 1998), vantagem esta que as empresas menores não conseguem usufruir, buscando as redes como opção estratégica para ampliar seu poder de mercado.

Os ganhos competitivos que as empresas usufruem ao participar de uma rede estão fortemente vinculado à sua idade, ou seja, seu tempo de atuação. As redes mais jovens, com menor tempo de atuação, priorizam a redução de custos e a oferta de soluções aos seus associados. Por outro lado, as redes mais maduras usufruem de outros ganhos como as relações sociais, aprendizagem e inovação (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). A maior discrepância entre empresas com idade mais jovem e mais maduras está no fator Redução de Custos e Riscos, visto que os participantes de redes com menos tempo de atuação valorizam em maior grau se comparados aos das redes com mais de dois anos de existência (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).

Dessa forma, a idade da empresa pode moderar a relação entre recursos e desempenho, na medida que a diferença no tempo de atuação da empresa também reside na valorização de

fatores diferentes, ou seja, empresas mais maduras valorizam fatores que são diferentes dos valorizados pelas empresas mais jovens. Essa lógica é representada pela hipótese a seguir:

H4b: A idade da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

Verschoore e Balestrin (2008) pesquisaram os fatores que afetam o estabelecimento de redes de cooperação no Rio Grande do Sul. O fator ganho de escala é valorizado por redes com menos de 15 associados, pois redes maiores se beneficiam da maior escala e do maior poder de mercado. Por outro lado, redes maiores, com mais de 30 associados valorizam em menor grau o fator aprendizagem e inovação em relação às redes menores, indicando que nas redes maiores pode haver dificuldade nos processos de inovação e até mesmo em propiciar um ambiente voltado ao aprendizado.

O tamanho da rede e a relação direta com o valor atribuído a acesso às soluções, escala e poder de mercado, demonstra que as diversas vantagens obtidas por meio das redes de cooperação dependem do contínuo crescimento do número de seus membros, visto que a geração de ganhos competitivos das redes de cooperação está fortemente condicionada a seu tamanho e a seu tempo de atuação. As redes menores, ainda em fase de consolidação, priorizam a redução de custos e a oferta de soluções aos seus associados, sendo que os benefícios reais vão se alcançando à medida que a rede vai evoluindo em tempo e tamanho (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). Diante o exposto, postulou-se a seguinte hipótese de pesquisa:

H4c: O tamanho da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

Os tipos de segmento de rede foram estudados por Ferraretto (2014), o qual discorre acerca de vários tipos de segmento além dos citados neste estudo. Sendo assim, as rádios do segmento comercial são caracterizadas pela venda de anúncios comerciais, destinados ao público ouvinte daquela rádio. As rádios do segmento cultural ou comunitária voltam sua programação para o entorno onde a emissora atua, adotando uma linha de trabalho afinada aos objetivos da comunidade e formação da cidadania (FERRARETTO, 2014). Com base nos argumentos apresentados elaborou-se a seguinte hipótese de pesquisa:

2.5 Modelo teórico da pesquisa

A partir da elaboração das hipóteses de pesquisa, as quais foram elaboradas levando em consideração a literatura estudada e, também, os objetivos propostos por este estudo, está constituído o modelo teórico desta pesquisa (Figura 4). Por meio do modelo, buscou-se alinhar os construtos responsáveis por responder os objetivos propostos por esta pesquisa, tendo como fator central o desempenho, o acesso aos recursos e o pertencimento à rede.

Figura 3 - Modelo teórico da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

No quadro a seguir, apresenta-se um resumo das hipóteses de pesquisa estabelecidas nessa dissertação.

Quadro 3 - Resumo das hipóteses de pesquisa

Hipótese de pesquisa

H1 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes maior acesso aos recursos se

comparado às empresas não pertencentes.

H2 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor desempenho, se

comparado às empresas não pertencentes.

H3 – O acesso à recursos está positivamente associado com o desempenho. H4a - O Tipo de rede modera a relação entre recursos e desempenho. H4b – A idade da empresa modera a relação entre recursos e desempenho. H4c - O Tamanho da empresa modera a relação entre recursos e desempenho. H4d - O Segmento da empresa modera a relação entre recursos e desempenho. Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Rede Recursos Desempenho Tipo H4a Idade H4b Tamanho H4c SegmentoH4d H1 H2 H3

3 MÉTODO

Este estudo tem como objetivo investigar as relações entre rede, recursos e desempenho e o possível efeito moderador da tipologia, idade, tamanho e segmento da empresa. Dessa forma, levando-se em conta o problema de pesquisa e o objetivo, a natureza da pesquisa é de abordagem quantitativa, de caráter descritivo e corte transversal, operacionalizada por meio de uma survey. O método quantitativo foi escolhido devido a melhor aderência em relação ao problema de pesquisa – quais são os efeitos das redes interorganizacionais no acesso aos recursos e no desempenho das empresas? Pois, há o interesse em saber se existe diferença de desempenho entre empresas que utilizam determinados tipos de recursos e empresas que não utilizam.

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