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6 EFETIVIDADE DA CRIAÇÃO DA PADRONIZAÇÃO E PROPOSTAS DE AÇÕES COMPLEMENTARES

Conforme verificado na análise dos óbices, a criação de uma padronização de material de defesa pode funcionar como impulsionador para a integração na América do Sul. No caminho reverso, o fortalecimento desta integração e o estabelecimento de padrões mais adequados para a realidade regional, tem o potencial de dar à BID sul-americana uma maior estabilidade e constância, facilitando o seu crescimento. Mas a padronização, por si só, não reúne todos os elementos para o fortalecimento e o crescimento da indústria de defesa, sendo, tão somente, um forte catalisador. Diante deste fato, sugere-se a adoção de algumas ações adicionais, as quais não serão objetos de aprofundamento neste estudo, mas são aqui apresentadas como um complemento e inspiração para novos trabalhos.

Um primeiro aspecto está relacionado à dualidade dos materiais de defesa. Especificamente quando esta dualidade se dá entre aplicações de Defesa e Segurança Pública. São vários os itens que se encaixam neste conceito, com destaques para armas leves, sistemas de comunicações, sistemas de comando e controle (chamados sistemas de despacho, no jargão policial), coletes, carros blindados, sensores, entre tantos outros. Antes de mais nada, a exemplo do caminho que vem sendo seguido pela OTAN, uma padronização de material de defesa implantado na AS deveria incluir, também, materiais relacionados à segurança pública. Inclusive porque, especialmente, no Brasil, as Forças Armadas vem sendo aplicadas em ações constitucionais de Garantia da Lei e da Ordem e outras Ações Subsidiárias. Ações estas, muitas vezes, equivalentes àquelas desempenhadas pelas forças de Segurança Pública. Assim, não faz sentido adotar, para um mesmo material utilizado com o mesmo objetivo uma legislação diferente em função do destinatário ou comprador do material. Isto se aplica tanto à padronização quanto a todos os outros benefícios oferecidos pelas políticas e legislações da BID.

Propõe-se uma Base Industrial de Defesa e Segurança Pública (BIDSP). Uma indústria se enquadra nesta classe e nesta legislação para todo material por ela oferecido dentro de algum padrão criado na estrutura proposta no Capítulo 4 e cujo destinatário seja um órgão de Defesa ou de Segurança Pública. Isto deveria ser impositivo no Brasil e, se possível, nos países sul-americanos que participarem da

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estrutura de padronização. Tal padronização seria oportuna, inclusive, nas ações relacionadas ao combate a crimes transnacionais, uma vez que a adoção de padrões permitem uma maior facilidade na integração e interoperabilidade.

Outro aspecto relaciona-se com a Lei 12598 (BRASIL, 2012), que instituiu o Regime Especial Tributário de Indústria de Defesa. Seguindo a lógica do parágrafo anterior, este regime deveria ser estendido a produtos relacionados à segurança pública. Entretanto uma proposta mais agressiva seria instituir uma Contribuição de Defesa e Segurança Pública (CPDSP) somente para a compra e venda de produtos de defesa e segurança pública. Algo equivalente ao que foi realizado com a imposição da Contribuição de Movimentação Financeira (CPMF) que visava atender à área de saúde.

O embasamento para isto é o artigo 149 da Constituição Federal (BRASIL, 1988, em que se permite à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. Os recursos desta arrecadação devem ser utilizados impositivamente nas atividades mencionadas, independente da atividade ser realizada pela União ou por terceiro. O que se propõe é a criação do CPDSP para atender especificamente a área de Defesa e Segurança Pública, aplicada somente na compra e na venda de produtos de defesa e segurança pública, com a aplicação dos recursos arrecadados somente em empresas nacionais que atendam aos padrões propostos no Capítulo 4. A contribuição se aplica em qualquer compra e venda de produtos de defesa e segurança pública. Entretanto, a aplicação do recurso arrecadado se daria somente nas compra de produtos de defesa e segurança pública realizadas em empresas nacionais e dentro dos padrões definidos.

Em princípio, a imposição de uma contribuição, ou seja, um tributo, sobre a compra e a venda da área da BIDSP pode parecer contraditória com o objetivo de impulsionar o setor. Entretanto, observe as vantagens advindas desta contribuição:

- conforme visto na Tabela 4, as compras internas médias no continente são de algo em torno de somente 2% (arredondando). Se em um determinado ano o mercado de Defesa mobiliza recursos de cerca de U$ 1 milhão, é de se esperar que somente U$20,000.00 tenham sido gastos dentro do continente, sem nenhuma

garantia de que tais gastos estivessem relacionados a um padrão específico. Se a CPDSP aplicada for de 4%, então, no próximo ano, haverá um recurso arrecadado de U$40,000.00 que necessariamente deverá ser aplicado na indústria de defesa nacional. Portanto, há um impulsionamento para aquisições domésticas. Os tributos que a BID paga em um ano, voltam ainda maiores no próximo ano, em volume maior;

- note que quando a BID exportar um material de defesa, o país comprador irá pagar esta contribuição, que retornará como recurso para aquisição no mercado nacional no ano seguinte. Neste caso, trata-se do financiamento externo compulsório da indústria nacional de defesa.

- além de impulsionar a BID nacional, fortalece a segurança pública em todas as unidades federativas, pela disponibilização de recursos exclusivos para a segurança pública. Talvez, isto sirva como um motivador para que tais unidades federativas participem do RETID e diminuam ou retirem o ICMS, ainda cobrado hoje. Afinal, os produtos devem ser competitivos e a imposição de contribuições vai de encontro a isto;

- para que tal sugestão possa se viabilizar é necessário que o RETID seja acessível às indústrias de defesa. Têm sido relatadas dificuldades de se obter os benefícios previstos em lei pelas indústrias de defesa junto à Receita Federal.

Ainda como ação complementar importante, este trabalho se solidariza à proposta apresentada pelo Gen Mosqueira (MOSQUEIRA, 2012), da centralização de uma estrutura técnica no Ministério da Defesa, no mesmo nível do Estado-Maior de Defesa, com quem possui um canal técnico. A ideia é adotar um modelo equivalente ao Departamento Geral de Armamento (DGA) empregado no Ministério de Defesa Francês, conforme Figura 7. A concentração de engenheiros das três Forças em uma diretoria única, em nível estratégico adequado, favorece: a elaboração de especificações mais elaboradas; a padronização; ao uso mais racional dos investimentos em Defesa; em uma articulação mais forte junto ao Ministério da Defesa. Considerando a proposta deste trabalho no caminho da padronização, a ideia da DGA brasileira se compatibiliza. Entretanto, se a padronização atender à Segurança Pública, conforme também proposto neste

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trabalho, uma estrutura diferente e à parte da DGA deveria ser pensada para se adequar a ela.

Figura 7 - Nova Estrutura do Ministério da Defesa

Fonte: Um novo modelo de gestão das atividades de C&T de interesse da Defesa Nacional (MOSQUEIRA,2012)

Ainda, a fim de complementar as ações visando a BID, não se pode deixar de considerar dois aspectos: estabelecimento de mecanismos que encurtem os caminhos entre a Ciência e Tecnologia e a Inovação. O Brasil produz muita C&T, mas um percentual pequeno dela se transforma em produto ou inovação. É o chamado Vale da Morte. Criar mecanismos que aproximem a indústria da Academia e dos Institutos de Ciência e Tecnologia é fundamental para o desenvolvimento da BID. Seja por meio de subsídios, onde a atuação e o investimento do Governo forem fundamentais, seja por fomentos a empresas de todos os portes. Se tais investimentos e fomentos forem guiados por uma estrutura de padronização, a assertividade da ação ganha maior probabilidade.

Em qualquer contexto, o protecionismo ao mercado regional não deve ser descartado. Esta ação tem melhor capacidade de ser efetiva se orquestrada com a padronização proposta. Uma sinalização de padrões à indústria, conjugado com o

aceno de que aqueles produtos gozarão de exclusividade para a compra no mercado regional tem o poder de alavancar e desenvolver uma indústria mais consistente e forte. Adicionalmente, por se tratar de produtos de tal natureza, não configura como ilegal junto à comunidade internacional. Tal ação poderia ser realizada de forma gradativa, na mesma velocidade em que padrões venham a ser definidos no continente sul-americano.

Fundamental, ainda, é buscar fontes de recursos para investimento. Uma maneira de atingir este objetivo sem aumentar o percentual dos gastos com Defesa em relação ao PIB é reduzir o custeio das Forças Armadas. Percebem-se ações das três Forças neste sentido. A Força Aérea está proporcionando uma completa reforma de sua organização em todo o país. O Exército tem atuado no sentido de aumentar o número de militares temporários, o que reduz a calda previdenciária. Entretanto, a fim de aumentar a capacidade de investimento e de arcar com a infraestrutura resultante deste investimento, sugere-se estudar ações mais intensas que proporcionem um enxugamento maior dos efetivos das Forças Armadas.

Por fim, é necessário que exista um Plano de Estado que una todos os esforços relacionados ao fortalecimento da BID, à integração da AS, à liderança regional do Brasil e ao estabelecimento do país como uma grande nação mundial.

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7 CONCLUSÃO

O foco principal deste trabalho foi criar uma estratégia de fomento para a BID tendo a padronização como base. A partir do momento em que se adota uma padronização no continente, criam-se condições para a aquisição de soluções customizadas às necessidades regionais. O Brasil, como país mais desenvolvido do continente, seria o principal candidato à produção de considerável fatia das soluções padronizadas, resultando em benefícios tecnológicos, econômicos e militares, refletindo-se no desenvolvimento e na defesa nacional. A ação do país neste sentido configura-se como ação de liderança regional, papel este esperado pelos países Sul-americanos.

Uma padronização inteligente, que identifique itens equivalentes de defesa e segurança utilizados por diferentes órgãos, tem o potencial de aumentar a escala de compras com economia de recursos públicos. Adicionalmente, conquista-se a possibilidade de interoperabilidade, no que diz respeito a equipamentos e sistemas. Em situações em que órgãos de diferentes países atuem em crimes transfronteiriços, tal interoperabilidade pode configurar-se como vantagem em ações táticas e de inteligência.

Diversos estudos geopolíticos apontam a necessidade da integração Sul- americana, indicando, como caminho, a ocupação da Amazônia, a criação de um Grande Estado, entre outros. Embora tais condicionantes sejam aspectos importantes a serem considerados, a sua ausência não impede a venda de produtos de Defesa e Segurança por países foras do continente, como já ocorre. Portanto, não deveria ser também um aspecto impeditivo para o fortalecimento da BID nacional. No mundo capitalista atual, é possível que o caminho mais fácil de iniciar a desejada integração regional seja pela proposição de uma padronização que proporcione ao mercado, naturalmente, a possibilidade do fortalecimento da indústria de defesa e segurança dos países do continente, aproveitando-se dos acordos comerciais já existentes e estabelecidos.

A padronização, por si só, não é suficiente para o fortalecimento da indústria de defesa nacional e regional, havendo necessidade de ajustes no campo tributário, na área de gestão de ciência, tecnologia e inovação, na organização do Ministério da Defesa e ao aproveitamento da dualidade dos materiais relacionados.

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