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Precipitação Sete Lagoas

COLHIDOS EM TRÊS IDADES

4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 Consumo de energia

4.4.3 Eficiência de utilização da energia

Os valores de DAEB variaram de 54,63 a 62,98% (tabela 3). Para as silagens dos híbridos estudados, não houve diferença na DAEB das silagens colhidas nos diferentes estádios de maturidade (P>0,05). Já avaliando as silagens colhidas nos mesmos pontos para os diferentes híbridos, apenas para os animais tratados com as silagens colhidas no ponto farináceo apresentaram diferença significativa entre os híbridos, sendo que houve maior valor de DAEB para a silagem do híbrido BRS 1001. Para as silagens colhidas nos demais estádios, não houve diferença na DAEB entre os híbridos (P>0,05). Esses dados de DAEB são consistentes com os dados de DAMS (tabela 3 do capítulo 3), onde a silagem do híbrido BRS 1001 apresentou maior DAMS. Assim, o avanço da maturidade não alterou a DAEB. O aumento da participação dos grãos na planta com a maturidade pode ter compensado as alterações na composição e nos teores dos constituintes da parede celular.

Ribas (2006) observou valores de DAEB variando de 63,51 a 69,84% nas silagens de quatro genótipos de milho avaliados. Os valores encontrados por Ribas (2006) foram superiores aos encontrados no presente estudo. Já Freitas (2002), encontrou um valor médio de 61,18% para a DAEB das silagens de milho, valor acima dos valores encontrados para a maioria dos tratamentos do presente estudo. Os baixos valores de DAEB encontrados neste trabalho em relação aos estudos supracitados, pode ter ocorrido devido ao baixo CMS e baixo CPB observado no presente estudo, levando a menor desenvolvimento da flora ruminal, com consequente redução no aproveitamento da energia proveniente dos alimentos.

Os valores de metabolizabilidade (qm) variaram entre 0,47 a 0,54, não apresentando

diferença estatística entre os tratamentos (P>0,05). A metabolizabilidade representa a relação entre a energia metabolizável e a energia bruta. Ribas (2010) encontrou valores de qm variando de 0,60 a 0,64 para híbridos de sorgo com capim Sudão, valores

superiores aos do presente estudo. Machado (2010) observou valores entre de 0,42 a 0,50 para as silagens de sorgo colhidas em três estádios de maturidade, valores semelhantes aos do presente estudo. Como a metabolizabilidade representa a relação entre a energia metabolizável e energia bruta, espera-se que as perdas de energia na forma de fezes, urina e metano determinem seu valor. Teixeira (2013) avaliando o

capim elefante colhido em três idades, observou qm variando de 0,49 a 0,62, sendo esses

valores próximos aos deste trabalho. Velasco (2011) observou variação nos valores de qm de 0,42 a 0,58 para o capim Brachiaria decumbens em três idades.

Tabela 3. Valores médios de digestibilidade aparente da energia bruta (DAEB), em porcentagem, metabolizabilidade (qm), eficiência de uso da energia metabolizável para mantença (Km) e razão entre energia líquida e energia bruta, em porcentagem, das silagens dos híbridos de milho BRS 1035, BRS 1031 e BRS 1001 colhidos em três idades. Híbridos Parâmetros DAEBa qmb kmc EL (%EB)d BRS 1035 Pastoso 57,22 0,49 27,52 Bb 13,87 Bb Farináceo 54,63 B 0,47 50,87 a 24,28 ab Farináceo-duro 55,54 0,49 55,18 a 27,79 a BRS 1031 Pastoso 60,48 0,53 61,43 A 33,07 A Farináceo 56,43 B 0,49 60,21 29,37 Farináceo-duro 54,97 0,48 46,67 22,73 BRS 1001 Pastoso 60,32 0,54 61,35 A 33,38 A Farináceo 62,98 A - - - Farináceo-duro 59,51 0,51 43,02 22,39

Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma coluna apresentam diferença estatística entre os cortes dos diferentes híbridos pelo teste SNK (p>0,05). Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística entre os diferentes cortes para o mesmo híbrido pelo teste SNK (p>0,05); aCV = 6,49%; bCV = 7,71%; cCV = 28,26%; dCV = 31,18%.

Os valores de km variaram de 27,52 a 61,43%. A silagem do híbrido BRS 1035, quando

colhida no ponto pastoso, apresentou menor valor de Km (p<0,05). Não houve diferença

significativa entre as silagens produzidas nos diferentes pontos de colheita para os híbridos BRS 1031 e BRS 1001. Comparando-se as silagens obtidas no mesmo estádio de maturidade entre os híbridos, para as silagens produzidas no corte pastoso a silagem do híbrido BRS 1035 apresentou menor valor de Km. Para as silagens produzidas nos

demais pontos de colheita, não houve diferença entre as silagens dos híbridos (P>0,05). A eficiência de uso da energia metabolizável para a mantença (Km) é expressa pela

relação entre a energia metabolizável para mantença e a energia líquida, sendo influenciada pelo incremento calórico da dieta. A literatura indica que a eficiência de uso da EM para mantença é relativamente constante, independente da composição do alimento. Porém, o menor valor observado para a silagem do híbrido BRS 1035 colhida no ponto pastoso se deve provavelmente ao maior IC observado para os animais tratados com esse material em relação aos valores obtidos para os demais. De acordo com Fox et al. (2003), a km varia de 57,6% para dietas com EM de 2,0 Mcal/Kg

EM de 2,6 Mcal/Kg (típica para silagem de milho) até 68,6 para EM de 3,2 Mcal/Kg (grãos de milho).

A variação da relação entre a energia líquida e a energia bruta foi de 13,87 a 33,38%. A relação entre a energia líquida e a energia bruta apresentou um comportamento semelhante ao do Km, onde comparando-se as silagens produzidas nos diferentes

estádios de maturidade para um híbrido, apenas para as silagens do híbrido BRS 1035 houve diferença significativa, sendo que a silagem obtida no ponto farináceo-duro apresentou uma maior relação entre EL e EB do que a silagem colhida no estádio pastoso, de forma que a silagem produzida no ponto de colheita farináceo não diferiu das demais (P>0,05). Ao se avaliar a relação de EL e EB entre as silagens dos híbridos colhidas no mesmo ponto, apenas as silagens obtidas no estádio pastoso apresentaram diferenças entre os híbridos, sendo que a silagem do híbrido BRS 1035 apresentou menor relação EL e EB. Para as silagens obtidas nos pontos farináceo e farináceo-duro, não houve diferença entre os híbridos (P>0,05). Assim, o menor valor observado para a silagem do híbrido BRS 1035 colhida no ponto pastoso se deve ao alto valor de IC encontrado para os animais em relação aos demais tratamentos.

Esta relação reflete a eficiência de todo o fluxo de energia no animal (Machado, 2010), correspondendo a real energia disponível para o animal utilizar em suas atividades de mantença e de produção. Machado (2010) trabalhando com as silagens de sorgo encontrou valores da relação entre energia líquida e energia bruta variando entre 22,58% e 40,12%, valores semelhantes aos deste experimento, com exceção das silagens do híbrido BRS 1035 colhida no ponto pastoso que apresentou valores inferiores (13,87%). Velasco (2011) observou valores de energia líquida, como porcentagem da energia bruta ingerida, variando de 41,24% e 43,3%, para o capim

Brachiaria decumbens em três idades. Teixeira (2013) observou valores variando de

33,39 a 45,15% para o capim elefante cortado em três idades, valores superiores ao presente estudo. Os menores valores observados no presente estudo em relação aos valores observados por Teixeira (2013) e Velasco (2011), devem-se aos baixos valores de CEL observados no presente estudo, que estão correlacionados aos menores CMS observados, bem como as maiores valores de energia perdida na forma de IC observada.