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3. Suplementos e Esteróides Anabolizantes

3.2 Esteróides Anabolizantes

3.2.1 Efeitos adversos

Alguns dos principais efeitos do abuso dos esteróides anabolizantes são:

nervosismo, irritação, agressividade, problemas hepáticos, acne grave (em geral ocorre nas costas e no peito, ocasionando um problema estético sério), problemas sexuais e cardiovasculares, aumento do HDL (forma boa do colesterol), diminuição da imunidade. Além disso, aqueles que se injetam ainda correm o risco de compartilhar seringas e contaminar-se com o vírus do HIV ou da hepatite.

Outros efeitos:

Além dos efeitos mencionados, outros também graves podem ocorrer:

 No homem:

10 Os testículos diminuem de tamanho, a contagem de espermatozóides é reduzida, impotência, infertilidade, calvície, ginecomastia (ou desenvolvimento de mamas, que pode necessitar de cirurgia para ser eliminada), dificuldade ou dor para urinar e aumento da próstata.

 Na mulher:

Crescimento de pêlos faciais, alterações ou ausência de ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa, diminuição de seios. Alguns desses efeitos são irreversíveis, ou seja, mesmo na ausência do anabolizante não há retorno da condição normal.

 No adolescente:

O anabolizante pode provocar maturação esquelética prematura e puberdade acelerada, levando a um crescimento raquítico, provocando estatura baixa.

A variação de humor, incluindo irritabilidade e nervosismo provocados pelo abuso de anabolizantes, pode chegar à agressividade e à raiva incontroláveis.

Os usuários podem experimentar ainda, um ciúme doentio, ilusões, podendo apresentar distorção de juízo em relação a sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos. Podem desenvolver também distorção de julgamento do próprio corpo (dismorfia corporal), tendo a falsa sensação de que estão com a musculatura pouco desenvolvida.

Usuários, frequentemente, tornam-se clinicamente deprimidos quando param de tomar a droga, até porque perdem a massa muscular que adquiriram;

um sintoma que pode contribuir para a dependência.

Atletas, treinadores físicos e mesmo médicos relatam que os anabolizantes aumentam significantemente massa muscular, força e resistência. Apesar dessas afirmações, até o momento não existe nenhum estudo científico comprovando que essas drogas melhoram a capacidade cardiovascular, a agilidade, a destreza ou o desempenho físico.

Devido a todos esses efeitos, o Comitê Olímpico Internacional – COI colocou vinte esteróides anabolizantes e compostos relacionados a eles como drogas banidas, ficando o atleta que fizer uso delas sujeito a duras sanções.

11 4. Principais tipos de doping no esporte

As principais categorias de drogas banidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping) são:

Estimulantes:

Substâncias que agem no cérebro estimulando o corpo tanto mental quanto fisicamente. Elas intensificam o estado de alerta, a competitividade e a agressividade, além de ajudarem no combate ao cansaço e fazerem o atleta se sentir mais forte, mas disposto e mais atuante. O abuso na utilização de estimulantes pode aumentar a pressão sanguínea e a temperatura corporal, além de tornar o batimento cardíaco irregular. Entre os males decorrentes encontram-se paradas cardíacas e derrames. Os estimulantes podem ser obtidos por meio de remédios controlados ou não-controlados, bem como em suplementos naturais e alimentares.

Entre os estimulantes proibidos constam: amineptina, amifenazola, anfetaminas, bromantan, carfedon, cocaína, efedrinas, fencanfamina, mesocarb, pentilentatrazol, pipradol, fenilpropanolamina, fentermina, salbutamol, salmenterol, estricnina, terbutalina.

Esteróides:

Os esteróides anabólicos (de fortalecimento) imitam os efeitos da testosterona (hormônio masculino), estimulando as células dos músculos e dos ossos a sintetizarem proteína. Ingerindo essas substâncias, os atletas conseguem aumentar sua carga de treinamento. Os esteróides são usados na medicina para ajudar um paciente a recuperar-se de grandes cirurgias e de doenças graves. Já que os esteróides reproduzem os efeitos de um hormônio natural, podem provocar o aparecimento de efeitos colaterais tais como traços masculinos em mulheres, infertilidade, impotência, espinhas e danos nos rins.

Essas substâncias aumentam a pressão sanguínea, endurecem as artérias e levam ao surgimento de doenças no coração, males hepáticos e certas formas de câncer. Entre os esteróides anabólicos contam-se: andostrenediona, nandrolona, estanozolol.

Diuréticos:

Os diuréticos ajudam a eliminar os fluídos do corpo e são usados para tratar a pressão alta, problemas cardíacos e doenças nos rins e fígado. Eles aumentam

12 a produção de urina e reduzem o inchaço de tecidos provocado pela retenção de líquidos. Alguns atletas utilizam os diuréticos para perder peso e para disfarçar a presença de outras substâncias em seu corpo, ao diluí-las na urina e assim dificultar a detecção da mesma. Os diuréticos provocam vários efeitos colaterais, incluindo casos graves de desidratação responsáveis por levar à falência dos rins e do coração. Exemplos de diuréticos: acetazolamida, bumetanida, clortalidona, ácido etacrínico, furosemida, hidroclorotiazida, mersail, espironolactona, treiamtereno.

Hormônio de Crescimento Humano (GH):

Trata-se de um hormônio natural que estimula o crescimento e promove a síntese de proteínas. Ingerido artificialmente, o GH estimula a formação de músculos e tecidos. Entre os efeitos colaterais surgidos em adultos, incluem-se casos de desfiguramento, tais como pés, mãos e mandíbulas excessivamente grandes.

Eritropoietina (EPO):

Hormônio sintetizado pelos rins para regular a produção de glóbulos vermelhos. O EPO artificial aumenta o número de glóbulos vermelhos, ampliando a capacidade de corpo de usar oxigênio. O EPO vem sendo usado por praticantes de esportes de resistência tais como os maratonistas e os esquiadores da modalidade cross-country. Mas também houve casos de doping em atletas que praticam esportes de explosão tais como os corredores de provas rápidas. Entre os efeitos colaterais: pressão sanguínea elevada, aparecimento de coágulos em artérias e veias, inchaço do cérebro e convulsões.

Betabloqueadores:

Bloqueiam a transmissão de impulsos por meio dos beta receptores localizados no coração, nos pulmões e nas veias. Os betabloqueadores são usados na medicina para tratar de casos de angina, pressão alta e doenças cardíacas.

Por atletas, são consumidos para diminuir os batimentos cardíacos e evitar tremores em modalidades como tiro ao alvo e arco e flecha. Entre os efeitos colaterais contam-se fadiga, depressão e falência do coração.

Doping sanguíneo:

13 Injeção de glóbulos vermelhos ou de outros produtos semelhantes para aumentar o número dessas células no corpo. O sangue é tirado de um competidor, armazenado e depois reintroduzido cerca de um mês antes de uma competição. Entre os perigos desse método incluem-se desde o aparecimento de febre e calafrios até infecções graves (inclusive a Aids), falência dos rins e do fígado e danos cerebrais.

4.1 Principais casos de doping no esporte

» 1904: Thomas Hicks - ganhou a maratona depois de ter tomado doses de conhaque e estricnina.

» 1960: Knut Jensen - o ciclista dinamarquês morreu durante o Giro de Itália, uma das mais importantes provas de ciclismo do mundo.

» 1967: Tom Simpson - morreu durante a volta França, foram encontrados dois tubos de anfetaminas cheios e um vazio nas coisas do atleta.

» Décadas de 70 e 80: países da antiga URSS foram acusados de várias práticas antidoping.

» 1988: Ben Johnson - atleta canadense, bateu o próprio recorde nos 100 metros rasos na Olimpíada de Seul. Porém havia consumido esteróides anabolizantes antes da prova. Além de perder a medalha de ouro, foi expulsou dos jogos e o suspenso por dois anos. Em 1993, foi flagrado novamente numa competição em Montreal (Canadá).

» 1988: Diego Maradona - Considerado o melhor jogador da história da Argentina e um dos melhores de todos os tempos, Maradona, campeão do mundo em 1986, foi pego no doping durante a Copa de 1994 após a vitória sobre a Nigéria por 2 a 1. O jogador teria usado efedrina natural e mais quatro derivados sintéticos. Além disso, teve muitos problemas com as drogas, especialmente com a cocaína. Por conta de seu vício, após se aposentar como jogador, chegou a ficar internado correndo risco de morte.

» 1995: Sueli Pereira dos Santos - ficou fora do Pan-Ameriano de Mar Del Plata, foi flagrada no exame, pois usou methenolone e metabolite.

» 1999: Lúcia Helena de Jesus Gomes - a fisiculturista morreu vítima de hepatite medicamentosa, causada pelo uso contínuo de esteróides anabolizantes. Ela já havia sido suspensa em 1996.

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» 2002: Giba, - o jogador de vôlei, usou maconha e ficou suspenso por oito partidas pela Federação Italiana de Vôlei.

» 2002: João Derly - Bicampeão mundial de judô, o brasileiro João Derly ficou seis meses suspenso por doping, após usar um diurético, para acelerar a perda de peso, dias antes de um torneio, em 2002

» 2003: Maureen Maggi - foi suspensa do Pan-Americano de Santo Domingo, a saltadora usou um creme que continha uma das substâncias proibidas.

» 2004: Cavalo de adversário de Rodrigo Pessoa - Cavalo Waterford Crystal, que levou Cian O'Connor a conquistar o ouro da Irlanda em Atenas 2004, testou positivo para substâncias proibidas. Com isso, o brasileiro Rodrigo Pessoa, prata nos saltos, herdou o primeiro lugar. Tranquilizantes fluphenazine e zuclophenthixol foram encontrados na amostra do cavalo

» 2005: Roberto Heras - vencedor da Volta da Espanha, perdeu o título e foi suspenso por 2 anos.

» 2007: Renata Burgos - a nadadora da Unaerp, foi suspensa depois que encontraram metabólitos de estanozolol em sua urina durante um exame anti-doping preparatório para o Mundial de Esportes Aquáticos de Melbourne, na Austrália.

» 2007: Rebeca Gusmão - foi flagrada nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e foi suspensa por dois anos.

» 2007: Ouyang Kunpeng - nadador chinês, foi banido para sempre das piscinas.

» 2007: Dodô - em 2007, o atacante, então no Botafogo, foi pego no antidoping por uso da substância fenproporex (anfetamina), que constava em uma cápsula de cafeína manipulada por uma farmácia. Inicialmente, Dodô foi suspenso por 120 dias, mas a Fifa, juntamente com a Wada, entrou com recurso contra o STJD, suspendendo atleta por 2 anos. O órgão alegou que Dodô não conseguiu provar o porquê de a substância estar em seu organismo.

» 2007: Jaqueline - Às vésperas do Pan 2007, no Rio, uma das principais atletas da Seleção Brasileira de vôlei acabou pega no antidoping. Na época, Jaqueline afirmou que o resultado do exame se devia ao fato de ter tomado um chá para celulite, que continha sibutramina. A jogadora foi suspensa por 9 meses, mas, em setembro daquele ano, mudou sua defesa e afirmou que o

15 produto usado era o CLA, remédio usado para queimar gordura. Após uma nova avaliação a pena foi reduzida para 3 meses.

» 2009: William Gomes Amorim - no teste do corredor foi encontrado testosterona exógena, e ele está suspenso preventivamente até julgamento do STJD.

» 2009: Daniel Lopes Ferreira - foi flagrado com metanfetamina em uma prova disputada em maio. Marcos Felix apresentou prednisolona em maratona em abril.

» 2009: Escândalo da Rede Atletismo - Maior escândalo de doping do atletismo nacional, cinco atletas do clube foram pegos em um exame surpresa, em 2009. São eles: Bruno Lins Tenório de Barros, (200 e 4 x 100 m), Jorge Célio da Rocha Sena, (200 e 4 x 100 m), Josiane da Silva Tito, (4 x 400 m), Luciana França (400 m c/ barreira) e Lucimara Silvestre (heptatlo). Os técnicos Jayme Netto Júnior e Inaldo Sena admitiram culpa no caso e afirmaram ter concordado com o uso da substância proibida eritropoietina (EPO) para acelerar o processo de recuperação dos atletas.

» 2010: Daiane dos Santos - a ginasta foi flagrada em um exame antidoping feito fora de competição, em julho de 2010. O teste apontou a presença da substância proibida furosemida, diurético usado para controlar peso. Em outubro, o resultado foi divulgado e o caso repercutiu imediatamente em todo o Brasil. A Federação Internacional de Ginástica acabou dando uma pena branda à atleta, que foi suspensa por 5 meses.

Atletas brasileiros de provas de pista ou campo envolvidos com doping:

Bruno Lins (200 e 4 x 100 m), Evelyn Santos (4 x 100 m), Fernanda Gonçalves (salto em distância), Jenifer do Nascimento Silva (3.000 c/ obstáculos), João Gabriel Santos Souza (salto com vara), Jorge Célio (200 e 4 x 100 m), Josiane Tito (4 x 400 m), Leonardo Elisário dos Santos (salto triplo), Luciana França (400 m c/ barreira), Lucimar Teodoro (400 m c/ barreira), Lucimara Silvestre (heptatlo), Marcelo Moreira (arremesso de peso), Rodrigo Bargas (400 m) e Hamilton Castilho (arremesso de peso). E Mariana Ohata (triatlo) e Lorena Rezende (natação).

16 Bibliografia

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