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ELEMENTOS CONSTITUINTES DA CAPA

No documento Design editorial aplicado a revistas (páginas 147-152)

Montserrat the quick brown

7. ELEMENTOS CONSTITUINTES DA CAPA

7.1.CAPA

A imagem a apresentar na capa da revista foi um grande dilema ao longo de todo o processo de criação da publicação. Decidir entre criar uma imagem ori-

ginal que representasse o início da revista114, criar uma imagem original que

relacionasse os artigos da revista e utilizar uma imagem retirada de um dos artigos, foi um processo bastante difícil e moroso, que foi alvo de várias tenta- tivas e alterações.

Inicialmente abraçámos a ideia de apresentar uma imagem de um dos arti- gos, utilizando uma imagem similar às utilizadas no artigo Atreva-se a pensar...

Diferente! figura 103. No entanto, essa imagem tinha dois problemas. O primei- ro é o facto de estar relacionada apenas com um artigo da revista (e não um dos mais destacados) e o segundo ligado com a mensagem da imagem, que não se relacionava nem com o título da revista, nem com o marco que é o iní- cio da mesma. Desta forma, abandonámos esta ideia para tentar criar uma imagem original relacionada com o título da revista e que fosse, de certa for- ma, enigmática. Pegámos no símbolo que utilizámos para fechar os artigos e, utilizando o programa Adobe Illustrator®, realizámos vários estudos com o símbolo de maneira a que este pudesse representar as duas molas que com- põem o nome da revista: a mola que segura e a mola que salta, formando uma

imagem enigmática figura 104. No entanto, uma imagem de capa deste género

traria alguns problemas. Primeiro, a imagem suscitou leituras secundárias e

inesperadas115 e segundo, como já referimos, nos números seguintes, seria um

problema chegar a uma imagem que tivesse ligação suficiente com esta para os leitores relacionarem, mas diferente o suficiente para identificar um novo número. Abandonou-se, então, esta ideia para tentar encontrar uma imagem de um dos artigos sob da qual se pudesse isolar um pormenor, chegando a uma imagem final abstrata, que suscitasse a curiosidade do leitor. Desta forma, depois de vários estudos, foi decidido utilizar uma imagem que tivesse algu-

ma relação com o artigo sobre Alessandro Puccinelli116. Uma vez que se trata,

novamente, de uma fotografia de um artigo em particular, a ideia de recriar uma das fotografias do artista, de modo a representar melhor o conceito, pa- receu-nos a melhor solução. Desta forma, a fotógrafa Rita Pequito inspirou-se nas fotografias do oceano e das ondas de Alessandro Puccinelli e fotografou-as

114O que poderia trazer problemas nos números seguintes da revista relativamente ao que

mostrar.

115Aconteceu alguém associar a ilustração produzida a um raio-x ao tórax de uma pessoa

– identificando as costelas.

116 Algumas imagens que compunham este artigo não apresentavam os mesmos problemas

que a primeira imagem idealizada por se tratarem de imagens mais abstratas.

figura 103 | Primeiro estudo para a capa da revista mola

Fonte: Investigadora (2017)

figura 104 | Segundo estudo para a capa da revista mola

duma perspetiva que realce o impulso das ondas. Por outro lado, a imagem da capa trata-se de uma fotografia misteriosa e enigmática, que incentiva o leitor a partir à descoberta figura 105.

Relativamente aos restantes elementos gráficos que compõem a capa da re-

vista, foram realizados inúmeros estudos figura 106, nomeadamente para deter-

minar a melhor maneira de apresentar o título, a tag-line, o número da edição, da data e a possibilidade de incluir ou não chamadas de capa. Com o objetivo de quebrar com o tradicional, mas tentando sempre atingir um resultado final simples, claro e direto, como foi o objetivo de toda a revista, decidimos elimi- nar chamadas de capa e incluir apenas as informações essenciais na capa. A solução final resulta por ser um equilíbrio entre o espaço branco (que chama a atenção por contrastar com a imagem de fundo) e o título da revista que, apesar de aparecer mais pequeno do que na maioria das revistas, é realçado através da cor, que não só contrasta com o espaço em branco, como também contrasta com a imagem da capa. Pareceu-nos uma solução que quebra com o tradicio- nal, como já foi referido, adquirindo um aspeto moderno e limpo. A acompa- nhar o retângulo branco, encontrámos uma forma de ligar a capa, a lombada e a contracapa, através de um novo retângulo com cor igual à do título. Uma cor que, tanto neste caso como em todos os números seguintes da revista, contras- te com a imagem de fundo, de maneira a ter destaque. O resultado final é uma capa intrigante, com uma colocação da informação pouco usual, mas com bas- tante impacto e que se destaca das outras revistas em qualquer ponto de venda. figura 105 | Capa final

da revista mola

7.2.LOMBADA

Uma vez que a revista tem um caráter perene e não descartável, quando é ar- mazenada numa prateleira, a lombada funciona como “capa”, sendo o único elemento que o leitor vê. Desta forma, é importante que a lombada contenha as informações necessárias para que o leitor identifique a publicação. Assim, optou-se por incluir na lombada as mesmas informações que estão presentes na capa: nome da revista, número da publicação e data. Como referido ante- riormente, incluímos o retângulo que se prolonga desde a capa à contracapa, como elemento contrastante e também como elemento identificador do nú- mero em questão. figura 106 | Estudos para a colocação da informação na capa da revista mola Fonte: Investigadora (2017)

7.3.CONTRACAPA

Para a contracapa, e uma vez que foi decidido não utilizar publici- dade em toda a revista, foi um verdadeiro desafio encontrar con- teúdo relevante para colocar neste local de destaque. Considerá- mos que o mais pertinente, uma vez que não existem chamadas de capa, seria fazer uma síntese do conteúdo contemplado na revista. Assim, apresentamos todos os artigos e subsecções a que estes per- tencem, utilizando a mesma paleta cromática que a capa.

O mesmo desafio se colocou para o verso da capa e da contra- capa. Voltando ao conceito de criar um objeto gráfico simples, mas com personalidade e força, achámos que fazia sentido colocar uma cor de fundo – a mesma da capa. Uma cor forte que contrasta com os tons monocromáticos da imagem de capa e que confere elegân- cia e personalidade à publicação.

7.4.CONTINUAÇÃODAPUBLICAÇÃO

Uma vez que o objetivo de todas as revistas é a continuidade da sua publicação, é muito importante ter uma visão global do proje- to editorial e ter presente que a revista se prolonga por vários nú- meros. Desta forma, foi nosso objetivo ao longo de todo o processo criar um sistema que permitisse a reprodução de mais números, optando por grelhas flexíveis e funcionais e por uma formatação clara e inequívoca dos vários níveis de informação, como títulos, subtítulos, textos, destaques, legendas, etc.

Para além do miolo, é igualmente importante garantir a versa- tilidade dos elementos gráficos da capa, de maneira a que a revista tenha uma linguagem visual coerente no seguimento da publica- ção, mas que seja diferente o suficiente para surpreender o leitor a cada número. Portanto, o logotipo, o retângulo a branco e os res- tantes elementos informativos irão aparecer sempre na mesma posição, alterando a cor de todos os elementos (exceto do retângu- lo branco), sempre de maneira a que contrastem com a imagem da capa escolhida.

Para garantirmos que o projeto base que concebemos pode ser- vir a revista na sua continuidade, criámos mais duas capas que representam hipoteticamente os números seguintes da revista figuras 108 e 109.

figura 107 | Contracapa da revista mola

Fonte: Investigadora (2017)

figura 108 | Capa do n.º 2 da revista mola. Livro

Bartolina Busca-pé… E o Zé! do Atelier d’Alves, 2015 Fonte: www.pinterest.pt/pin/482377810068437480/

figura 109 | Capa do n.º 3 da revista mola. Coleção

Pessoal de Danny Ivan, 2017

8.AGENDA

Enquanto que a revista pretende ter um caráter duradouro e colecionável, a agenda é dedicada a conteúdos efémeros e é útil apenas no período em que é publicada. Por isso, considerámos que não faria sentido a agenda ser parte integrante da publicação. Desse modo, foi nossa intenção separar os dois obje- tos, e apresentá-los em suportes diferentes. Daí surgiu a ideia de transformar a agenda num cartaz desdobrável a ser colocado dentro da revista. Desta forma, o leitor pode conservar a revista e decidir se guarda ou não a agenda junto dela.

Em cada número, a agenda contemplará eventos, exposições, lançamentos, concursos, filmes, feiras, documentários, etc. que sejam interessantes para os designers e que ocorram no espaço de tempo entre o lançamento desse núme- ro e o número seguinte, ou seja, 4 meses.

De maneira a tornar a agenda de fácil leitura e interpretação, decidimos conferir-lhe o aspeto de um calendário, criando uma hierarquia tipográfica que esclarecesse essa intenção. Desta forma, destacámos a informação que relaciona a agenda com o número da publicação em questão utilizando cor (a mesma que é utilizada na capa da revista), um corpo de texto grande (Montser-

rat Extra bold, 30 pontos) e colocando-os no topo da página. Com importância

semelhante, destacamos os 4 meses, que aparecem com maior corpo (Montser-

rat Bold 84 pontos), mas com uma cor mais subtil. Seguindo a hierarquia, des-

tacamos os dias do mês em que acontecem as atividades, recorrendo ao uso da mesma cor e com corpo de texto também relevante (Montserrat Bold, 34 pon- tos), seguidos por algumas imagens representativas dos respetivos aconteci- mentos. Em seguida destacamos o título de cada acontecimento, que aparece composto na fonte Faustina Regular, a 14 pontos, com entrelinha de 15 pontos. Por último, apresentamos um breve resumo descritivo de cada atividade.

Para o verso desta folha, que se vê quando o desdobrável está fechado, deci- dimos incluir um cartaz, algo que o leitor pudesse querer guardar ou pendurar. Um fator importante na conceção deste cartaz foi a utilização de uma imagem que fosse da autoria de um dos designers contemplados na revista, de maneira a ter ligação com a mesma. Deste modo, escolhemos uma imagem do Xesta Studio, cujo trabalho aparece num artigo de algum destaque na publicação. Na margem direita da página e de maneira a que fosse visível quando o des- dobrável está fechado, criámos uma barra vertical (neste caso a branco) onde foi colocada não só informação relativa à publicação, como também ao Xes- ta Studio. De maneira a providenciar informação mais detalhada, bem como criar uma ponte entre as duas páginas da agenda, destacamos e explicamos o projeto do Xesta Studio na parte inferior da página dedicada aos acontecimen- tos da agenda, deixando claro em que página da revista pode ser encontrado o artigo relativo ao mesmo atelier.

O objetivo foi o de manter uma ligação conceptual e gráfica com a publica- ção, mas adaptada a este novo objeto, com formato diferente.

No documento Design editorial aplicado a revistas (páginas 147-152)