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4 AS CONFERÊNCIAS PÚBLICAS COMO ESPAÇOS MATERIALIZADORES DA

4.1 EIXO 1: COFINANCIAMENTO OBRIGATÓRIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

O quadro 8 apresenta os objetivos específicos do Eixo 1 - Financiamento Obrigatório, da Assistência Social da IX Conferência Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2013), em que estão descritos os temas a serem discutidos e deliberados prioritariamente nessa conferência.

Quadro 8 – Objetivos específicos do Eixo 1 – Cofinanciamento Obrigatório da

Assistência Social da IX Conferência Nacional de Assistência Social de 2013

Objetivos específicos • Avaliar o atual quadro da gestão orçamentária e financeira;

• Fortalecer o orçamento próprio para o cofinanciamento da política de assistência social;

• Promover o conhecimento sobre o ciclo orçamentário e suas peças, bem como prazos e interlocutores;

• Afirmar junto aos gestores o compromisso do cofinanciamento da política de assistência social por meio de mecanismos institucionais e outros, tomando como premissa o exercício do controle social.

O quadro 9 apresenta a ementa que descreve a temática do Eixo 1 - Cofinanciamento Obrigatório, da Assistência Social da IX Conferência Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2013), elencando todos os temas prioritários a serem discutidos no âmbito do financiamento do SUAS.

Quadro 9– Ementa do Eixo 1 – Cofinanciamento Obrigatório da Assistência Social da

IX Conferência Nacional de Assistência Social de 2013 Ementa

A Lógica de financiamento do SUAS: cofinanciamento partilhado entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios por meio de transferências regulares e automáticas entre os fundos de assistência social, observando-se a obrigatoriedade da destinação e alocação de recursos próprios pelos respectivos entes. O processo orçamentário e a articulação com os instrumentos de gestão do SUAS (Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, Lei Orçamentária Anual - LOA, Planos de Assistência Social e Relatórios de Gestão e Fundos). O SUAS e o novo decreto do FNAS. Instituição, regulamentação e gestão dos fundos de assistência social, aplicação de recursos e a prestação de contas. Lei de Responsabilidade Fiscal e a contratação de servidores públicos. A Lei 8.742/93 e a obrigatoriedade do repasse de recursos para pagamento de pessoal. O Índice de Gestão Descentralizada do SUAS (IGD Suas) e o Índice de Gestão Descentralizada do PBF (IGD PBF) como instrumento para o aprimoramento da gestão. O exercício do controle social no acompanhamento e fiscalização do cumprimento das competências e responsabilidades de cada ente federado no SUAS. A participação social no curso do planejamento orçamentário.

Fonte: Informe n° 03/2013 da IX Conferência Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2013).

A tabela1 apresenta as deliberações relacionadas ao Eixo 1 - Cofinanciamento Obrigatório da Assistência Social das Conferências Nacionais de Assistência Social de 2005, 2007, 2009 e 2011, distribuídas por blocos de assuntos. Também demonstra as deliberações implementadas, em andamento e as não implementadas. As 70 deliberações desse eixo se desdobram nos seguintes blocos de assuntos: a) Custo dos Serviços Socioassistenciais; b) Controle Social do Financiamento; c) Financiamento e Cofinanciamento; d) Fundos de Assistência; e) Ciclo Orçamentário; e) Normatização; e f) Índice do SUAS.O quadro 10 refere-se, também, à análise quantitativa do CNAS.

Tabela 1– Deliberações relacionadas ao Eixo 1: Cofinanciamento Obrigatório da

Assistência Social das Conferências Nacionais de Assistência Social de 2005, 2007, 2009 e 2011, conforme análise do CNAS

Blocos de

assuntos Núm. de delib. Implem. Delib. Delib. em andam. Delib. não implem. % Custos dos Serviços Socioassistenciais 4 1 3 0 5,71% Controle Social do Financiamento 11 3 7 1 15,71% Financiamento e Cofinanciamento 21 7 14 0 30,00%

Fundos de Assistência Social 12 2 8 2 17,14% Ciclo Orçamentário 8 3 5 0 11,43% Normatização 12 2 8 2 17,14% Índices do SUAS 2 2 0 0 2,86% TOTAL GERAL 70 20 (28,57%) 45 (64,29%) 5 (7,15%) 100% Fonte: Caderno de Avaliações e Recomendações CNAS̸SNAS (BRASIL, 2013).

A tabela 2 demonstra a análise quantitativa da SNAS, em relação ao mesmo Eixo 1, e seus respectivos blocos de assuntos:

Tabela 2– Deliberações relacionadas ao Eixo 1: Cofinanciamento Obrigatório da

Assistência Social das Conferências Nacionais de Assistência Social de 2005, 2007, 2009 e 2011, conforme análise da SNAS

Blocos de

assuntos Núm. de delib. implem. Delib. Delib.em andam. Delib. não implem. % Custos dos Serviços Socioassistenciai s 4 1 3 0 5,71% Controle Social do Financiamento 11 6 4 0 15,71% Financiamento e Cofinanciamento 21 11 8 0 30,00% Fundos de Assistência Social 12 5 4 0 17,14% Ciclo Orçamentário 8 4 3 0 11,43% Normatização 12 2 2 2 17,14% Índices do SUAS 2 1 1 0 2,86% TOTAL GERAL 70 30 (42,9%) 25 (35,70%) 2 (2,8%) 100% Fonte: Caderno de Avaliações e Recomendações CNAS̸SNAS (BRASIL, 2013).

Com base nos dados supramencionados, é possível analisar que, em relação aos blocos de assuntos do Eixo 1 - Cofinanciamento Obrigatório da Assistência Social, nas Conferências Nacionais de Assistência Social de 2005, 2007, 2009 e 2011, o tema “Financiamento e Cofinanciamento”, é o bloco que apresenta maior número de deliberações, sendo 21 deliberações de um total de 70 (30%), e, também, demonstra o maior número de deliberações implementadas tanto para o CNAS (7 deliberações), quanto para a SNAS (11 deliberações), o que com certeza pode se fundamentar pela comprovada ampliação dos investimentos na área da Política de Assistência Social.

Conforme dados da SNAS e CNAS, em 2002 o valor destinado para essa política pela União era de R$ 11,5 bilhões, e em 2012 passou para R$ 56,6 bilhões.

Em relação às deliberações implementadas, a SNAS apura uma maior capacidade inclusiva dessas conferências, avaliando que 30 deliberações de um total de 70 (42,9%) foram implementadas, enquanto o CNAS indica a implementação de 20 deliberações (28,57%). Em relação às deliberações em andamento, o CNAS indica 45 – 64,29%, enquanto a SNAS 25 deliberações em andamento (35,70%). Ainda, em relação às deliberações não implementadas o CNAS indica 5 deliberações (7,15%), enquanto a SNAS 2 (2,8%).

Relevante destacar que, essa variação existente entre a avaliação do CNAS e da SNAS, em que o conselho apura uma capacidade inclusiva menor das deliberações das conferências nacionais analisadas de 28,57%, enquanto a SNAS avalia uma capacidade inclusiva maior de 42,9%, pode demonstrar uma maior facilidade ao acesso dos dados necessários à avaliação por parte da SNAS, do que por parte do CNAS, podendo revelar fragilidades no controle social. Também, uma possível dificuldade no acesso das informações que estão sob a guarda do gestor, no caso a SNAS, sendo esta uma realidade também dos Conselhos Estaduais, do DF e dos Municípios.

4.2 EIXO 2: GESTÃO DO SUAS: VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL, PROCESSOS